segunda-feira, 20 de abril de 2020

AMOR ou DOR: a obsessão da origem e seu porquê (5)

Mal comecei a convocar ajuda ao raciocínio e a constituição de uma verdadeira força-tarefa — razão, lógica, necessidade, compreensão, paciência, amor ao próximo e todas as virtudes inerentes à caridade — e, novamente, sou interceptado no meio do caminho. Defronto-me  com mensagens honrosas e úteis. No entanto, são formadas por duas frentes de guerra: de um lado os religiosos dogmáticos, tentam conter o avanço da fé, confinando-a à ignorância eterna, como era antigamente;  de outro front o ateísmo assoberbado, cheio de bater no peito proclamando a  frase “Hei de provar que Deus não existe”. 

Cabe-me  arguir, neste instante: se depois de algum tempo a inteligência negativa provar que Deus não é uma ficção, o que será feito? E os céticos garantirem o contrário, assumirão a seguinte responsabilidade: Assumirão o seu trono e irão de fato governar? Fim desta conversa.

Aí surge de mim para mim a primeira dúvida: devo continuar, ou devo frear este trabalho? A resposta íntima, corajosa, sincera e sagrada é ir à frente. Como diz aquele ditado popular “é pra frente que se anda”. Seguirei, portanto, até porque repeti demais que já me cresce a certeza de que não escrevo para o presente. Há, sim, forças atuais que estão à minha frente, evolutivamente, e preciso reconhecer. Mas essas, infelizmente, não leem, não ouvem ninguém, estão certas e corretas, apenas se julgam donas da verdade, acreditam ter o poder do destino. 

Compete-me, então, dar ouvidos ao íntimo, à consciência, porque não vou passar desta vida, definitivamente, sem pelo menos tentar com dedicação cumprir a missão que me foi delegada. E me proponho continuar ouvindo todos, dos pisadores no freio aos acelerantes, porque, afinal, também não me julgo senhor de verdade nenhuma. Ela, a realidade proclamada, que se vire, que se apresente, que se mostre consistente. E danem-se os que precisarem dela caso continuem como ossos de elefante.



Até o momento, resumindo o que escrevi em quatro capítulos ficou evidenciado o seguinte:

— Que Universo, de acordo com a Astronomia, é o espaço e o tempo em que todos os astros estão inseridos. O cosmo é tudo o que existe, sempre existiu e sempre existirá, segundo o cientista americano Carl Sagan (1934-1996).

— Universo é tudo o que influenciou o passado, o presente e influenciará o futuro, seja como matéria, planetas, estrelas, luas, gravidade, tudo.

—  Os fenômenos das estrelas e da Lua sempre despertaram a  curiosidade humana, desde os tempos mais remotos. Na Antiguidade,  as pessoas não sabiam explicar   os fenômenos, então os associavam aos deuses.

— A Terra, apesar de sua dimensão para nós imensa, é um grão  de  mostarda diante do conjunto universal, possui um endereço dentro do Universo. Isto  foi  falado.

— Existem  corpos celestes que compõem a galáxia, como estrelas, planetas, satélites naturais e cometas. Estima-se que no Universo exista  mais de 100 bilhões de galáxias. — A galáxia na qual a Terra está localizada é chamada Via Láctea.

— As estrelas são astros que possuem luz própria, pois irradiam uma grande quantidade de energia.

— A Terra faz  parte do Sistema Solar, esse é um grande conjunto formado por dezenas de astros que giram ao redor de uma estrela, o Sol. Fazem parte do sistema solar: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão (agora, Sedna encontra-se no lugar de Plutão, pois esse fora  rebaixado por cientistas para a categoria de planeta anão).  A  Terra  é  datada  de  4, 6  a  5,0  bilhões de anos, datas que  são as  mais aceitas por  parte de cientistas.

Neste momento, antes de focalizar a origem do Planeta Terra e seu sistema, tento desembaraçar uma dúvida apresentada por determinado leitor (são poucos, mas eu os tenho e sou feliz por eles).

Ele questiona o seguinte: 

“Meu caro José Sana, gostaria de enobrecer os seus escritos, realmente valiosos, deixo esta opinião sincera e clara. Só tenho uma objeção e gostaria que levasse a sério: você está excessivamente obsessivo em procurar, tentar buscar, fazer tantos entornos sobre a criação do Universo ou da Terra. Não seria este tema desnecessário? Por que você não começa logo de nosso tempo presente e explica essas questões que nos atormentam, tais como todos sabem: mundo maluco, muita violência, terrorismo, desentendimentos em todas as partes, corrupção, tragédias, ameaças e agora essa pandemia inexplicável nos pegando de surpresa?”

Em resposta, disse-lhe que, infelizmente, ou felizmente, somos obrigados a nos deter por mais algumas linhas neste tópico, que deve conter o termo origem. No vocábulo esbarram-se inumeráveis cientistas, filósofos, historiadores, estudiosos, sejam atuais ou antigos. Tento reafirmar que a  origem é a base de tudo. Os exemplos se iniciam pelas mais simples e observáveis questões, a começar por uma corriqueira dor de cabeça, ou de dente, estomacal, de ossos, juntas, tendões, apêndice etc. 

Seja o que for, a medicina busca inexoravelmente o diagnóstico, mesmo tentando, inicialmente, aliviar seu paciente do incômodo momentaneamente. Neste ínterim, aparecem os  exames que levam o médico, seja especialista ou não, a auscultar a origem e dela estabelecer o combate ao mal. Não adianta, não resolve, não tem fundamentos, combater-se, por exemplo, uma dor de cabeça sempre, constantemente, que se repete, e parece desaparecer e depois voltar, com o uso apenas de analgésicos.

A repetição de dores ou incômodos força o médico a levar o paciente para  exames que podem esclarecer. Qualquer ser humano sabe, ou deve saber, esta situação comum. Pode haver, ou deve existir, ou tem que existir uma causa original. É aquela mesma proposição que já foi mencionada: não há efeito sem causa. A solução está na origem.

