terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

VENDE-SE ENCANTADORA PAISAGEM RURAL



Algumas vezes, só conseguimos enxergar o que possuímos quando pegamos emprestados os olhos alheios

 

Certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade, de fato, um sítio que lhe dava muito trabalho e despesa. Reclamava que era um homem sem sorte, pois as suas propriedades davam-lhe muitas dores de cabeça e não valia a pena conservá-las. Pediu então ao amigo poeta para redigir o anúncio de venda do seu sítio, pois acreditava que, se ele descrevesse a sua propriedade com palavras bonitas, seria muito fácil vendê-la.


E assim Olavo Bilac, que conhecia muito bem o sítio do amigo, redigiu o seguinte texto:


"Vende-se encantadora propriedade onde cantam os pássaros, ao amanhecer, no extenso arvoredo. É cortada por cristalinas e refrescantes águas de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda."

Meses depois, o poeta encontrou o seu amigo e perguntou-lhe se tinha vendido a propriedade.
"Nem pensei mais nisso", respondeu ele. "Quando li o anúncio que você escreveu, percebi a maravilha que eu possuía."

Fica claro que em algumas vezes, só conseguimos enxergar o que possuímos quando pegamos emprestados os olhos alheios.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

GUIOMAR E HÉMERSON: CASAL MAIS QUE PERFEITO E IDEAL

 


Uns 30 anos de casados, 18 vezes separados e reconciliados — há muito os elegi o casal mais que perfeito em duas de minhas quatro gerações vividas

É manhã desta quarta-feira, 22 de janeiro de 2042. Estou na minha diária caminhada de uma manhã cujo sol é de rachar catedrais e santuários. De repente o milagre acontece. Milagre porque o beneficiado sou eu. Deparo-me, frente a frente, com o casal muito mais que perfeito, dois conterrâneos, filhos de gente de duas de minhas quatro gerações: Hémerson Silva e Guiomar Quintão, idos ao altar no tempo dos Druidas e separados pausadamente. É claro que se amam de verdade. Só não têm filhos devido a um problema que não é de nossa conta, nem culpa deles.


Estão, também, fazendo caminhada? Não, nunca, jamais. Já vão pegar o trem das nove para Vitória, Espírito Santo, ramal para Nova Era que, infelizmente, a Vale já tentou, certa vez cortar de seu mapa, mas que o ex-vereador Dr. Ademar Mendes de Souza, não deixou. Fica o aviso: Dr. Ademar parece ter mudado de Itabira, olha que não custa nada o prefeito liderar essa demanda de fazer o corte, apesar de o povo não querer, a prova está nos dois vagões super lotados nesta quarta de férias.

Guiomar é filha do ex-prefeito Luiz Gonzaga de Almeida e Dona Didina; Hémerson, de Lalá e Odilon, todos in memoriam. Futebolistas para o lado do pai,  Odilon, marcaram tempo no esporte em São Sebastião do Rio Preto. Ambas as famílias de boa descendência 


Casaram-se, separaram-se, reintegraram-se, ficaram famosos  pelo ineditismo realista, meio surreal, queira ou não. Serão referências para mim de perfeição intocável. Por quê? Você quer saber? Vai lá: qual o casal que não topa uma "brigazinha" no dia a dia? Hipócrita é dizer que o pau não quebra, mesmo terminando em doce de coco.


Existe, sim, um fulano e uma fulana de tal e de longe, que conheci, que nunca brigaram e eu os admirava também. A questão é a seguinte: eles eram surdos. Viveram eternamente. Guiomar e Hémerson são diferentes, brigam de manhã e reconciliam-se à noite. Por isso sobrevivem na realidade perfeitíssima. Sabem o que agora está ocorrendo? Estão em viagem de lua de mel, já velhos de casa, estão embarcados no trem das nove para o litoral do Espírito. Se brigarem no Espírito Santo, São Sebastião promove a paz na chegada, que agora parece ter elástica validade porque ele mora na terra do Rio Preto e ela na cidade de Drummond. A religiosidade se junta à poesia e tudo se resolve.


