sexta-feira, 7 de abril de 2023

FANTASMA ITABIRANO: CORRAM TODOS QUE O FUTURO JÁ VEM

 Confesso a Deus, todo-poderoso e a vós irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos, palavras, atos e omissões, por minha culpa, tão grande culpa



tabira virou nau sem rumo. Não sabe para aonde vai. De repente, a política antecipada das eleições, lançada pelo prefeito de Itabira, torna-o o culpado da saída da linha legítima. Assim também culpam-no pelos erros grotescos da administração. Contudo, quero esclarecer esta dúvida: ele é o responsável por se lançar a uma distância de um ano e meio do pleito; eu sou o culpado pela sua eleição em 2020.

 Sei que eles não me reconhecem como culpado porque me julgam um zé- ninguém. O fato me alegra demasiadamente, embora creia que há uma outra criatura que comigo embarcou na canoa furada e causamos, juntos, uma pré-catástrofe. Publicamos 439 reportagens que nos deixam agora em banco de réus imaginário. Felizmente ou infelizmente, merecemos a forca, como ladrões de cavalos dos filmes faroeste.



Tenho provas concretas e convincentes de que, querendo focar Itabira no seu futuro de duvidoso a concreto,  acabamos atingindo a pirraça de um grupo atual que só quer acusar o anterior e não apresenta soluções. O dinheiro gasto até agora — dizem que mais de R$ 2 bilhões — foi moído como faz um fazendeiro fabricante de aguardente ou rapadura. A cachaça bebida causou a tomada de rumo errada; a rapa ficou agarrada no fundo do tacho, a moída das verbas se dá no terceiro andar do Paço JK.

 Perdi amigos, confesso. Maldita campanha em que me rondou até a Covid-19. Defendi uma causa que me parecia nobre, desculpo-me. Acabei entrando pelo cano e ainda achei a torneira fechada. Ou como dizem na minha terra, “tirei o pé do lodo e bati com a cabeça na pedra”. Servidores e seguidores do chefe maior acreditam que vai  tudo bem, obrigado, disparam mensagens nas redes sociais. No entanto, o equívoco transpõe a linha divisória da razão

 Nosso prefeito é um rapaz inteligente, super educado, se diz socialista, mas é capitalista, só este o seu pecado. Infelizmente, só vê o passo  imediato como gestor que não é. Adepto incontinente de festas, gasta o que pode e não pode com esse tipo de engambelo, cuja duração não passa de uma noite ou um tiroteio, ou facadas, que expõem a violência itabirana, hoje na pauta . Às vezes há cultura, ou história, acabam sendo ineptas.

 Enquanto isso, Itabira é uma pobre-coitada. Nadou e nada de costas, de frente, de banda, de todo jeito,  numa dinheirama incontável durante anos a fio. Alguém ao lado, de olho em minhas palavras, pergunta-me o que fiz  para que alguma coisa mudasse. Dou uma resposta só: no I Encontro Estadual de Cidades Mineradoras, evento realizado em 1978, que promovi quando presidi a Câmara Municipal.


Sim, naquele ano em que viviam reclamando da pequena resposta financeira da mineradora ao município, encaminhamos o pedido do poeta Carlos Drummond de Andrade ao então secretário de Planejamento de Minas, Paulo Camilo Pena. Esse criou o Fundo de Exaustão de Recursos Minerais, cuja discussão constituiu-se em estudos para o tema.

Em seguida, o deputado Jorge Ferraz o apresentou como ante-projeto,  aprovado na Constituinte de 1988. O resultado alterou substancialmente a  remuneração das cidades mineradoras nas formas de Royalty do Minério de Ferro  e na Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). Hoje, a receita itabirana é invejável, 1 bilhão de reais ao ano. São tratadas como migalhas, trituradas de forma inexplicável diante  dos resultados apresentados até agora. 

No ano fatídico de 2031, talvez eu não esteja nestas paragens, a Prefeitura de Itabira poderá faltar com pagamentos — funcionalismo, aposentados, fornecedores, encargos sociais e empreiteiros — porque não teremos vacas gordas, a Vale já fez a planilha de sua retirada gradativa até  2040.  Então, vamos comer o quê? Seria o pão que o diabo amassou e o fantasma aprovou e provou? 

Espero que não. É por isso que estamos lutando. Primeiro, vamos segurar o dinheiro e aplicá-lo a  longo prazo. Cadê a Bolsa de Valores que retém o reconhecimento da empresa de que nos deve? E olhe, que vou dar uma sugestão: não deixem os  dirigentes gestores meias-bocas pegarem nos valores. Não entendem de gestão.

Para exorcizar esse fantasma, façam o seguinte: seguindo o exemplo da própria empresa, que constrói cidades para substituir barragens, transformem Itabira numa fonte de receitas altas, devolvendo Cauê, Conceição, Acesita e Mina do Meio.

José Sana (editor de panfletos)

07/04/2023

Nota da Redação: Quem quer que seja pode contestar esta página e este autor. Enviem-me, caso queiram mensagem para josesana2012@gmail.com

 

2 comentários:

  1. Concordo com tudo isso Itabira tá uma vergonha, até hoje não entrou um prefeito que pensa em itabira ,sabemos que a exaltao do minério está chegando e nada sendo feito .Deveria está pensando em huma empresa que gerasse empregos em larga escala para quando a Vale fosse embora não ficasse sem uma arrecadação que não desse para o município. Os prefeitos que tivemos nos últimos anos não olharam está questão só pessam neles e no seus bolsos com aumentos de salários.
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