Estamos tratando, efetivamente, dentro de um mundo cheio de problemas, como bem relata o nosso mensageiro. O doente, segundo ele próprio esclarece, é o mundo, o Globo Terrestre, o Planeta Terra. O diagnóstico não está no presente, não pode ser concluído de acordo com a nossa pressa, a vontade de ver logo a paz reinar, todos vivendo bem, sem nenhuma busca. Não. Existem motivos que são milenares, mais que seculares. Se não combatidos, se não houver reflexões voltadas para as mais remotas causas, logicamente não haverá soluções. Resolvem-se parcialmente e fica o definitivo para uma época qualquer. Agora, na pandemia que assola o mundo, parece haver uma chamada clara para acerto de contas. A Natureza, que não negocia os seus direitos, parece não querer, também, negociar o tempo de vigência de humilhações por ela sofridas em longos anos.  

Os porquês estão empilhados, como pedras sobre pedras. E será preciso retirar essas rochas, uma a uma, para ver em que a Natureza foi ferida. Ela tem sentimento, faz parte de nós. Digo Natureza não como a costumam qualificá-la — plantas, água, ar, flores, regatos, rios, mares — mas o todo em que nos inserimos. Vamos detalhar mais tarde como somos participantes fisicamente dentro de todo o sistema solar. Não se assuste quem duvidava, porque é verdade comprovada, temos um pedaço de cada um em nós: sol, estrelas, lua, animais, vegetais, água, terra, planetas, enfim o Sistema Solar. Um só conjunto, uma só dor, um só sofrimento, um só acerto de conta. Será para agora?

Ao repetir, não custa mais uma colher de chá: a nossa origem é indispensável que seja buscada. E também já definimos que a delimitação do tempo é o Planeta Terra, desmembrado do Universo. Os suportes são dados históricos alicerçados em fontes fidedignas, que podem ser por documentos, ou narrativas, a história geral, todas as indicações seguras e incontestáveis. 

Um pouco distante dos estudos sacramentados por professores, introduzo, por minha exclusiva conta, o estudo e a pesquisa de novos sentidos humanos, além da proposta de incluir a experiência antes ou depois de cada pesquisa. Em outras palavras, o fato “a priori” e a ocorrência ”a  posteriori”. Acredito que filósofos, historiadores do passado assim agiram. Pelo menos é o que se vê em Sócrates, Platão, Aristóteles e outros pensadores do mundo antigo. E a vida continua. Hora de mudar.

Se o leitor não quer ler, deixe para o futuro ou para o nada que ele imagina como correto. Aí será feito o meu julgamento e ofereço o pescoço à corda ou à guilhotina: se fui mesmo um zé-ninguém, como está aparentemente claro. Ou se pelo menos deixei uma lamparina  movida a querosene tilintando para ainda ser acesa. E que um dia possa clarear outras mentes.

José Sana

20/04/2020

domingo, 19 de abril de 2020

AMOR ou DOR: estamos sós neste mundo? (4)

Chegamos ao Capítulo 4 e aí nos estancamos filosófica e historicamente. O leitor deve ter sentido que uma das exigências básicas das afirmativas aqui propostas tem como pilar a origem. Uma lei universalmente consagrada pelas ciências, incontestável, das primeiras que inseri no Dicionário de Leis Naturais (veremos mais à frente) chama-se Lei de Causa e Efeito, que se resume na afirmativa: todo efeito tem causa. O Espiritismo de Alan Kardec (1804-1869)  a sustentou e a sustenta ao longo dos anos. Lei Natural é lei e não se trata das normas artificiais, estas que podem ser revogadas de acordo com o interesse ou convicção de quem a propõe.

Contudo, este trabalho não tem o receio a contestações, vou citar um ateísta que passou também pela história (todos passam, alguns marcam e são sempre citados), Bertrand Arthur William Russell (1872-1970), matemático, filósofo e físico inglês. Consta que Russel foi influenciado, como todos somos (aí entra, também, a Lei de Causa e Efeito) por Ludwig Wittgenstein, Gottlob Frege, David Hume, com os quais, incluindo outros famosos, sem esquecer Albert Einstein, e juntos criaram o “Círculo de Viena”, um grupo de intelectuais que se reunia nos fins de semana para discutir, entre outros temas, a inexistência de Deus.

Bertrand Russel tinha como principal guia de suas convicções, portanto, o ateísmo. Alguém poderia, em sã consciência, questionar: qual o objetivo de provar que Deus não existe? Provavelmente, que O procuram porque, evidentemente, alguém, na busca do negativo, só pensaria em chagar ao tal “buraco negro”, atingir a um fatalismo inegável, provavelmente o suicídio. Ele escreveu em seu livro “Por que não sou  um Cristão”: “Se é verdade que todas as coisas precisam de uma causa, então Deus também precisa de uma causa”. Pergunta e ninguém responde: “Quem fez Deus?”.

Sem  querer  afirmar que nós, viventes do século 21, somos mais evoluídos, ou inteligentes , que as celebridades históricas do passado, citando de novo um dos participantes do “Círculo de Viena”, o físico teórico alemão Albert Einstein (1879-1955), brilhante acima de tudo, há muito o que pensar daqui  para a frente. Se há boas explicações sobre a questão, uma é a seguinte, que adoto sempre:  somos parte do conjunto do globo terrestre e até da composição física do sistema de sua composição nítida e inegável. Agimos de acordo com a evolução deste mesmo planeta. Simples é concluir  que as  gerações seguintes, cada vez mais evoluídas, de acordo com os avanços permissíveis por outras leis, ou até à frente, aparecem e aparecerão  donos de soluções enigmáticas. ou arguições a respeito do mundo, da vida, os porquês, cada vez com mais aprofundados e convincentes.


É preciso destacar, também, que  o homem é quase sempre imediatista, ou seja, quer solução rápida e deseja concluir com presteza os resultados de causas às vezes ainda distantes no tempo e no espaço. A isso chamamos de  imediatismo. Na realidade, pode ser que não saibamos ainda qual é o evento, tenha ele fundamento  imediato ou não, e pode ser que haja também uma motivação ainda desconhecida.

