segunda-feira, 27 de outubro de 2014

RECADOS DAS URNAS

Em toda eleição geralmente o povo manda um recado para os  governantes. Salvo melhor juízo, como dizem advogados, consegui captar os seguintes sinais do povo para os políticos de modo geral:

1.    O  PAÍS  ESTÁ DIVIDIDO - Dilma não é tola. Imediatamente após sua eleição, fez o primeiro discurso conclamando à união. Todos os jornais do mundo divulgaram. Ela, que se apresentava ora de vermelho, a cor oficial, ora de branco, para sinalizar não sei o quê, foi ao palanque da festa de branco e apelar para o diálogo. Também pudera, ela e seus amigos pintaram o sete. Antes dela, Aécio Neves tocou no assunto. Há a necessidade de união mesmo. Aqueles que estão aí ainda atiçando os ânimos que ajudem porque Dilma vai pegar pesado mesmo. O empresariado está zangado com o Nordeste. Não sou eu que digo. Ouvi hoje de um grande investidor, contribuinte de impostos: "Não vou sustentar mais vagabundos".

2.    INFLAÇÃO - Dilma negou, mas o bicho já está aí. Vai se agigantando de bocarra aberta para engolir o povo. Os primeiros a serem atingidos são exatamente os pobres. E o Brasil tem mais pobres do que se imagina ou se diz.

3.    MISÉRIA - O Brasil está declaradamente miserável. A presidente disse e repetiu, batendo no peito (e não sei onde buscou esse orgulho), que elevou o número de Bolsa-Família para 56 milhões de brasileiros, ou mais de 1/4 da população. Isto é um escândalo. E muitos ainda dizem que esses saíram da linha de miséria. Além de ter entrado nessa humilhante condição, receberam uma sentença: “Fiquem quietos aí, compramos vocês, pronto, fim, obrigada!” Babacas dizem que a esquerda venceu, esquerda daqui, esquerda dali. Não passam de idiotas mesmo. Esquerda nem de rua nem de praça.

4.    JUSTIÇA - A primeira vez que as denúncias alcançam os dois chefões brasileiros, Dilma e Lula. Estão citados nominalmente como  patrocinadores da farra na Petrobras. Alguns petistas (pobres de tudo) dizem que "isto não vai dar em nada". É um costume do brasileiro desdenhar assim da Justiça. Mas vai incomodar, sim. Aguardem, porque delação premiada não é uma venda com anúncio. Novidade nesse contexto.

5.    VIOLÊNCIA - Houve outros enfrentamentos nas ruas mas um ato apenas maculou a campanha: o ataque terrorista contra a Editora Abril, que publica a revista Veja.. Morri de vergonha ao ler em jornais do mundo sobre o baixo nível da eleição brasileira. A reação ou é de todos os outros órgãos de imprensa ou quem vai perderem-se no caminho da ditadura seremos nós. Chega de decretos, portarias, medidas provisórias rumo à falta de liberdade! Cegos de olhos abertos não enxergam essa evidência estarrecedora.

6.    OPOSIÇÃO  - A sociedade parece ter-se reacordado depois de junho do ano passado, quando foi às ruas. O grande recado foi o seguinte: o voto do brasileiro teve  um sentido significativo. Observando o mapa das votações se percebem a divisão: de um lado o Nordeste e o Norte como beneficiários,  contra o resto do país, que não perdoa o governo. E quem agora incita a luta geográfica é o trapalhão Lula, o inconsequente, transvestido de incitador das velhas lutas de classes. Aécio Neves teve mais de 51 milhões de votos. E não são votos comprados como da outra parte.

7.    PROFESSORES - A culpa maior de estar mal o ensino no País é, em primeiríssimo lugar, dos professores. Tiraram-lhes toda a autoridade e os mestres não reagiram. De braços cruzados, os  "especialistas" acabaram com o ensino. Nas greves e manifestações, as reivindicações atacam sempre as melhores condições de trabalho, mas não entram num detalhe que deveria ser inevitável:  devolver ao professor o direito de mandar em sala de aula. Este seria o piso de um programa: reabilitar a força do professor e dar um jeito no Estatuto da Criança e do Adolescente, a maior enganação que já se viu neste Brasil. Depois viriam outras providências, incluindo um bom reajuste salarial, quando houver produção em sala de aula. Por enquanto, zero para todos.

