quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A VALE E EU: DEZ ANOS DE VIDA PARA CADA UM

Parece trama do destino. Em 28 de maio de 1966 eu era admitido como funcionário da Companhia Vale do Rio Doce. No dia seguinte, meu primeiro dia na empresa, mandaram-me para participar de uma palestra no escritório do Areão.

Saí chocado da palestra. Um graduado, que seria meu chefe durante um certo tempo — e, por ironia do destino, eu chefe dele quase no final de minha passagem na mineradora — declarou de alto e bom tom: “A nossa grande mineradora pode acabar depressa, porque todos sabem que minério não dá duas safras”. Todo o meu entusiasmo em ser servidor da respeitada estatal, que pagava, segundo o próprio povo de Itabira, “o burro do dinheiro”, esmaeceu-se.

De volta à pensão onde morava na Rua Água Santa, dos saudosos Carolino e Dona Lilice, caminhei pensando na dor que seria o fim da Vale. Uma conclusão desanimadora estampava-me aos olhos, logo quando havia passado muito tempo procurando emprego em vão. Cheguei a resmungar com o meu colega de quarto na pensão: “Comecei a trabalhar hoje e hoje disseram que posso perder o emprego”.

A Vale não acabou, pelo contrário, cresceu. Itabira, na altura de minha chegada, estava recebendo um enorme contingente humano, diziam que se amontoavam  na cidade  nada menos que uns 30 mil funcionários de empreiteiras para o trabalho na construção do Projeto Cauê. E ainda esperavam durar muito tempo a superlotação itabirana, porque, depois, seria a vez do Projeto Conceição. Itabira despontava-se no cenário regional como uma rica cidade-acampamento (continua, em parte, com esse trágico apelido). Sem infraestrutura de saúde, educação, moradias, começava a registrar-se alto índice de criminalid





O tempo passou, chegamos a uma época em que pararam de falar em exaustão, aí foi que surgiram os nossos arranha-céus, depois retornaram o projeto “Itabira 2025”. Finalmente, a Vale que, mesmo que muitas pessoas não admitam, deu o alarme de  dar adeus em 2028. Curioso é que promete reconstruir praticamente uma nova cidade, mais progressista e Itabira não crê ou parece não levar a sério.

Quem não viu ainda deve ver um vídeo que contém a seguinte mensagem:  “Não é da morte que a maioria das pessoas tem medo, mas de chegar ao fim da vida e perceber que nunca viveu de verdade”. O encerramento de cada ciclo é, com certeza, inadiável. Só não se sabe ainda o que há depois: a vida continua ou termina?

Na semana passada um de meus médicos (tenho cinco, não, são seis)  me disse que vou viver mais dez anos. Falei para ele que uma década para um ser humano representa  muito tempo, algo parecido em ser longevo. Frente a frente com o o calculador de meu empo de vida, fiz uma comparação de meu tempo de vida útil com o de Itabira. É muito pouco, ou nada, a Vale durar somente dez anos.  Imaginando a coincidência do destino em me dar a mesma durabilidade à da mineração a partir da data de minha admissão na empresa, 52  anos depois, saí do consultório achando-me mais importante que a Vale.

José Sana

Em 31/10/2018

domingo, 28 de outubro de 2018

AVISO AOS NAVEGANTES: ESCOLHAM O BEM OU O MAL


Passei  três meses com a corda no pescoço. Medo de o PT tomar o poder outra vez e continuar com o seu projeto falido de DITADURA SOCIALISTA  BOLIVARIANA. Nem era a ditadura de Karl Marx, que tentaram  implantar na União das Repúblicas Socialistas Sociéticas (URSS) e deu  errado; também não tinha algo da ditadura que a Alemanha Oriental carregou e que gerou o fatídico Muro de Berlim; nem a tirania de Mao Tsé-Tung, que matou mais de 20 milhões de pessoas na China só no seu tempo; nem mesmo qualquer outra, todas fracassadas no mundo.

Tinha medo de uma “republiqueta das bananas” mesmo. Pois os irreverentes e gananciosos Fidel Castro e Hugo Chávez ergueram a bandeira do pseudo-mito Simon Bolívar e tentaram e tentam nos impor por meio da vaidade que se incorporou ao hoje presidiário Luiz Inácio. Tudo porque nos veem com cara de babacas. Vergonha mundial.

Antes de ser preso, Lula prometeu que, mais cedo ou mais tarde, o Socialismo Bolivariano seria implantado no Brasil. Quem não tem acesso aos vídeos do Foro de São Paulo não passa  de um alienado e pobre-coitado e sem rumo a seguir. Precisa, urgentemente, informar-se sobre os riscos desses atrasados que acreditam no sonho do SOCIALISMO PLATÔNICO  E DE RALÉ.

Cuba está bem próximo de nós e basta ir lá para ver ou ler para crer. O povo se alimenta de migalhas escolhidas como rações pelo governo. A gente cubana não precisa trabalhar e por causa disso é que o desejo de ser socialista começa com essa ideia de preguiça eterna. Também não precisa pensar. Não se tem uma dimensão do que seja, de verdade, viver sem pensar. Não dá para pensar na falta de pensar.

Foto: Divulgação

O pensamento vem de fora, atinge o cérebro por meio de neurônios e movimenta ou tenta movimentar a nossa iniciativa. Conter essa fúria de energia não é fácil. Constitui incrível sacrifício, algo inimaginável como contra a própria  natureza. O  comando de força naturais só nos provoca mal-estar. Os povos cubano, boliviano e venezuelano sofrem muito, padecem demais por lhes ser vedado o livre arbítrio que é datado da criação divina. Imagine o temperamento louco que toma conta de cada um dos habitantes dos pobres países!

E querem isso para nós? Graças a Deus o saque à nossa liberdade foi detido. Agora, minha gente, vamos lutar para manter a nossa vontade de transformar o Brasil num país de desenvolvimento – e não atado aos desígnios de ditadura e de socialismo de ralé. Vamos mirar países fortes, do primeiro mundo, e não esses merrecas que ficam tentando seduzir a cabeça fraca de quem parece ter sofrido lavagem cerebral negativa.  Não existe mais direita e esquerda, agora é o bem e o mal. Vc que escolha o lugar de se instalar com a sua barraca. A minha está montada.

O que quero dizer agora é apenas isto: termina esta etapa. Passou. Vencemos. Mas a vigilância continua. De minha parte, digo que estou mudando como o Brasil, a começar por esta providência: estou cortando de meus contatos aqueles que ficaram impassíveis, intocáveis às mensagens que lhes enviei. Demonstraram que desejam o silencio e o terão. Aos que corresponderam aos anseios puros e límpidos a que nos atamos, amigos assim continuarão recebendo o nosso contato e afeto.

