sábado, 24 de novembro de 2018

TERRORISMO ITABIRANO: A VOLTA DE TUTU CARAMUJO


Vamos abrir este texto com o poema intitulado “Itabira”, fragmento de Lanterna Mágica, que lembra  Antônio Alves de Araújo, apelidado de Tutu Caramujo, presidente da Câmara Municipal (mesmo cargo de prefeito), no período de 1869 a 1872, focalizado por Drummond quase cem anos depois:

“Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê
Na cidade toda de ferro
as ferraduras batem como sinos.
Os meninos seguem para a escola.
Os homens olham para o chão.
Os ingleses compram a mina.
Só, na porta da venda, Tutu caramujo cisma na
derrota incomparável.”

Para ilustrar um pouco mais esta história, a Prefeitura de Itabira está reformando a casa em que viveu Tutu Caramujo, situada na Rua Tiradentes, nas proximidades do Banco do Brasil e do Foto Hollywood.

Complementando este pequeno prefácio, o sobrinho-bisneto de Tutu Caramujo, Marconi Ferreira, explica a origem do epíteto de seu ancestral: “O Tutu Caramujo é devido ao fato de ele recolher-se na janela da venda quando vinha uma pessoa indesejada. Assim que passava, olhava com ‘rabo de olho’ e retornava aos afazeres”. “Tutu Caramujo era para muitos um pessimista; para outros, um visionário, por enxergar a imobilidade do itabirano frente a tão grande riqueza,” completa Marconi, escritor, poeta e estudioso de história e cultura, autor de "Viagem na História de Itabira com o  Menino da Mina", um livro de poemas (2013).


RUA ACESITA (RUA CARAMUJO): foco dos caramujos itabiranos

Agora, a notícia que surge é nada alvissareira: Caramujo voltou, ou melhor, os Caramujos chegaram de há muito  e estão infestando Itabira de ponta a ponta. Talvez porque a sua residência oficial seja na Rua Tiradentes e a casa esteja sendo reformada pelo Patrimônio Histórico, ele tenha resolvido esperar o fim da obra na avenida mais chique de Itabira, a Mauro Ribeiro Lage.

Eis a identificação do novo invasor itabirano: caramujo africano (Achatina fulica) é uma espécie de molusco terrestre tropical, originário do leste e nordeste da África. Foi mundialmente disseminado pela ação humana ligada à gastronomia, pela região da Tailândia, China, Austrália, Japão e, recentemente,  pelo continente americano. Essa é considerada uma das cem piores espécies invasoras do mundo, que causa sérios danos ambientais  e à saúde humana, incluindo esquistossomose, dengue e outros males não menos nocivos.

Concluindo, esta não é apenas uma crônica, ou melhor, não é nada de texto literário, mas um alerta. O alerta deve ser acrescido do seguinte:

— os malignos Caramujos são milhares ou milhões, que vieram morar em Itabira, habitando originalmente a Rua Acesita, que liga a Avenida Mauro Ribeiro à Itambé, o ninho ou foco principal; sugiro que, para facilitar o combate ao inimigo, a via seja denominada Rua Caramujo (atenção, senhores vereadores!)

— constituem perigos para restaurantes, lanchonetes, escolas e residências, é claro, e  para a saúde de crianças principalmente;

— utilizam o transporte de vírus por meio de frutas, como banana, pera, maçã, mamão, além de verduras e legumes;

 — não atacam o indivíduo cara a cara; como seu xará do século XIX, é matreiro e devagar, sossegado, sua técnica é traiçoeira e, portanto, cuidado itabiranos!

Todos estão avisados, os envolvidos, moradores das proximidades — Alto Pereira, Major Lage de Baixo, 14 de Fevereiro, Esplanada da Estação e outros — que precisam se juntar para pressionar a Prefeitura, que tem conhecimento do fato faz tempo (segundo moradores das proximidades, há mais de dois anos). E que Polícia, Justiça, Governo do Estado, Governo Federal e, finalmente, a sociedade organizada ou não, fiquem atentos e zelosos. Eu faço a minha parte.

Gente, amigos, cidadãos, não deixem que esse Tutu Caramujo atual e terrorista nos provoque uma derrota incomparável!


domingo, 4 de novembro de 2018

CONVULSÕES E CONFUSÕES

Parte do universo, incluindo Lua e Marte, encontra-se em dilatada convulsão e em infinita confusão ideológica. Há inúmeras teorias a seguir e, por causa disso, a maioria dos seres humanos não sabe qual é sequer a via preferencial.

O problema parece de fácil solução para quem sabe fazer uma leitura neutra do espaço chamado globo terrestre. Esses, contudo, são uma minoria escassa. Afinal, são decorridos milhões de anos da existência da raça humana. Pela demora em encontrar um ponto comum, indispensável como se fosse o início de uma corrida de fórmula um, pode-se garantir que somos, realmente, idiotas sem defesa.
O ponto inacreditável em toda essa história de busca de rumos é que os mais confusos são exatamente os que se autodenominam intelectuais. Nunca se viu tantas divergências de ideias e opiniões quanto no seio desses ditos estudados e estudiosos seres que não passam, na verdade, de pseudoletrados.

Há rumos diversos a se observar que convergem para as ciências, filosofias, sociologias, religiões, antropologias e um emaranhado de vieses dentro de cada um desses conhecimentos. Quando o estudioso entra num campo qualquer, acaba se  perdendo numa floresta densa, sem saída e sem retorno. Vamos ver o porquê.