8.    ESQUERDA - De há muito tempo não acredito em esquerda. Mas uns gatos pingados insistem em se vestir de Marx, Engels, Lênin, Stálin, além dos folclóricos Evo Morales, Maduro (ou Verde), Fidel e seu fiel irmão Raúl. A maioria dos intelectuais já não só deixou como também resolveu atacar o propalado Marxismo de conversa fiada que mira um alvo imaginário para uma execução sem resultado, mostrando um sonho impossível de se realizar. Vejam Fernando Gabeira, Ferreira Gulart e muitos outros ex-petistas e ex-comunistas. Infelizmente ou não, o Capitalismo, mal ou péssimo, é que funciona hoje no mundo se analisarmos que aqui não é lugar de igualdade. Lula ressuscitou a "elite branca" depois que José Alencar, capitalista e vencedor, nos deixou. E esse petista inconsequente deve estar na elite parda, imagino.Ser covarde é uma coisa. Ser direita, outra. Temos que nos alinhar no meio do campo de trabalho e ação, creio eu.

9.    VIZINHANÇA  - O Brasil não precisa puxar o saco de países ricos, como Estados Unidos, Japão, China, Inglaterra, Itália e França. Mas necessita urgentemente parar de fazer gracinhas para as nações paupérrimas da América Latina. Vice-lanterna na classificação de paralisado no crescimento (que vergonha!), esse nosso gigante surrupiado por seus governantes tem também de explicar por que tem que construir porto em Cuba e investir em fracassados países.

10.    CORRUPÇÃO - O nosso País é um grande e vergonhoso líder mundial da  corrupção. Os jornais mostram todo dia um quadro que nos faz deduzir:  todo mundo aqui parece que rouba. Quando um político cobra do outro a correção, a resposta vem em troca de tiros: "Vocês também são ladrões". E assim se encerra a polêmica. Esse jogo não agrada ao povo consciente e só o incita a fazer o mesmo ou ficar vagando de praça em praça, de esquina em esquina, xingando à revelia e sem obter nenhum resultado prático. Em conversa com um ex-presidiário, que cumpriu longa pena na cadeia, disse-me ele que o noticiário da TV causa revolta no "ladrão de galinha"  que está preso e se julga injustiçado diante do criminoso não punido, o do “colarinho branco”. Pronto. Falei o que queria. Posso estar em falta mas paro por aqui.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

BRASIL, O PAÍS DA MISÉRIA?


Um ex-professor (repito sempre que um ex de qualquer coisa sempre merece respeito), me mandou uma mensagem assim: “Você fica falando em comunismo, em ditadura. Caso  isso ocorra, os Estados Unidos viriam aqui e acabariam com a festa”. Sem saber, um outro ex-professor negou a possibilidade de os EUA intervirem no Brasil. Disse: “Aqui não tem mais pra eles”. Nota: ambos são petistas de carteirinha.

Discordo dos dois. O Brasil está sendo levado para a Ditadura Comunista em conta-gotas. E já me esclareci sobre o processo com muitos detalhes que não cabem aqui. Mas a lógica é a seguinte:

Temos 56 milhões de miseráveis — a informação vem de Dilma Roussef, candidata à reeleição de presidente do Brasil. A diferença entre o que sustento e ela diz é somente que ela pensa ter tirado 26%  ou mais de 1/4 de brasileiros da linha de pobreza, dando-lhes a famigerada Bolsa Família. Cada um dos beneficiários ganha em torno de R$ 75,00  a R$ 125,00 por mês, o que daria para comprar uma caixa de leite. Agora, pergunto: quem tem 30 litros de leite por mês é o quê? Então, penso eu que ela enfiou a cabeça desses cidadãos no buraco.

