Hoje eu podia escrever sobre a confusão em que vive o mundo, que pega fogo em todos os quadrantes. Abordar o caos mundial, encher a página de sangue e de ódio como se vê, mas esse é um tema conhecido até por qualquer vira-lata de esquina. Quer dizer que não vou focalizar nestas linhas as múltiplas guerras que ocorrem em várias partes do globo terrestre, os desentendimentos, as brigas intermináveis, o terrorismo, a violência, as divergências de todas as naturezas que se espalham planeta afora.
Mas vou abordar a
questão do materialismo que tomou conta de todos os povos, raças, ideologias e
até religiões. E vou apontar, sem medo de errar, que a causa de tudo foi a opção
por ele próprio, o materialismo. Assim, o habitante da Terra deu uma guinada e preferiu
chutar o balde de uma evidência estarrecedora colocada à sua frente.
Minha vida de
criança mostra-me uma Igreja em busca
dos sentimentos interiores. Fiz a opção por participar das atividades da
paróquia de meu arraial por essa causa, a da busca do Céu, com medo do
Purgatório e do Inferno. O cultivo da fé, da esperança e da caridade ao encalço
de uma recompensa chamada vida eterna era o que valia para os que corriam às
igrejas, principalmente a Católica, Apostólica e Romana, maior crença do Brasil.
Parece ter sido
o medo a pedra no caminho, talvez de encarar o problema que persiste há milênios
sobre milênios. As orações e reflexões não se mostraram suficientes para
afastar a crença humana do caminho errado. Repito que fomos dopados, cegados,
dominados por uma ilusão que até hoje obstrui a inteligência humana.
Sei que vão me
condenar daqui a poucos instantes, quando alguns desinformados tentarão ler
este texto sob a luz de suas crenças cegas. Sei que vão arrumar uma cruz de
madeira, uma dúzia de pregos, martelos, e fazerem comigo o que foi feito com
Cristo exatamente há 2.019 anos. Serei o novo cristo, sem pretensão alguma, nada
de reconhecimento, e sequer vão perceber que podem estar cometendo o mesmo erro
quando liberaram Barrabás e optaram por sacrificar o Nazareno. Vão buscar até o
cristo socialista para esfregar na minha cara. Ainda bem que poucos leem as
minhas crônicas. Então, o ato será irrelevante perante o mundo, é claro. E os
pregos não vão doer em mim.
As religiões só
abordam questões pouco interessantes às exigência da alma, ensinam-nos a lutar
pelo ter, o poder, o possuir e o ser dominante na teoria, quando na prática faz uma opção
decidida pelo lado oposto. Esquece esse ser que o principal seria gastar toda a
genialidade colocada por Deus em nossas mãos para buscar realizações no campo
espiritual, progredindo, crescendo, indo ao encontro da ciência para a
satisfação de cada anseio, tal como ela própria fez no desenvolvimento do que
denomina evolução tecnológica.
“Só sei que nada sei” - a conhecida citação de Sócrates, que deveria
servir para todas as gerações como incentivo em busca de conhecimentos, tolhe-lhe
seu desejo de avanço e lhe serve como desculpa para nada fazer, há milênios, um
absurdo. Falta algum esforço intelectual do homem para entender que se Deus lhe
confiou o livre arbítrio para ir à frente, constitui-se, obviamente, uma tarefa
nossa acertar as engrenagens terrestres e fazê-las entrar no trilho de
sequência ao caminho verdadeiro.
Assim como o ser
humano se estaciona em Sócrates como se fosse impedido de seguir à frente,
também resolveu nada entender das palavras bíblicas de Jesus Cristo: “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida”. Ele não sugeriu que deitássemos em berço
esplêndido como se fosse a frase a proclamação da ociosidade. Pelo contrário,
deixou-nos, como já disse acima, a livre vontade de escolher e saber o que é
material e faz mal e o que é espiritual e faz bem. Continuem me crucificando se
mereço ser o burro da história, já que o mundo deu errado. Neste caso, o certo
se chama marasmo. Deem-lhe a coroa de rei.
José Sana
05/10/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário