sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Missão cumprida: duas filhas, um livro e uma árvore

Antes de encerrar 2021, eis uma surpresa surgindo no mundo editorial: a obra “A maratona da vida” (Editora VIP/Itabira, 188 páginas), do estreante Ânderson Martins Cerceau, itabirano, casado com a enfermeira Keila Cerceau, duas filhas, formado em Educação Física, maratonista, definido pela jornalista Carol Barcelos como “uma pessoa impressionantemente focada em buscar o máximo de rendimento e performance das pessoas”, em prefácio, fazendo dupla com Márcio Vilar.


 

A notável  mensagem de Ânderson Cerceau está estampada na capa: “Um livro que vai te fazer se comprometer”. E vem a pergunta: comprometer-se com o quê? Uma resposta simples é dada nas palavras de 11 maratonistas, os quais têm, como milhares de outros, passagens pelos caminhos suados e cheios de câimbras da vida dele, que soma 42 primaveras.

 

Mas não fica por aí a obra de Cerceau, nem parte da vida, do casamento, das filhas e da árvore plantada na Mata do Limoeiro, em Ipoema: ele conseguiu, compilando um time de escritores ou depoentes, fundistas, a contextualização de sua mensagem. Colhendo um conto de cada um, leva ao entendimento de que não só a vida é uma maratona dilatada e também composta de tantas pequenas corridas de 42 quilômetros. Mais  ainda, que o contexto representa saúde, força de vontade, exemplos inegáveis e o recado que se encerra num esplendoroso objetivo: a vida é bela.

 

Não estou elogiando Ânderson Cerceau por citar-me em suas páginas atraentes. Ou melhor, ele não detalhou meu nome.  Entrei apenas como pai de um maratonista – André – e sogro de outra – Cissa. Numa ocasião, acompanhamos o filho  em grande maratona de Buenos Aires, em 2013. Naquele domingo, tivemos um trabalho muito paternal: enquanto eu fotografava e abanava, Marlete, companheira de todos os filhos e do marido, ajudava o corredor a recuperar o ritmo respiratório. Foi um dia  inesquecível, completado à noite com mais uma vitória do Galo sobre a Raposa.




 Assim é a vida, uma maratona. Daí o recomendar a leitura do livro de Cerceau, cuja trajetória está ainda no pé da montanha, a ser ultrapassada com o tempo, sem pressa, é claro, porque ele ainda tem tempo para mais filhos, mais livros e mais árvores a serem plantadas.

 

Pra frente, Ânderson, Keila, Maria Clara e Maria Cecília!

 José Sana

Em 17/12/2021

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

ITABIRA CADA VEZ MAIS ÓRFÃ: PARTIU DORINHA BRANDÃO

Quem percebeu? Quem viu? Onde foi? Nada parecia ter ocorrido de novo na face do Planeta Terra. Mas houve, sim, uma mudança inquestionável e radical. Silenciosa, de voz mansinha, embutida na vida de virtudes, sem se promover, como sempre foi assim, mesmo com a inteligência resplandecendo, com destaque absoluto na área de Educação, cujos serviços prestados  a Itabira se despontaram. Ela partiu para a eternidade em 2 de dezembro passado.

                    Dorinha, Maria Helena e Darcila

 Há ainda um tempinho para a comunidade itabirana  iniciar a colocação em evidência do que verdadeiramente servirá de inspiração para o futuro. Haverá, no dia 8, quarta-feira, às 18 horas, na Igreja da Saúde, em Itabira, a celebração da Missa de Sétimo Dia. Refiro-me a Maria das Dores Torres Brandão, ou Dorinha Brandão para a grande maioria de amigos. Chore quem a conheceu e dela recebeu lições valiosas: Itabira perde mais uma enciclopédia de riqueza cultural, que sai da vida ativa, terrena, de conquistas inesquecíveis, para a Glória Divina.