Que vergonha! Somos em torno de 200 milhões de moradores do Brasil. Sobram 144 milhões de não beneficiários do Bolsa Família. Desses, 33,9 milhões trabalham com carteira assinada e 12 milhões trabalham sem carteira assinada (IBGE atual). Quer dizer que cerca de 46 milhões trabalham. Sobram 98 milhões para ficar  à toa. O  IBGE informa que  79 milhões de pessoas ou 46,7% (índice muito baixo) compõem a  população economicamente ativa do Brasil. Em países normais são 75% trabalhando ou procurando emprego. E os 11 milhões devem ser crianças e aposentados. Mas a conta do governo está, como sempre, errada.

Quem elimina os  economicamente ativos porque nem procuram emprego e estão encostados são os beneficiários do Bolsa Família. Dia deste, assistindo a um debate de presidenciáveis, ouvi Dilma Rousseff dizer o seguinte: que as bolsas do governo de FHC eram para 5 milhões de pessoas e que a “minha bolsa” (ela disse isso mesmo) soma 56 milhões. Quase caí do sofá. Ou melhor,  dei vontade de ir até o décimo andar do meu prédio e atirar-me de lá.

O que o governo fez, a meu ver? Simplesmente engessou 26% dos brasileiros. Ou disse às 56 milhões de pessoas: “Não trabalhem!” E ainda as proibiu de exercitarem-se. Volto a dizer que somos um povo miserável. O título de PPP (País da Piada Pronta) passou a ser o melhor para nós. Agora, porém, o que me envergonha é que somos também o PM —  País da Miséria.

Alguém acha que  entre os 56 milhões de engessados, ou transformados em poste, tem algum que trabalha? É certo que sim, mas trabalha na surdina. Se forem descobertos vão para o colo do capeta, como diria um locutor esportivo que atua por aí.

Nas escolas, nas quais trabalhei durante algum tempo funciona assim: a turma da Bolsa Família  quase não vai à aula e os professores não os deixam perder frequência; talvez por falharem tanto de  aula acabam sendo os piores alunos das classes.


Sempre tive orgulho de ser brasileiro. Mas agora, infelizmente, estou com uma cara de quem comeu  angu com farinha. O que a presidente revelou, como se fosse uma vantagem do PT, me mandou para uma tristeza profunda. Não posso aceitar isto: viver no PAÍS DA MISÉRIA QUASE ABSOLUTA. Nem África, nem Haiti, nem Bolívia, ninguém nos supera mais. Viva o PT!

Mas a que quer chegar o Petismo brasileiro? Não tenho mais dúvidas. São 56 milhões na desgraça, daqui a pouco chegaremos a 100 milhões caso Dilma se mantenha presidente. Se Deus resolver fazer teste com a nossa tolerância, seremos todos mendigos, 250 milhões lá para 2025, por aí. Se ganhar a eleição agora, o governo pode anunciar o “mãos ao alto” já e  seremos súditos de reis incompetentes, donos do poder e trapalhões.

Duvidam? Votem  em Dilma Rousseff!
 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O HOMEM QUE INSPIRA A ESQUERDA FESTIVA OU CAVIAR NO BRASIL

Se você já está zangado, como muitos pseudo-intelectuais que aparecem sempre em épocas de eleições para votar no PT e em outras siglas radicais, como o PC do B, PCB, PSOL, não leia sequer estas mal traçadas linhas. Aqui você vai ficar conhecendo um ângulo da vida do seu ídolo Karl Marx (1818 — 1883), e isso vai lhe tirar o sono por algum tempo.

Evidentemente, não fui eu quem descobriu uma façanha inesquecível de Marx, depois de uma discussão que tive com um cidadão cubano-brasileiro, que visita Fidel Castro pelo menos quatro vezes ao ano em sua ilha avaliada em uma Bolívia e um Equador inteiros. Na discussão, fiz apenas uma conexão do Comunismo, de que ele é macaco de auditório de primeira fila, com o Nazismo, aquele regime que perseguiu durante dezenas de anos a raça judaica, a começar exatamente pela Alemanha, terra de Marx e, coincidentemente, a pátria de Adolph Hitler, o carrasco que ameaçou o mundo durante anos a fio.