Chamo  a atenção para o que foi abordado superficialmente no Capítulo 3, os cinco sentidos humanos. Acredito que haverá grande espaço para que sejam mencionados, estudados e, provavelmente, até concluídas explicações acerca de novas faculdades inerentes ao ser humano, além da  a visão, do olfato, do paladar, da audição e do tato. As futuras, ou mesmo atuais, descobertas, que mereceram ou têm longos escritos de gênios também, apontam para  leituras diferenciadas para o mundo. Donos de apenas  cinco estruturas é óbvio que estamos tolhidos de algo mais sublime para melhor nos orientar. De minha parte, tenho absoluta certeza de que novos patamares até já chegaram.

Agora, porém, caminhando do lado de quem vai aderindo a novas ideias — esclareço que são poucos porque tenho mais de cinco mil textos publicados ou não em jornais, revistas, sites, blogs, Face book, Instagram, WhatsApp — e estou listando quem me lê, me sugere, me orienta e me dá a mão. Nunca deixarei de repetir as perguntas: posso estar escrevendo para o futuro? Ou quem sabe somene babaquices divertidas? Para venturas ou aventuras, continuarei fazendo o meu papel.

Precisamos sair desta estaca zero que se resume na pergunta ainda sem resposta, pelo menos não do meu conhecimento: qual a origem do Universo? De onde ele veio, para aonde ele caminha, tem mesmo um destino? E nós, vivemos apenas casualmente, por brincadeira, faz de conta, somos eminentemente curiosos, aventureiros, brincalhões, ou turistas de uma viagem mais longa? 

Quem ler meus escritos até o fim, se não tiver respostas firmes e concretas, asseguro que será  constantemente chamado pelo inconsciente, ou consciente, para continuar pesquisando. Está escrito na Bíblia e aprecio repetir sempre, porque se trata, a meu ver, de um desafio sagrado e intocável: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate,  abrir-se-lhe-á” (Mateus 7:7,8; Lucas 11:9,10).

A superior necessidade de saber agora como o Universo começou vai arrochando aguçadas mentes e lhes apresento, como está escrito na crônica anterior, delimitar este trabalho, como me ensinaram doutores e mestres de História. É necessário separar aqui Universo de Globo Terrestre, ou o conjunto até agora imaginado como infinito que seja separado do Planeta Terra. Na crônica número 3, afirmei que a Terra seria um grão de milho, ou arroz, ou feijão, diante do conjunto universal. Estamos, incontestavelmente, morando em um desses grãos (escolha o seu) que são invisíveis se observados  do vasto espaço sideral. É a nossa realidade, precisamos recolher à nossa simplicidade e pequenez.

Pronto. Se não existe efeito sem causa, ou não há filho sem pai, qual seria a causa do Planeta Terra? Nem é preciso dar resposta: o Universo que, também tem o seu causador. Seria Deus? — Alguém pode arguir. Vou deixar a definição exata de Deus para o fim de toda a sequência destas crônicas, ou no decorrer delas, nem sei se as concluirei, como imagino. De acordo com cálculos normais, posso chegar ao fim, sim. Nada a acrescentar, porque me eximo em avaliar o que imagino, penso, raciocino no turbilhão confuso de ideias que perambulam por este mundo.

Chego à conclusão destas linhas e concluo como reiniciar já toda a história proposta. Ela deve partir, como já disse, do Planeta Terra. Teria ele sido originado por uma criação divina rápida como, simbolicamente, descreve a Bíblia? Adão e Eva foram os precursores, pioneiros, assessorados pela famosa serpente? Teria sido melhor descrita pelo Judaísmo? Ou na Teleologia (isto mesmo, e não Teologia, outro sentido) de Aristóteles? Teria um fundo nas Três Leis de Isaac Newton ou na Lei de Conservação de Massas de Lavoisier? Ou todo o enigma teria sido resolvido definitivamente pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882)? Resta ainda, entre outras, uma arguição originada do “Big Bang”, ou Grande Expansão, teoria cosmológica muito aceita por grandes gênios da humanidade?

É preciso que existam reflexões profundas: respeitamos os gênios, mas eles ainda não nos deram repostas concretas e finais com clareza absoluta. Se deram, pelo menos eu não entendi. O mergulho na mente nos leva a ter esperança de  que novos sentidos humanos nos aguardam para estruturar a nossa busca, o que chamo de Nova Inteligência Humana. Pense nisto você aí. 

Enquanto isso, vamos nos ancorando naquilo que apreendemos na vida, na nossa religião ou falta dela, nos ensinamentos que recebemos como notáveis e estruturados, no conceito de razão e lógica, à procura de um Ser Superior. Fato inegável é que fato concreto precisa nos guiar e ele acaba se encaixando dentro de nós como instinto indomável, pressentimento, sinal da perspicácia, faro, ou quase tato: não estamos sós neste planeta, ínfimo para o Universo e imenso para nós.

José Sana

19/04/2020

P.S.: Embora meus textos sejam publicados frequentemente em blog ou site, há amigos ou mesmo desconhecidos que desejam lê-los, opinar sobre os mesmos, sugerir, criticar, elogiar. Caso você, que está lendo estas linhas queira receber ou continuar recebendo estas crônicas sequenciais, basta enviar-me  uma mensagem pelo WhatsApp (31-99529-8235) ou pelo e-mail josesana2012@gmail.com. Se já se inscreveu, continuará recebendo normalmente. Se deseja não mais receber, basta avisar. Liberdade total. Até sou capaz de entender que nem todos apreciam a leitura. Muitos selecionam seus autores.

Obrigado

sexta-feira, 17 de abril de 2020

AMOR ou DOR: a vida vai recomeçar (3)

Vou dar o pontapé  inicial desta página dirigindo-me aos grandes professores de História que tive no decorrer de cursos de graduação e pós-graduação pelos quais passei,  bons mestres e notáveis doutores. Com eles aprendemos a historiar de forma academicamente correta. Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs) e artigos finais são  resultados das práticas no decorrer  das  jornadas também em Letras. A ordem sempre consistiu e se mantém na seguinte linha: toda pesquisa precisa ser delimitada no tempo e no espaço. Na ciência histórica não se aceitam tecnicamente como válidos o que se chama, também, monografia, com trabalho sem tempo de abertura e sem época de conclusão.

