terça-feira, 22 de outubro de 2019

SERÁ QUE QUEREM INVENTAR A CIDADE SEM FUTURO?


O futuro a Deus pertence. Quem nunca ouviu tal frase? Com certeza, todo mundo. Mas uma verdade é incontestável: o ser humano só vive pensando na frente, amanhã, no futuro, por mais preguiçoso, conformado e sossegado que seja. Só pensamos a partir do daqui a pouco, até porque o presente é um passado recente. Quando acabamos de falar, ou escrever, ou pensar em alguma coisa, tudo já se foi e se torna pretérito.

Mas a Vale (antiga Companhia Vale do Rio Doce) não pensa assim. E não pensa e ainda impõe as suas exigências imperiosas. Quem não obedecer está marginalizado. Mesmo se abrindo de forma aparentemente transparente sobre a inquietante questão das barragens, a mineradora oculta muitos fatos e verdades e trata o povo como se ele fosse um asno tapado.

Vamos aos fatos. A Prefeitura de Itabira está promovendo, ao lado da Unifei e da Vale o “Fórum Itabira Sustentável”, iniciado nesta data (22/10) e que segue pelo dia seguinte completamente tomado. Deve ser muito interessante o conjunto de palestras e debates, quase todas as propostas referentes à educação e ao crescimento da cidade universitária itabirana implantada a partir de ideias surgidas em Itajubá-Itabira, em 2004. Em 2005 entrevistei o reitor Renato Aquino Farina Nunes que abriu o verbo sobre o tema.

Eu queria ir ao fórum e não fui. Estou inquieto com a situação de Itabira desde a tragédia de Brumadinho. Consultei amigos e entendidos, principalmente da prefeitura, Unifei e Vale. Ninguém deu respostas que pudessem me aquietar. Estou, vamos acrescentar, apavorado. Queria tanto ouvir a Conferência Magna “Fortalecimento da Educação e de Ecossistemas de Inovação”.

E ainda: — Programas da UAB/Capes de formação de professores do Ensino Fundamental: progressos e desafios”; — “Ciência é 10: inovando no ensino” por Nelson Studart, coordenador do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física. Reflexões sobre o Ensino Fundamental II”; — “Os primeiros dois anos na escola: impactos da pré-escola no desenvolvimento das crianças”; —“Alfabetização em escolas da infância”; —“Atuação da Fundação Vale na Educação Básica” com Fernanda Fingerl, gerente de Educação e Cultura da Fundação Vale; — “Projeto escola Ubuntu Itabira: uma nobre experiência de tecnologia social no âmbito do ensino médio”;— “Programa Vale/Unifei de interação Ensino Médio e Engenharias”;— “Modernização do ensino de Engenharia: o Programa PMI Capes Fulbright na Unifei Itajubá”;— “A Incubação de Empresas de base tecnológica no Brasil: progressos e desafios”; —  “Ecossistemas de inovação: O caso de Santa Rita do Sapucaí; — “O Ecossistema de Inovação de Itajubá” e — “Projeto de Expansão do Campus de Itabira Unifei”.


É muito conhecimento para adquirir em dois dias, cujo teor foi abandonado por quem nada sabe mas quer saber. Uma riqueza que sou obrigado a jogar no lixo, por enquanto, e ser condenado à forca quase inocentemente. O motivo é simples e acho que se não for entendido e convencido de que fui mais burro que o burro , jogo-me também na caixa de lixo. Vamos aos fatos:

No sábado passado, dia 19, recebi cerca de dez telefonemas e mensagens via WhatsApp.  O tema era a badalada e aterrorizante sirene. Voltou a síndrome que parecia esquecida. O povo esquece depressa demais. Uma das sirenes – acho que no bairro Bálsamos – tocou (diria uivou) durante 20 minutos daquele fim de semana. Alvoroço geral, corrida na direção das famosas placas “Rota de Fuga” espalhadas pela Vale em várias ruas de Itabira.

Mais tarde, algumas mensagens retornaram nestes termos: “Era alarme falso”. Meu Deus! Além de correr, de tentar se salvar, de deixar para trás as bagagens, a pasta de dente, a escova, peças de roupa, filhos menores, idosos, deficientes físicos, grávidas, parturientes e outros desqualificados para correr a São Silvestre, te, que se atentar  para a seguinte informação: o uivo da sirene é falso ou verdadeiro? É “fake alarm”? Impressionante!

E tem mais. Na segunda-feira a cidade toma conhecimento, pela Vale, por meio de nota oficial, que o nível de risco da Barragem de Itabiruçu, uma das mais altas da empresa, que chegou ao cume do alteamento, foi elevado ao Nível 1. Também circulou nas redes sociais nota do Sindicato Metabase, alertando que, além de Itabiruçu, a Barragem de Santana também recebeu a notável promoção para o sinal amarelo, sou seja, de perigo.

Não fui Itabira Sustentável e se ocorrer outro, não irei enquanto não prestarem a atenção da super prioridade itabirana de agora. Não adianta armazenar conhecimentos sobre os temas acima declinados se Itabira tem o futuro ameaçado. Estou entregue quase que cem por cento à minha proposta APRENDA A SER VEREADOR; Convenci-me de que precisamos estruturar as bases para montar a estrutura. Os conchavos de gabinete têm de acabar urgente. Acorde, povo de Itabira!

Ainda não foi inventada a cidade sem futuro.

José Sana
22/10/2019

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