A ligação de Marxismo com Nazismo àquela altura dos nossos debates tinha uma defesa muito  coloquial, algo assim do senso comum. Contudo, acabou chegando às minhas mãos um livro esclarecedor, do velho Marx, cujo título é “Sobre a Questão Judaica”, (título original “Zur Judenfrage”, prefácio de Daniel Bensaïd, tradutores Nélio Schneider / Wanda Caldeira Brant, Editora Boitempo, 2010, 144 p.).

Nesse livro, chamado de ensaio, Karl Marx realiza reflexões sobre as condições dos judeus alemães em meados do século XIX e estabelece propostas para a solução de suas questões concretas. Mais do que a análise de uma conjuntura específica, a obra traduz a passagem definitiva de Marx para o materialismo histórico e o Comunismo, tornando-se assim uma leitura fundamental para a apropriação de seu legado.

A obra marca, assim, um momento crucial da mudança intelectual e política de Marx, que desembocaria na sua teorização sobre a luta de classes e a revolução permanente. Nele está contida a velha ideia de que o Capitalismo, o Belzebu do Marxismo, imperou no mundo por causa dos judeus, seu preferido bode expiatório. Marx apresenta uma receita para eliminar os judeus da face da Terra em todas as esferas. “Uma organização da sociedade que abolisse os pressupostos da usura, por conseguinte, a própria possibilidade do comércio, impossibilitaria a existência do povo judeu. A sua consciência religiosa dissolver-se-ia como um vapor insípido na atmosfera real, tonificante, da sociedade”, escreveu ele. Traduzindo: vamos matar os judeus. Isso um pouco antes de surgir o malvado Nazismo.Mais do que isso, ele inspira o Holocausto.

E disse mais: “Descobrimos no Judaísmo um elemento antissocial universal do tempo presente, cujo desenvolvimento histórico, zelosamente coadjuvado nos seus aspectos perniciosos pelos judeus, atingiu agora o ponto culminante, ponto em que tem  necessariamente de se desintegrar”, acrescentou.

Assim, Karl Marx aproximou o Comunismo, a doutrina que nasceu de sua cabeça ambiciosa, de preceitos nazistas antecipadamente, ensinando rápidas vitórias para consumação dos planos alemães. Adolph Hitler, aprimorando a busca de rumos do compatriota, pregou que “dez mentiras se transformam em mil verdades se repetidas frequentemente”. É  essa, evidentemente, a prática do regime destruído na Segunda Guerra Mundial, quando o seu inventor caiu de suas crenças obstinadas para o inferno de outro plano.

Mais que adeptos de ídolos do passado que não “morrem”, a exemplo de Elwis Presley, o Marxismo tenta se soerguer. Como disse, a cada eleição aparecem os seus cabeças de cuité que tentam se encaixar em alguma oca esperança para se mostrarem importantes, diferentes e superiores. Agora que os partidos mais radicais se retiraram das disputas das eleições deste ano, novamente o fio de esperança deles é o Partido dos Trabalhadores, hoje mais uma marca de cachaça do que obviamente uma linha de organização política .

O degradante da história é a busca do socialismo misturado com corrupção. Quando recebem acusações tentam abafá-las com denúncias de erros do partido opositor. E se tornam capazes de destruir qualquer imagem, como fizeram neste  final de campanha eleitoral com a indefensável candidata Marina Silva. A degola de Marina representou a maior covardia que um ajuntamento de seres selvagens pode fazer com uma idealista, algo assim impensável que, se houvesse justiça neste país, teria que pegar o PT, torcer e mandar para o verdadeiro inferno, onde habitarão e habitam, inexoravelmente, os seus abomináveis demônios. 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

UM DIA DE CÃO


Ontem, segunda-feira, 13 de outubro, para mim foi um Dia de Cão. Nada a ver com o filme americano de Dog Day Afternoon, de 1975, drama policial dirigido por Sidney Lumet, e estrelado por Al Pacino, com roteiro baseado em fatos reais. Somente o último detalhe interessa agora porque no contexto as minhas horas foram verdadeiras