Fim de linha. O Brasil venceu. Se Jair Messias Bolsonaro não cumprir a sua palavra vai ter que enfrentar a nossa fúria e coragem e total empenho contra o que queira Deus não aconteçam besteiras inéditas. Que Deus nos ilumine!

José Sana

28/10/2018

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

PALAVRA FINAL: OU TUDO OU NADA!


Não me lembro de um momento como este na história política brasileira. Vivi, contando a infância quando era apenas torcedor de Juscelino Kubitschek de Oliveira, influência de pai e avós, vi e acompanhei o desenrolar de tudo o que aconteceu neste país que ainda não era o PPP (País da Piada Pronta), “sigla” criada pelo comediante irreverente  José Simão.

Agora, como “qualquer pé-rapado ou lambedor de rapadura” (termos de autoria de Nelson Rodrigues) deve saber que a luta é COMUNISMO (que ainda está no poder, mesmo capengando) x CAPITALISMO (o sistema que Deus inaugurou se levarmos em conta a Bíblia, que revela as divinas palavras dirigidas a Adão, algo mais ou menos assim: “Sustentarás a família com o suor de teu rosto!”).

Mas, também “qualquer cabeça de bagre” (expressão muito usada por Kafunga) entende que existe uma luta do NADA contra o TUDO. O Nada é manter a caminhada no mesmo rumo do plano petista de governo na direção do socialismo bolivariano, sob a inspiração do Foro de São Paulo (um amigo meu teve a coragem de dizer que Foro de São Paulo é da República das Bananeiras. Mas também acabo concordando).  O Tudo é o outro extremo, ou seja, salvar o país.

Mas, contudo, apesar de tudo, resistem os ANTI-TUDOS. Quem são esses? Antes de mais nada representam uma sociedade unida para derrotar o que não lhes interessa. O que não lhes interessa? A condição que pode tirar de si privilégios, poderes, a própria liberdade de serem donos do Brasil, tudo isso e muito mais. Daí, a certeza absoluta de que esses defensores de seus próprios interesses são os reais inimigos do povo. Nunca antes na história deste país arrebentado de todo jeito apareceu despido e tão escancarado à sua frente e corajosamente transparente  o óbvio ululante (de novo  recorro a Nelson Rodrigues).




Quem não quer a vitória do Tudo? Vamos enumerar alguns nomes: Rede Globo de Televisão (recebe hoje 80% da verba governamental destinada à mídia) — que o Arcebispo de Brasília chama de “o demônio dentro de nossas casas”; jornal Folha de São Paulo — que já foi imparcial, mas apenas no tempo da Ditadura Militar e se expôs durante muito pouco tempo; revistas Veja, Exame e outras da Editora Abril — que estão capengando e dependem de verbas oficiais e nossas  para sobreviver; políticos de modo geral que correm o risco sentarem-se na mesa redonda da Lava Jato  — entre esses, Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Jacques Wagner, Jarbas Vasconcelos e muitos mais.

Não vou me alongar, apenas resumir: pela primeira vez na história o eleitor tem diante de si a oportunidade de optar certo, com clarezas irrefutáveis e certeza absoluta de que não vai errar na escolha. Se errar para um futuro mais a médio ou longo prazo, imediatamente pode derrubar o governo (vide o episódio Collor de Mello), porque derrotar um idealista ou pseudo-idealista é milhões de vezes mais fácil do que arrancar do poder uma organização comunista (consulte os quase 60 anos da tirania cubana e sentirá como é praticamente impossível).

Tenho o dito: BOLSONARO 17 AGORA OU LIBERDADE NUNCA MAIS PARA AS GERAÇÕES FUTURAS ATÉ O ANO 2099! (Ou mais)...

Assinado (porque sempre assumo as minhas palavras e não vivo atrás dos panos):

José Sana
Em 26 de outubro de 2018.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

CARTA ABERTA AO MUNDO • Ricardo Kertzman


Jair Bolsonaro é uma triste escolha do Brasil, diz o jornal The New York Times.

O mundo está indignado com o Brasil. O NYT não compreende a insanidade dos brasucas. A The Economist condena a escolha brasileira por uma aventura autoritária. A CNN está com medo do rumo que estamos tomando.

O jornal El País, da Espanha, aponta o Brasil como um dos países do mundo a caminhar para um regime fascista. Quem mais? Deixe-me ver. Le Monde, The Guardian, Washington Post. Putz! Até o El Clarín!! Nuestros hermanos numa draga de fazer dó e preocupados conosco. Bonitinhos.

Estou aqui pensando: onde estava o mundo durante estes últimos anos? Onde estavam todos, no Mensalão e no Petrolão? Onde estava o “escritório adjunto do comitê dos direitos humanos da ONU” enquanto Lula financiava clandestinamente o regime de Hugo Chávez e Nicolás Maduro?

Onde estava o poderoso Barcelona, durante os escândalos de superfaturamento dos estádios da Copa? A CNN, durante a compra das Olimpíadas? E o HuffPost, enquanto Lula, aboletado em um hotel em Brasília, comprava deputados durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff?

Pois bem. Onde estavam vocês, líderes mundiais, tão preocupados conosco agora? Me engano ou estavam festejando o líder sindical que havia chegado ao poder naquele país simpático, meio exótico da América do Sul, cuja capital é (qual é mesmo?) ah, Buenos Aires? Ops!! Brasília.

Me engano ou Bono Vox recebia “o cara” do Obama, em uma turnê pela Europa? O mesmo “cara” que hoje está preso, condenado a mais de 12 anos de prisão e é réu em mais seis processos criminais. E o Roger Waters? A Madonna?


Ricardo Kertzma (foto Divulgação)

O The Intercept, meu Deus! Será que estava hibernando e não soube da Lava Jato, da Odebrecht e da JBS?
Sabe, mundo, enquanto você festejava o metalúrgico analfabeto, nós brasileiros estávamos afundados em nossos piores pesadelos, sendo massacrados por uma máquina corrupta que organizou o maior assalto aos cofres de um país na história democrática ocidental.

Enquanto você, mundo, se divertia com aquela “presidenta” que cantava “happy bordei tu iu“, nós ficávamos sem emprego e sem renda. Sem esperança, tristes, conformados com um destino cada vez mais próximo da Venezuela e cada vez mais distante de vocês.

Mundo, meu caro. The New York Times e companhia. Líderes mundiais e celebridades globais, por favor aceitem nossa maior gratidão por sua preocupação com nossas eleições. Mas temos de ser bem sinceros com vocês: sabem o que é? We don’t give a damn!

