segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

OS APARELHOS AUDITIVOS E EU

 



Quem me lê ou somente folheia minhas páginas, guarde, por favor esta frase: “Ver a Idade Média com os olhos da Idade Média”. O significado qualquer um entende

 

Já disse no meu último livro — O ECO DA SUPERAÇÃO — na página 13, a primeira frase que o estudante de História deve aprender. Acrescentei, simbolicamente, que vivi  cinco gerações (Pedra Lascada, Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Contemporânea). Sou obrigado a repetir a frase de historiadores: “Ver a Idade Média com os olhos da Idade Média”.

 

Desde o lançamento daquela simples obra, a quarta de minha autoria, venho recebendo telefonemas, mensagens escritas, faladas e abordagens nas ruas, esquinas, praças, restaurantes, botecos (que até não frequento), salão de barbeiros, de beleza e velórios). Graças a Deus, sim, muitos interessam pela história e dessa forma o livro assim tem a possibilidade de ser lido. Muitos elogios, para os quais sempre agradeci com o termo “não mereço” e “não gostei de...”, para os quais sou grato também, é claro, pois me ensinam.

 

TEIMOSIA

Tira-teima em Portugal com a sobrinha de Lúcia

Sou um teimoso incorrigível. Não é mania de velho. Nasci assim e hoje  é muito tarde para mudar. Questionei padres, freiras e catequistas até sobre a existência de Deus. Por causa desse tema fui excomungado muitas vezes. Queria ver Deus. Quando do aparecimento de Nossa Senhora de Fátima em Portugal, lembro-me de que dizia: “Eu acredito até que me provem o contrário”. Aí apareceram os verdadeiros céticos, os ateus contritos achincalhando-me. Quando chegou a hora — fui a Fátima verificar “in loco  — aprendi lições de historiadores de novo: “Ver a Idade Média com os olhos da Idade Média”.


A verdadeira revolução na tecnologia dos aparelhos auditivos ocorreu na década de 1990, com a introdução dos aparelhos auditivos digitais, conta a história. Esses dispositivos utilizam processamento de sinal digital para amplificar e processar o som, permitindo uma qualidade de som superior e uma gama mais ampla de recursos avançados.

 

Teimei e teimo descaradamente, briguei, apanhei, bati ao defender que não sou surdo. Foi, instrução que aprendi no único livro de autoajuda que li na vida, “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, de Dale Carnegie (1936 e anos a seguir). Assimilei-me que o domínio do inconsciente, poderoso, nos conduz ao bem realmente verdadeiro. Somos o poder e precisamos desenvolvê-lo.

 

Os aparelhos auditivos digitais, programáveis e que empreendem a filtração dos sons chegaram ao Brasil na década de 1990. Os analógicos, já estavam na praça. No dia 6 de outubro de 1975, parei de teimar que não era surdo, sem problema, e poucos dias depois já estava usando o aparelho analógico, era o único, o melhor, o insubstituível que existia. Dr. Ayrton Rosemburg e Dr. Godofredo Cândido de Almeida Júnior me convenceram que Glorinha estava errada, que sou surdo mas não sou burro. Agradeci e me mudei de comportamento.

 

“Trinta anos sem usar aparelho, negando que é surdo, não é burrice? ” — ouvi muitas vezes tais afirmações. A teimosia ocorre com 2,3 milhões de brasileiros e com mais de 9 milhões de seres humanos, segundo fontes fidedignas do IBGE e da ONU. Existem afirmativas também sobre óculos, que grande maioria não aceita. A certeza disso pode e deve absolver a minha extrema teimosia.

 

PRESSÃO PROFISSIONAL

Eu jamais usaria esse aparelho auditivo analógico 


Vivia brigando em defesa de não ser surdo porque guardava segredos no inconsciente, o poderoso que há dentro do ser humano. E para qual objetivo iria assumir a deficiência? Primeiramente, não havia uma legislação que protegesse o excepcional. Tentava não ser um deles. Em segundo lugar, havia, sim, motivos claros que obrigavam a então Companhia Vale do Rio Doce a demitir ou rejeitar  o chamado “incapaz”. Se fosse exonerado àquela altura deixaria dois filhos e uma companheira sem proteção financeira. Para se ter uma ideia mais clara, a então CVRD, empresa estatal, mencionava em todos os seus editais de recrutamento de pessoal a idade máxima para contratação, 50 anos. Confiram os velhos e veros amigos.

Em terceiro lugar, repetindo a assertiva do historiador, da época de meu nascimento (década de 1940) até quase hoje, o surdo era também achincalhado, maltratado, discriminado. Feliz, pensava eu,  quem não tinha o apelido de  "Teiú"  ou “Tiú”, aos gritos, nas ruas, até quando desfilava com namorada.

Finalmente, não existia o termo Bullying para proteger-me, sequer há hoje, a não ser que  todo  animal do gênero de répteis,  Tupinambis, da família Teiidae, são moucos.

Só para fechar, agradeço dois comentaristas de meu livro, que afirmaram não ter sido eu um vitimista. Grato também. E continuo à disposição do mundo para todo e qualquer debate.

 

José Sana

08/12/2025

Imagens:

 

PS  1. Se me perguntam (e muitos já o fizeram tal questionamento) por que não expliquei tal crônica no livro, tenho várias respostas: não queria estender o caso de um “apelido” e imaginei que pudesse ajudar-me a vender o livro, o que pode estar ocorrendo agora.

