terça-feira, 22 de dezembro de 2020

QUE O NOVO ANO FAÇA DE ITABIRA A TERRA PROMETIDA

Antigamente, o fim de ano era  o melhor tempo do calendário. Chegava o Natal, presépios enfeitados, nasce Jesus, presentes sendo trocados, Papai Noel era verdadeiro, muitos abraços, confraternização geral, hora de lembrar que Deus existe e pode, de sua maneira ainda não entendida por muitos, ajudar a humanidade a romper batalhas, como escreveu o Padre Reginaldo Manzotti em “As muralhas vão cair”.

O tempo voou e começaram a fazer um  certo tumulto com mentes despreparadas, mesmo não sendo ainda algo como terror, este uma invenção do ser que se diz equivocadamente evoluído. Anunciavam o dia em que o mundo acabaria em fogo ou água. Marcavam minuto, hora, dia e mês, de preferência na véspera da data Magna da Cristandade, para a ocorrência do tal holocausto. Seres experientes sabiam que era chantagem sentimental, mas os pobrezinhos, não, esses juntavam suas trouxas e iam para as igrejas pedir clemência ao Salvador.

Apesar da canalhice estampada em atos desastrosos, estes se apresentavam razoáveis, mesmo que tudo não passasse de maluquice. Agora, quando o ano chega ao fim, depois de quase todo enxovalhado por uma pandemia massacrante, todos ainda em polvorosa, começam a chover  anúncios de tragédias nas redes sociais, ao modo que convém assustar os menos avisados e muito ingênuos. Grandes agentes do horror!



Nem cabe citar aqui o que estão apregoando esses calhordas sem serviço, comparsas de belzebus. É hora de expulsá-los do nosso convívio. Só um favor eles acabam prestando à humanidade: provam, na prática, que satanás realmente existe, mostra sua face atordoante, sobrancelhas amontoadas no teto dos olhos, dois chifres pontiagudos na testa e um garfo tridente na mão. É o alarme de sua cretinice desvairada. Quem não acreditava neste pavoroso animal vindo dos quintos dos infernos, sabe que, realmente, o livre-arbítrio concedido por Deus aos seres humanos sempre foi uma concessão democrática, é mau quem quer e bom os que o escolhem.

Estas linhas têm apenas o objetivo de tornar todos  atentos e dizer a cada um dos que leem cada palavra de esperança que há sempre saídas triunfais para o mundo. Se somos parte da criação de Deus, carregamos a  certeza de que a vitória se consumará, pois está escrito que, seja como for, o bem vencerá. E vamos, neste 2021 que se aporta, fazer um verdadeiro Cerco de Jericó pelos nossos propósitos. Não podemos mais esperar.

Para garantir a continuidade de nossa luta, eis que a superação ultrapassa a linha de nosso entendimento para lembrar que um longínquo ancestral, Moisés, o dos Dez Mandamentos, pôde ver a conquista da Terra de Canãa. Vamos confiar que, com ele ou Josué atualizando-se para os tempos atuais o Velho Testamento, o povo da região itabirana será como os hebreus que lutaram e conquistaram a Terra Prometida.

Que cada morador de Itabira  alcance o  seu triunfo especial mas sempre em conjunto. A cidade-polo, finalmente, vê chegar um tempo completamente novo, o Marco de certezas absolutas. E que seja proclamada a nova filosofia de justiça, saúde, paz e amor para todos.

José Sana

Em 23/12/2020

domingo, 20 de dezembro de 2020

CAMÕES AGRADECE E OS FALSOS DECANOS TAMBÉM

 Amigos, ganhei recentemente uma amiga especial que, a partir de quando nem me conhecia pessoalmente, me chamava de decano. Alguma façanha de minhas bestas palavras lhe chamaram a atenção e ela resolveu expandir este epíteto pelas largas bandas  da internet. Entendi que era para significar  o ser mais antigo de uma instituição qualquer, de ensino, por exemplo. Ela chegou a essa conclusão porque lhe disseram que eu tinha 90 anos de idade. Que promoção!

Mas o que eu queria dizer, antes de rabiscar estas linhas, é que sou mais antigo que a Serra do Caraça e isso só me traz uma felicidade grandiosíssima. Sou dos tempos bíblicos do Gênese, Êxodo, Levítico, Deuteronômio, Números, embarquei na arca de Noé, fui salvo das intempéries ocorridas no Velho Testamento. E estou aqui, mesmo deão, vivendo os tempos que nunca serão saudosos da pandemia do imprevisível por nós, o tal Coronavírus.