DORINHA E O “APRENDER A SER”

 

Reporto-me  a meados da  década de 1960, quando ela me convidou para estudar na Faculdade, braço direito de Ciências Humanas da PUC/MG.  Depois, em seguidos instantes dos anos 1970, principalmente quando Itabira subiu ao pódio chamado “Primeira Cidade Educativa do Mundo”, atendendo plenamente os quesitos do projeto “Apprendre à Être” (Aprender a Ser), de autoria do educador francês Edgar Faure.

Naquele capítulo de glórias dos conterrâneos de Drummond  tornamo-nos amigos de verdade, eu vereador sempre municiado por ela na sua área de grande domínio. Foi por sugestão  dela que me arranquei duas vezes ao Centro-Oeste, a uma cidade que teria empatado em  demonstração de prática comunitária com Itabira nas apresentações de 1974/1975. Fui lá confirmar com uma fonte segura, Guaracy de Castro Nogueira (in memoriam), um dos criadores da Universidade de Itaúna, de que não houve empate, Itabira vencera e fora boicotada. Tivemos ainda outra testemunha presencial, o jornalista Carlos Felipe Horta. Ao contar  a Dorinha  o resultado de minha viagem, tive muito mais emoção do que antes, ao ver lágrimas de felicidade descerem naquele rosto bonito, enfeitado por olhos claros.

 

DORINHA, LÍDER SEMPRE

Tantas iniciativas da área educacional ela gerenciou, tendo ao lado outros mestres que também deixaram marcas na história educacional itabirana, a exemplo de:   Dulce Guerra (in memoriam), Miriam de Souza Brandão (in memoriam), Maurício José Martins da Costa (in memoriam), Saul Olavo Reis (in memoriam), Eneida Bragança de Mendonça  (in memoriam), Eunice Faria Martins da Costa (in memoriam), Ermelinda Torres Simões (Lindita), Romar Virgílio Pagliarin, Maria Cecília de Souza Minayo, Maria do Rosário Guimarães de Souza (Zara), Maria das Graças de Souza e Silva (Baginha), Elaine Campos, Cecília Maria Viana Camilo de Oliveira, José Carlos Fernandes de Lima, Denise Félix, entre outros. Desculpem-me não citar dezenas de outros nomes. E exatamente o que esses próceres trabalharam e trabalham para alcançar ela acreditava piamente na ressurreição da Cidade projetada pela França e abraçada pela Unesco.

Dorinha, confidencialmente a mim, nunca se conformou com o fato de Itabira ter abandonado o projeto internacional Cidade Educativa. Ela pensava que teríamos de avançar, pegar todos os fios de meada que a Unesco nos ofereceu de mãos beijadas. Pelo contrário, o tempo passou e o modelo de comunidade buscada por milhares de estudantes europeus, numa quase verdadeira reedição da Revolução Francesa, foi abandonado como um morador de rua sedento de oportunidades.


DORINHA, “COROA DE DR. COLOMBO”

 Uma semana antes de 17 de junho de 2021, ela estava conosco na casa de Darcila Martins da  Costa, além de Maria Helena (a compositora assídua das letras musicais de Dr. Colombo), preparando um quadro à parte para ocorrer defronte a casa do médico. Dr. Colombo e o bispo Dom Mário são donos do ano de 2021, graças aos vereadores itabiranos e ao prefeito Marco Antônio Lage que criaram a lei do centenário de ambos. A preparação agora era pelo “Dia D” do santa-mariense-itabirano.

Agora, sigam com o meu raciocínio: algumas das “Coroas do Vôlei”, inspiradas pelo médico, estavam a contar fatos de meio século de existência delas que brilharam no Clube Atlético Itabirano. São valiosas passagens que imiscuem a história de Itabira no seu bojo. Dorinha era toda uma vida feliz e entusiasmada, cheia de saúde, mas cinco meses depois, eis que resolve mudar de ambiente ao  sair da vida terrena e partir  para  o Mundo Divino. Quem ousaria dizer que ela sabia ou não sabia o quanto de tempo por aqui nos presentearia? E soma-se ao conhecimento dela ocultação de  seus dotes de humildade. Só ela, só Dorinha mesmo,  nos contaria, mas se estivéssemos no nível dela.