 

PS 2.Sobre a verdade dos fatos citados, podem consultar os links que desejarem, mais resumidamente o seguinte:

(https://clinicaaudiogroup.com.br/a-historia-dos-aparelhos-auditivos-como-eles-evoluiram-desde-os-primeiros-dispositivos-ate-os-modernos-aparelhos-atuais/)


quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

ITABIRA JÁ TEM FUTURO: PAPAI NOEL É A INSPIRAÇÃO

 

Prefeito Marcolage acompanhou de perto sua "obra-prima" (foto PMI)


A escolha ainda não foi oficializada, mas  é do prefeito Marcolage a ideia (foto de perfil, visitando sua “obra-prima") inspiração extraída das Altas e Baixas Idades Médias

 

Foi no dia 28 de novembro (sexta-feira) que, em discurso inflamado, a exemplo de todas as suas falas que o atual prefeito de Itabira, Marcolage, de posse de um microfone poderoso, ligado diretamente em sua mais suntuosa realização, pronunciou as seguintes palavras, agora gravadas para a eternidade: “Isso (os enfeites da praça) vale (m) mais que uma grande indústria para Itabira”. E, pelo que consta, somente o independente Diário de Itabira teve a coragem de publicar.

Ousadia, ou audácia porque Itabira teve 42 prefeitos, praticamente todos trabalharam anos a fio para encontrar a vocação econômica itabirana. somente a cabeça de gênio do executivo itabirano, de repente, finalmente, no apagar das luzes (a Vale está indo embora) Lage encontra no Artesanato, presente como meio de vida feudal nas Alta e Baixa Idade Média, a solução econômica para o município emancipado em 7 de outubro de 1833. A frase do politiqueiro de Ipoema  redundou em comentários internacionais que ainda vamos transcrever.

DESCULPAS AOS ARTESÃOS

Zé do Burro & Vice-Versa pedem desculpas em nome das redondezas periféricas e centrais e explicam que não há menosprezo à atividade praticada por nobres artistas. Conhecem muitos e sabem da capacidade de cada um.

Pelo contrário, apesar de ter sido o feudalismo superado pela Revolução Industrial, no século XIX, o regime artesanal continuou como notável e permanece vivo principalmente em Itabira. No Vale do Jequitinhonha, onde DeFato fez grandes reportagens, antes e depois do ano 2000, visitamos cidades incríveis, e nunca negamos divulgar as riquezas do Norte e Nordeste de Minas Gerais. 

Temos testemunhas valiosas, como Afra Regina Sana, que adquiriu mais de uma tonelada de objetos na região de Capelinha, Carbonita, Minas Novas e Veredinha. Chegamos a transportar várias peças artísticas para atender encomendas de amigos.

Haverá teatro na Praça Acrísio, mas a figura principal ainda não nasceu (foto DeFatoonline)


Zé do Burro & Vice-Versa

Em 04/12/2025

Imagens: redes sociais e Prefeitura de Itabira


P.S.: O garimpo da Vale rende hoje, somente para a Prefeitura de Itabira, cerca de R$ 1,2 bilhão anualmente. Com a mudança de atividade econômica anunciada pelo chefe maior da cidade, o município inteiro itabirano deverá fazer circular cerca de R$ 200,00 (uma merreca que pode ser simbolizada na fugidia  nota que ninguém vê). Há quem se atreve a propor internação em manicômio para o imperador atual de Aliança.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

NATAL. QUE NATAL?


Ninguém quis comentar: nem Burro do Zé, nem Bom ou Mau Cabrito, nem Pedro Rapadura, nem Pé de Pato, sobrou para este aqui como ghost writer

 

Foi a maior notícia, a mais alvissareira do século 21, diria que de todos os séculos. Ia eu passando, montado no Burro do Zé, na Praça Redondíssima, bem à noitinha quando ouvi pipocar de pipocas mesmo. Um vereador, muito tem entendido do assunto, foi líder de proibição de fogos — Bernardo Rosa — e assim o silêncio reinou nos ares itabiranos.

 Aconteceu. O prefeito MarcoLage, muito entusiasmado, refém do voto, fez várias revelações importantíssimas com destaque para três delas: que a primeira ou última dama (como explica  o ex-assessor MMP) é recomendada para ser vista com bons olhos pelo excelentíssimo dono do poder; que o Natal, depois de significar apenas ocasião de comer leitoa assada e perus do pescoço pelado (não se sabe ainda porque não matam cabritos e gambás), não é mais, definitivamente, nascimento de Jesus, nosso Rei dos Reis; finalmente, a maior bomba: que está  resolvida a questão do futuro de Itabira, sem discussão, sem bla-bla-blá e sem lero-lero.

 CAPRICHO COM  A DAMA  MASTER

Pronto. Tudo decidido. Prestar a atenção na dama máxima tem sentido. É a súplica do chefe do executivo, embora muito tardiamente.  Ela é uma grande e anormal candidata a deputada, feroz, artista, consegue transformar água em vinho e talvez por isso tenha desviado a atenção do nascimento de Jesus Cristo. E somado ao caso de fazer as pessoas prestarem a atenção no seu empenho, vale lembrar que tentou criar em Itabira uma magistral fábrica de fraldas. Se não deu certo, a culpa deve ter sido do Pé de Pato.

SIGNIFICADO DO NATAL

 A Praça Dr. Acrísio de Alvarenga significa que, realmente, o cristianismo é extinto na cabeça de sua excelência o chefão, todos conhecem seu notável ateísmo. Animado, dançando uma espécie de "chá-chá-chá", da Era Chacrinha, atualizado, ele, finalmente, fez um  elogio magistral a artistas itabiranos, o que não ocorria desde o século passado, quando o Vila Nova tinha sido campeão amador itabirano pela última vez. 

AGORA, O FUTURO

 Desde o período em que embarcava em Itabira e dela desembarcava o grande personagem da mineração de nome Percival Farquhar, depois Getúlio Vargas, as figuras que mais apareceram na história itabirana, viviam preocupados com o futuro da cidade. Já tivemos discussões com vários prefeitos — Virgílio Gazire, Olímpio Guerra, Jackson Tavares, José Maurício Silva, João Izael Querino Coelho, Ronaldo Magalhães — e vários nomes e, apareceu um tal de MAL.  Depois que MarcoLage enfiou o pé no bumbum da Unifei ele se redime e faz o seguinte: descobre que o artesanato é a solução para Itabira voltar a brilhar. Sou mesmo um Burro, conforme diz meu nome.