No senso comum é diferente. O sujeito conta as historietas de forma que bem entende e desfia suas ideias sem nenhum critério, metodologia ou lógica, desobedecendo todas as as regras acadêmicas. Até por que ele não tem compromisso com nenhuma norma formadora do historiador e mesmo do professor da disciplina em foco.

Contudo, quero deixar aqui uma nova introdução à história, que inaugura, na minha infinita liberdade, o esforço  de pesquisa que atenda, no final de todas as crônicas, às soluções até agora sem respostas, sequer dadas por abalizados filósofos, pensadores, mestres e, principalmente, cientistas.

Não estou afirmando que teremos as soluções de dúvidas que nos desafiam. Declaro que estudiosos as terão, ou seja, os que mergulharem suas mentes criativas para além dos textos que leem, de acordo com o avanço que uns e outros dedicados estudiosos darão. Vamos tratar de toda esta temática  aqui, inclusive de novos sentidos humanos além dos cinco que normalmente utilizamos na prática diária e intensa — visão, olfato, paladar, audição e tato. Existem outros? Veremos.

Então, cabe abordar o tema Universo, abrangendo o conjunto indescritível de planetas, galáxias, estrelas que existem na imensidão de espaços infinitamente incalculáveis em extensão, número e distância. Eis o que propomos como forma de avaliação, um texto de “ZunkaBitz” (pesquisador com este pseudônimo no Facebook):


O Planeta Terra visto do espaço sideral

“Você já parou para pensar sobre o seguinte questionamento: quantos planetas existem no universo? Milhares, milhões, bilhões? Qual será a quantidade exata de planetas que habitam o infinito universo?”

Prossegue  o autor chamado: “Até não muito tempo atrás, acreditávamos somente no Sistema Solar, e com o passar do tempo novas descobertas foram surgindo e mais planetas aparecendo. O nosso Sol, por exemplo, é apenas um entre as estimativas de 200 a aproximadamente 400 bilhões de estrelas na Via Láctea. Basta olhar para o céu durante a noite que você vê muitas outras e pode se perguntar quantas dessas estrelas têm seus próprios planetas, e como são esses mundos”.

E continua: “Até dezembro/2012, a sonda Kepler (observatório espacial da Nasa) tinha encontrado mais de 11.000 estrelas e mais de 18.000 planetas em torno dessas estrelas. O que significa:

— Existe uma enorme variedade de sistemas planetários lá fora, a maioria bem diferente do nosso;
— Eles orbitam uma grande variedade de estrelas;
— Só conseguimos ver aqueles que são grandes o suficiente (planetas do tamanho de Marte e Vênus, por exemplo, ainda não conseguimos detectar com a atual tecnologia), orbitam a estrela perto o suficiente e em nossa linha de visão (neste caso temos que contar com a sorte)”.

“Você pode ter lido recentemente que há pelo menos 100 ou 200 bilhões de planetas na Via Láctea, e isso é verdade. Mas isso não é uma estimativa precisa, e sim “jogando por baixo”. Para uma estimativa mais realista, considere algo próximo a dez trilhões de planetas, somente na nossa galáxia!” — acrescenta.

Para ir acompanhando o raciocínio do mencionado autor: “Em outras palavras, com base no que vimos até agora, quase todas as estrelas possuem planetas, e uma grande fração delas possui  planetas rochosos. Talvez nosso sistema solar represente uma média de planetas rochosos, ou esteja um pouco acima da média – só o tempo irá dizer. Mas independentemente do que acontecer, saiba que estamos falando de trilhões de planetas, apenas na nossa galáxia. E não esqueça de que nossa galáxia não está sozinha no universo”.

Finalizando: “Com pelo menos 200 bilhões de galáxias lá fora (e possivelmente mais do que isso), estamos falando de um universo com 10 quatrilhões ( ou mais) de planetas no universo observável, e isso contando apenas planetas que estão orbitando em estrelas. Será que um dia descobriremos todas as galáxias e planetas que habitam o nosso universo? Quem sabe, mas de qualquer forma é incrível o que o nosso universo é capaz” — encerra ZunkaBitz.

Agora sou eu o finalizador. Mostrei  a pequenez humana para que tenhamos a humildade necessária à busca de soluções que terão, sim, de serem resolvidas por nós, infalivelmente. É preciso  voltarmos ao início de tudo, ou ficaremos vendo o impossível sempre, procurado em caminho errado. É preciso separar o joio do trigo da seguinte forma: de um lado o compreensível da imensidão que focalizaremos; de outro lado o que pode ser visto, observado, sem a necessidade extrema de ser tocado e bem-entendido.

A ordem que me leva ao raciocínio é a seguinte: pelo ângulo do “Só sei que nada sei”, de Sócrates, que viveu há cerca de  2.419 anos, a frase deve ser substituída por, pelo menos,  uma busca objetiva. É o que vamos tentar. Por enquanto já sabemos que os habitantes do mundo, desde o início da chamada Civilização, erraram feio ao optar por caminhos aleatórios ou, como diz o povo da roça, “pros cocos”. Em outras palavras, pontuaram o Dinheiro, a Ganância e o Poder como guias intocáveis. Erros fatais, o que, de maneira clara tratamos no capítulo anterior. 

Reparem que há sempre uma crise mundial, continental, de países e regional impondo seus efeitos em nós. Elas sempre  se referem à  economia, às finanças, à sobrevivência física. Esquece seus “entendidos” o lado moral, espiritual, até o comportamento ético, principalmente  na política. O pior: desprezam a Natureza, que é a legítima representante de Deus, até mesmo para os ateus, que são gente também e merecem respeito.

Vamos devagar porque o objetivo é não confundir o pesquisador. Tudo muito claro. Teremos casos e causos. Aparecerão mais ainda uma série de explicações esclarecedoras. Falamos agora da pequenez do globo, cujo espaço denominamos  Terra e tem 2/3 de água. Uma Terrinha da dimensão de um grão de milho dentro de um paiol imenso. E ainda pensamos que seja um gigante. Chamamo-lo assim. Vamos tentar, aos poucos, com paciência, colocar a cabeça no lugar. Quem pensa em complicações desista. Melhor fazer o que manda a sua vontade.