Faltam só mais 4 dias!

·         Ricardo Kertzman, belo-horizontino, é autor do blog OPINIÃO SEM MEDO.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

HIPOCRISIA: O MITO ESCONDIDO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Hipócrita era apenas um ator, um comediante, um histrião, sem as conotações intensamente negativas – de falsidade, dissimulação, fingimento – que hoje estão grudadas nela. Ou melhor, o fingimento estava lá, mas era exercido em nome de uma causa nobre, a de entreter o público. 

Depois o hipócrita virou um praticante da hipocrisia, que é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não as possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis, ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos.

Seja como for, é certo que ao desembarcar em português no século XIV a palavra hipócrita já trazia consigo, pronta, a acepção que hoje vemos atribuída com frequência a políticos e outros fingidores. Hoje é palavra-chave para quem a detecta, fica sempre embutida em algum sentimento de quem a usa. Praticamente, todos os termos ruins da política, da justiça e da oratória se sustentam na hipocrisia.

A tecnologia conseguiu produzir um monte de detectores mas ainda não chegou ao exame de avaliação da hipocrisia humana. A psicologia arrisca em autuar um hipócrita até em flagrante, deitado num divã, mas não assina, com absoluta certeza, de que aquele filho de uma mãe deitado diante de si mente, finge, força a vontade, ou é hipócrita, mesmo de leve.



Eleições são instantes de grande profusão da hipocrisia. Tanto os candidatos quanto o eleitor sabem que estão usando uma condição que moveu o Nazismo e o Fascismo, que empurra a demagogia, que sustenta o marketing e até elege grandes falsificadores. Vejam na eleição atual. Segundo a mídia, o deputado federal Eduardo Bolsonaro teria dito, oficialmente ou não, no Congresso ou na rua, num boteco ou velório, na esquina ou na barbearia, a seguinte frase: “Basta um cabo e dois soldados para fechar o STF” Na verdade, ele quis, ingenuamente, repetir Jânio Quadros, depois de sua renúncia à presidência da República, em 1961, que confessou a um repórter: “Ter-me-iam bastado um cabo e dois soldados para fechar o Congresso.”

A frase bolsonariana rendeu e ainda rende uma mil resmas de papeis escritos e falados, impressos ou não para quem está querendo tentar mudar o resultado de uma provável eleição de Jair Bolsonaro no próximo domingo, dia 28 de outubro. Declaradamente, a Rede Globo, o jornal Folha de São Paulo e o site Uol se juntam para se livrarem de um governo que lhe pode prejudicar nos próximos quatro anos. É ridículo. Ridículas são muitas outras posições. Já o candidato Fernando Haddad, que seria o principal interessado, agarra-se a este propósito para revirar a mesa ou a cabeça do cidadão. O mesmo esforço foi feito com a confusão do WhatsApp, aplicativo da internet que espalha, em questão de segundos, mensagens para todos o quadrantes da Terra.

Hipocrisia, venha cá e se apresente. Diga por que você, hoje, é a palavra-chave do momento, ou melhor, o mito escondido desta eleição. Abra o coração e o verbo e confesse para o mundo o porquê de sua existência. Explique a razão fundamental que permitiu que estes fatos — derrame de WhatsApp, fala de Eduardo Bolsonaro e outros factoides  —  sejam tratados como se fossem a bomba de Hiroshima pela imprensa que martela o fato como lhe convém. Imaginem que Lula, Zé Dirceu e o deputado Wadih Damous já disseram frases parecidas e que não saíram nem em rodapé de jornal.

Isto eu aprendi nos corredores e salas de jornais e revistas nos quais trabalhei desde os 18 anos: “O mundo acontece lá fora e tem pouca importância. Aqui dentro nós pegamos a notícia, que precisa existir, e vamos dar-lhe a dimensão que queremos, e também arquivar aquela que nada acrescenta ao nosso interesse”. Desde quando comecei no jornalismo, de proveitoso nas lides com falsidades ou não, só aprendi que um cão morder um homem não é notícia, mas, o homem morder um cão pode render uma manchete de primeira página. 

Fora da anedota canina tudo é hipocrisia.

José Sana
23/10/2018

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

FILA DE LOTÉRICA: LOCAL DE COMÍCIOS PARA SALVAR O BRASIL


Diálogo que gravei na fila diária de loterias que estão cada vez mais extensas por aí:


Um paciente frequentador de filas lotéricas resolveu abrir uma conversa considerada proveitosa no final e que merece atenção. Dirigindo-se a um amigo nas mesmas condições de pagador de contas, fez a pergunta que estava entalada em sua garganta?

— Me explique aqui, moço: por que você vai votar no Bolsonaro?

— Vou te contar, rapaz... Foi assim: faz um bom tempo, estávamos ainda longe das eleições, uma de minhas filhas chegou junto a mim e disse: “Pai, eu não voto no Bolsonaro”. Fiquei calado, nem sabia quem era esse tal de Bolsonaro. Pensei até que fosse uma onça, ou cobra venenosa, algo assim.

— E aí?

— Aí aconteceu o seguinte: passado mais um tempo, ainda longe das eleições, minha filha voltou a dizer, agora também à mãe, a mesma frase: “Eu não voto no Bolsonaro”. Eu, curioso, perguntei logo e quis saber o segredo: “Por que, minha filha, você não vota no Bolsonaro?” Ela explicou que “não voto no Bolsonaro porque o meu namorado também não vota, a irmã dele não, a outra irmã também não”.

— Conte o resto da história, moço! — insistiu o colega de fila da loteria.


Foto: Divulgação

— Dia deste eu não havia ainda escolhido candidato algum. Só carregava aquele palpite, a síndrome que se criou em mim. Por causa da conversa com a minha filha só tinha em mente que nesse Bolsonaro seria arriscado votar, pois ele deve ser uma cobra venenosa. Aí, resolvo perguntar a todos que estavam reunidos para o almoço de domingo: “Em quem vamos votar para presidente, pessoal?” Minha filha respondeu: “Eu não sei ainda, meu namorado também não sabe, mas só tomamos uma decisão: “Não vamos votar no Bolsonaro”.

— Cara, estou cada vez mais curioso e quero o fim desta pendenga porque está chegando a minha vez de ser atendido ali no guichê. Afinal de contas, o que deu o seu diálogo com a sua filha?

