Espera-se
agora, na corrida eleitoral, maior combate ao
verdadeiro “inferno” em que transformaram Itabira; Justiça tenta coibir abusos, mas
ainda está longe dos objetivos
Itabira é a cidade do
barulho. Da poeira. Dos congestionamentos.
Do abuso e preconceito. Já foi do ouro. Em breve deixará de ser do ferro.
Eternamente apenas Drummond honra pra sempre seu destino. Quisera que o poeta,
na sua quase solidão cultural, pudesse carregar o nosso sustento econômico.
O tema de hoje não para por
aí. Entramos no período teatral, digo, eleitoral. Hora de captar votos, momentos
dos tapinhas nas costas, oportunidade de
vislumbrar quem pode salvar Itabira. Agora, sim, não aos marqueteiros oportunistas, amantes de
Maquiavel, aqueles que não aprenderam como chegar ao progresso, mas, sim, como
mentir, enganar e trapacear.
Temos conhecimento pela
imprensa que a Promotoria Pública de Itabira já tomou suas providências referentes
aos espaços públicos. Proibidas bandeiras aqui e ali. Certo. Palmas para o bom
senso! O itabirano poderá transitar mais à vontade, ou fazer suas caminhadas
nas avenidas João Pinheiro e Mauro Ribeiro, as mais ocupadas por pedestres na
terra drummondiana. Falta, no entanto, dar mais atenção a outros itens e
detalhes, prometo ajudar, se é que me leem.
Os autores não são apenas as motos turbinadas, nem caminhões desregulados, nem sons-volante, nem os amantes dos alaridos. As
madrugadas itabiranas deixaram de ser noites tranquilas, como disse Drummond em
Confidência do Itabirano: “... brancas, sem mulheres e sem horizontes”. Tornaram-se
algo que perturba muito mais que não
amar e nem trabalhar.
Doces inimigas não só da
poluição do ar e do som, cito as Três
Marias, residentes na Avenida João
Pinheiro (uma de longe, sentindo). Há anos elas brigam na Justiça, sem
resultado positivo, contra dezenas de poluições que perturbam o itabirano. Quem
conhece a fábula do elefante e da formiga tem noção da bandeira que elas erguem
destemidamente.
Assíduas frequentadoras
do fórum para audiências em defesa de conhecidos e desconhecidos , ninguém aparece sequer para bater palmas. A
julgar pela coragem, cidadania, vontade de contribuir com o bom senso, um
eventual turista que aparecesse por aqui anotaria em seu caderno: “Jamais vi três
pingos d’água apagarem o fogo da
floresta como se fossem beija-flores!”
A oportunidade eleitoral
quem sabe fará bem a esta altura do
tempo. Bom seria que a lei fosse aplicada com mais rigor e se estendesse para até
quando Itabira exista. Assim, haveria mais paz na terra preconizada por Tutu
Caramujo, como alerta, do temível
exemplo de “derrota incomparável”.
Esperamos que entenda a
comunidade ao juntar às Três Marias num
coro de patriotismo, o que fazemos com coragem e orgulho. E falarei mais deste
tema em breve, quando pretendo lançar meu terceiro livro, “Direito de
Ouvir”.
Só para encerrar, não
deixaremos os políticos honestos sobrarem, eles poderão, também atuar, na
defesa do bem, longe de promessas fajutas e da queima de dinheiro do povo à
revelia.
Que a Justiça dos homens e
de Deus nos proteja.
José Sana
Imagens: Notícia Seca