sábado, 24 de junho de 2023

VERSOS SATÂNICOS — de Salmão Rude (da série NÃO LEIA número 1)




— CADÊ os R$ 2,4 bilhões que estavam aqui?

— GATO comeu.

— CADÊ o gato?

— FOI pro mato.

— CADÊ o mato?

— MAL queimou.

— CADÊ o MAL?

— MARIEL apagou.

— CADÊ o Mariel?

— O OP bebeu.

— CADÊ o op?

— PENINHA  levou.

— CADÊ o peninha?

— FOI buscar seu irmão.

— CADÊ seu irmão?

— FOI tapar a buraqueira

— CADÊ a buraqueira?

— FOI virar cratera

— CADÊ a cratera?

— FOI pra Avenida do Waldemar.

— CADÊ o Waldemar?

— MUDOU-SE para a Machado de Assis

— CADÊ o Machado?

— FOI ser amolado.

— CADÊ o amolador?

— FOI buscar afiador (ou será fiador?).



(Continua)


CABRITO MACHO

Imagens: Redes Sociais

OBS.:

1.   1. (“Se considerarmos mera coincidência os encontros e os fatos, eles serão apenas meras coincidências”— sugestão de Cassiano Alves).
2.    Também esta página não é plágio de “The Satanic Verses” de Salman Rushdie.
3. A série "não leia" é de humor. Gratuita. Aceitamos sugestões. 

domingo, 18 de junho de 2023

QUAIS SÃO OS CULPADOS?

 


Leio Márcio Passos de frente e verso, em livros e jornais, crônicas e até poemas nos quais ele se aventura de vez em quando, mesmo não sendo essa sua especialidade. Leio, principalmente, o jornal que ele fundou e a filha (Maria Cecília) dirige, o “A Notícia”.  Envia-me como gentil cortesia semanal um exemplar, faça chuva ou faça sol. A publicação continua sendo a cara dele. Assimilação à toda prova.

A pergunta de hoje é o título deste texto. Por enquanto deixo apenas um questionamento complementar: se há culpado, existe o quê? A resposta  exala da reflexão de cada um: existe algo errado. Ou apelando para a voz popular: “Onde tem fumaça tem fogo”. Então, vamos à encrenca.

Márcio, que deixou a profissão de jornalista para ser profissional de marketing, por sinal um vencedor de eleições, aproveita as ideias para fazer passar por seus dedos castiços (antigamente penas castiças, sempre se referindo a um grande escritor como Machado de Assis) noções claras de como trabalha transparentemente.

 Neste sábado, ele virou  manchete principal do jornal “Diário de Itabira”, em entrevista concedida a Dely Júnior: “Problema do Marco são alguns secretários, diz  Márcio Passos”. É a manchete de capa. Na página 5, em meia página, está o vai e vem da entrevista e destaco apenas esta frase para facilitar: “Ele, eu acho que  está indo bem, mas o governo dele é que eu acho que precisa acompanhar ele mais”.

“Danou, né Márcio, se não acompanha, tá feio” — sussurrou alguém que comprava o jornal na banca, lia, pagava, lamentava e saía tropeçando no passeio esburacado da rua. Márcio foi o chefe do marketing da campanha de 2020 e, depois, secretário de Governo do próprio Marco Antônio Lage.

É incoerência e improdutividade  o prefeito ir bem na frente, tentando puxar a carruagem e os vagões, que são o governo, não serem atados e, consequentemente, destoarem da marcha rumo a um destino. Um depende do outro. “Itabira é uma locomotiva que não puxa vagões”, dizia e repetia o saudoso ex-vereador Geraldo Sette, de Nova Era. A praga se agravou agora.

Marco Antônio Lage foi eleito pela rejeição do governo anterior; pelo apoio de Bernardo Mucida, depois desprezado; pelo aproveitamento de suas próprias ideias inteligentes; pelo trabalho eficiente da turma do marketing (chefiada por Passos) e pela sede de mudança que caracteriza o eleitorado itabirano desde a primeira de suas eleições, em 1833, com o Sargento-Mor Paulo José de Souza na chefia, salvo raras exceções.


 

Ganhar eleição é um fato; manter um governo vencedor, outro fato. Os erros apareceram depois, paulatinamente, e não vou citá-los agora porque o tema é outro. O pouco que entendo de gestão pública devido à experiência de 50 anos, vejo que algo caminha para um lado nas palavras, nas ações para outra direção. Já deixei claro: nunca fui ao governo pedir um favor particular, porque não há almoço de graça e penso assim desde o tempo dos Druidas.

Volto a Márcio Passos, amigo e parceiro, o assunto principal de agora. Sei que ele torce por Itabira como poucos idealistas. É obsessivo em suas decisões — até já decidiu quem será o seu próximo preferido prefeito de Itabira. Ele só derrapou, talvez porque pensamos iguais sobre Marco Antônio Lage — um gentleman, gentilíssimo, correto em educação, inofensivo ao maior inimigo — mas sem poder de gestão, sem ser dono do princípio da administração: foco ao longe, no quase infinito de sua visão. Não há.

Então é isto: paciência, Itabira, este governo não vai mudar, a locomotiva está desatada, ela para em estações isoladamente, não há destino a ser atingido, nem se veem interessados em viajar, nem no executivo, nem no popular, nem pago e nem de carona. Mas o gasto de dinheiro é a rodo.

 

Mas existem os culpados. Quem são os tais? Resposta: somos nós, aqueles que escolheram um governo forasteiro, distante dos anseios itabiranos, que só ouve o povo no Orçamento Esmola e diz: “Só tenho isto aqui. Se quiser, bem; se não quiser, adeus, porque quem manda sou eu”. E fim de papo.

José Sana

Em 18/06/2023

Fotos/Imagens: Redes Sociais