BIOGRAFIA POR PREPARAR 

Deixo aqui uma ideia para os poderes públicos locais: levantar com minúcias a grande obra de Dorinha Brandão, como de todos os outros protagonistas desta terra, os quais são muitos. Tentei no minha época  na revista,  mostrar nossos personagens, foram três anos de muita memória refletindo na ideia de escolares que frequentavam a redação. Depois tudo parou. Fica, então, minha  resistência como participação: não se pode continuar na  trajetória do esquecimento. Quantos morreram e não se pingaram uma lágrima nas páginas da imprensa local? Nem nas bibliotecas?

 Maria das Dores Torres Brandão, filha de outra grande itabirana, Didi Andrade,  faleceu aos 85 anos. Era casada com Luiz Torres Brandão (in memoriam), com quem viveu durante 46 anos. O casal deixou três filhos, oito netos e dois bisnetos e uma comunidade órfã.

 Foi sepultada em Itabira, sua terra natal, no dia 2  de dezembro de 2021.

José Sana (Texto e fotos)

 07/12/2021

 Colaborou: Myrian  C. O. Souza

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

“NAU MI DÉ CONCELHU, CEI HERAR SOZINHU”

 A  Empresa X recebe da Empresa Y uma mensagem via WhatsApp. Diz a notinha:

 “Precizo muito urgente de orçamento compreto das coisas seguintes: 1 bomba de bombear agua (sic), 1 cano de duas bocas, 2 retentor (sic) de cano de meia, 4 cano pvc de dois metro (sic), 10 folha (sic) de licha (sic) de tamanho medio (sic), um pano de enchugar (sic) boca de cano de pvc, 4 tinta (sic) branca, 4 tubo (sic) e conecchão (sic), 12 cifrão (sic), T 90 grau (sic), conequitor (sic) maxo (sic), flechivel (sic) de pvc, ralo-dengue, joelho tamanho igual a 1/2, 2 cifrau (sic) chanfonado (sic). Obrigado. Mateus”.

 Se um nem outro pegar no telefone e ligar, ou comparecer pessoalmente para prestar esclarecimentos,  negócio nenhum acontecerá como fruto da mensagem. Perda de tempo para vendedor e cliente.

 

Mas não são somente erros de grafia  que  vemos por aí. Existem os incríveis : “A (sic) mais de dois dias tento falar com você  e não consigo”; “Daqui há (sic) uma hora e meia no macimo (sic) eu espero receber a sua resposta”; “Fazem (sic) três semanas que não recebo tabela de preços”; “Eu estava lá na reunião, mais (sic) a conversa paralela não parou de acontecer”; “As peças encomendadas não serviram para fazerem (sic) o que pretendia fazer”; “Esse trabalho é para  mim (sic) fazer?”;  “A turma de trabalhadores estiveram (sic) lá na obra o dia todo”, “Sapataria de Concertos”;  “Borracharia do Mané” - 24 oras no ar” (sic);“Temos balas, doces, cigarros e todas os latrocínios (sic) em geral”.  E por aí vai...

O que estaria ocorrendo com a nossa bela língua portuguesa? Muitos  acusam a internet como culpada de tudo, a  vilã  terrível, o que não é de todo verdade. Dizem alguns: “É para simplficar a comunicação”. Mas  não acreditamos. Ninguém tem o direito de criar as suas expressões próprias. Em todos os idiomas, cada palavra é escrita de apenas um conjunto de letras, a regra não muda. Enquanto uns nem lixam para isso, uma minoria se esforça para falar e escrever corretamente. Muitos sofrem ao ler balbúrdias por aí, agressivamente.

O pior é que muitas  manifestações, em percentual elevado, de comunicação, só ocorrem pele internet.A terrível tentativa de abreviar palavras; o costume de tentar criar o próprio vocabulário (exemplos: “vc, vdd, falow “etc) . Essas coisas extravasam até para muros e outdoors. Veja que calamidade  a frase que copiamos de um boteco por aí: “Nau mi dé concelhu, cei herar sosinhu”.