 A FRASE MÁGICA 

“Isso (apontando para o grande trabalho dos artesãos itabiranos) vale mais que uma grande indústria para Itabira”. É bom repetir, por ser notório e histórico: "Isso  vale mais que uma grande indústria para Itabira”. Muita gente bateu palmas de contentamento porque quem não acha o artesanato um trabalho manual caprichado e com destaque na inteligência humana está mais por fora que joelho de escoteiro.

 MarcoLage esclareceu, por meio do sentido de suas palavras, que se a Usiminas, ou a Arcelor Mittal, ou uma montadora de veículos, ou  a Unifei, com o  projeto de Renato Aquino, que fazia como há em Sophia Antipolis, na França, o maior Parque Tecnológico do Mundo, opinaria a favor do  Natal todo dia, todo mês, todo ano, com Papai Noel e sem Jesus Cristo, no lugar do Artesanato. Perguntem a um artesão, ou artesã, que ninguém abomina um empreendimento de grande porte, embora todos amem o trabalho artístico manual.

Agora a sentença: quem  estava juntando as trouxas para ir embora de Itabira, desista, há o milagre chamado MarcoLage nos assediando e dando força para nosso faturamento de R$ 5 bilhões, não por um mandato, mas para um ano no orçamento, ser real e não imaginário. Então, palmas repetidas para o grande nome da história itabirana, mentecapto que carrega as iniciais mágicas e proféticas: MAL.



José Sana (ghost writer de Zé do Burro).

Imagens: N.S.

02/12/2025

 


domingo, 16 de novembro de 2025

GUIA PRÁTICO PARA QUEM DESEJA VISITAR ITABIRA

 


Vamos estabelecer por tópicos as orientações de visitas a Itabira, cidade situada a 100 quilômetros de Belo Horizonte; a 140 de Guanhães; 75 de Ferros; 25 de João Monlevade; 35 de São Gonçalo do Rio Abaixo; 38 de Bom Jesus do Amparo; 25 de Santa Maria de Itabira; prestes a ser denominada cidade fantasma daqui a poucos anos...


Art. 1º — Você precisa mesmo ir a Itabira? Estude a possibilidade de resolver seu problema por telefone, redes sociais, ou mandar algum mensageiro ou capataz. 


Art. 2º — Depois de estudar todas as possibilidades e não encontrar saída, vá, mas leia este guia com a devida atenção e aplique seriamente suas orientações.

§ 1.º — Veja os mapas que estão à disposição no Google.


MEIO DE TRANSPORTE


Art. 3 º — Você vai de ônibus, Uber, táxi, carona, carro particular ou o quê?

§ 1.º —Se for dirigir, pegue um mapa do trânsito do Oriente Médio e veja como funciona lá a ordem das preferências e trombadas. Se houver algum acidente, nem olhe ao lado ou para trás, siga em frente. O único risco que sofre é o de não morrer.

    § 2.º — Se for “horário de pico”, estacione seu seu carro num terreno baldio qualquer, ou praça abandonada (são mais de 90), fora da periferia e espere o tempo passar.

Inciso I — Cuidado para não ser multado. Melhor é voltar para a cidade mais próxima caso a barra esteja pesada.

Inciso II — Você terá que passar por buracos e quebra-molas numa média de cinco em cada dez metros. Tenha cuidado, então, para não ter que levar seu veículo para o ferro-velho no mesmo dia em que chegar a Itabira.

Inciso III — Se você estiver procurando algum endereço de amigo, parente, ou negociante, cuidado para não ser em vias como Daniel Jardim de Grisolia (temos duas, uma avenida no centro e uma rua no Bairro Hamilton); Itabira tem um bairro chamado Areão, que se confunde com Major Lage de Cima e Giannete; tem o Caminho Novo, nome que se mistura com Cônego Guilhermino e Major Lage de Baixo, além de Panorama; tem a popular Vila Amélia que, na verdade, é Bairro de Fátima;  tem o Madre Maria de Jesus entranhado no Clóvis Alvim I e II; tem o Amazonas e Novo Amazonas que, oficialmente, é denominado Bairro JK; tem ruas de nomes repetidos que nem o pessoal dos Correios conseguem explicar.

§ 3.º —  Se não tem carro à  sua disposição é melhor, mas cuidado para não ser atropelado.

Inciso I — Em caso de atropelamento vão chamar o Samu. Antes mesmo de pensar em morrer, não atravesse as vias fora das faixas, mas, olhe, faltam muitas faixas, você vale somente um centavo se estiver mal vestido.


O QUE VOCÊ FAZ NESTA CIDADE?


Art. 4  º — Você será bem recebido caso vá a  Itabira por motivo de doença, mas que tenha um plano de saúde muito bom. Dependente do SUS, é melhor passar numa das igrejas da cidade (católica ou evangélica), ou num centro espírita e fazer as devidas orações ou pedidos a Deus para não morrer desta vez.

§ 1 º —  Andando a pé nas ruas, cuidado com buracos, todos os passeios estão degradados (pintaram escadarias mas as crateras persistem), fios de tudo quanto existem cortados, arrebentados nas ruas, becos, avenidas e praças.


Art. 5  º — Se sua estadia em Itabira for a passeio, tome cuidado porque não há pernas que suportam os morros.


SUSTO AQUI TEM AVISO PRÉVIO


Art. 6 º —  Você verá um trânsito maluco, mas nele alguns motoristas respeitam o pedestre. Mas, cuidado, só atravesse as vias nas faixas senão você pode parar ou no Pronto-Socorro, ou no Cemitério da Paz.