José Sana

Em 17/04/2020

NOTA: *ZunkaBitz é um Facebook, extinto e que mudou de foco.

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quinta-feira, 16 de abril de 2020

AMOR ou DOR: encarando de frente o todo-poderoso dinheiro (2)

Vamos saltar vários acontecimentos da Antiguidade, deixarmos a Pré-História para mais tarde, por ser necessário considerar que o momento atual exigente de reflexão mais profunda. Voltaremos, sem muita demora, ao início visível e perceptível, ou a uma ocasião de ocorrências historicamente registradas em documentos ou na memória. Tudo ao alcance de nossa inteligência, e com sequência  absolutamente lógica. Assim, daremos outra importância ao Homem da Caverna, o perfil imaginável daquele que deixou o seu primeiro habitat natural e saiu para a caça natural.

Estabelecendo o sentido das ocorrências antigas e históricas, o habitante do Globo Terrestre  inventou o dinheiro. Vamos dar maior clareza ao tema e deixar bem nítido com inicial maiúscula para traduzir melhor a ganância: Dinheiro.

Neste momento, chamo a atenção para o seguinte: não vamos abolir de forma alguma a moeda de troca, a representatividade do material, o simplificador da permuta que a economia e as bolsas de valores adotaram e promoveram como realmente proprietário do mundo. Para que me entendam, esclareço aos que sempre dizem a frase comum — “Como viver sem Dinheiro?” — seguem duas respostas: a primeira é que não vamos viver sem o tal vil metal; a segunda é que o Dinheiro descerá pelo menos um degrau de seu falso trono, pois a sabedoria popular já brada de há muito e em todas as direções que ele não traz felicidade.

Não sei se me entendem. Se não, parem de ler, desistam, calem-se , mas saibam o seguinte: a proposta é clara e incontestável. Comecemos por uma palavra pouco aplicada na vida prática que é simplesmente o Dom. Três letras apenas. Buscando o significado e os sinônimos para não restar dúvidas: o mesmo que aptidão, jeito, habilidade, inclinação, atributo, dote. E o acréscimo do que proponho aos céticos (caso existam porque estes não me leem): cada ser humano nasceu com um atributo que, naturalmente, pode ser descoberto no início ou no percurso da vida.

Existem os habilidosos em lidar com pedras, outros com madeiras, uns com ciência, alguns com matemática, vários com letras, inumeráveis com eletricidade, destacados com medicina, um ou outro com comunicação, transmissão de sabedoria, uso de inteligência natural e artificial, percepção, pintura, música, poesia, poder de ensinar e por aí vai.

Naturalmente, havia e há um sentido absoluto na decisão superior de dotar o homem de capacidades variadas e úteis ou complementares. E não ocorreria de outra forma, já que a necessidade se resumia no que o mundo requeresse para o seu objetivo de existir e a capacidade de solucionar pelos seus feitos os próprios problemas. Você adoece? Tem o médico que o entende. Você quer construir uma casa? Tem o engenheiro civil. Deseja o trabalho de quem entende de leis? Há o advogado. Não vamos alongar nestes exemplos que são quase infinitos.

Nota-se que há no mundo a necessidade premente de desenvolvimento e esta vai muito acima da subsistência humana. E que é preciso juntar os atributos para que a vida caminhasse e se encaminhe normalmente. Sempre foi assim. Para o transcurso normal precisou-se de trocas e assim deve ter sido desde o início. Por exemplo, nas descobertas e invenções. Quem inventou o fogo? Com certeza o ser Pré-Histórico. Mas ele se encontrou e se entendeu com outro que sabia onde estavam as pedras mais apropriadas para ao se chocarem uma com a outra produzissem resultados eficientes.




Chegamos ao que chamo de grande entroncamento e  aí requeiro que raciocinem comigo: abordamos o tema dom, gênio, habilidade, propensão, aptidão. Há, ligada intrinsicamente a vocação para lidar com algo. O que quero dizer: uns nascem para ser ricos e, mesmo que lhe tirem, lhe roubem, lhe confisquem, a abundância retorna ao seu dono; pelo contrário, existem os que ganham em loterias, os que roubam ou vivem como desonestos, até mesmo sejam trabalhadores. Muitos não aquinhoados para sempre, mas há os que um dia perdem tudo. A sabedoria popular diz: “O que é do homem bicho não come!” Eu completaria: o bicho come mesmo que a esperteza dos incautos apareça.

Erram os que pensam que a riqueza é desnecessária. Ora, sim; ora não. Explico: quem acumula bens e guarda como propriedades paradisíacas, ou nos bancos, nos baús ou debaixo do colchão ou do travesseiro, revelam que são seres inúteis Os bens foram criados para serem distribuídos como balas no dia das crianças? Logicamente, não. Mas não são as riquezas que geram empregos e renda? Aí cumprem o seu dever de participar do grande projeto do mundo uma vez abandonado por descuido ou mania de achar que se sabe tudo.

Chegou o instante de encerrar este capítulo que ficará  por enquanto incompleto, mas  será tecido devagar como faz uma operadora de tear, ou como cose uma costureira das linhas ou borda as habilidosas em crochês. É preciso entender o sentido de dom e vocação para se compreender os desígnios divinos. Aí o ser humano vai perceber o quanto errou e por que se embrenhou em descaminhos como um bandeirante em florestas. Exemplos dos que  não conseguem se enriquecer e vivem teimando são fartos; e de ricos que  não sabem como distribuir com perícia, idem. O homem passou a venerar o Dinheiro como se fosse ele um ser todo-poderoso. Demora a quebrar a cara. Fatos e fatos vão se sucedendo para abrir-lhe os olhos. Continua cego.

Concluindo: consumou-se a praga que o próprio homem rogou em si próprio. Como diz aquela novela ou filme “Pedras sobre Pedras”, as virtudes humanas vão ficando escondidas e inventam novas fórmulas de falsidades. Dizem desabonar a ambição, mas não descobrem a causa da cobiça; tentam conter as fúrias obsessivas internas e nunca alcançam o objetivo.

