segunda-feira, 20 de abril de 2020

AMOR ou DOR: a obsessão da origem e seu porquê (5)

Mal comecei a convocar ajuda ao raciocínio e a constituição de uma verdadeira força-tarefa — razão, lógica, necessidade, compreensão, paciência, amor ao próximo e todas as virtudes inerentes à caridade — e, novamente, sou interceptado no meio do caminho. Defronto-me  com mensagens honrosas e úteis. No entanto, são formadas por duas frentes de guerra: de um lado os religiosos dogmáticos, tentam conter o avanço da fé, confinando-a à ignorância eterna, como era antigamente;  de outro front o ateísmo assoberbado, cheio de bater no peito proclamando a  frase “Hei de provar que Deus não existe”. 

Cabe-me  arguir, neste instante: se depois de algum tempo a inteligência negativa provar que Deus não é uma ficção, o que será feito? E os céticos garantirem o contrário, assumirão a seguinte responsabilidade: Assumirão o seu trono e irão de fato governar? Fim desta conversa.

Aí surge de mim para mim a primeira dúvida: devo continuar, ou devo frear este trabalho? A resposta íntima, corajosa, sincera e sagrada é ir à frente. Como diz aquele ditado popular “é pra frente que se anda”. Seguirei, portanto, até porque repeti demais que já me cresce a certeza de que não escrevo para o presente. Há, sim, forças atuais que estão à minha frente, evolutivamente, e preciso reconhecer. Mas essas, infelizmente, não leem, não ouvem ninguém, estão certas e corretas, apenas se julgam donas da verdade, acreditam ter o poder do destino. 

Compete-me, então, dar ouvidos ao íntimo, à consciência, porque não vou passar desta vida, definitivamente, sem pelo menos tentar com dedicação cumprir a missão que me foi delegada. E me proponho continuar ouvindo todos, dos pisadores no freio aos acelerantes, porque, afinal, também não me julgo senhor de verdade nenhuma. Ela, a realidade proclamada, que se vire, que se apresente, que se mostre consistente. E danem-se os que precisarem dela caso continuem como ossos de elefante.



Até o momento, resumindo o que escrevi em quatro capítulos ficou evidenciado o seguinte:

— Que Universo, de acordo com a Astronomia, é o espaço e o tempo em que todos os astros estão inseridos. O cosmo é tudo o que existe, sempre existiu e sempre existirá, segundo o cientista americano Carl Sagan (1934-1996).

— Universo é tudo o que influenciou o passado, o presente e influenciará o futuro, seja como matéria, planetas, estrelas, luas, gravidade, tudo.

—  Os fenômenos das estrelas e da Lua sempre despertaram a  curiosidade humana, desde os tempos mais remotos. Na Antiguidade,  as pessoas não sabiam explicar   os fenômenos, então os associavam aos deuses.

— A Terra, apesar de sua dimensão para nós imensa, é um grão  de  mostarda diante do conjunto universal, possui um endereço dentro do Universo. Isto  foi  falado.

— Existem  corpos celestes que compõem a galáxia, como estrelas, planetas, satélites naturais e cometas. Estima-se que no Universo exista  mais de 100 bilhões de galáxias. — A galáxia na qual a Terra está localizada é chamada Via Láctea.

— As estrelas são astros que possuem luz própria, pois irradiam uma grande quantidade de energia.

— A Terra faz  parte do Sistema Solar, esse é um grande conjunto formado por dezenas de astros que giram ao redor de uma estrela, o Sol. Fazem parte do sistema solar: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão (agora, Sedna encontra-se no lugar de Plutão, pois esse fora  rebaixado por cientistas para a categoria de planeta anão).  A  Terra  é  datada  de  4, 6  a  5,0  bilhões de anos, datas que  são as  mais aceitas por  parte de cientistas.

Neste momento, antes de focalizar a origem do Planeta Terra e seu sistema, tento desembaraçar uma dúvida apresentada por determinado leitor (são poucos, mas eu os tenho e sou feliz por eles).

Ele questiona o seguinte: 

“Meu caro José Sana, gostaria de enobrecer os seus escritos, realmente valiosos, deixo esta opinião sincera e clara. Só tenho uma objeção e gostaria que levasse a sério: você está excessivamente obsessivo em procurar, tentar buscar, fazer tantos entornos sobre a criação do Universo ou da Terra. Não seria este tema desnecessário? Por que você não começa logo de nosso tempo presente e explica essas questões que nos atormentam, tais como todos sabem: mundo maluco, muita violência, terrorismo, desentendimentos em todas as partes, corrupção, tragédias, ameaças e agora essa pandemia inexplicável nos pegando de surpresa?”