Estampam-se aos nossos olhos responsabilidades fatais que pesam  nos ombros dos adultos principalmente, visto que nós nos localizamos num patamar de onde dar exemplos e ensinar são fatores que se destacam como tarefas inadiáveis. Depois de nós vêm os jovens que precisam de exemplos para pisar em chão firme e seguir à frente. Aí a confusão aumenta na cabeça de todos porque nem sempre esse ser bem-vivido é o sábio que merece ser seguido.

Como está escrito no segundo parágrafo deste texto, aparecem imensos obstáculos para se fazer uma leitura neutra e correta do planeta em que nos encontramos. Sem querer forçar uma opinião, é imperativo ter respostas seguras para pelo menos dois questionamentos: quem somos nós e que mundo é este?

Há regras que aparecem  a seguir como leis a serem observadas e respeitadas. Uma delas tem o seguinte postulado de estruturação: somos o resumo ou o contexto do mundo e nos submetemos a ininterruptas alterações. Lembrando Lavoisier, renomado cientista do século XVIII, realmente, “na natureza nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma.” Paremos, então, de seguir ao pé da letra teorias ou normas de prazos vencidos.

Chegamos, então, à estrutura em que nos situamos juntos —  raças, credos e classes — utilizando o que basta, e os cinco sentidos são suficientes para entender, que agora, sim, podemos iniciar a corrida de fórmula zero. Estamos de volta à pré-história, não vamos passar uma borracha nas experiências aprendidas noutras etapas, mas passou da  hora de reconhecer que saltamos incontáveis lições fundamentais e ignoradas. 

Estamos prontos  e bem humildes para reiniciar a jornada da vida? Aí começa o curso de nossa passagem por estas terras.

José Sana
Em 04/10/2018

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

É PRA FRENTE QUE SE ANDA

Tinha eu 16 anos e era comunista. Bem mais comunista que os pseudo-esquerdas de hoje, que não sabem sequer o significado da expressão e nem de capitalismo e socialismo. Arrebentava a chamada “revolução de 31 de março”, a que todos chamamos de “ditadura militar”. Meu lado era o oposto, ou seja, contra a tirania, como aprendi a lição desde os meus primeiros anos escolares.

Por enquanto, continuava dormindo o sono dos inocentes. Foi quando comecei a cursar o segundo grau. E me enfiava nos protestos que ferviam em BH, os quais antecederam à deposição de João Goulart. A frente das marchas era comandada pelos denominados “padres de passeata”, contra o governo mineiro, de Magalhães Pinto, comandante civil do movimento. Fritaram e assaram o meu comunismo, que resolvi pesquisar para ver que tipo de buraco negro ou paraíso estava me embrenhando. Vamos à pesquisa. 

Socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII e se caracteriza pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo teoricamente ou aumentando na prática a distância entre ricos e pobres.

Comunismo é uma doutrina social segundo a qual se pleiteia restabelecer o que se chama “estado natural”, em que todas as pessoas teriam o mesmo direito a tudo, mediante a abolição da propriedade privada. Nos séculos XIX e XX o termo foi usado para qualificar um movimento político. Fracassou onde foi tentado, até no primeiro mundo, assim como o seu antecedente, o Socialismo.

Capitalismo é o principal sistema econômico adotado pelas nações desenvolvidas e pelos países em desenvolvimento. Ele é caracterizado, dentre outros conceitos, pela  propriedade privada dos meios de produção, trabalho assalariado, liberdade dos agentes econômicos e existência da livre-iniciativa empresarial. Diante disso, não tive dúvida alguma em optar pelo bom diante do ruim, da alegria contra a tristeza, da felicidade no embate marxista das lutas de classes. Quer dizer, mudei de time. Com orgulho e sem hipocrisia.



A eleição no Brasil, neste 2018, foi como um duelo de Copa do Mundo. Digladiaram-se Capitalismo x Socialismo/Comunismo. As consequências seriam: o Brasil se entregar ao sistema hoje vigente na América Latina, a Ditadura Socialista Bolivariana; ou ocorrer o que aconteceu, ou seja, a vitória dos liberais, livres, diretamente ligados aos desígnios do ser humano na face do Planeta Terra. Naquela ocasião, tempo da pré-história, houve a primeira carimbada em nosso íntimo com o termo inquestionável “livre arbítrio”. É o que há de mais forte na natureza humana. Quem o nega, adeus!

Resolvido? Ainda não? Todos viram e veem a ganância pelo poder arrastar milhões de pessoas,  inacreditáveis 44 milhões, de volta à escravidão abolida há 129 anos, agora das raças miscigenadas. Desse total, provavelmente uns 40 milhões, ou mais, desconhecem que tipo de encrenca iriam entrar caso vencesse a organização chefiada por Lula preso e pelos incontestáveis megalomaníacos Nicolás Maduro, Evo Morales e Raúl Castro, mais poderosos e atuais que os padres de passeata de 1964. 

A luta continua. O destino do homem não pode ser este ainda, o alcançado em 28 de outubro, porque, afinal, somente o Capitalismo não enobrece as aspirações dos seres feitos à imagem e semelhança de Deus. É preciso que o ser humano siga à frente, tenha condições de raciocinar e buscar energias divinas cristalizadas ou não  dentro de si. No Socialismo/Comunismo as forças internas se esgotam pela falta de liberdade, predominância da injustiça e imposição de líderes macromaníacos. A inteligência precisa entrar em ação e funcionar. Chega de besteira de Esquerda x Direita e coisas assim! O passado já se foi. A Idade Média, idem. 

É pra frente de que se anda.

José Sana
Em 02/11/2018