Art. 7 º —  Você encontrará centenas de plaquetas dependuradas em postes com a seguinte escrita “Rota de Fuga” e pode assustar-se. De antemão, está avisado que não se trata do famoso filme de ação, de 2013, com Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Só um pouquinho pior: mesmo para os cadeirantes, as crianças, os velhos, os doentes, as mulheres grávidas, todos, afinal, terão que correr, pegar no pé sem olhar para trás, pois pode estar vindo mais uma barragem rompida. É sério, podem ser um ensaios sobre o apocalipse de São João, ou as centúrias de Nostradamus.  Itabira, depois de MAL na PMI é o maior espanta turista do mundo.

§ 1 º — Procure se informar se vai acontecer algo no dia de sua estadia, até mesmo um ensaio no qual as buzinas assustam  lesmas escondidas debaixo de pedras.


Art. 8 º —  O susto de ver centenas de praças não lhe faz mal, apenas lhe deixa impressionado. Verá praças reconstruídas recentemente, algumas belas e um punhado abandonadas e não se sabe o porquê. Por exemplo, na Vila Paciência tem uma, e perto das barragens do Bairro Bela vista existem outras, além de na cidade toda.

§ 1 º — O fato, já que o visitante observa mais que o morador, assusta pela escolha de prioridade da administração municipal, que “preparou” o futuro de Itabira  com lugares para o povo ir, vir, sentar-se etc. e coçar saco. A maioria sem dinheiro, porque a Vale anunciou que vai embora para outras plagas, ou já foi para o Norte do Brasil.


SOMOS DA TERRA DOS PAPAGAIOS


Art. 9 º — “Itabira só terá água daqui a três, quatro anos” , diz com calma e sorrindo sua autoridade máxima, o (im) prefeito. Estão tentando captar o “precioso líquido” (desculpe o clichê) do outro lado da bacia do Rio Santo Antônio, precisamente no Tanque.

§ 1 º — Já são vistos funcionários terceirizados da Vale, de uniforme novo, com uma placa forte nas costas assim descrita: “Rio Tanque”. Muito chique, impressiona, bate com o marketing do “governo” da terra, mas o pessoal está ganhando tempo, como no futebol, "fazendo cera". A captação de água no Rio Tanque só sai daqui a um milhão de anos.

§ 2 º — Dizem que papagaio vive sem água. Então, somos o recôndito dos papagaios e damos provas de resistência física. Nossas barrigas talvez sejam depósitos de tijolos, pouca água nele e muita terra vermelha ou itabirito chamado rejeito.

§ 3 º —  Se você for e ficar no Bairro Gabiroba, traga baldes ou tambores de água para matar a vontade, mas nunca tomar banho. Quem vem do Nordeste não conhece essa seca tramada pelos administradores. Cuidado quando ver água em diversas torneiras, repare a cor e leve de lembrança pelo menos uma garrafa (se encontrar) como "souvenir" de um agradável turismo acidental.


RATOS A PREÇO DE LIQUIDAÇÃO


Art. 10 — Com ratos não ligue para liquidação, mas para a fartura. Itabira tem, hoje, segundo levantamento sério, 56 ratos por habitante. Dá um total aproximado de 632.800 ratos totais. Muito acima do normal, no Brasil, onde perambulam 5 ratos por habitante, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

§ 1 º — Caso você queira ver algum rato ao vivo e a cores precisa ir à Estação Rodoviária Genaro Mafra, com certeza por volta de 21 horas em diante. 

§ 2 º —O panorama de ratos que desfilam na Estação Rodoviária Genaro Mafra é apenas um prognóstico de que, sem execução de projetos definidos e sem conversa de lero-lero Itabira será ou não uma cidade fantasma. Visitante, acorde, hoje a Vale distribui na cidade cerca de R$ 5 bilhões por ano e estes números cairão para praticamente zero.


O LIXO AQUI SE CHAMA LUXO


Art. 11 — Em Itabira o lixo é luxo. Parte da população separa o lixo, por exemplo, o orgânico do reciclável, mas o complemento da separação é feito somente em parte, no Bairro Bela Vista. Há mais de 25 anos Itabira deveria ter a Central de Resíduos, determinada a ser construída pela Vale S.A. pela LOC, mas até hoje só se fala nisso em discurso político. Conclusão: 90% do lixo itabirano é misturado em um só local, que deveria ter o Aterro Sanitário que, há muito tempo, tornou-se Lixão. A Itaurb era uma empresa que coletava e tratava o lixo. Venceu prêmios nacionais e internacionais. Hoje está quebradinha da silva. No passado recente (há cerca de cinco anos), o lixo de Itabira era coletado separadamente (reciclável do orgânico). Há pouco, o representante do povo, o prefeito, declarou abertamente que “a Itaurb está triturada”. Confirmado: está quebrada, graças a quem? Quem está mexendo lá há quase cinco anos? Eu, não!

§ 1 º — Cuidado, você encontrará milhares de toneladas de lixo nas ruas, avenidas, praças, becos e passeios, e pode tropeçar em estercos humanos e de cães abandonados. 

§ 2  º — Em consequência do lixo, a cidade está repleta de  Aedes Aegypti, que também transmite Zika, Chikungunya e Febre Amarela urbana e rural. Em Itabira o Culex Quinquefasciatus (popularmente conhecido no Brasil como pernilongo) é derivado do grande volume de lixo produzido na cidade, mais de um milhão de toneladas por pouco tempo. E o povo ainda ri.

§ 3 º — A cidade está, neste momento, muito agitada nos horários de pico. O motivo é que a Vale S.A. está preparando sua retirada completa, limpando as gavetas, já com data marcada (informa que será em 2041, mas, na verdade, o tempo está sendo antecipado porque saída demanda muitos detalhes). 