— Agora o papo acabou de vez, meu amigo. Resolvi chamar a minha filha e o namorado dela para uma conversa. Abri o verbo: “Vamos decidir em quem vamos votar?” Eles toparam e foi proveitosa a conversa. O meu futuro genro (se Deus permitir) bebeu um copo de água, franziu a testa e pareceu subir numa tribuna, consertou a gola da camisa e soltou o verbo: “Não vamos votar no Bolsonaro porque ele vai mudar tudo. Ele disse que vai acabar com as nomeações políticas nas estatais, que o seu critério será técnico e que vai sumir com esses 20 mil apadrinhados que mamam descaradamente; afirmou que vai reduzir o número de ministérios, que vai agir rápido porque deixar para depois vai emperrar o seu governo; ele quer desregulamentar a burocracia para que mais empresas sejam abertas, quer privatizações e concessões amplas e pensa logo em reformar a Previdência, veja que maluco!”

Meu futuro genro (Deus queira que dê certo o casamento) prosseguiu na sua costumeira eloquência, até que é um bom rapaz:

“Bolsonaro deseja modificar a política de financiamentos pelo BNDES, ele defende conceder empréstimos com menores valores para o maior número de empresas, eu li isso hoje no Folha de São Paulo; Bolsonaro quer acabar com os “Mais Médicos”, que trazem profissionais de Cuba, vai exigir que eles façam exames rigorosos para atuar na Medicina, a Revalida, como o fazem os brasileiros, que coisa, hein? Por que não ajudar os cubanos?”

Ingeriu mais um copo de água e continuou:

“Agora, veja mais um absurdo: com Bolsonaro, em quem não votamos, haverá uma aproximação com os Estados Unidos, afastados pelo governo do PT por questões ideológicas. Bolsonaro, esse maluco, considera que os EUA são a maior economia do mundo e sempre deu certo o Brasil relacionar-se com o país do Trump. Bolsonaro quer mudar a relação com o Mercosul. Diz que o acordo entre os países atrasa o desenvolvimento econômico do Brasil. O que é de estarrecer: ele quer dar força, apoio, dinheiro para a Operação Lava Jato e disse que por ele Lula mofará na cadeia para o resto da vida. Esse cara precisa de um tratamento médico e psicológico”.

Empolgadíssimo, não mais que eu àquela altura, encerrou:

“Até em Segurança Pública ele quer mudar e diz claramente que haverá alterações radicais, a começar pela valorização das polícias, com mais investimentos e apoio do Estado. Logo essas polícias que matam sem parar. Não quer o Bolsonaro ações do MST e MTST, como esse humilde povo vai viver? Garante que vai cortar as regalias e benefícios que esses movimentos têm e olhe, esse Bolsonaro é um louco!”

— E acabou?

— Acabou, sim, eu apertei a mão de meu futuro genro (talvez seja porque o Brasil corre o risco de melhorar) e beijei e abençoei a minha filha. Disse a eles: “Eu não quero mais ouvir nenhuma palavra. Agradeço pela orientação que me deram: meu voto é desse tal de Bolsonaro, e vou sair por aí dizendo que nunca o Brasil teve um candidato tão bom como o Bolsonaro. Tenho fé em Deus que ele vai ganhar e nos livrar desse estado de coisas em que vivemos”.

Todos os que ocupavam as filas da loteria bateram palmas para o diálogo. E só tinha um que não votava em Bolsonaro, mas adiantou: “Domingo que vem, dia 28, vou viajar e pretendo justificar a ausência. Não faço parte desse conluio nem para consertar nem para atrapalhar o Brasil”.

José Sana
22/10/2018

domingo, 21 de outubro de 2018

O COMUNISMO LEITÃO E O SOCIALISMO PÃO COM MORTADELA


O jornal O TEMPO deste domingo, 21 de outubro de 2018, publicou, na página 12, texto da jornalista Miriam Leitão, intitulado “Falsos problemas dividem o país”. Não vou analisar todo o texto, apenas o teor que compõe a trama da articulista.

O título por ela adotado não se encaixa no contexto, considerando que os problemas enfocados são verdadeiros da América Latina, e não há falsidade alguma como ela julga. Há uma luta inglória contra ameaças vindas da prateleira de baixo de governos acéfalos, Está de volta ao Brasil a velha briga de Direita x Esquerda e Capitalismo x Socialismo/Comunismo. Não sei se a reconhecida jornalista faz de conta que não vê ou apenas assume o papel de ignorante.  O foco da eleição presidencial, já foi dito e repetido por mim e por outros jornalistas e cientistas políticos: não temos eleição este ano, mas um plebiscito de rua de baixo contra rua de cima, isto é, ou o Brasil vai subir a escadaria em que possa sonhar com o progresso para recuperar-se dos trancos sofridos nos últimos quatro mandatos presidenciais ou descer desenfreadamente  ladeiras para os confins do inferno.




A “dona da verdade” diz o contrário do que se vê. Ela quer outras pautas para discussão na campanha eleitoral. Não assume que não há mesas nem redondas nem quadradas para tais debates. Miriam Leitão enxerga a ditadura comunista de Lênin e Stálin gerando a desastrada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e anuncia que o drama protagonizado pelos bolcheviques teve fim. Também vê findo o sistema que matou 77 milhões de chineses, comandado pelo sanguinário Mao Tsé-Tung na China, cujo imenso país se transformou recentemente numa grande nação capitalista e próspera. Ainda lembra que já teve fim não só a Segunda Guerra Mundial, como foram derrotados o nazista Adolf Hitler e o fascista Benito Mussolini. Com tais exemplos, anuncia que não se deve mais, no mundo, haver preocupações quanto ao Socialismo rumo ao Comunismo. Só faltou escrever que a campanha de Jair Bolsonaro está vendo assombração durante o dia.

Leitão, no entanto, faz vistas grossas para a América Latina, onde está o estopim de uma catástrofe anunciada, nesta ampla região do globo terrestre que teima em manter acesa a chama já apagada no Primeiro Mundo do Socialismo retardado. Por estas bandas há fortes resistências e rondam por todas as extensões os fantasmas de Fidel Castro e Hugo Chávez, além do espectro Simon Bolívar. O que denota atraso clamoroso de postura politico-economico-social é que o Brasil, por meio de suas embrutecidas lideranças de esquerda, de  há muito sonha com tão inadmissível desgraça: repetir o que não deu certo em terras promissoras e querer promover a entrada em cena de personagens ou atores folclóricos, a exemplo de Raúl Castro, Evo Morales, Nicolás Maduro, Lula da Silva, Dilma Rousseff (essa já despachada) e outros menos votados.

Com certeza, Miriam Leitão conhece ou já ouviu falar em Foro de São Paulo, que prossegue sendo discutido por dezenas de países do submundo político e, com certeza, já ouvir  referências também à União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas (URSLA). Então, cabe agora acrescentar ser possível admitir que a jornalista, ao liberar para publicação o seu texto, quis apenas se fazer de alheia ao que corre nos becos da pobreza das Américas sofredoras ou, propositadamente, para tentar desvalorizar o candidato líder nas pesquisas. Necessário é que alguém lhe diga: “Oh, senhora, vamos convir que a ignorância ainda não tomou conta de todos!”.

