quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Alô, Letícia do Vovô (assim como sempre chamo meus netos)

Sei como é fazer 15 anos, também já fiz. E lá se foram mais de 50 depois de uma dezena e meia. Mas me lembro como se fosse ontem, hoje, agora.

Sei como é ser adolescente. É fardo pesado. O tempo da incompreensão, da desconfiança, por olhar os outros como injustos sentenciadores.

Sei como é ser uma menina. Não fui (pode ter sido numa eventual reencarnação), é claro. Mas tive irmãs e filhas. Tive primas, tias, com as quais convivi.

Fico devendo não ser jovem nos novos tempos, do computador, celular, internet, Ipad, Ipod, pois antes a gente pensava que o rádio e o jornal, esse que chegava atrasado, fossem as últimas invenções do homem. Mas, convivo com todos os contemporâneos — televisão, telefone móvel, computador, internet etc. e tal. E viajo de super jato mundo afora.

Ainda ganho um pequeno crédito, por ser observador, ou ter o privilégio de viver as mudanças mais drásticas que o mundo sofreu. Falam em coerência. Eu próprio cobrava isso dos mais velhos, para depois entender como é o esquema de alterações no mundo moderno.

Letícia, só pude estudar até a oitava série quando estava na sua idade, porque um defeito congênito na audição insistia em me barrar. Por causa disso tive que completar cursos superiores depois de ser avô. Lembra-se, você mesma foi a uma de minhas formaturas?

Mas aí está o mundo. A mulher, que o meu tempo ainda pôde sentir a sua alienação, o preconceito contra ela, como até hoje em lugares distintos. Mas, entendo eu, a própria donzela, ávida de libertar-se, acabou sendo vítima de si mesma. Hoje vimos pela internet a sua desvalorização patrocinada por si mesma. Não sou quadrado, sinto-me justo, ou redondo, como tenho filhas e netas, provavelmente terei bisnetas. É preciso que a mulher não proclame a sua intimidade, não se renda a qualquer um, saiba que ligados aos instintos naturais, todos são uma espécie só, muito natural, de uma natureza aliada, mas imperdoável.

Mas, hoje (dia 26 de novembro), você, minha primeira netinha, assim como fui o primeiro neto pelo lado materno, está rodeada de admiradores. Você nunca deve se esquecer de que seu irmão Lucas e todos seus primos e tios; que seus avós, infelizmente no mundo somente Marlete e eu; e seus pais, Marcelo e Cíntia; todos juntos e unidos, querem você de espírito forte, capaz de decidir o caminho a percorrer com segurança e  pronta para saber que a adolescência contém trilhas íngremes; será preciso percorrê-las, bem como escalar montanhas e picos, mas, ao ser forte, um longo planalto estará à sua espera, soprando-lhe no rosto lindo e nos olhos azuis, descendentes do seu bisavô Tãozinho e da avó Helena, uma brisa de mensagem com boas-vindas ao mundo da realização e da independência.

Não se afobe. Você hoje tem 15 anos. A vida começa efetivamente aos 40. Depois será um longo recomeçar, eternamente. Confesso que temi silenciosamente você e outros netinhos com 15 anos. Agora, não, resolvi enfrentar a realidade. Você tem essa idade e, daqui a pouco serão os outros. Preciso da energia da sua vitória para sobreviver sempre. Assim é que me sinto amado. Pense nisso sempre. E talvez não seja somente eu. São muitos os seus entes queridos.

Todos amamos você e queremos não somente essa data gloriosa na sua vida, mas uma longa e vencedora vida que está planejada por Deus, para você. Aproveite porque é verdade.
Beijos de todos. Especialmente daquele que é, sem medo de errar, Vovô dos netinhos.

P.S.: Esse texto foi postado hoje, mas a data efetiva do aniversário é dia 26, segunda-feira.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O circo

O conceituado jornalista do Estado de Minas Arnaldo Viana, que está nas cadeiras de honra do caso policial em que é o artista principal o Bruno Fernandes, ex-goleiro do Flamengo, continua escrevendo sobre o júri que se desenrola no fórum de Contagem e que acaba de ser adiado para março do ano que vem. Ele faz claras metáforas e  compara o julgamento dos acusados de matar Eliza Samudio a um circo.

