Os itabiranos terão que aprender a viver com pouco dinheiro. Sempre usaram o vil metal sem regras. No momento o esbanjamento tornou-se desrespeito ao que vem por aí
FALANDO GREGO
Informações que
vêm de fontes diversas, na verdade estão contidas num linguajar bem complicado,
uma espécie de grego dos sofistas, que aborda preço do minério em determinado
tempo, cálculo de valores da Cfem, detalhes confusos que ninguém entende, ainda
mais em termos técnicos.
Na verdade o que
interessa mesmo é o seguinte: — a Cfem está mesmo caindo morro abaixo como o
minério nos britadores de antigamente? — A Prefeitura de Itabira corre o risco
de não saldar seus compromissos em 2025? — Afinal, o que vem por aí com
absoluta segurança?
QUEM ENTENDE DO
ASSUNTO?
Item por item
vamos transmitir as respostas que, evidentemente, o cidadão de Itabira,
principalmente, quer saber. Eis as explicações do mesmo Senhor X que, segundo
apurei, é quem mais entende de finanças públicas em Minas Gerais, talvez no
Brasil:
1. Não deve
faltar dinheiro, Itabira recebeu muitos recursos em 2021/2023 e tem muita sobra
de caixa. Este ano deve utilizar essa sobra, provavelmente zerar o caixa, com
despesas de custeio
2.“O minério
chegou a 220 dólares a tonelada em 2021. Essa cotação influencia o ICMS nos
anos de 2023 e 2024. Ou seja, este é o último ano da influência do minério a
220 dólares. Como o ICMS é sempre calculado pela media de dois anos, em 2024 Itabira recebe a influência de
minério de 2021 e 2022.
3. Em 2025 o cálculo será com base na média de 2022 e
2023. Este ano, comparado ao ano passado, Itabira receberá o ICMS 36% menor do
que 2023. Em 2025 (comparado a 2023) o ICMS devera ser 50% menor.
4. Por outro
lado, o custeio será muito maior de 2025 comparado a 2023, em virtude do novo
plano de cargos e salários e subsídio ao transporte, entre outros.
5. Para os
compromissos atuais não vejo problema. Mas, a partir de 2025, Itabira terá
muita dificuldade para manter o custeio no ritmo atual: o próximo prefeito terá
a tarefa de cortar despesas... ou endividar a cidade.
6. Itabira terá
que aprender a conviver com menos dinheiro. Por enquanto, está vivendo a ilusão
do reflexo do minério a 220 dólares a tonelada.
FIM DA CERTEZA E
INÍCIO DA ESPERANÇA
Conclusão: a
critério do cidadão inteligente. Como diziam os antigos ao se referir a grana
com os filhos que gastavam demais: “Não temos um pé de dinheiro no quintal”.
Assim, a mineração parece enquanto dura, um pé de riqueza que só para de jorrar
quando chega ao fundo do fim. Pronto. Acabou.
Não acredito que
Itabira vai adiar o carnaval por causa desse anúncio de despencar da receita.
Não sei também se o Poder Público local está preocupado de como serão pagos os
exorbitantes valores do novo quadro de cargos e salários. Até mesmo os enxertos
requeridos pela demagogia das passagens urbanas e rurais.
Só me coloco
como apenas um cidadão que quer bem a todos. Eu daria a minha vida para alguém
me acalmar. Confesso que estou mesmo precisando de “cloridrato de paroxetina”,
pelo menos 20 mg. Vou pedir a receita a um de meus médicos, Dr. Colombo
Portocarrero de Alvarenga, de 102 anos e sete meses de idade, completamente
credenciado a entender de séculos e séculos na sua bela vida de premiada
memória. Quem sabe ela me prova que quem não ouve a voz que atravessa o deserto
da clareza não recomenta acreditar no óbvio.
José Sana
Em 18/01/2004