Concluindo, é oportuno que se façam perguntas:
— Será que cabe uma espécie de puxão de orelhas neste petismo incrédulo que defende o Socialismo de Ralé?
— Não mais existe a palavra óbvio na língua portuguesa para evitar que se repitam erros grassos cometidos no passado?
— A jornalista Miriam pode definir o que significa menosprezar a inteligência de seguidores e/ou meros ouvintes?
 Quem está disposto a ser humilhado se for imputado ao Brasil a pena do rebaixamento cultural e político par o mais ridículo patamar da mediocridade  e aí  fazer jus, inapelavelmente, de um novo nome que pode ser  País Socialista do Pão com Mortadela?

José Sana
21/10/2018

sábado, 20 de outubro de 2018

“CARA, EU NÃO TENHO O DIREITO DE TER OPINIÃO?”

Tenho tristes conclusões sobre o mundo até agora no que se refere aos seus habitantes. A mente do ser humano está muito devagar, quase parando. Alguém vai dizer que esta é apenas uma opinião, a minha, urge que concorde: é verdade, trata-se de uma palpite, aquele a que temos direito, já que vivemos num país democrático e exercemos o que trazemos desde a criação do mundo, o livre arbítrio. Acabo de sair de um diálogo interessante. Uma pessoa discutiu política comigo e me esculhambou: “Quero que me deixe com a minha presunção, convicção, teima, conjetura, e  caia fora daqui com o seu conceito, julgamento, parecer e capricho para os raios que o parta!”

Abri este texto com o parágrafo acima para explicar o que um jovem de 17 anos atirou em minha cara. As palavras estão entre as aspas abertas e fechadas. Para  encerrar o debate, daqueles que se desenrolam num boteco de ideias, novidade por ser entre  duas gerações, ele e me calou de vez: “Cara, eu tenho ou não tenho o direito de ter opinião?” É claro que foi um convite ao silêncio, ao fim do bate-papo, ou mais que isto, a um arrebenta-goela.




Qual a opinião do jovem que ensaia  — disse que já está preparado  — para a vida? Ele é anti-bolsonaro, anti-capitalista, anti-liberal e pró Haddad, PT, Lula Livre, Foro de São Paulo, Socialismo Bolivariano e comunista de papo amarelo. E é, também, amante do autoritarismo, ou da ditadura do proletariado. Sim, aquele mesmo regime que não deu certo na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e culminou com milhões de assassinatos nos períodos Lênin e Stálin. O rapaz ainda acrescentou que deseja “ver triunfar a União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas (URSLA).” Sequer pisquei os olhos para contestar o fato de ter fracassado a URSS. Sigamos por outro caminho.

Vamos primeiro aos conceitos fundamentais: Capitalismo é o acúmulo de bens e abertura para a globalização, ações liberais, gerador de empregos e renda, o único possível aplicar-se na democracia, se bem conduzido; pode ser selvagem ou simples, assim quando há governo eficiente; a Alemanha Ocidental é um exemplo de capitalismo bem-sucedido hoje em dia.

O Socialismo é o oposto, visa a uma sociedade totalmente igualitária, sem distinção nas classes sociais e total controle de renda e comércio pelo Estado, onde existe uma socialização dos meios de produção. Ninguém é obrigado a trabalhar, e quase ninguém trabalha (“Pra quê, né, Mané?) mas são respeitados os planos de produção, embora, como no caso de Cuba, quase nada há nos armazéns. Assim o governo é obrigado a racionar a alimentação. O que fica mais forte no Socialismo é que o artigo primeiro da constituição, embora não seja explicitamente desta forma, o é implicita e claramente: “É proibido pensar.”

Comunismo é uma ideologia política e socioeconômica  que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral. Para se chegar a ele é preciso passar pelo Socialismo e em sua planejada aplicação o ser humano já parece plenamente enterrado até o pescoço com suas exigências.

A discussão com o adolescente que nunca votou e vai estrear agora — tomara que não dê um tiro no pé — terminou mas alguém que acompanhava, um senhor maduro, não como o ditador venezuelano, fez-me  a pergunta de sopetão: “Se o comunismo é ruim, por que existem os comunistas?” Sem rodeios, eis a resposta:  prefiro admitir que os comunistas sejam ingênuos e  idealistas. Acham o capitalismo ruim, mas, realmente, jamais moraram num país comunista. Existe uma frase que ilustra o pensamento de alguns idealistas, inclusive o meu: “Quem nunca foi comunista na vida não possui coração; quem continua comunista pela vida inteira não possui cérebro”
.
Concluindo, nada a acrescentar: o meu debatedor jovem, inquieto  e irrequieto, deu ele mesmo resposta a si próprio. Com o seu sagrado direito de opinar, aqui no Brasil, usou a prerrogativa que está por um fio, ou não, porque a derrota do Comunismo parece certa. Só  parece por enquanto  porque os que pretendem na verdade ser donos do país têm fibra para nunca deixar os seus ambiciosos propósitos. Não foi preciso, pelo menos por enquanto, citar que nem Socialismo nem Comunismo se aplicam sem ditadura, a história esclarece. Quanto à inquietação dos brasileiros,  dizia o próprio Getúlio Vargas, que um dia reinou no alto da ganância humana e voltou a ser democrata: “Este povo não quer mais ser escravo de ninguém!”

José Sana
20/10/2018

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

NÓS NA PAREDE: HORA DE DECIDIR O FUTURO


A vida seguia normalmente no país da incerteza e da situação complicada. Já falavam em eleição presidencial e outras que se sucederam ou se sucedem. De repente, encarceram o Lula. A Justiça baseia-se unicamente em uma lei que determina o recolhimento à cadeia de cidadãos condenados em segunda instância. O vilão para uns e herói para outros faz parte desse grupo amplo de 147 mil julgados e condenados no Brasil, segundo levantamento da própria Justiça.

É o estopim da revelação de mutretas escondidas  A raiva sobe  nervosa pelas veias de seguidores fiéis de Luiz Inácio Lula da Silva, seu líder, seu guru, seu pai. Descuidam-se de histerismos inéditos e começam a vazar denúncias sobre os rumos e detalhes do plano petista para o Brasil. Somente letrados (não todos), ou bem informados, sabem dos caminhos que foram traçados pelo próprio presidiário e o falecido caudilho Fidel Castro, em 1990, quando assinaram e proclamaram, ambos, a portas não tão fechadas mas perceptivelmente abertas: Foro de São Paulo é o plano do partido que “enganou até Deus”, como dizem "antipetistas" mais enfezados com a situação brasileira.