As razões que me trazem hoje ao mundo das palavras são o jornalismo, a imprensa, as publicações que advêm da internet que, pensavam que fosse só mostrar o lado bom do ser terrestre, mas se esculhambou com o mundo, tudo e todos. Alguém deve saber que, em determinada época da vida, o criador (pelo menos para nós, brasileiros) da aviação, o gênio Santos Dumont, entrou numa cava depressão ao constatar que o seu invento provocara a multiplicação da violência nos países, principalmente os mais evoluídos. A partir desse desenvolvimento, proliferaram-se as armas ainda mais mortais em guerras destruidoras. O trágico bombardeio dos Estados Unidos a Hiroshima e Nagasaki se deu via bombas atiradas de aviões, um horror inesquecível.

A internet, apelidada por um outro amigo meu de “porta de banheiro de rodoviária”, onde se escreve o que quer, tornou-se a imediata causadora de tantos males que atingiram a imprensa, não apenas a mundial, nem a brasileira, mas, notadamente, a regional, digo de Itabira e a cidade mais próxima, a vizinha João Monlevade. De repente, as nossas Hiroshimas e Nagasakis  foram alvo de um bombardeio não só ensurdecedor, mas também destruidor de gerações do idioma pátrio como as bombas da Segunda Guerra Mundial.


De repente, qualquer cidadão, com todo o direito constitucional, não contesto, tornou-se jornalista refinado, dono de icebergs em redes sociais capazes de danificar o planeta. Até aí, tudo bem, mas o mal veio não apenas nas chamadas fake news, não me refiro agora somente a isso, mas a, primeiramente, agressões à língua pátria, e ao leitor ávido por notícias límpidas e cristalinas. Quando fiz vestibular para Jornalismo na antiga Fafi-BH, hoje Uni-BH, a redação era disciplina obrigatória e eliminável. E fui estudar, depois dos 30 anos de idade, porque a antiga Vale do Rio Doce assim o exigiu para que pudesse ocupar cargo na assessoria de imprensa. Tanta exigência era enfrentada por todos e hoje vejo o outro lado da moeda: o sujeito para ser chamado de repórter só precisa ter um celular e e duas pernas.

A nossa Constituição Federal nos garante praticar a livre expressão do pensamento, podemos escrever o que queremos, é claro que sem ofender a moral e outros pontos nevrálgicos da criatura humana, mas tenho as minhas concessões como filho de Deus que são e serão sempre contestadas, vão procurar até erros neste texto para que seja exposto ao ridículo. Mas defendo que, inicialmente, precisamos respeitar a nossa Língua Portuguesa, tão bela e igualmente ancoradouro de nobres escritores e poetas. E eu digo que errar é um risco, mas ser humilde e reconhecer o tropeço, uma virtude. Que catem meus solecismos bárbaros, portanto, e eu me ajoelharei  para corrigir.

Sou ex-jornalista (tenho mais um amigo que diz não existir ex-jornalista, como para ele não existe ex-bandido), mas digo que escrevo agora por dever de ofício, por necessidade básica até desconhecida da razão, por intrometimento ou dever de ofício. Fico muito triste quando constato que a notícia vem sofrendo constantemente um aviltamento coletivo, não a entendem e, consequentemente, a transmitem de forma agressiva a tudo e a todos. Errar hoje na imprensa tornou-se não uma tragédia, como antigamente, mas um hábito destruidor.

Luís Vaz de Camões, português de nascença, considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental, bem como seu compatriota escritores e poetas Fernando Pessoa (este me retorna sempre à minha aldeia), os brasileiros intocáveis como Machado de Assis, Anita Malfatti, José de Alencar, Rui Barbosa, Guimarães Rosa, Tarsila do Amaral, Eça de Queiroz, Cecília Meireles, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Jorge Amado e nosso conterrâneo Carlos Drummond de Andrade, não poderiam jamais estar sossegados em seus túmulos caso vejam ocorrer verdadeiros assaltos à mão armada a verbos, adjetivos, substantivos, pronomes, ortografias, concordâncias, adjuntos, regências e outros detalhes da gramática que insistem em desmascarar, pisotear e destruir.