Espero que daqui para a frente ao invés de dizer que o homem não consertará o mundo, digam de outra forma:  que é preciso buscar as causas para que se eliminem os efeitos. O homem se emenda, sim, mas precisa saber, primeiramente, como errou, por que falhou, quando foi e o que precisará fazer para não cometer mais imprecisões incontidas.  Neste tópico abordado a imprecisão se resume  em ter considerado (e continua valendo)  que o dinheiro é Dinheiro, um deus todo-poderoso que “compra até o amor verdadeiro”, como escreveu ironicamente Nelson Rodrigues.

Proponho o fim do radicalismo. Façamos apenas o seguinte: vamos rebaixar o vil metal a um honroso segundo lugar, por ora. Depois estudaremos para ele uma classificação mais adequada. O reino verdadeiro cabe Àquele que nos comanda, nos guia, nos conduz, nos governa e nos propõe a paz. Se duvidam, continuem quebrando a cara e gritando erroneamente que o mundo não tem conserto.

José Sana

16/04/2020

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quarta-feira, 15 de abril de 2020

AMOR ou DOR: a ordem expressa é consertar o mundo (1)

Inicio aqui uma nova fase de meus escritos, talvez apenas para o futuro, não sei precisar agora. Mensagens amenas, tranquilas, são tentativas que vislumbram o  equilíbrio do corpo e da alma. Acredito piamente  ter  chegado o momento de praticar esta  ação própria de um carneirinho amestrado. 

Deus ensinou-me ser razoavelmente atrevido na vida, esquentado, mas contido quando é preciso. A escrever e a ver, perceber, vislumbrar, sentir, ter raiva e não ódio. Amar e ser amado. Plantou muitos sentimentos em mim. Eu também não soube captar uma série de virtudes que estavam ao meu alcance. Escapuliram-se. Ou chutei o balde.

Fez Ele umas trocas compreensíveis em mim: tirou audição e acrescentou percepção, como diria: foi justo na sua infinita e inqualificável bondade. Sofri bullyings incontáveis e soube suportá-los. Créditos obtive. E, depois ainda, Ele permitiu-me recuperar  grande parte do ouvir  com aparelhos sofisticadíssimos que pude adquirir e ainda a eles tenho acesso pela vida afora.
  
Sem contestar quem quer que seja, imagino estarmos numa tempestade. Só não me passa na cabeça que há apenas um barco para todos. São muitos e cada um escolhe a sua lancha. Mas posso rogar a favor de quem amo ou mesmo não está ao meu redor: não aceite uma chalana furada. Nem uma nau sem rumo. Procure uma embarcação segura. E siga em frente.

Para início deste trabalho, não adianta que um ou outro tente contestar as minhas remadas neste barco. Haverá descuidos adiante: cachoeiras perigosas serão trespassadas, ou ventos ao Norte e ao Sul, os quais soprarão até com fúria. Não vou nunca discutir isso. Ordens expressas de mim para mim. E acredite quem quiser. Um grande sinal de liberdade que tivemos d’Ele aí está diante de nós: o livre-arbítrio. Lute por ele. Está sempre ameaçado por furacões, tufões, tsunamis.

Fiz uma barganha corajosa: vou deixar de debater, discutir, discordar e passar a assentir, calar-me e adotar a concórdia extensa como uma conquista. Trata-se de uma cara aquisição ao longo de mais de sete décadas. Vou lutar por este lema até o último sinal do infinito. Este ideal irrefreável sempre esteve comigo como incentivo e força para a autoestima.

Poucos conhecem a minha história de vida e nada precisam conhecer. Afinal, ela é simples como de um zé-ninguém. Só que sinto, no íntimo, retirando os erros cometidos ao longo da caminhada ou do tempo navegado (só aprendemos com topadas), ela é, como diria Drummond, “mais bonita que a de Robinson Crusoé”. Até porque aquele, que teria ficado 26 anos numa ilha, é uma lenda. Contrariamente, acredito não haver fábula em mais de 70 anos vividos por mim nesta ilha chamada Planeta Terra.

Quem quiser acompanhar os meus rabiscos, ser-lhe-ei muito grato. Enviarei a quem desejar cada link. Se não quiser, não vou me queixar. Nas narrativas e anúncios do que acredito ser um novo mundo, deixe que entre e saia da memória as palavras que serão inofensivas; ou guarde simplesmente a análise da filosofia para o futuro. Vamos conferir quando o tempo chegar num porvir não tão distante, espero.

Desculpem-me porque neste momento me ufano e vejo um neto ou bisneto ou trineto se orgulhando de um iniludível avô. No entanto, pode ser também que alguém diga: “O idiota”, como escreveu o notável escritor russo Fiódor Dostoiévski. E se enganou completamente.

São Sebastião do Rio Preto: cidade em que nasci
Para  início desta série de textos, os quais são completamente diferentes dos que rabisquei até então (só neste blog somam 342 e na vida mais de 10 mil), por ironia do destino (ou será um recado vindo de Cima?), recebi uma parábola, por e-mail, enviada exatamente por um escritor que se intitula “monitor de redações”, mas que, conscientemente, informa que a autoria é desconhecida.

A chamada com um título atraente: “A parábola  do cientista e da criança: como consertar o mundo”. Leiam que beleza, que recado, que reflexão produz a sua leitura:

“Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios  de melhorá-los.  Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.

Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.

Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção.

De repente deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:

— Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho.

Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:

— Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!

A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança.

Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?

Então ele perguntou:

— Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?

— Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era.

Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo”.

José Sana

15/04/2020

P.S.: 1. Caso queira você receber o texto número 2 e os seguintes, basta enviar-me  uma mensagem pelo WhatsApp (31-99529-8235) ou pelo e-mail josesana2012@gmail.com
 
         2. Se alcancei ou não uma graça, sinto que sim. Por ela agradeço a Deus, à minha esposa Marlete, aos cinco filhos, aos dez netos e a muitos parentes, amigos, pessoas de bem que engrandecem a minha vida.

OBRIGADO

sábado, 11 de abril de 2020

O AUTO DA INCOERÊNCIA, HIPOCRISIA E POLITICAGEM


O tema de hoje nada tem a ver com a peça (ou o filme) do conhecimento de muitos, o “Auto da Compadecida”. Até que se encaixariam alguns de seus personagens nesta história do Conoravírus ou Covid-19. Contudo, os atores de agora são muito mais espertos que João Grilo e Chicó, dois nordestinos pobres sobreviventes graças a golpes mesquinhos.  