Imagens reais do Socialismo Bolivariano (Divulgação)

O Foro de São Paulo traça a senda da organização que criou, a União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL), extraída do modelo marxista  fracassado da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)  para puxar o Brasil a uma eventual e prometida liderança desse grupo macabro. Lula se seduz na sua antiga ignorância de berço e escolaridade. Chega a gravar dezenas de vídeos, escancarando a notória extravagante vaidade e  demonstrando seu conhecido e  maluco “complexo de Jesus Cristo”: “Vamos fazer crescer este país e liderar toda a América Latina”.

Uma característica típica do socialismo, em todas as formas, épocas e locais em que foi implantado ou tentado é a existência de uma elite política relativamente pequena que vive nababescamente, cercada de luxos e regalias. Essa elite abre o plano de aquisição de luxo e regalias por meio da pilhagem da população, destruição da economia e  imposição de um regime que gera igualdade de pobreza e miséria para todos, transformando os cidadãos em dependentes do Estado para sua sobrevivência. Aquele que tem o poder de confiscar toda a riqueza da população de um país será inevitavelmente um magnata, ao mesmo tempo ditador do nível de Fidel Castro, Evo Morales, Hugo Chávez, Nicolás Maduro, Lula da Silva.

À beira desse caos, o brasileiro se defronta com um lado que bem poderia lhe imputar um estado natural de dúvida. Como dar resposta à pergunta: “Votar em Jair Messias Bolsonaro não seria um risco?” Seriam verdadeiras as ondas propagadas por aí: “Ele não é racista, machista, incitador de homofobia e de violência?” E outra questão muito falada: “Ele não pretende liberar armas para todos os brasileiros matarem mais?” Acredito que uma só resposta, transformada em duas perguntas, resolve a dúvida: vamos eleger um presidente da República ou um pai de família? Quem decide sobre leis é o Poder Legislativo ou o Executivo?

Eleição na porta ou plebiscito à vista? Vamos eleger um modelo de governo ou um capataz para nos atirar abismo abaixo?  A verdadeira e corajosa resposta: ou seguimos o risco do Socialismo suicida ou continuamos mais seguros no Capitalismo. Ou multiplicamos a miséria que já faz ronda em nossa periferia, ou vamos para o mercado de empregos e oportunidades. É preciso saber o seguinte: optando pelo Socialismo Bolivariano estaremos assinando uma carta em branco para décadas e mais décadas de escuridão num futuro sombrio; ou escolhendo o outro lado, o plano de governo que tem equipe  mas se resume apenas num homem. Errando, fácil será detê-lo. A história recente de nosso país prova isto.

Resta apertar você na parede, porque o tempo é exíguo, e lhe diga: assine já! Este é um termo de responsabilidade; não se desculpe depois  que estava mal informado ou enfie aquele questionamento bem vulgar: “Eu não sabia de nada!”: estaremos decidindo o futuro de uma nova geração. Nossos tataranetos, trinetos, bisnetos, netos e filhos poderão fazer uma pergunta inquietante no futuro – onde estaremos a essa altura? – e anote a inquirição deles: “Os nossos antepassados não tiveram sequer uma só oportunidade de entender a história, enxergar o óbvio ou de ler algo assim:


“Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso, eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários, mas  não me importei com isso,
eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso,
porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho meu emprego,
também não me importei.
Agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei
com ninguém, ninguém se importa comigo.”

(Bertholt  Brecht)


José Sana
15/10/2018

sábado, 13 de outubro de 2018

DESAGRAVO A UM INOCENTE


Conheci Luciano Soares Moreira na década de 1970. Acompanhava jogos do futebol amador de Itabira por meio de suas colunas no jornal O Passarela. Certo dia, na redação do jornal, tive o prazer de apertar-lhe a mão pela primeira vez. A partir daí fiquei conhecendo este rapaz que, muito precocemente, perdera a  esposa. Depois casou-se  de novo e mantém em dia a sua fervorosa atividade de pai de família e marido.

Outros contatos que tive com ele ocorreram na campanha de Olímpio Pires Guerra, o Li, para prefeito, em 1992. Como sempre atencioso, educado, via, como repórter, o seu empenho para cumprir sua missão. Curvava-me à sua educação e ao entusiasmo com que sempre dedicava e dedica  às causas que abraça. Quanta energia! Aposentado da Vale,  um pouco mais tarde, empresa em que trabalhou como técnico, além de ter tomado parte na diretoria do Saae, Luciano passou a ter ainda mais tempo disponível,  tanto para os amigos quanto a família.

Bem. Fiz a apresentação. Ontem à noite, quando chegava à casa, deparei-me com uma mensagem assim descrita por ele por meio do WhatsApp: “Sana, nunca fiz mal a ninguém e olha o que o M... fez comigo...” M era um super-homem, talvez o Incrível Huck. Em seguida, perlustrei as fotos do bom moço maltratado, agredido, golpeado, surrado, açoitado, fustigado, lesado, ferido, machucado, esmurrado. Estampei essa quase dúzia de adjetivos de alta humilhação para exprimir o que vi em seu corpo, da cabeça aos pés. Eu estava em casa e sem carro naquele momento, não pude dar-lhe o apoio que merece. Felizmente, Luciano tem uma grande legião de amigos, além da família , e ele próprio me perdoou por não ter ido, pessoalmente, vê-lo no Pronto-Socorro Municipal.


Luciano, aguardando resultado de  tomografia
no Pronto Socorro Municipal

Enquanto olhava as fotos, não sabia se me locomovia e tentava sair de casa, cheio de meus inúmeros problemas,  como sempre escravo do tempo, ou se pensava no Luciano plural, o Luciano amigo de todos, comunitário,  que conheço há quase meio século. De olhos esbugalhados e rútilos, parecia-me enxergar o sangue  escorrer na tela do celular, puxando a minha atenção para  milhares de cidadãos, famílias, crianças, jovens e idosos que sofrem diariamente, em todas as partes deste Brasil imenso, que regride assustadoramente em segurança pública, a dor da violência. Ainda insistimos em viver, queremos viver e sonhamos com um futuro à altura para as futuras gerações. Que ansiedade alucinante e pavorosa!

 O leitor deve estar inquirindo neste momento: “O que fez o bom moço Luciano Soares Moreira para ser vítima de um alucinado?” Inexplicável é a resposta. Com sua voz mansa e calma, ele só convida as pessoas para a paz e até a reflexão. Seu jeito de ser transpira um convite ao entendimento. Mas aconteceu. Que cada um de nós instale nas orelhas pelo menos duas pulgas para nos chamar a atenção em surpreendentes ataques como este do dia de Nossa Senhora Aparecida. Que contradição!