         § 4 º — BARULHO: merece destaque especial a barulhada durante o dia e a noite. Itabira é uma das cidades mais barulhentas do mundo. Esteja você onde estiver, num horário qualquer, a sua cabeça haverá de zoar e você se tornará um candidato a doido de pedra. Não pode conversar com ninguém na cidade, só fechando as janelas e portas. E não adianta reclamar, há famílias frequentando a Justiça e voltando até sem informações. O barulho segue a rota da POEIRA, esta faz tempo e o itabirano já tem filtros implantados no aparelho respiratório para se proteger. Mas, e você que vem de fora? Está fora!

        § 5 º — Conclusão: vivemos ainda as 'vacas gordas' e nosso lixo continua sendo luxo.


Com o devido esclarecimento de que há mais problemas nesta citada cidade, este guia será distribuído gratuitamente na região e espera ter contribuído com o bem-estar geral, desejando-lhe breve retorno à sua casa em boa viagem.


Região Centro-Leste, novembro de 2025.

Autor: Joaquim Pé de Pato

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

"NÃO VOTE EM CANDIDATOS POPULISTAS"



Na semana passada tentamos esclarecer para o eleitorado mais simples o que é populismo. Agora iniciamos uma campanha a que pedimos atenção a este detalhe: todo populismo agride a lei natural em que vivemos

O QUE É POPULISMO?

Fora do tempo. Discriminado pela natureza. Com a marca do desatualizado e abusivo da democracia.  Tudo isso expresso numa compreensão do termo e especificamente assim definido por leis científicas:

“Populismo é uma trapaça política  que se baseia na divisão da sociedade entre um ‘povo virtuoso’ e uma ‘elite corrupta’. O líder populista se apresenta como porta-voz exclusivo e carismático do povo, prometendo soluções simples para problemas complexos e contornando instituições democráticas."

Nada mais a acrescentar, senão convocar o eleitor itabirano e da região  a encontrar o maior inimigo que bate às portas das eleições de 2026 e 2028, para Presidente da República, Governador do Estado, Senador da República, Deputado Federal, Deputado Estadual (2026) e Prefeito, Vereador (2028).

EXEMPLOS DO 'DANADO'

Não pode ver um microfone e toma-o imediatamente; enxerga à frente um monte de cupim e nele sobe para falar; vai às igrejas e convence o padre ou o pastor a lhe passar a palavra; escuta a palavra de um crítico, imediatamente o interrompe, sobe numa cadeira; fala bem de si próprio para um público ou pelo telefone — pode abrir os  olhos: esse sujeito é um oportunista de mão cheia e procura agradar por mentiras, só palavras, o tagarela, este o 'danado' ladrão de votos e ideias.

 Quem  entendeu a proposta e quer ver Itabira progressista, com o futuro assegurado,  lance esta frase em seus veículos, paredes, portas, portões, motos, bicicletas e todo visual permitido:

 

  "NÃO VOTE EM CANDIDATOS POPULISTAS"


José Sana

Em 16/10/2025

Imagem: redes sociais

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

POPULISMO: O QUE É E PARA QUE PRESTA?

 



O ambientalista e também oportunista agarrou com unhas e dentes a carne gorda que não parecia ter ossos e ainda deixou sua guia alardeando por aí suas “virtudes” inenarráveis

Eu sou quase um vagabundo. Pense bem: quase. A palavra é um advérbio de intensidade, que pode modificar um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Aposentado, jornalista meia boca, historiador meia boca, professor de letras meia boca, ambientalista meia boca  e por aí vai. Complementando, no momento, escritor meia boca. Se tudo vale um centavo, não sei

Andando por aí, baixei na Praça Dr. Acrísio de Alvarenga, também conhecida como Praça Redonda, a maior obra do governo municipal atual. Lá, ouvi umas palavras como democracia, populismo e política. Parei. Como sou surdo recuperado meio a meio, liguei o gravador e foram mais de três horas de seguidos debates. Chamaram-me a participar, pedi desculpas e me aproximei, mas me aquiesci. Eram catedráticos que discutiam. E eu não sou dessa estirpe. Fiquei somente no faz de conta que escuto.

 

O QUE É POPULISMO?

 

“Populismo é uma trapaça política  que se baseia na divisão da sociedade entre um ‘povo virtuoso’ e uma ‘elite corrupta’. O líder populista se apresenta como porta-voz exclusivo e carismático do povo, prometendo soluções simples para problemas complexos e contornando instituições democráticas.”

 

Entendi que falavam de Itabira. Quase cinco anos dando aulas de populismo. Aulas práticas. Eles somente distribuíam uma espécie de diretas aos acontecimentos. Por exemplo, alardearam no meio daquela redonda praça que vivemos a prática. Mais diretas não há.

 

É UMA IDEOLOGIA?

 

Não. Nada de doutrina fixa, podendo se manifestar na direita ou na esquerda. O que o define é a retórica e a forma de agir, não o conteúdo ideológico.

 

É UM AMBIENTALISTA?

 

Sim.  Enxerga o lançamento de campanhas antes dos acontecimentos e nada faz. Quando chega ao conhecimento dos donos do poder, o feito já foi feito, estragado. Explica-se assim: “As verbas foram entregues, vocês é que se virem; se o dinheiro faltar, complete você, seu capataz de calhorda!”

 

TÊM CONSEQUÊNCIAS?

 

“O fim de um ciclo populista pode ter diferentes desfechos, frequentemente marcados por crises:  colapso econômico, colapso político, enfraquecimento das instituições democráticas, queda do líder e o pior que pode ocorrer na área social, uma espécie de erosão social e democrática. Polarização social é a divisão constante da sociedade entre "nós" e "eles" que gera intolerância e desconfiança entre os cidadãos, corroendo o tecido social, refletindo a má gestão econômica.”

 

POVO IGNORANTE?