A sua revelação vai de encontro a mim mesmo quando, aos 13-14 anos de idade, estudante do Ginásio São Francisco, de Conceição do Mato Dentro, era liberado pelos Padres Capuchinhos para ver e ouvir as peças do teatro no salão do júri daquela histórica cidade. Em tão tenra idade, já fazia as minhas conclusões existenciais. Apesar da evidência estarrecedora, que permitiu mudanças nos esquemas e tramas, os espetáculos circenses continuam sendo realizados em todo o mundo nos moldes dos tribunais de Roma, onde nasceu o Direito. Quero dizer circo, porque tudo está distante da realidade. Pior: acaba sendo um festival de palhaçadas.

Mas também em Brasília julgam o famoso Mensalão, de um lado um ministro-relator, radical de esquerda e bem-intencionado Joaquim Barbosa,  e de outro, um direitão e aparentemente malvado contra a vontade popular, o ministro-revisor Ricardo Lewandowski. Mesmo com a disputa de Direita x Esquerda, uma peça teatral se desenrola, às vezes até com pitadas de humor, cabendo dizer que também na Capital da República se montam circos de julgamentos.

Circo policial, circo da justiça, há, ainda o circo esportivo, claro que há. São tantos os circos, com picadeiros atraentes, principalmente no setor econômico, quando o comércio vive também de espetáculos, não somente nas especulações de câmbio, imobiliárias e outras, mas principalmente nas espertezas, mentiras, fraudes e centenas de deficiências menos votadas que aparecem em negociatas.

Contudo, vou arrematar esse tema assim: um devoto dos Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs), de nome Ubirajara, que existe entre os que abundam por aí, escreveu, em jornal do Sul de Minas, que está acompanhando os textos  do jornalista Arnaldo Viana, e que gostaria de narrar um fato interessante. Segundo ele, uma nave interplanetária pousou no seu quintal, na capital brasileira do ET, Varginha e, como sempre, chamou-o para dar uma volta no espaço sideral. “Vamos tomar um ar diferente” — teria proposto um Extraterrestre que, imediatamente, tomou-o levemente pelo braço.

A nave partiu. Houve, como dos outros passeios cósmicos, apresentações de planetas e uma demonstração de que o homem da Terra, que anda descobrindo de vez em quando um novo mundo, ainda não conhece um milésimo dos conjuntos universais que vagam no infinito. Em um momento de descontração, o ET chamou-o à janela da aeronave e apontou para uma “pequena” bola azul confundida no meio daquele paraíso indescritível de planetas, astros e estrelas:
— Ali está o seu planeta. Vocês o chamam de Terra. Mas já anotei em nosso caderninho de apontamentos há muito tempo. Circo é o nome que foi dado  pelo nosso povo a essa bolinha em que você vive. E não me pergunte o motivo porque está muito na sua cara.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Problema mais grave do trânsito de Itabira: carros de quem trabalha na região central e adjacências

Volto a dizer que não li o documento entregue por uma empresa de consultoria à Prefeitura de Itabira a respeito do trânsito maluco da cidade . Faço agora uma aposta, baseada em textos publicados na internet, de que a questão que considero mais grave ainda não foi sequer abordada.


Vou contar como a  constatação se  tornou inquestionável. Saí de casa durante uma semana às 8 horas da manhã. Até as 9 horas de cada dia  rondei as portas de lojas, escritórios, consultórios, salas e portas comerciais. O que acontece na área central e bairros mais próximos? Nada mais que a aglomeração de no mínimo três veículos por porta aberta. E dá para perceber que de 3 a 4 mil carros, em uma hora, já entopem as ruas itabiranas. Normal? De jeito nenhum.

Abordei uns dez donos de espaços no centro e a resposta foi praticamente a mesma: “Venho de carro para o trabalho porque todos vêm; se eu não trouxer o meu carro, os outros trazem os deles”. A maioria procura deixar o veículo mais para outro lugar que o seu e o absurdo: ele fica o dia todo. O primeiro resultado é que o cliente não tem lugar para  parar; o segundo é o congestionamento da área central; o terceiro, multas constantes, queda nas vendas e por aí vai. Muitos afirmam que, quando o rotativo funcionava, era a mesma coisa porque o próprio usuário da região comprava blocos para o seu uso.

Registro, portanto, a minha humilde contribuição sem cobrar consultoria da Prefeitura ou de qualquer outro órgão e/ou pessoa. Depois desse resultado assustador, a sugestão: façam um encontro de todos os donos de lojas e salas e deixem nas mãos deles a tomada de decisões. Caso insistam em burlar a lógica, tudo continuará como está. Só que o caos vem aí e está marcado para dezembro de 2012. E não são os Maias ou qualquer profeta verdadeiro ou falso que está dizendo, mas a lógica intocável.