quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A VIDA É BELA TAMBÉM NO FUTEBOL, É CLARO!

Estamos na roça e o Zé do Joaquim Melado vai inaugurar um boteco num lugar estratégico, cheio de pinguços e de gente que gosta de uma noitada animada. Ele, no entanto, anuncia que vai vender somente cachaça e rapadura. Marca o dia de abrir a sua venda. Ninguém vai à inauguração. Com certeza, o Zé vai afundar toda a sua miséria de investimento minguado gasta no “empreendimento”.

Numa cidade situada nos brejos afora, um fazendeiro meio abastado mas pão duro de doer a munheca, o Maneca, resolve gastar uns trocados para montar uma academia de ginástica para seu filho, o Chico, que acaba de colar grau em Educação Física. Ele sonha em colocar todo o pessoal daquele lugar em forma, cobrando uma mensalidade razoável. No entanto, propaga o seguinte: “Vamos oferecer o que podemos, estamos em crise, temos poucos equipamentos, acreditamos que, com o tempo, possamos melhorar. O resultado do “empreendimento” já pode ser anunciado com antecipação: fracasso total.

Na Capital de Minas Gerais existe uma organização esportiva que se chama Clube Atlético Mineiro. Maior torcida do estado e mais fanática do Brasil, o Galo das Alterosas acaba de atingir praticamente o número de associados no país: cem mil. Tradicionalíssimo, a estrutura é das melhores, tem um centro de treinamento que pode ser considerado o melhor da América Latina e praticamente acertada a construção de um dos melhores estádios de futebol do Brasil. Agora ocorre o seguinte: necessitando de grandes conquistas, que a torcida requer, o clube, que tem o popularíssimo e atraente epíteto de Galo, anuncia e executa a seguinte política de ação: dispensar todas as suas estrelas, reduzir ao máximo o salário dos jogadores e contratar os mais baratos possíveis. Consequentemente, agora nos situamos na seguinte perspectiva: vamos jogar bem por baixo em 2018, somos candidatos ao rebaixamento, inclusive no campeonato regional. Se alguém vê outro cenário mais lógico que esse, avisem-me, por favor, que preciso, urgentemente, acalmar os ânimos diante do óbvio que se desenha à nossa frente.

Pronto. Preciso escrever mais? Vão apregoar que sou pessimista? Estão preparados para sofrer? Quer dizer, acompanhar o  time do coração em disputas, torneios, campeonatos significa ficar perdido no mato sem cachorro? Se concordarem, tudo estará certo. Se pensam que os novos e lúgubres diretores do Galo estão certos, façam o seguinte: comprem terços, bíblias, imagens, emblemas de macumba, artigos para banho de descarrego e outras invenções que jamais caberiam no campo da bola, e vamos enfrentar o tristonho ano de 2018, padecendo como pagadores de promessas. Ou nos tornemos monges beneditinos, que se recolhem às clausuras, especialmente nos instantes em que o Galo entrar em campo.


Está aí o que nos espera daqui para a frente. De minha parte, aviso aos zoadores de plantão, especialmente que torcem exatamente para o clube que, também endividado e cheio de problemas, resolveu apostar no otimismo, que não estou disposto a ouvir zombarias e gozações neste macabro 2018 que já se desenrola. Aviso, infelizmente, que vou torcer contra o meu time do coração pelo menos até que esses cabeças de bagre da diretoria, parodiando o inesquecível Kafunga, saiam fora, abram alas, para que ocupem seus lugares os amantes do prazer, da alegria e da felicidade. Gente, a vida é bela e também no futebol, é claro, ou principalmente no futebol.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Respeito faz bem. O jornalismo agradece

De vez em quando ouço ou leio as expressões: “Jornalismo de verdade”, “Jornalismo imparcial”, “Ética jornalística” e outras bulhufas. Nada é verdade. O jornalismo não atinge o percentual de 100% de imparcialidade — com isso os especialistas já concordam — mas pode chegar a pelo menos 90%  de  aproximação da isenção.

É o que estarei tentando fazer nos próximos dias. Vou lançar, se Deus quiser, um site, já registrado, que exprima profunda reflexão sobre a notícia propriamente dita. Pretendo me dedicar a uma inovadora filosofia de trabalho. Vou me esmerar, sob a vigilância de quem quer me ajudar com críticas construtivas, em cumprir efetivamente tal objetivo.

Num emaranhado de opiniões em que se tornou o alvo da imprensa brasileira, está na hora de considerar o leitor, ou internauta, um emancipado funcionalmente. Dar palpites em tudo é uma atitude que não estava e nem está reservada a quem quer que seja, quanto menos à imprensa. Vou, também, rever pelo menos 20 anos de trabalho registrado como repórter e editor e algum tempo menor como professor.

Chega de repetir o que fazem jornais, revistas, blogs, sites, opiniões as mais diversas soltadas por aí, pelo país e pelo mundo, as quais acabam manchando a origem dos temas. Ninguém é dono da verdade a ponto de ficar enfiando o que pensa por goelas desconhecidas.  Chega de tanto intrometimento!.

O que se vê hoje em dia é a imprensa, sempre comandada pelo governo ou grupos econômicos fortes, fazer do cidadão autêntica marionete, fiel e horrenda seguidora encabrestada. Cada um manda em si, é dono do próprio nariz e fim de papo. Mas os atrevidos deitam, rolam e abusam. As pesquisas são resultados de nossas fraquezas em agir como soldadinhos de chumbo. É vergonhoso o que se vê em nosso país e quiçá no mundo! Tenho a certeza de que muitos seres de bom senso estarão do meu lado.

A ideia do novo site advém da carência que há, hoje em dia, neste país, que considero apenas 50% democrático, de informações não tendenciosas, sem cor, sem sugestões, sem interesses escusos ou até mesmo de bom grado. Leio cotidianamente “bons” jornalistas escrevendo e capinando aquele que detesta, ou nem sabe se detesta, com pesados adjetivos como guilhotinas cortando cabeças na nossa irrefreável revolução da falta de consciência. Esses formam o que chamo de conselho de ética do galinheiro.

Proponho que quem puder e quiser e desejar e apreciar a ideia, produza a partir de si um novo olhar e ouvir para falar o que pensa com mais respeito. O que desejo é que cada um viva no seu próprio mundo, receba glórias pelos próprios merecimentos, pague por erros seus e conclua pelas suas inerentes capacidades de ler, ouvir, analisar, interpretar, entender e concluir.  Repito de bom tom: é uma vergonha irreparável seguirmos a cabeça de curibocas estruturados ou não. Ou, o pior, cheios de verdades falsas.

Grato por me entenderem os seres bem-intencionados!