 

“O populismo caminha lado a lado com a ignorância do povo, não é o retrato dessa falta de entendimento mas explora as insatisfações populares.” — diz uma simpática professora de Literatura.

 

“Explorar não é propriamente criar dependência, mas se baseia nela e faz com que ela se amplie” acrescenta um sindicalista sem muitos rodeios, que ainda diz: que o  falatório desmesurado, a incontida contradição em atos e fatos, o ataque aos adversários, o fechar de olhos aos ‘contras’ que poderiam ajudar e, pior, o embarque num passeio por mentiras.

 

Sim, notadamente, o mentiroso se apresenta forçosamente na hora da justificativa dos discursos populistas. Ele fica de olho no microfone, como se fosse de sua exclusiva propriedade, seu amante, ou seu vigia para aparecer. E quem garante isso não está na praça, mas, como não tem papa na língua, sai por aí como vaca zonza.

 

Itabira e região mostram, às vezes, traços dessa situação. Além dela, o próprio julgamento. O contrário do chamado ‘juízo final’, isto é, o réu se torna juiz e avalia a sua presença na administração como extremamente “positiva.”.  Exemplo: ‘Agradecer a Deus pelo meu sucesso. Quanta coragem para sair de uma cadeira de candidato ao inferno diretamente ao céu, sem passar nem pelo purgatório.

 

Por hoje é só. Vamos voltar ao assunto. Queremos isto: ajudar aos nossos administradores porque senão nós seremos os perdedores. É bom dizer apenas que o populismo não presta para nada, ou prestou para uma coisa, um prefeito construir uma praça bonita para reunir pessoas inteligentes, advogados, professores, profissionais da medicina e até juízes de direito para dar-nos bons exemplos.

 

Salve, então, a Praça Doutor Acrísio de Alvarenga!

 

Zé do Burro, Burro do Zé e Cabrito

15/10/2025

Imagem: redes sociais e animais

 

 

PS: Aguarde a seleção de frases ditas pelo maior populista que assombra Itabira desde quando ele se viu desempregado, quebrou um clube, recuperado por um santo; fez as lâmpadas da Cemig piscarem sem parar e tontear a cidade. Assinou em baixo de seu nome o que foi denominado na empresa de iluminação: Lero-Lero.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

SUPER CLASSIFICADOS DO CABRITO

 


MENTIROSO

 

Prefeito de uma Cidade Qualquer procura rapaz novo ou moça bonita para trabalhar na porta do gabinete do prefeito. A ideia é retirar a carga do atual mandatário que anda com serviço redobrado depois que a prefeitura mergulhou-se, depois de quase dois séculos de existência, eminentemente quebrada. Tr. c/ o próprio chefe do executivo em sua casa em dia que não  falta água.

 

PERNILONGOS

Procura-se na Itasuja equipe para queimar lixo nas ruas e espanto de pernilongos. A Cidade Qualquer está sendo enfeitada pelo culex de norte a sul e de leste a oeste. Tr. no maior manancial de insetos próximo ao bairro Péssima Vista, lagoa da mineradora.

 

ACOMPANHANTE

Me chamo Lucrécia. Sou uma mulher séria, carente, bonita e quero me casar. Procuro homem com mais de 70 anos com sérios problemas de saúde e que seja rico e tenha fazenda. Tr. aqui mesmo na redação do Cabrito sempre nas madrugadas.

 

IMÓVEIS

 

Venha morar no Bairro Novo, ao lado dos melhores botecos copos sujos da Cidade Qualquer, onde as mulheres só querem saber que você tem muito dinheiro. Trata-se de um condomínio com segurança máxima e dois pitbull bravos. Tr. c/ Zé Égua, criador de mula de carregar drogas, no local, só procurar informações no Berra Lobo.

 

Apartamento — Vendo, à vista ou financiado, apartamentão com varandão, salão, cozinhão, privadão, quartões, boa localização num bairrão e rua grandona. Tr. com Nelson Ned.

 

DETETIVE

 

Profissional de gabarito. Sigilo absoluto, qualquer tarefa. Não me procure, eu o encontrarei como prova de eficiência.´

 

PRÓTESES

 

Troco lindo Pitbull, muito bravo, eficiente na guarda por mão ortopédica e perna mecânica. Tr. tel.38300000.

 

MÁQUINA

Vndo máquina d scrvr faltando uma tcla. Tr c/ lísio d souza. Tl. 380. 2222

 

CÃO

Procuro cão e sogra perdidos. Recompensa: pode ficar com a sogra. Ligar para Zemané. Tel. 38306767.

 

IDIOMA

Troco Pastor Alemão por qualquer vira-latas que fale Português. Tr. c/ Zuzu do Caminho Velho, rua Pra Quem Quer número 24.

 

ADOLESCENTE

 

Troco caixas de brinquedo por revistas pornográficas. Sigilo. Tr. jornal “Devezenquandário de Cabritolândia, perto da Cidade Qualquer.

 

 

PRESERVATIVOS

 

Troco caixas de camisinhas vagabundas por roupas de bebê. Tr. sigilosamente longe de minha casa. Moro na única casa que não tem água, ao lado da casa do Prefeito.

 

AGUACEIRO

 

Falta água em abundância na Cidade Qualquer, segundo o grande mandatário, o pior da história. Sou puxador de “gatos” de um para outro bairro. Atendo e cobro apenas a taxa normal. Moro na Zona Sul. Atendo em todas as zonas, inclusive a boêmia.

 

NAMORADA

 Preciso de namorada com automóvel. As interessadas devem mandar fotografias... do automóvel para bomcabrito@cabritonet.com.br.