Em resposta, disse-lhe que, infelizmente, ou felizmente, somos obrigados a nos deter por mais algumas linhas neste tópico, que deve conter o termo origem. No vocábulo esbarram-se inumeráveis cientistas, filósofos, historiadores, estudiosos, sejam atuais ou antigos. Tento reafirmar que a  origem é a base de tudo. Os exemplos se iniciam pelas mais simples e observáveis questões, a começar por uma corriqueira dor de cabeça, ou de dente, estomacal, de ossos, juntas, tendões, apêndice etc. 

Seja o que for, a medicina busca inexoravelmente o diagnóstico, mesmo tentando, inicialmente, aliviar seu paciente do incômodo momentaneamente. Neste ínterim, aparecem os  exames que levam o médico, seja especialista ou não, a auscultar a origem e dela estabelecer o combate ao mal. Não adianta, não resolve, não tem fundamentos, combater-se, por exemplo, uma dor de cabeça sempre, constantemente, que se repete, e parece desaparecer e depois voltar, com o uso apenas de analgésicos.

A repetição de dores ou incômodos força o médico a levar o paciente para  exames que podem esclarecer. Qualquer ser humano sabe, ou deve saber, esta situação comum. Pode haver, ou deve existir, ou tem que existir uma causa original. É aquela mesma proposição que já foi mencionada: não há efeito sem causa. A solução está na origem.

Estamos tratando, efetivamente, dentro de um mundo cheio de problemas, como bem relata o nosso mensageiro. O doente, segundo ele próprio esclarece, é o mundo, o Globo Terrestre, o Planeta Terra. O diagnóstico não está no presente, não pode ser concluído de acordo com a nossa pressa, a vontade de ver logo a paz reinar, todos vivendo bem, sem nenhuma busca. Não. Existem motivos que são milenares, mais que seculares. Se não combatidos, se não houver reflexões voltadas para as mais remotas causas, logicamente não haverá soluções. Resolvem-se parcialmente e fica o definitivo para uma época qualquer. Agora, na pandemia que assola o mundo, parece haver uma chamada clara para acerto de contas. A Natureza, que não negocia os seus direitos, parece não querer, também, negociar o tempo de vigência de humilhações por ela sofridas em longos anos.  

Os porquês estão empilhados, como pedras sobre pedras. E será preciso retirar essas rochas, uma a uma, para ver em que a Natureza foi ferida. Ela tem sentimento, faz parte de nós. Digo Natureza não como a costumam qualificá-la — plantas, água, ar, flores, regatos, rios, mares — mas o todo em que nos inserimos. Vamos detalhar mais tarde como somos participantes fisicamente dentro de todo o sistema solar. Não se assuste quem duvidava, porque é verdade comprovada, temos um pedaço de cada um em nós: sol, estrelas, lua, animais, vegetais, água, terra, planetas, enfim o Sistema Solar. Um só conjunto, uma só dor, um só sofrimento, um só acerto de conta. Será para agora?

Ao repetir, não custa mais uma colher de chá: a nossa origem é indispensável que seja buscada. E também já definimos que a delimitação do tempo é o Planeta Terra, desmembrado do Universo. Os suportes são dados históricos alicerçados em fontes fidedignas, que podem ser por documentos, ou narrativas, a história geral, todas as indicações seguras e incontestáveis. 

Um pouco distante dos estudos sacramentados por professores, introduzo, por minha exclusiva conta, o estudo e a pesquisa de novos sentidos humanos, além da proposta de incluir a experiência antes ou depois de cada pesquisa. Em outras palavras, o fato “a priori” e a ocorrência ”a  posteriori”. Acredito que filósofos, historiadores do passado assim agiram. Pelo menos é o que se vê em Sócrates, Platão, Aristóteles e outros pensadores do mundo antigo. E a vida continua. Hora de mudar.

Se o leitor não quer ler, deixe para o futuro ou para o nada que ele imagina como correto. Aí será feito o meu julgamento e ofereço o pescoço à corda ou à guilhotina: se fui mesmo um zé-ninguém, como está aparentemente claro. Ou se pelo menos deixei uma lamparina  movida a querosene tilintando para ainda ser acesa. E que um dia possa clarear outras mentes.

José Sana

20/04/2020

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