Chego à minha casa à noite para dar a última checada no computador e me deparo com um ataque mortífero de um grande amigo. Diria que era uma bomba sobre Hiroshima, pois o meu coração não passa de uma cidade japonesa constantemente atacada por efeitos nucleares. Pior foi que o emissor da bomba atômica é um destacado aliado dos anos em que, por questões fortes e íntimas, me ajudaram a recuperar o atraso escolar que fui obrigado a aceitar por questões físicas. Não vou reprisar fatos, mas apenas garantir a importância dessa pessoa no contexto de minhas conquistas, que agora me atacava exuberantemente. E eu caí inapelavelmente como um Mike Tyson, derrubado por uma direita de Evander Holyfield, numa inesquecível noite de box que terminou com uma orelha arrancada por dentes, muitos se lembram, acredito.

Reintegrei-me à sociedade como que por uma bênção e cheguei, àquela altura, à inevitável conclusão de que a minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. Mais tarde, começo a proclamar essa história porque descubro, por nova bênção, que todos os seres humanos têm uma história bonita, é preciso descobri-la. Aí morre a falsa modéstia de cada um de nós, considerando que o manipulador do canhão também tem uma história incrível de heroísmo.

Mas, volto a mim e pergunto: o que teria feito eu para ser dinamitado, arrasado, massacrado? Demorei-me para perceber: havia contrariado o pensamento de meu grande amigo na sua página do facebook. Oh, praga de comunicação, hein? Queremos nos integrar, buscar informações, levar dados e acabamos dando com os burros n’água. E tenho que conter, às vezes, a minha elétrica raiva contra certas manias da sociedade intelectualizada. Meu Deus! — exclamo de mim para mim, fechado em botões e fechos ecleres — não seriam os intelectuais os escalados para resolverem os enigmas do mundo? E eles se fecham, se embaralham, se confundem?  Por que se omitem? Acabam dificultando a  solução do problema, fugindo de uma missão que deveria ser sua.

Dezenas de mensagens no Face, WhatsApp, Messenger, Email de amigos dando informações: “Ele está muito bravo mesmo com você!” Outros davam pulos desesperados, como aquele Sapo de Minha Terra que passou um tempo longe de seu habitat preferido para não ser ofendido, e perguntavam: “Você deve tê-lo ofendido até a décima geração, observando as mensagens de última chamada, diretas e indiretas, não?” Calei-me na minha longa missão de ignorante para tomar uma medida qualquer. Não para levar ao conhecimento dele e dos que sentiram dores para mim (grato pela gentileza da divisão de ataques).

Mas desde logo estava estampado na minha testa uma espécie de aviso aos navegantes que mostrava clara a minha decisão de escrever algumas linhas. Não em resposta a ele, jamais, ele é intelectual, inteligente, competente, intocável, um verdadeiro Oscar para os meus limitados conhecimentos, mas seguindo as linhas de minha cardiologista não só fisicamente do coração como intimamente do coração: “Nunca, jamais, deixe de desabafar-se e esse será o seu mais seguro remédio que impedirá um infarto do miocárdio; é o único momento em que a sua pressão arterial vai às nuvens; seus exames laboratoriais e digitais têm ótimos resultados!”

Bem, o leitor deve estar assentado esperando um esclarecimento maior. “Por que, afinal, o seu grande amigo se exasperou contra você?” Para leigos em História não há motivos. Mesmo sendo eu um historiador de meia-tigela, mesmo tendo recebido 90% de notas máximas em todo o curso, incluindo dois de pós-graduação, de acordo com o raciocínio do meu amigo tenho que reconhecer um erro: como colega de profissão (olhem que neste momento não estou exercendo nenhuma atividade de magistério nem de historiador) faltei com a ética. A ética de todas as profissões seria não discutir temas internos dentro das atividades profissionais. Se não deu para entender, não fica bem dois médicos discutirem a saúde de pacientes em público. A comparação nada tem a ver com seriedade, pois entre a medicina e a matéria escolar existem três desertos separando-as.