Peguem a receita ao vivo com eles. Deus abençoa você e eles.


José Sana

22/01/2025

Foto: NS


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

OITENTA MESMO. E DAÍ?



Todo mundo crê que seja  imortal, só não acredita que vai passar dos 80; quando chega a ser octogenário, tudo parece surreal e renasce a satisfação de viver; finalmente, crê que somos mesmo imortais, só não sabe quem não quer saber; e viva a vida!

Veja detalhes de uma viagem inesquecível à Itália de 26 de dezembro de 2024 a 12 de janeiro de 2025

 

1. Quando eu tinha 12-13 anos, por aí, me preocupava com a idade de meus pais, avós, tios, primos, amigos. Vivia fazendo contas mentais sobre o tempo que lhes restava para viver.  Morrer sempre era a grande preocupação. Certa vez, no terço da noite que meu pai rezava com a família, ele fez um pedido meio solene: “Eu peço a Deus que me leve mais cedo que todos”. O pedido dele foi aceito. Faleceu, como diz dr. Colombo, “como um menino”, aos 75. Deixou sua Itália, nome do país que visitamos agora. Essa foi a quarta vez que estive no país de meus antepassados.


2. Em agosto de 2024, ou antes, nosso filho André  mandou me perguntar se eu topava uma viagem à terra de nossos antepassados italianos, em janeiro, quando eu completaria 80 anos de idade e nós – Marlete e eu – 55 de união matrimonial. Topado, eu já estava preparado para o enigmático oitenta. Só imagino que ele – André – vivia meus anos 12-13 e se preocupava comigo e, naturalmente, com a mãe. 


3. Clarissa, nora, preparou tudo para viagem, considerando que fala, escreve, ouve e canta em inglês melhor que o resto do mundo. De nossa turma tínhamos também Carol e Paulo poliglotas, que chegaram depois. Com o meu francês meio capenga, também deixei tudo para nossa guia. E embarcamos em Confins em 26 de dezembro de 2024 rumo à Itália, detalhadamente Roma, primeiro destino. A lista de passageiros: André, Clarissa, Elis, Clara, Marlete e eu, exatamente meia dúzia de todos com o sobrenome Sana. Passeamos Roma inteira em 27, 28, 29, 30, 31/2024 e 01/01/2025. 


4. O grupo aumentou no dia 31/12/2024 com a chegada de Carol (uma de minhas oftalmologistas gratuitas e gentil), sua filha Esther e o marido Paulo, o Faz Tudo por Nada em Troca. E promovemos a virada do  ano dentro de nosso segundo apartamento, agora em Florença, tudo contratado por Clarissa/André. 



5. Itália, país europeu, costa do Mediterrâneo, marcado pela culinária e  cultura ocidentais. Roma, é a capital, junto ao Vaticano, esse um país pequeno e independente que  abriga obras de arte monumentais e ruínas antigas. Visitamos várias províncias e apreciamos todas. Incluem-se entre os bens  pagãos o Coliseu, onde o principal “esporte” era o “pão & circo” e marco religioso a matriz de Santa Maria de Margione, toda de ouro.


6. Florença nos deteve a partir do dia 01/01/2025, quando festejamos o novo ano e  saudamos o neto Ruan Sana Avelar, que completou 26 anos, sem pirraça (“Vamos pôr manha no Avelar”) e cantamos o hino de seu nascimento em BH). E vai se formar como Engenheiro Elétrico daqui a uns meses.


7. De Florença curtimos os arredores. André buscou, em Roma, um super Doblô, alugado por ele, que revezou na direção com o Paulo Faz Tudo (fala mais idiomas que Eliezer Batista). E rodamos sem parar. Depois as caminhadas. No princípio, segundo André, eu fazia 5 km/hora. Depois, passei de 100 e não fui multado. Aí, tivemos uma noite genial porque eu chegava nos 80 às 16 horas, segundo Vó Maria. Parabéns, abraços e beijos. Esther me encantou com o carinho especial. Difícil ganhar um prêmio deste.