 

Texto: Burro do Zé

Imagem: Zé do Burro

Data: 2 de outubro de 2025



quarta-feira, 24 de setembro de 2025

QUEM NÃO TEM MEDO DE LUIZ CARLOS LEVANTE A MÃO


Vereador, que tenta ser útil à sociedade, é perseguido até por denúncias anônimas. De Ipoema ainda existe  gente da boa safra. Denuncismo não é solução, mas na lama nada se constrói

“Ninguém garante que a história se repete. A ideia é uma afirmação filosófica, popularizada por Karl Marx e baseada em  Hegel, que sugere padrões e repetições de eventos e tendências no tempo” — fato reiteradamente citado, sempre entre aspas, evidentemente porque a voz geral diz que quem governa esse  pensamento é a coincidência.

 Talvez por Itabira ser um caso à parte, diria uma cidade sui generis, possa haver uma aproximada repetição, vinda do caipirismo itabirano, termo muito repetido por pelo menos quatro delegados de polícia que transitaram na terra de Drummond. Ser sempre o avesso de tudo tornou-se comum na Serra Sem Cauê (SSC).

 Por exemplo, a atual administração, repetida numa reeleição inacreditável, mostra que a “gestão” atual é totalmente negativa da realidade. Um Zé da Roça, que transitava pelo espaço da Estação Rodoviária Genaro Mafra, chegou a dizer que a melhor atração itabirana “é ônibus de hora em hora para Belo Horizonte”.

 

HÁ 24 ANOS

 

Em 5 de setembro de 2001 ocorreu um fato estupidamente incrível em Itabira. A Polícia Militar mobilizou-se totalmente com ordens diretas partidas do tenente-coronel Levimar de Almeida, comandante do 26.º BPM, cercando todas as entradas do bairro Amazonas, com 42 policiais militares e uma promotora de Justiça.

 

A história todo mundo sabe: foi provado que os militares se juntaram  para autuar o jornalista e radialista como “traficante de drogas”. As drogas — maconha, crack, cocaína e outros entorpecentes — foram 'plantadas' dentro da casa do radialista, crítico feroz das ações policiais injustas, em uma operação chamada “javanesa”.

 

O fato foi esclarecido, mas muito tempo depois que José Geraldo Rodrigues, seu nome próprio, fora detido durante 45 dias pela polícia. Em contrapartida, Zé Geraldo do Espinhaço (seu nome  no seu jornal e em programa de rádio), processou a PM, ou o Estado, venceu em todas as instâncias da Justiça, mesmo que até o momento ainda não tenha recebido os valores correspondentes às ações imputadas. O maior desastre que se tem na região como um super escândalo e “barraco policial”

 HÁ TRÊS DIAS

 Em 22 de setembro de 2025,  em ação de  execução de mandado de busca e apreensão, a Polícia Militar adentrou o gabinete do vereador José Carlos de Souza, que faz oposição ao governo municipal, vasculhou todos os cômodos e seu veículo, e de sua secretária, Maria Luiza, à procura de armas de fogo que estariam em poder do parlamentar. Resultado fatídico para o denunciante “desconhecido”, que todos sabem quem é, mas que, por lei, mantém-se no anonimato.

 A repetição se consumou de alguma forma, faltou que a “neojavanesa” pudesse ter  algum revólver ou garrucha. “O bobo do denunciante já sabia, então, que tudo terminaria em nada, só quis fazer barulho” — comentou um jornalista que acompanhava, de longe, os a tentativa de apuração dos fatos. Outro jornalista comentou: “Não encontraram nem um traque”. Virou piada e agora, quem sabe, Luiz Carlos venha a propor outra investigação, que poderia ser transformada em processo por danos morais.

 ITABIRA NÃO APRENDE

 Em atendimento a um pedido de N.S. o vereador ipoemense-itabirano enviou uma cópia do Boletim de Ocorrência emitido pela Polícia Militar. Diz textualmente a conclusão da PM que “nada de ilícito foi encontrado”.

 Quem quer que seja chegará, inevitavelmente, a uma conclusão: “A irresponsabilidade do meio político é, incrivelmente, estampada. Nenhum cidadão de caráter e personalidade firmes faria tão leviana acusação. Resta outra conclusão: Itabira não merece ser assim representada. Há assuntos a serem cuidados, como o futuro ameaçado,  mas o que interessa mesmo dificilmente é lembrado. Quase cinco anos de mandato e a atual conjuntura só tem blá-blá-blá. 

As melhores lições para a vida são registradas em exemplos. Itabira transborda de casos e causos absurdos. Há outros a citar, mas há grande parte que se aprende nunca se aplica.  A pergunta que gira em torno de quem persegue um vereador na busca da verdade não existe mais. A resposta, sim, muitos sabem e sopram o nome do político da fake news.

 Outro questionamento que deixo no ar e pode ter seu feedback aqui mesmo ou por WhatsApp: “Quem não está com medo de Luiz de Ipoema levante a mão.”

 

Burro do Zé

24/09/2025

Fotos: redes animais

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

HORA DE DEPUTAR VEM AÍ

 


 Estamos tentando imaginar como será a estratégia de candidatos nas  próximas eleições, para deputado estadual e federal, anunciando uma “cidade fantasma”

Antes de mais nada, quero deixar bem claro, claríssimo, que retiro das referências deste texto, que vou agora rabiscar,  vários nomes de marqueteiros que admiro o trabalho e a profissão deles. Não vou citar nomes, são amigos do peito e praticam o marketing necessário, que interessa ao povo e à verdade.

Quando foi criada a expressão “marketing”,  na sequência da Revolução Industrial (séculos 18 e 19), era justo e necessário contar com o  instrumento. A  interpretação dos fatos movia-se por  uma visão negativa, no mundo,  difundida a ideia da substituição do homem por máquinas. A explicação real  precisou ser difundida para que houvesse paz no seio da informação.

Como obra do marketing,  apareceu o filme de Charles Chaplin — “Tempos Modernos” — que critica a alienação da sociedade diante da transformação do homem em complemento industrial. Daí quero apenas dizer que o marketing não se constitui apenas uma arma de direita, mas também da esquerda e valeu a intervenção de Carlitos.