Outro dia assisti  a  uma palestra de autoridade militar, que ensinava as pessoas uma forma de detectar fake news em mensagens de qualquer espécie. O primeiro alerta que o PM fez foi o seguinte: “Se o texto contiver erros de português, podem desconfiar de sua  falsidade”. E  outros sinais de fake  podem  ser  erros de filosofia, termos contraditórios, interesses econômicos, políticos e outros caminhos mais.

Com base nas razões acima descritas, estamos anunciando a criação de um Curso Intensivos da Língua Portuguesa, cujo objetivo será o atendimento a setores públicos, comerciais, industriais e a cidadãos para tentar minimizar a grande demanda que existe por aí. A iniciativa tem como finalidade, também, participar de projetos que visam tornar imortal o nosso idioma. Ele não pode morrer.

Contamos com o apoio de brasileiros de verdade, zelosos com a língua que é nossa.

 José Sana

 Em 06/12/2021

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O GALO DERROTOU A TEMPESTADE, O TSUNÂMI E OS MAUS AUGÚRIOS

 

Mais uma vez me recorro ao imortal Roberto Drummond para exprimir o grande acontecimento  de  2021. Nesta data, o vento ameaçou a camisa preta e branca que estava pendurada num varal. O vendaval arrastava tudo, até que valeu a torcida do atleticano focada nos jogadores, esses inspirados  em  Cuca, realmente um cuca. No fim, o mau tempo viu a virada, graças a acontecimentos de todos os tempos, entre os quais:



 — Ubaldo  Miranda, o Miquica, ou o Mágico, ao marcar  centenas de gols e vários chamados “espírita”. Lembro-me numa tarde, no Independência,  no América, quando eu tinha cinco anos de idade, fato que fez o Galo ganhar mais um pentacampeonato mineiro, seu costume dominante nos áureos tempos.

   Tomaz Aquino Gonçalves, o Tomazinho, que balançou as redes do Cruzeiro, ex-Palestra, em toque de letra, e mais outros nomes do junta que tentava ajeitar-se na refrigeração do Barro Preto, logo ali, pertinho do nosso alçapão de pegar raposa.

 —José  Reinaldo de Lima, natural de Ponte Nova, que treinava de manhã, carregando apenas 11 anos nas costas, corria na Vila Olímpica, Bairro Planalto, Belo Horizonte e naquele momento mágico de seus dribles magistrais, fiz a minha primeira profecia para o atleta-mirim: “Este será um dos maiores jogadores do mundo”, Só não alcançou essa predição porque o destino lhe roubou os meniscos numa época em que a medicina não havia alcançado o progresso para essa hoje simples cirurgia.

 — Dario José dos Santos, o Dadá Maravilha, quarto maior artilheiro do Brasil em todos os tempos, com 926 gols. Entre esses tentos, uma fatal cabeceada para o fundo das redes do Botafogo, no Maracanã, em 15 de dezembro de 1971. Aí o Galo tornou-se o primeiro campeão brasileiro.

 — Victor Leandro Bagy, ex-goleiro e agora funcionário do Clube Atlético Mineiro, defendia, com o pé esquerdo, pênalti cobrado por Riascos, do Tijuana, aos 48 minutos do segundo tempo, no Independência, classificando o Galo a continuar vivo na Copa Libertadores de 2013. A estas altura, também não podemos nos esquecer de Éder Aleixo e  Luizinho (o quarto-zagueiro multiplicado por arranques fenomenais), entre outros.

 — Leonardo Fabiano da Silva e Silva, que passou por vários clubes brasileiros, inclusive o Cruzeiro, teve sua consagração no Clube Atlético Mineiro; como zagueiro, marcou 36 tentos em 390 partidas; 2013 foi o ano da consagração de Léo Silva com a camisa alvinegra;  o título da Libertadores, o mais importante das Américas, teve, entre tantos outros momentos emocionantes, o gol do camisa 3 na final contra o Olímpia-PAR, no Mineirão, cabeçada que levou a decisão para as penalidades; na disputa de pênaltis, Léo ainda converteu a cobrança que antecedeu o erro de Gimenez e decretou a conquista atleticana.

