segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O GALO QUER UM TREINADOR? RESPOSTA: ESTOU DISPONÍVEL

Treinador de futebol  tem que  saber os fundamentos principais de um jogo. Primeiro: como se defender e como atacar. A maior parte de um jogo ocorre no meio de campo. Precisa-se, pois, de jogadores habilidosos nesse setor.

Num time de futebol que se declara como tal não pode haver um perna de pau qualquer.  Todos os jogadores teriam que saber dominar uma bola, recebê-la e amortecê-la como ela merece, não deixar que ela se distancie mais de 30 centímetros do seu pé.

Sou convidado para ser técnico do Galo. Nesse aspecto vou seguir a linha João Saldanha. Esse só escalava feras. Quero, portanto, habilidade, competência, segurança em cada setor. Para início de papo, converso com todos os atletas disponíveis.

Cada um vai dizer e um auxiliar escreve numa prancheta para as devidas respostas: tem velocidade? Cai pela direita? É bom no drible? Sabe tocar a bola, fazer tabelinhas? Bom cabeceador? Ótimo para fazer lançamentos? Chuta dos dois pés.

O time está montado. Nada de inventar regras diferentes. Essas nunca existiram. O segredo é cada um fazer o que sabe e tomar conta de seu pedaço de grama. Nada de alguém fazer o que não sabe; por exemplo, Robinho marcar, Gabriel atacar etc. e tal.

Agora começa a conversa ao pé do ouvido. Cada um tem um encontro com o treinador pelo menos uma vez por semana. Conversa sobre os problemas. Bate-papo que colhe  também as sugestões. Tudo anotado. Em seguida vem a psicologia positiva tal como a vida é bela.

Chega o momento de preparar para um jogo. Veem-se os vídeos do próximo adversário. Cada um faz as suas observações. Discutem-se qualidades e defeitos do adversário. Novas conversar particulares. O treinador precisa saber como levantar a moral de cada atleta.

Concentração. Motivação. Fim do medo. Hora de dizer cada um para si: “Eu sou. E vou fazer o que sei!” Futebol é muito simples. Ganha quem se dedica mais  em grupo e sabe enganar o adversário como num jogo de truco.

Tem que trapacear, sim. Como? Vamos jogar com um time mais fraco e sabemos que esse time ficará na retranca. Perder um bom tempo jogando também na retranca. É preciso mostrar ao adversário que está cauteloso e com um pouco de medo. É preciso enganá-lo. Será essa uma forma de fazê-lo mudar de ideia: atacar ao invés de defender.

Uma outra forma de jogar é começar o segundo tempo de tática mudada e diferente da anterior. Agressividade total. O time parece dopado. O adversário se assusta e se perde. É preciso dar a esse oponente agora uma certeza: de que vai massacrá-lo. Não estou inventando nada. Essa tática era de Elba de Pádua Lima, o famoso Tim.


Nada mais a fazer senão comemorar a vitória. Mas somente depois do apito final. Sem abraços quando ocorrem os gols. Comemora-se uma vitória depois de terminada a peleja. Simples assim. Ninguém segura o meu time. Preço de meu contrato: zero real e livre de roupa suja e barriga lavada.