Sei que nesta altura devem armar um coro de vozes contra mim, um decano às avessas, retrógrado dos tempos de Última Hora, Jornal do Brasil, Diário de Minas, Tribuna da Imprensa, Pasquim etc. Contudo, espero que não duvidem nem me alijam do rol de amantes do jornalismo por ter trabalhado com Vargas Vilaça, meu primeiro professor, Mauro Santayana, Márcio Rubem Prado, Maurílio Brandão (que me admitiu e me demitiu do Diário de Minas), e outros.

Caso queiram mesmo me bombardear, serei capaz de requerer um diploma para cada profissional que me garantir segurança em não escrever sequer uma notícia e publicá-la se nela não constarem respostas às seguintes questões: “O quê? Quem? Onde? Como? Quando? Por quê?.” Não mexam com jornalismo sem saber estas regrinhas básicas, fundamentais e simples.

Esta é uma minha tentativa de demonstrar meu amor incondicional por nossa Língua Portuguesa e defender o leitor estarrecido. E podem me desferir uma saraivada de palavrões que agradeço.

 José Sana

Em 20/12/2020

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

“Eita mundo doido! Todo mundo burro e surtado!”

 — Maria, vem cá! Vou te mostrá como tá o mundo. Numa brigação que não acaba mais! Vem vê o que o Geraldim me mandou por iscrito. Ele mandô no papé,  copiô o que tava nessa tal de internet.

— Ih... mandô pra mim também. Tá iscrito: “Já inventaram a vacina contra o Coronavírus. Mas ninguém tem a certeza de qual é a melhor. Tem chinesa, brasileira, americana, russa, e outras. Vocês, que moram aí na roça, esperem para a gente ver qual mesmo funciona. Cada um defende a sua e fala que a outra não presta. Vamos aguardar”.

— E aí, Izé, o que nóis vai fazê?

— Eu num vou fazê nada. Vou ligá pro Geraldim e mandá falá com esse povo  que tô cansado de sê passado pra trás, de sê bobo e burro igual a eles. Uma vergonha, viu, Maria?

— Cê tá com vergonha de quê?

— Vergonha de sabê que a inteligênça dos homes é burrice pura. Inté hoje não discobriro como vivê em paz. Inventaro tudo, de máquina a coisa de computadô. Falam que esse cientista é o bão, aquele doutô sabe tudo, e o outro lá é prêmio não sei de quê, tiram foto deles, põe no jorná, mas isquec que ninguém sabe nada!


— Não istô  intendeno nada q’uocê tá falano.

— Maria, tô falano que se tivesse cem pessoa  inteligente aqui neste mundo, esses sabido já tinha  achado  o caminho da paz. E como não consegue nem descobri isso? Inteligente neca nenhuma!  Diz as pessoa que o mundo tem bilhão não sei quanto de gente. No meio desse bilhão num tem cem, duzento, trezento que pode unir em nome do mundo e mandá o povo se aquietá, sossegá, intendê que há caminho de intendimento? Mas não, fica numa brigaiada, um sabe mais que o outro, e nóis ficamo aqui feito tatu de madrugada, de zoio arregalado, isperano eles acabá de brigá pramode a gente fazê sem sabê o que é  o certo.

— Deixa de sê bobo, Izé! Isso num vai acontecê nunca! Este mundo é uma mitidez danada. Todo mundo qué é poder, dinhero, e ninguém qué sabê de humirdade coisa ninhuma. Um qué sê o tal e o outro tamém. Num existe nada de intendê, fica ativo, véi!

—   Intão, vamo fazê o quê, Maria?

— Vamo ficá quieto aqui na roça até o Geraldim chegá e ispricá pra gente o que devemo fazê. Ele istuda, vem da cidade, ele sabe dizê tudo certim. 

— Oia, Maria! Isso aqui neste mundo tá danado. Uns acha é dono, é dono de nada, tão pirdido igual a nóis memo. Acridito que existe pelo menos uns cem homes e muieres que falta juntá e concordá um com o outro e mostrá na sabidoria que num tem interesse próprio, num tem vaidade, num tem safadeza. Mas tão iscondido ainda. Do jeito que tá, um é capitalista, outro é socialista, têm os comunista. Intão, nada feito! Deus do Céu, que sabe de verdade, mostra que num é nada disso. Ele é naturalista, pensa pra todo mundo iguar, chega de um bancá o tar, ficá brigano por causa de dominá o resto. Este mundo ainda é burro dimais e num mostrô pra nóis ainda o certo.

— E ocê, Izé, acha que bobão da roça igual a nóis podemo dizê isso lá fora? Vão ri da gente, meu véi!...