Mas posso repetir aqui que a ideia do intelectual hoje é ser do contra nas eleições, posição que cognomino como próprio da esquerda caviar, ou festiva, porque esse agrupamento de ideias seria um avanço no entender dos acadêmicos. Dizem avanço e ainda chamam o contrário de retrocesso. Só que o avançar não inclui desenvolvimento econômico e social e o retrocesso seria o fim da inflação. Longe de querer aprender História, o eleitor brasileiro quer é viver bem. Concluindo: se os historiadores  desejam se tornar respeitados tal como um médico, por exemplo, precisam incorporar a ciência à lógica com objetividade. Há um desinteresse escolar muito forte, repito que radical, por matérias como geografia, letras, história. História está em último lugar no interesse do estudante, que não quer mesmo engolir teorias que nada resolvem, que não o estimulam a estudar. Alô, MEC, por que não se atenta para essa questão?

O estudante sabe que tem que engolir um amontoado de intelectuais do passado que, no final, não darão respostas aos seus anseios e arguições. O mundo precisa reencontrar-se, confrontar a sua identidade verdadeira consigo mesmo e não permanecer aí nesses rodeios intermináveis que não satisfazem a ninguém. Seria quem o dono da verdade? Aristóteles? Platão? Karl Marx, Marc Bloch, Lucien Febvre, Auguste Comte, Eric Hobsbawm? Quem mais? Historiadoras mulheres brilhantes ou mulheres qu deixaram seus nomes gravados?

Aí fica o meu desafio. Volto em breve com Avanços, Retrocesso, Esquerda, Direita para, finalmente, chegar a uma nova escola histórica que precisa ser criada, moldada, montada, discutida. A Historiografia, no decorrer de sua própria história, conheceu muitas “escolas históricas”, como Escola Metódica - Positivista, Escola dos Annales, Escola Alemã, Escola Moderna, Nova Escola, Marxismo — cito apenas para lembrar que paramos no tempo.

É preciso, portanto, criar a nossa independência histórica, a fim de que a teoria acompanhe a prática e seja estabelecido um novo paradigma de busca das respostas para as questões seguintes: quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? O que fazemos neste mundo maluco e confuso? Só, então, poderemos chegar às definições de Avanço e Retrocesso, bem como de outros termos que ocupam o cérebro do historiador e, particularmente de todos os seres humanos.

E termina aqui o meu Dia de Cão porque dei conta de não ter que ir mais uma vez à minha querida cardiologista que cuida de meus dois corações, o humano, físico, e o tocado a emoções em busca do caminho verdadeiro por meio da ciência.

domingo, 12 de outubro de 2014

TUDO PELA LIBERDADE ECONÔMICA E SOCIAL


Todo mundo diz que político é corrupto. Sem generalizar, digo que é difícil não ser. Acredito que exista um puro por aí e até gostaria de entrevistá-lo. Coloco-me à disposição para tal proeza, deixando em aberto o meu email: josesana@terra.com.br.

A minha intenção para essa eleição de agora era votar em José Nulo da Silva. Se o eleitor topasse mudaria o Brasil de vez. Todos votando para que houvesse uma nova eleição e nela os candidatos, mudados, pudessem ter melhor escolha dos eleitores. Mas não houve tal oportunidade e a eleição será definida entre a atual presidente, Dilma Rousseff e Aécio Neves.

A princípio a vitória estava definida a favor de Dilma, de acordo com pesquisas. O fator que mostrava esse favoritismo foi escrito no número de beneficiários do Bolsa-Família. Alguns pseudocientistas políticos diziam ou dizem que os 56 milhões de bolsistas-família justificavam suas previsões. Mas agora não é o que parece.

Sinto que o eleitor está acordando para a realidade. Estive quase uma semana em São Paulo e notei lá façanhas interessantes. Antes de mais nada, é preciso dizer que o paulista e o paulistano são duas forças totais do Brasil. O maior  estado em qualidade de vida. O maior colégio eleitoral do Brasil. O estado mais desenvolvido entre todos não somente do Brasil, mas também da América Latina. A cidade de 12 milhões de habitantes que dá conta de encher a barriga do resto do Brasil.

Perguntei a um taxista a causa do antipetismo demonstrado nas urnas e ele respondeu: “Estamos arrependidos do que fizemos. Criamos o PT aqui e ele se tornou uma grande decepção.” Tudo bem, pensei comigo, mas todos os partidos decepcionam. Antes de  ponderar a sua resposta ele me explicou que a esperança no petismo era muito forte.