 — É preciso lembrar que não foi apenas o título da Libertadores, obra do treinador Cuca, uma das glórias do Clube Atlético Mineiro. Brilharam vários astros, entre os quais Ronaldinho, Jô, Réver e tantos mais que  conquistaram  ainda  a Copa do Brasil e a  Recopa Sul-Americana, em 2014 e 2015.

— Para calar os adversários que se confortavam em desconhecer o “BI” do Galo, além de outros “bis” alcançados, neste dia 2 de dezembro de 2021 o grande feito se desponta, Campeão Brasileiro de 2021, com grandes participações de Hulk (o incrível), Nacho, Diego Costa, Keno, Éverson, Alonso, Arana, Allan, Jair etc. etc. etc.

 — É claro que esta não é uma façanha isolada, para assustar os adversários, o Galo não é um cometa, mas, o começo de tudo está ocorrendo agora. É só agarrar, porque o clube alvinegro encontrou o fio da meada.

 Galo sempre, Galo com força, Galo Forte e Vingador!

 José Sana

 Em 02/12/2021

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

SAI VENTANIA, SAI PEDRA NO CAMINHO, SAI WRIGTH E SAI SIMON!

“Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento” (Roberto Drummond/1933-2002). O escritor, cronista e  grande jornalista sintetizou toda a gigantesca diferença do torcedor do Clube Atlético Mineiro de outros simpatizantes que vagueiam por aí.



 Pois é. Estamos perlustrando uma centena, ou mais, de histórias de campeonatos surrupiados das mãos do Galo durante a sua trajetória de entidade esportiva, desde 1908. Assaltos criminosos de juízes como os ataques nos moldes dos faroestes, seguidos vice-campeonatos impostos por títulos que foram  tirados pelas vias do azar, com certeza macumbas e  assaltos à mão armada, descaradamente.

 

E eu, que passei dos 70, que topei com Roberto Drummond em várias de suas passagens, como em Ferros, onde nasceu; em Guanhães, Conceição do Mato Dentro e Belo Horizonte, onde estudamos e trabalhamos  mesmo  em tempos diferentes. E que me curvo diante desta frase representativa de  lutas inglórias e  tradutoras dos sentimentos  do gigante de Lourdes, do Horto, do Mineirão e  de  arenas espalhadas pelo mundo.

 

Agora, um novo sinal de glória chega com força às  nossas mãos  e não pode escapar nem que a vaca tussa. Onde estará o cronista audacioso e intrépido não sei, mas assumo que vive intensamente esta nova expectativa na eternidade. E o outro Drummond desta história, o de Andrade, itabirano, mesmo xingado cruzeirense, não era, nem sabia a geografia da bola. Mas dele diríamos que  “no meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/tinha uma pedra/ no meio do caminho tinha uma pedra” porque o pior do que já aconteceu  não se repete mais, já arrancamos todas as rochas e obstáculos.

Neste momento, o primeiro  pedregulho chama-se Flamengo, ou melhor, Urubu, o bicho que já fez Wrigth e Simon sacarem a nossa felicidade impunemente. A segunda é a mala branca que, com certeza, vai tentar subornar jogadores de outros times. A terceira chama-se tabus, dizem sites e blogs que faz 18 anos que o Galo não vence em Salvador. Existem mais  montanhas e muralhas a serem transpostas, mas tal como as citadas e o malfadado Muro de Berlim o foi, precisam  ser  ultrapassadas pelo clube mais amado do mundo, incondicionalmente. E será, sim, pelo Galo Forte e Vingador.

 

Então, vamos seguir  a  ideia do presidente do clube, Sérgio Coelho: “Não estamos indo para festa alguma, mas a  uma jornada difícil”. Aí, junto as  palavras dos dois famosos Drummonds e completo: “Que venham a tempestade, o vento, a ventania, as pedras,  e  vamos derrubar todos, um por um, juntando aos Wrigths, Simons e a outros sopradores de latas e apitos.

 

Sai macumba! Sai praga! Para ganhar da sorte atleticana agora vão ter que tomar uma  saraivada de azar infinitamente, em troca como retorno do mal ao seu lugar merecido.

 

José Sana

Em 01/12/2021