Os ardis de hoje são de mestres profissionais, de categoria  nacional, estadual e municipal. A  história, ou estória, primeiro de 1955, no teatro, depois de 2000, é algo verídico e inacreditável nos dias de 2020. Faltará a aparição da Nossa Senhora, no caso para salvar não os salafrários, mas o massacrado e saqueado do Brasil. Quem sabe depois?

Ah... Será que Deus precisava escolher este auto neste mundo doido para nos fixar quase inertes na plateia? Merecemos? Em supostas últimas e eventuais reencarnações enforcamos o pai e decapitamos a mãe? Sofremos pelas estradas do mundo afora, passamos apertos cruciais, corremos sérios riscos de muitas topadas, sempre somos ameaçados pela morte. E ainda temos que ver tornar-se verdadeiro o que Ariano Suassuna apenas imaginou em sua famosa peça teatral e cinematográfica?

No palco, as três mais impertinentes e desagradáveis atoras que um diretor de teatro poderia ter pela frente. O roteirista  nem sabe o que fazer, qual das três coloca como vilã da peça, mesmo sabendo que o enredo é o seguinte, sem tirar nem pôr e sem um ponto de exclamação: “Trapaças descaradas contra o cidadão brasileiro”.


Nas encenações, as atoras devem respeitar o  roteiro, feito por um dramaturgo, mas o enganam a cada instante pelos seus interesses escusos. Provocam inimagináveis confusões, tudo entrelaçado nas suas tramoias. O diretor inicial e verdadeiro da peça soltou as rédeas, deixando-a  por conta dos prepotentes humanos. Sua decisiva ação foi expulsar  os descarados do paraíso. Em seguida, eles caíram na gandaia e afundaram-se até o pescoço. Quem realmente assumiu o papel  de fazer com que o roteiro fosse cumprido nos mínimos detalhes  chama-se, para não dizer um nome muito feio comumente usado, Belzebu. Capeta é mais horripilante.

Os cenógrafos também são muito importantes, já que eles caracterizam o espaço em que a peça é  apresentada. Neste caso atual se denominam  imprensa escusa, ou mídia, cujo interesse se mistura aos demais, resumido no seguinte: poder, dinheiro, fama, atratividade  material,  ludíbrio. Combinam muito bem com as três importantes atoras: Incoerência, Hipocrisia e Politicagem.

Voltando ao primeiro parágrafo e para não alongar muito — a peça total é extensa, já dura milhões de anos e vai durar mais um pouco — vamos resumir a história de hoje num único e pequeníssimo espetáculo. O tema é Conoravírus, ou Covid-19. Trata-se de um vírus terrível, que causa pânico, assusta, amedronta o Planeta Terra. E mata também.

A Incoerência diz no palco, de alto e bom tom, que cada cidadão brasileiro deve recolher-se, ficar em casa, isolar-se, porque o perigo vem aí. Quando deve ouvir uma resposta da Hipocrisia que vai sugerir o trabalho livre para uns e para outros não, vem a Politicagem e prova por A mais B ou C que ninguém deve fazer absolutamente nada e viver como se vive, por exemplo, em Cuba. Sua assessora principal, a Demagogia, resolve subir no tamborete (existe isto ainda?) e fazer um discurso em favor da eternidade do corpo, banido no primeiro ato da vida, e baseado na mortalidade da alma. “Falou a voz da sabedoria!” – gritos e palmas gerais na plateia.

Nesta altura, alguém que está como visitante, um turista qualquer, anota no seu caderno de apontamentos: “Aqui existem robôs e são inacreditáveis!” A Hipocrisia também defende os pobres (alguém lhes traz a comida na mão) e os desempregados, que procuram emprego nas empresas “não-essenciais”, de portas fechadas.

 “É preciso defender a economia” — solta em tonalidade audível alguém situado do outro lado do próximo teatro, situado logo ali, atravessando a rua. Mas ninguém deve correr o risco de vida. Morrer pode  -  de AVC, câncer, infarto, acidente – mas não deste que se apresenta autoritário e dono do mundo, o tal de Corona. “Desaforo dele, uai!” – esbravejaria um mineiro bem sentadinho na poltrona.

E tudo se embola no meio do palco. Os prefeitos, especialmente o de Itabira, vê a sua primeira manobra: decreta “estado de emergência” contando nos dedos os dias e as horas para soltar a sentença final: “calamidade pública”. Até os céus estremecem! Nem plano de enfrentamento do vírus existe mas para que fim  inventaram o óleo de peroba? Deve ser melhor que álcool-gel. Tudo é esquematizado não apenas nas reuniões das segundas-feiras, nas quais só se resolvem dois assuntos  -  assinar um decreto qualquer, que virou doce de leite, e marcar a próxima reunião. Depois cada um vai embora, recolhe-se ao respectivo isolamento porque ninguém é de ferro.

Registra-se a decisão municipal como irrefutável e jamais isolada. Tudo combinado entre vários chefes de executivos espalhados pelo Brasil  afora, o País da Piada Pronta, como diz sempre Zé Simão, de acordo com a pequenez, o mediano e  a grandeza de cada um. O próprio prefeito já expõe o decreto fatal desta forma: “É um instrumento que permite à  Prefeitura  ter acesso a recursos federais para o enfrentamento do Coronavírus e  do momento atípico na cidade”. Eta enfrentamento bruto! Parece luta na selva de “Tarzan Contra o Mundo”, ou Jerônimo, o Herói do Sertão, derrotando o Dr. Satã!

A peça termina logo para se emendar a outras. A Politicagem está vencendo de balaiada. Mas ela não pode negar, em absoluto, a ajuda que lhes dá a Incoerência e a Hipocrisia. Nas reuniões de bastidores, que ocorrem sempre nos intervalos e, principalmente, no fim, a Politicagem abraça, com efusivo orgulho, a Demagogia. Respeitável entre elas, esta carrega a ajuda indispensável para se obter do palco  acirrados aplausos, depois votos nas urnas. As palmas se estendem aos cenógrafos, ou repórteres, que vão consagrar o grande sucesso da ópera do Belzebu no reino do mal.