Bem, não vou discutir isso. Vou discutir o seguinte: quase todos com os quais conversei sobre política me falaram do Foro de São Paulo. Estão por dentro desse movimento que visa a implantar no Brasil o socialismo bolivariano. Melhor dizendo, a ditadura e o comunismo que nunca deram certo no mundo. O Foro de São Paulo trama isso na surdina, e na prática o Governo Federal vai tomando, paulatinamente, as suas medidas. Vários decretos, como no tempo da ditadura militar, já foram promulgados.

A intenção é clara como o sol do meio-dia no verão de uma praia nordestina. Estão aplicando um golpe de estado em conta gotas. Ele não é muito discutido, não entendo o porquê. Nos debates eleitorais houve algumas perguntas sem respostas feitas à presidente a que não tiveram o cuidado de dar eloqüência. Comunismo é algo que assusta qualquer cidadão normal, que estuda, trabalha, produz e gera  riqueza.  O primeiro problema é que  no comunismo é proibido ter ideias, pensar, dar palpites. Um amontoado de gente, nem sempre capaz, pensa por nós.

O socialismo seria caracterizado pela abolição da propriedade privada dos meios de produção e a instalação de um estado forte ("ditadura do proletariado"), capaz de consolidar o regime e promover a diminuição da desigualdade social. No comunismo, o próprio estado seria abolido, com a instauração de uma igualdade radical entre os homens. Nada mais bonito do que ser todo mundo igual, mas ocorre que Deus fez o ser humano totalmente desigual porque a vida no planeta, com o objetivo pronto, não  é uma definitiva. As suas características de desigualdade são necessárias dentro do contexto materialista, considerando, como já disse, que tudo é passageiro.

Os fãs incondicionais de Karl Marx, cientista, filósofo do século XIX, criador da ideia, se embriagam até hoje, cem anos depois, com a fantástica ideia que foi tentada, não funcionou e já perdeu a validade. A vida e o mundo são mutáveis, de transformações e isto virou uma lei natural muito forte, anterior à ideologia de Marx e Engels. Lavoisier, cientista francês, lançou e a ciência promulgou a sua premissa premiada: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Não é preciso dizer mais nada. Incrível que principalmente intelectuais querem sempre promulgar um sistema de governo que nunca funcionou bem, nem com Lênin  nem com Stalin.

Bem. Chega de rodear o assunto. O modelo da América surgiu com façanhas revolucionárias que promoveram a independência, concebida e executada por Simón Bolívar, "El Libertador". Essas repúblicas são os atuais territórios da Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela. O PT brasileiro quer se incorporar o nosso país a essa pobreza de aglomerados. Como prova, além da liberdade de expressão que tem meio caminho andado para acabar no Brasil, sob a impulsão de um determinado jornalista-ditador, que serve ao Governo, Franklin Martins, já estão preparando um plebiscito. A nossa sorte será a agora provável derrota de Rousseff.

O grande pecado do socialismo, ou comunismo é que ele impede a evolução humana, veda, além de expressões  artísticas de todas as naturezas, até mesmo o direito de ir e de vir. No momento, o brasileiro não tem outra forma de combater os objetivos petistas senão votando contra eles. Para dar um basta, não há outra maneira senão assim.

Mas se há quem aprecie esse rumo de vida e proclama o seguinte: inteligentes e letrados, esforçados e preguiçosos, trabalhadores e nós-cegos, os que produzem ou os que  só dão prejuízos — juntam-se todos e batam num liquidificador chamado obstáculo ou barreira e sirvam para milhões de pessoas. Eis aí o grande caminho para pedirmos esmola uns aos outros e para acabar com o empreendedor que perderá toda a sua motivação.

Por causa disso mudei meu voto. Votaria em José Nulo da Silva e Maria Branca de Mendonça, mas transferi minha marca para o número 45. Sou, portanto, um ex-covarde, que pensa, e muito, no futuro de filhos, netos, bisnetos, tataranetos e na felicidade de 200 milhões de brasileiros, salvo melhor juízo.