Meu amigo Luciano, estamos — minha família, meus amigos e eu — com você. Que o seu algoz pague pelo que fez e, assim, não deixe que a impunidade se alastre mais ainda, sem ser contida. Depois do que passou, daqui a muitos decênios de vida, quando você, Luciano, chegar ao chamado e tão falado Juízo Final, sei que terá muitos e muitos créditos porque, de verdade, você nunca fez mal a ninguém.

Um abraço, resumindo em  minhas palavras a visita que lhe faço, de coração.

José Sana
13/10/2018

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O ENSINO EMPREENDEDOR EM ITABIRA E SEU ASPECTO ANTI-COMUNISTA

Na crônica anterior, proclamei, quase solenemente, a minha teimosa burrice — procuro sair dela o mais rápido possível. Tentei explicar o que significa Direita e Esquerda — não entra em minha pobre cabeça a tapeação fascista de que “Direita é idiotice e Esquerda símbolo de inteligência”. Abordei o tema Comunismo e Capitalismo, citando Marx, Engels,Lênin, Stálin, entre outros — alguns dos principais atores do passado em um sistema que nunca deu certo em país algum do mundo, constituindo-se como bússola indicatória da chamada “estrada sem saída”.

Precisaria agora chegar à origem dos sistemas, como nasceram e por que o Capitalismo Liberal é o único que condiz com a natureza humana. Para se formar um raciocínio em torno desta proposta vamos contornando as afirmativas e eliminando as negativas até que todos entendam a que conclusão este “burraldo” quer chegar. Vou abordar, agora, o aspecto Itabira num conjunto simplificado de ações educacionais pelo desenvolvimento empresarial e dedicação humana.

Além de iniciativas abordadas em escolas públicas, como Premen, Emílio Pereira de Magalhães, Major Lage, por exemplo, a cidade se destaca em empreendedorismo por ações efetivamente práticas. Um exemplo é a Escola de Formação Gerencial (EFG), gerida pelo processo Fide/Sebrae. Trata-se de um modelo importado da Áustria, em 1994, graças ao esforço de Márcio Antônio Labruna, que fez e faz  carreira neste setor e, principalmente, na área comunitária; e de Stefan Bogdan Salej, à frente da primeira EFG implantada no Brasil como inspiração à itabirana. A escola de Itabira continua formando empreendedores e mantém, por exemplo, o Projeto Vitrine, que tem a característica essencialmente aberta à comunidade regional.


Vista parcial de Itabira (Foto Silva)

As faculdades que funcionam em nossa cidade — vamos citar, por enquanto, Unifei, Funcesi, Senac, Unopar e UNA — todas se dedicam, principalmente, a este objetivo. Vimos, recentemente, o exemplo primordial que a UNA estampou aos olhos de quem quis ver, com a aquisição de um antigo “center shopping”, obra tão paralisada que permitiu à sátira  popular que a denominasse “elefante branco”. As ideias, mostradas em “startups” e outros canais, revelam o quanto se expõe claramente o objetivo empreendedorismo no ensino local.

Pronto. Para bom entendedor não preciso mais esticar o tema. Basta concluir: todas as indispensáveis atividades no campo da Educação precisam ser assim  para penetrarem-se na área de negócios, representando simplesmente o entrosamento com o  sistema de governo que vigora em nosso país e nas nações do primeiro mundo, o Capitalismo. Este é único sistema que deu certo, mesmo carecendo de expandir-se para  atrair cada vez mais as classes C, D, E, por aí. Não há outro caminho a seguir, a não ser que uma sociedade queira se proclamar masoquista, pesadelo inadmissível ser aceito pelo cidadão do terceiro milênio.

Com certeza, o leitor vai querer saber: por que em nosso país a chamada Esquerda política insiste em seguir as regras estabelecidas no Foro de São Paulo, que constituem o plano petista de governo? Tal opção não seria, claramente, a contramão da história? A única resposta possível: há uma certa vaidade em pretender-se que o Brasil seja líder da miséria na América Latina. Itabira, na sua simplicidade de sempre, mostra que segue os rumos do progresso e da felicidade humana.

Este o nosso recado de hoje. Obrigado

José Sana
12/10/2018.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

CONSERVADOR É A MÃE!

Marquei uma data importante nestes tempos atuais: 8 de outubro de 2018. Fato ocorrido nesta data: declarei-me oficialmente burro e ainda me intitulei o último burro da face do Planeta Terra.

Após esta declaração, veio a constatação de que sou muito mais asno que pensava. Acesso os jornais e vejo que a grande maioria deles se refere a Jair Bolsonaro, do PSL, como político conservador. Que expressão difícil de ser engolida! Só posso aceitá-la de bom grado caso as determinantes do conservadorismo sejam apenas referentes à direita. A direita faz bem. “Está assentado à direita de Deus Pai todo-poderoso...” Alguém já ouviu, pronunciou ou escreveu tal oração?

Embora idiota, sou revolucionário, só que isento, pelo menos por enquanto, de quatro patas da família dos “equus africanus asinus”. Sendo um burro revolucionário saio por aí dando patadas e coices em todas as direções. Um revolucionário não é um zé sardinha, que fica parado no lugar. Mexe e mexe muito.

Ser revolucionário no sentido de caminhar na contramão da história não cabe na minha cabeça. Todo anti-conservador imagina que uma mudança extraordinária tem o sentido de se basear no mais profundo sentido da vida. Quem não domina o tema “sentido da vida” deve esquecer a discussão política, social e econômica e recolher-se à sua insignificância. Recolhi-me à minha. Quem vem comigo?





Deus, o arquiteto do Universo, seria conservador, então?  No conceito da patota intelectual, sim. Foi Deus quem determinou que o ser humano devesse ser independente. Não pode ficar a vida inteira pendurado no gancho do paternalismo, nem dos pais quanto menos do Estado. Ser conservador é o mesmo que estar paralítico. Se fosse eu um cubano,  tudo chegaria às minhas mãos, o Estado me daria o que mereço. Receberia  uma cota a que meu estômago tem direito na avaliação governamental cubana. E pensariam por mim.

Existe uma mania quase nacional de se basear no marxismo para se posicionar politica-economica-socialmente. Karl Marx é cria do século 19. Suas ideias são mais antigas que a Serra do Caraça. Ninguém consegue atualizar esse Marx e ainda o filiam a Lênin e Stálin. O mais atual dos socialistas é o presidente da Coreia do Norte. Kim Jong-un é um belo modelo petista a esta altura. Poderiam exibi-lo ao vivo e a cores.