Todos se retiraram, autores, atores e plateia. Restou uma figura esquecida na última poltrona, logo ela que seria insubstituível, talvez única indispensável. Refiro-me à Saúde. Mas, coitada dela, nem foi lembrada! Ou será mais adequado dizer: coitados de nós?

Que Deus retome as rédeas do mundo e mude as cenas dos próximos capítulos!

 José Sana

Em 10/04/2020

quarta-feira, 8 de abril de 2020

QUEM VAI SALVAR ITABIRA: DEUS OU O DIABO?

Uma morte + duas internações + falta de Plano de Contingência = Calamidade Pública


A CARTA  AO  PREFEITO  DE ITABIRA, Ronaldo Lage Magalhães, entregue  a ele por intermédio de sua assessoria, em 6 de abril (anteontem) não teve resposta. Hoje, dois dias depois, Itabira passa a figurar entre os municípios brasileiros que vivem uma situação chamada de Calamidade Pública.  Os motivos são  uma  pandemia  mundial que, ainda, e queira Deus, não chegou e nem chegará  á terra de Carlos Drummond de Andrade. Senão branda, de leve, como preveem alguns entendidos otimistas. O pior até agora tem sido o pânico que impõem à população.


Para entender o momento atual, fazem-se perguntas corriqueiras em todos os cantos, por um ou outro morador da cidade ou da região:


— Os registros do Covid-19 são mesmo preocupantes em  Itabira?
— Qual a medida real que o município tomou?
— Itabira tem um plano estratégico para enfrentar o vírus?
— E o Plano de Contingência Municipal de Saúde, exigido por órgãos de saúde pública, foi elaborado?


Os esclarecimentos vêm a seguir, por etapas.


“A COISA TÁ FEIA MESMO?” — JJS, 58 ANOS


O Hospital  Nossa Senhora das Dores informou, nesta terça-feira (7), por meio de um boletim, que dois pacientes estão internados com suspeita de infecção pelo vírus Covid-19: uma mulher de 70 ae um homem de 35 anos. Esta a primeira resposta que obteve o preocupado JJS que fez a pergunta: “A coisa tá feia mesmo?”


A outra explicação que o tranquilizou lhe foi passada pela Superintendência Regional de Saúde do Estado de Minas Gerais. Anotem:


Casos em investigação: 240
Casos confirmados: 1
Casos descartados: 21
Óbitos: 1

JJS sentiu-se aliviado, feliz da vida, e foi embora para casa. Não passou num barzinho
para tomar uma cerveja porque todos estão fechados.


CADÊ O PLANO DE CONTINGÊNCIA?



A cobrança foi feita à Gerência Regional de Saúde de Itabira: o município  tem  um Plano de Contingência Municipal de Saúde? Resposta imediata: “Não tem, não foi feito, é indispensável, estamos cansados de cobrar dos setores competentes municipais”. E mais: “O Ministério da Saúde deve ter, o Governo do Estado idem, e também as prefeituras, mas Itabira não tem”. Obrigado pelas informações.


E agora, José ? — perguntaria sofregamente o poeta, plagiando a si mesmo.


O que é um Plano de Contingência Municipal? — Questionamento apresentado por um eventual  leitor ou internauta. Resposta: é um programa que funciona como planejamento. Deve ser elaborado na normalidade ou não, quando são definidos os procedimentos, ações e decisões a serem tomadas na ocorrência de uma emergência em saúde pública.  E mais: há uma série de decretos deliberações, MP's, portarias e editais que legislam sobre o assunto Coronavírus. Basta acessar: www. saude.mg.gov.br


CALAMIDADE PÚBLICA. ALGUÉM  PODE  ACREDITAR ?


Em que o prefeito de Itabira se baseia para sustentar que Itabira vive um estado de calamidade pública? No estapafúrdio (graças a Deus) número de casos de mortes confirmados em Itabira e região? Releiam as estatísticas e vão confirmar: um caso.


Ou não teria que  apresentar e provar que tem pronto o indispensável Plano de Contingência Municipal de Saúde? Fazer o quê sem ele para direcionar os recursos captados do Governo Federal?


Leiam o que está escrito no site da Prefeitura: “O prefeito de Itabira, Ronaldo Magalhães, assinou nesta terça-feira (7) decreto em que o Município reconhece a situação de calamidade pública em razão do agravamento da pandemia do novo coronavírus. O Decreto Municipal 3.226 será (foi) publicado nesta quarta-feira (8) no Diário Oficial do Município.Com o instrumento, a Prefeitura poderá ter acesso a recursos federais para o enfrentamento do Coronavírus e do momento atípico na cidade. Esse fluxo, contudo, depende da disponibilidade orçamentária e financeira por parte da União”.



É O FIM OU UM NOVO COMEÇO?


Registro minha contribuição à verdade. O itabirano, cansado de sofrer com essa fobia horrorosa —  carros volantes pelas ruas gritando: “o Coronavírus chegou, já vem, corra para casa!”; ruas, avenidas e becos fantasmas, causando medo pela solidão de quem as transita eventualmente; homens, mulheres e crianças de olhos arregalados, muitos sem saber o que vai acontecer ou está acontecendo; calamidade pública para assustar ou buscar dinheiro sem planos elaborados etc. etc. etc. Para quê?


Redes sociais informam  que o prefeito majorou os seus salários, enquanto grande maioria de seus colegas chefes do executivo espalhados pelo Brasil reduz os vencimentos para amenizar o sofrimento de muitos desamparados.



O prefeito de Itabira  precisa, além de revogar tantos erros cometidos, trazer também ideias e soluções para o futuro itabirano, alternativas práticas para as barragens que ameaçam a cidade e contribuir para que a BR 381 saia do marasmo e seja duplicada para segurança de seres humanos e suporte para o desenvolvimento econômico regional.


Quem vai salvar Itabira? Há uma absoluta certeza: somente os simples, os humildes, os corajosos e aqueles que sabem amar o torrão em que nasceu ou escolheu para nele  viver.

Com a palavra o Ministério Público e a Justiça de modo geral
José Sana

Em 08/04/2020