É preciso mostrar a face intocável do marketing, com  sua sujeira, que não deveria progredir mais, a não ser que  siga a  verdade e o respeito diante de tudo o que já foi falado, visto, analisado. O marketing mentiroso deturpa criminosamente a  realidade a ponto de o desinformado  já perceber  o sentido da expressão “cara de pau”.

“Em excesso, a sinceridade e a verdade podem ofender e magoar o outro”. Li a frase em algum lugar por aí. Com o óbvio sendo contestado, além de chamar de babaca o cidadão,  mensagens que maquiam a trapaça podem atrasar o mundo, deveria tornar-se crime inafiançável  a  invasão de propriedade como se fosse bandido que carrega  pena perpétua.

Imagino, por exemplo, um quadro assim,  do qual sou testemunha: em certo dia  cheguei a uma cidade do Vale do Rio Doce. Atraíam a imprensa protestos relativos  à construção de barragens. Fui ver de que se travava a zoeira.

O tema  que me chamou a atenção tinha o nome de cobertor: uma kombi lotada  deles  ensurdecia a cidade, anunciando, em alto-falante, promoção  a preços de banana.  A cidade, premiada com os gritos estridentes do locutor persistente e que era simplesmente  Conselheiro Pena, situada às margens do Rio Doce. De janeiro a dezembro, a região vive um insuportável  “calorão do cão” , inventado e benzido por Fernando Silva, colunista da DeFato. O inverno é palavra desconhecida na cidade até por cães vadios que se amontoam em passeios e portas de açougues.

Depois de inquietantes tentativas durante 36 dias, incluindo domingos e feriados, o camelô  conseguiu uma marca em que ninguém acreditou: faturou, à vista, um cobertor chamado “três semanas”, daqueles que fazem o dorminhoco “pedalar” a noite toda. Ele quis saber de  qual região  veio o consumidor, a resposta saiu seca e firme:  “Maria da Fé,  no Sul de Minas Gerais, onde ambulante de sorvete e picolé  passa fome”.

Curioso, apurei que o batalhador do gelo resolveu deslocar-se para a cidade sulina e lá vendeu até a kombi e comprou um caminhão. Entupiu-o de edredons, mantas e cobertores e vendeu como sequer imaginava. Ficou rico.

Como os ricos não se contentam com o que ganham, com medo de perder a fortuna, resolveu contratar um marqueteiro que criou a seguinte imagem: “Vendi cobertores em Conselheiro Pena, por isso sou o maioral”. Era mesmo, passou o caminhão para a frente e montou uma indústria... de cobertores no Sul. E voltou para Conselheiro Pena com roupagem do Polo Norte.

Na antiga Itabira do Mato Dentro estamos tentando imaginar como será a estratégia de um candidato nas próximas eleições parlamentares. Minha inteligência é curta para enfrentar um desafio desse naipe, por isso não consegui ser marqueteiro na vida.

Se eu fosse aprovado no concurso de Marketing da altura de um Gilzan Guanaes, estabeleceria como tema, cabeça de propaganda, um itinerário assim desenhado:

“Alô, eleitor, resolvemos implantar uma espécie de democracia da publicidade. Então, vamos trabalhar com pesquisas. E já fizemos a nossa planilha de trabalho. Anotem e nos cobrem em 2026 o que o povo pediu:

—  Não vamos dar andamento às obras da Unifei,  paralisadas há três anos. Onde já se viu município dar dinheiro para o Governo Federal?

—  Parque  Científico e Tecnológico? O povo diz que nunca viu nem ouviu falar.

— Aeroporto? Esse vai sair mesmo, já estamos prometendo, antes do Metrô.

— Água do Rio Tanque? Pra quê? A população vai reduzir, mais da metade de Itabira vai embora e teremos água de sobra.

— Empregos? Visitem o Sine, nem filas mais temos lá.

— Metrô? Quem vai andar nessa droga se os ônibus vão ser de graça?

— Saúde para o povo? Quem morre nunca reclama.

— Central de Resíduos? Desde 2021 paralisamos a catação de lixo, misturamos a mistureba e nem os urubus reclamam.

— Ao invés de "cidade fantasma", quem sabe possa receber um nome mais simpático como: "Lixolândia " ou "Buracolândia" ou "Terra dos Pernilongos"?

—  As pesquisas apuraram  também que o itabirano é mesmo um panaca, mas isso ninguém pode falar, somente praticar.

— Seremos um governo que nunca fará promessa, somente duas: no próximo “calorão do cão”  vamos trazer o vendedor de cobertor de Conselheiro Pena, para Itabira e levar um de picolé para Maria da Fé.

— Para encerrar, vamos reformar a Fazenda Cabangu, onde passou as férias de julho a inesquecível Elke Maravilha. A realização, que até já começou e será monumental, suprirá o que cobram de mim como “grande obra”.

Os recursos — já que estamos literalmente quebrados — virão do ICMS Cultural, cópia de iniciativa de Santana do Cata Prego e com cara de “cidade fantasma”. Melhor ideia é candidato (a) não subir em mesas.

E viva o prefeito itabirano da Serra Sem Cauê, cara de pau, que sabe enrolar até pingo d’água, que não tem medo de fantasmas do além, como a Loira do Parente! Se esse capiroto aparecer e puxar o seu “cobertor de três semanas”, em altas horas da madrugada, ofereça-lhe um sorvete ou picolé ou cobertor, ou edredom!

 

Zé do Burro & Burro do Zé

19/09/O9/2025

Imagens: redes animais irracionais

P.S.: O verbo deputar existe. Então, eu quero ver e ouvir algum (a) candidato (a) conjugar o verbo na primeira  pessoa do indicativo ou no futuro do presente. E receber aplausos.