— Nóis é que está rino deles, cê tá veno aí. Eles que perdero o rumo de casa, tão quereno juntá os a favô disso, daquilo e os contra pra separá. Isso num é caminho certo não, viu? Vou continuá dizeno: os que sabe tão tudo calado e espero que junte tudo de uma vez e assim vamo vivê em paz com Deus e todos como irmão. Como o Juaquim mesmo diz: “Tudo idiota e tolo!”

— Manda o Geraldim pôr isso que ocê falô na tal de internet...

— Eu não, Maria! O Bastião disse que o Nenzim falô pra ele que internet é iguar porta de banhero de rodoviara, iscreve o que qué nela. Já pensô a bagunçada?!

—  Vou concordá com cê, Izé. Eita mundo doido! Todo mundo burro e surtado!


José Sana

Em 17/12/2020

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

RONALDO MAGALHÃES, POR FAVOR, PARE AGORA!

 Amigos, perdoem-me, mas sou obrigado a rabiscar esta frase: Ronaldo Magalhães perdeu as eleições, vencidas limpamente por Marco Antônio Lage e Marco Antônio Gomes, mas a ficha dele não quer cair. Alguém, por favor, comunique ao eventual prefeito de Itabira o fato ocorrido nas urnas itabiranas de 2020.

A partir da derrota, com a ficha agarrada no labirinto do caminho, Magalhães começou a cometer atos inadmissíveis: nomeou pessoas para cargos comissionados a 30 dias das últimas horas  de permanência no seu desgarrado terceiro andar; encomendou bordar xícaras de chá, parece a maior criancice do ano, coisa de gente manhosa e pirracenta; para preencher a quarta-feira 9 de dezembro de absurdos, mandou comprar uma salada de futilidades recheada de enfeites supérfluos.

Ronaldo abriu, na data de  9 de dezembro, duas frentes de licitações, visando à aquisição de materiais e equipamentos escolares para o ano que vem, quando nem se sabe se teremos aulas em fevereiro, esperamos que sim. Na lista do prefeito estão computadores, máquinas similares e o questionamento que nunca aparece: isso tem que ser feito agora? Tem absoluta certeza, senhor Ronaldo Magalhães?

Desculpe-me ele e alguém especial a ignorância, mas gostaria que me convencessem de que estou sendo anti-cidadão ao cobrar lisura e transparência.  O valor total das compras ultrapassa a faixa de R$ 650 mil. Há dinheiro no caixa que precisa ser queimado, não pode permanecer na conta? Um ato difícil de ser explicado a um ignorante integral mas que tem o direito de questionar, assim penso.

A esta altura, só me resta um pedido a fazer: por favor, chega, Ronaldo! Deixe que sua consciência funcione pelo menos neste fim de mandato. De fora, qualquer pé-rapado sabe que a casa a que se refere em mensagens nas redes sociais não está nada arrumada. Relembre que você vai deixar Itabira cercada de barragens como uma ilha sem açudes. Que a água itabirana está ausente nas torneiras do povo e, quando o líquido é liberado, vem untado de lamaçal. Que faltam medicamentos de forma escandalosa para a população pobre, a que mais precisa, e clama terrivelmente nas portas de farmácias. Que a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), ao invés de ser um agente purificador da sujeira, voltou a poluir bacias hidrográficas que poderiam estar menos sujas ou até mesmo límpidas.

Fatos indesejáveis e que merecem um estudo bem aprofundado: por que dois de nossos orgulhosos patrimônios, a Itaurb e o Saae, estão vivendo terríveis passagens pré-agônicas? Qual motivo levaria um governo a cometer tão hediondos suicídios administrativos?

Para encerrar, o seríssimo: o ano de 2028 vem aí e para tal data sua excelência o Magalhães  não tomou nenhuma providência, a não ser ir à China com um grupo de amigos, esquecendo para trás até o secretário de Desenvolvimento Econômico. O pior, ao contrário do que disse um de seus amigos fieis, a porta de saída já se abriu e aguarda ansiosamente pela despedida não triunfal de um prefeito que esperneou para não perder o poder. Infelizmente, é a dos fundos mesmo, como sempre foram dos fundos as decisões que, com elas, rejeitou a participação popular, comprovadamente.

A administração Ronaldo Magalhães não deixará saudade no coração de quem ama Itabira. Salvo melhor juízo.

José Sana

Em 10/12/2020