O ser humano precisa, então, proclamar-se sábio. Idiota sou eu e ninguém tem nada com isso. Detesto o socialismo bolivariano e todos os outros socialismos do mundo. Mas não me chamem de conservador. Conservador é a Mãe!

P.S.: 1. No próximo capítulo, tentarei buscar, na origem, o fator que deve determinar a nossa real ideologia.

        2. Dedico esta crônica ao meu amigo, conterrâneo, médico-ortopedista, Dr. José Estanislau de Moraes. Ele me pediu para escrever menos. Passou da hora de economizar palavra, aceito humildemente a sugestão. Até os jornais emagreceram. Meus textos vão fazer regime. Obrigado, grande figura humana!

09-10-2018

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

DECLARAÇÃO OFICIAL: O ÚLTIMO BURRO DO PLANETA TERRA

Cheguei, hoje, finalmente, depois de muito pensar, a uma conclusão inarredável: sou um burro sem pasto. Para que algum eventual intelectual que me lê, duvido que faça tal exercício irregular, me entenda, em sua homenagem, vou ao dicionário para encontrar a designação impressa nos "aurélios": “Burro é Asno, nome científico Equus africanus asinus. Trata-se de uma subespécie doméstica do Asno-selvagem-africano. Ainda no dicionário, no Brasil, o termo "burro" pode designar cruzamento entre essa espécie e a Equus ferus caballus (cavalo), quando resulta num animal de gênero macho. Quero dizer, no meu próprio conceito, ajudado por seres inteligentes que burro é uma pessoa ignorante, tapada, olhos vedados, surda, cega, ultrapassada, obsoleta. Eu me declaro, portanto um ser de validade vencida.

Pensava eu que o povo proclamasse besteiras sobre liberdade de expressão, direito de opinião, respeito às conceituações de ideias. Estava enganado. Entendia que, apesar de todos pensarem diferente, houvesse uma forma de entendimento que seguisse o caminho da lógica, que é a parte da filosofia que trata das formas do pensamento em geral, que podem ser dedução, indução, hipótese, inferência, e das operações intelectuais que visam à determinação do que é verdadeiro ou não. Mas estava errado: temos que admitir que a verdade não existe, custa-me crer nisso, mas essa posição advém da conclusão que acabo de chegar: eu sou um burro, ou melhor, autêntico quadrúpede. Acrescento: burro de carga, com baixeiro, cangalha e barbicacho.

Quero me referir hoje a três sistemas político-econômicos que são de conhecimento dos "experts" em assuntos de governo:  Socialismo, Capitalismo e Comunismo. Abro um parênteses para buscar definições que não são minhas, é claro, pois sou um burro, descredenciado a vomitar asneiras, para focar o tema.  Socialismo é um sistema que visa a uma sociedade totalmente igualitária, sem distinção nas classes sociais e total controle de renda e comércio pelo Estado, dentro do qual se aplica a uma socialização dos meios de produção. Capitalismo é o oposto, em que o acúmulo de bens e a abertura para a globalização são alguns dos elementos principais. Neste sistema, vemos que existe um cenário propenso para o grande crescimento econômico e investimentos estrangeiros. O Comunismo é uma fase avançada do socialismo, diferente do anterior, mas, como não houve ainda socialismo concluído no mundo, esse ainda não vingou.




Retorno à minha burrice e me dizem que não posso opinar, não tanto pela minha asna maneira de pensar, mas porque tenho que respeitar a presunção alheia. Nos países que aplicam o Socialismo vejo estes exemplos: em Cuba, por exemplo, prevalece um regime fechado. É proibido ao cidadão cubano sair de seus limites geográficos. Idem na Coreia do Norte. Tente furar o cerco de seu território. Com certeza, seu corpo ficará com um quilograma a mais pelo chumbo que receberá! Nas Alemanhas arrancaram o Muro de Berlim, mas as diferenças perduram: o lado Oriental, socialista, que passa fome; o Ocidental, capitalista, que sustenta grande parte do globo terrestre.

Vou finalizar o meu tratado de burrice: o projeto petista quer tornar o Brasil um país socialista. Melhor dizendo: um país mais burro que eu. Mas dou razão a quem me chama de asno porque já me declarei, digitei o documento e reconheci a firma com selo e o famoso “dou fé”. Desde 1990, quando o então futuro presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, hoje eminente presidiário de Curitiba, assinou um documento denominado Foro de São Paulo, ao lado de seu guru Fidel Castro, as ideias socialistas bolivarianas passaram a ser o Plano de Governo Eterno Petista. Durante os períodos lulista e de Dilma Rousseff, de 2002 até agora (Michel Temer é criação da esquerda socialista) estamos vivendo a plena caminhada rumo à consolidação dos sonhos de líderes inteligentes, como o próprio Fidel Castro, morto mas substituído por seu irmão, Raúl Castro; Evo Morales, que toca o governo da Bolívia e Hugo Chavez, da Venezuela, que foi para o outro mundo, mas de lá, segundo seu sucessor, Nicolás Maduro, manda ordens expressas, via orixás, melhor dizendo, exus.

Para a construção desse imaginário futuro império da desgraça, já foram desviados, só no desgoverno Dilma Rousseff, segundo senadores da República, inimagináveis quantias em dólares, na casa dos bilhões. Quer dizer, estamos também financiando o sistema retardatário, empobrecendo-nos dia a dia, como se pudéssesmo ver de frente o seguinte quadro: um filme faroeste, John Wayne obriga  o vilão Billy the Kid a perfurar uma sepultura para ele próprio, vigiado por Tom Mix, disposto a dar tiros para todos os lados. Só não se encaixa o exemplo porque os bandidos que metem a picareta e o enxadão na cova somos nós, que não somos ladrões de gado, apenas vítimas do absurdo que não entra em minha cabeça emburrada.

Não entra porque a burrice cresce a mil por hora, já me declarei, repito, o resto que se dane, não volto a palavra à sua origem. Acho que nem deveria ter escrito estas linhas porque burro não deve se atrever a extrapolar a sua classificação dentro da escadaria das raças. Ele está bem atrás do boi e da vaca, do cabrito e do carneiro, do próprio jumento e do cavalo, do cachorro e do gato. Eu sou ele, volto a dizer, precisamos votar em Fernando Haddad para ser confirmada a minha certeza absoluta, tapada da cabeça aos pés, de que não consigo me safar. Mas quero morrer assim e, se acharem conveniente, insiram em minha sepultura o seguinte epitáfio: “Aqui jaz o último burro do Planeta Terra."