8. Lucca é uma comuna à beira do rio Serchio, na região italiana de Toscana que lá aportamos. É conhecida pelos muros renascentistas bem preservados que circundam o centro histórico e suas ruas de paralelepípedos. Vias arborizadas, amplas, ao longo da parte alta dessas enormes fortificações dos séculos 16 e 17, muito usadas para passeios a pé e de bicicleta. A Casa di Puccini, onde nasceu o grande compositor, é hoje um museu de ópera, é hoje um museu. Vizinhanças: Monte San Quirico, Pontetetto, Santa Maria a Colle.


9. Pisa, aguardada com curiosidade, é uma cidade na região de Toscana, mais conhecida por sua famosa torre inclinada. O cilindro de mármore branco de 56 metros, que já tinha certa inclinação quando foi concluído em 1372, é a torre do sino da catedral romanesca de mármore listrado adjacente, situada na Piazza dei Miracoli. Na praça também estão localizados o Batistério, cuja acústica de renome é demonstrada diariamente por cantores amadores, e o cemitério Camposanto Monumentale. Passamos longas horas aí, hospedados no apartamento de Florença. Fotos à vontade e exibições sensacionais de nossa grande-pequena Clara com seus saltos em trampolim. Clarissa debulhava o seu inglês perfeito e nos deixava sem função nesse pormenor. De vez em quando, na minha burrice informal, ela resolvia problemas com orientais (chineses e japoneses). E eu mais vigiado que gato de madame. Tinham medo de meu sumiço. E até Clarinha me cercava de vez em quando.


10. As conclusões nossas eram tiradas a cada tempo. Uma observação sobre o frio era quase completa. Por exemplo, completamente diferente do nosso. Não causa efeito colateral, como o frio brasileiro e ainda limpa o aparelho respiratório. Vou dizer que, pelo menos até agora, voltado à minha Itabira poluída, a rinite está me dando trégua. Podemos dizer que visitamos a região rica italiana, pela movimentação nas ruas culturais das cidades. Não houve, não vimos sequer um gesto nas vias de sintomas de violência. 


11. O sol de Toscana lembra vários filmes muito conhecidos de quem aprecia essa cultura local. Toscana é uma espécie de estado, localizado no centro italiano. Florença é a capital que abriga algumas das obras de arte e arquitetura renascentistas mais reconhecidas do mundo, como a estátua de Davi, de Michelangelo, as obras de Botticelli na Galleria Degli Uffizi e a Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo. Visitamos, almoçamos e nos deliciamos diante da obra de Michelangelo. Quando a noite ia chegando, saíamos rumo ao apartamento ao centro de Florença.



12. Outra cidade visitada pela turma dos 80/55 (80 de idade e 55 de matrimônio) foi Siena. Siena, da região da Toscana se mostra diferente por suas construções da Idade Média feitas de tijolos. A praça central, Piazza del Campo, tem formato de leque e abriga o Palazzo Pubblico, Câmara Municipal da cidade em estilo gótico, além da Torre del Mangia. Com 17 bairros históricos, optamos por fazer um passeio de bondinho elétrico para dois grupos, dois bondes, intermeados com degustação de alimentos e um farto almoço. 


13. Caminhamos  por praças antigas, visitamos catedrais, igrejas, fortalezas e torres construídas na Idade Média.  Constituíram o nossos tempo – 4 dias e 3 noites em Siena. Alojamo-nos em uma casa luxuosa na zona rural, que fica perto das atrações turísticas. Vimos, conclui que a riqueza atrativa do mundo todo advém do capitalismo. A arte, a beleza, o restante, podem compor o socialismo. Mas há a conclusão, infelizmente ou felizmente, sem o capitalismo não há salvação. O próprio Karl Marx escreveu que “a história é econômica”.



14. Chegamos a Veneza. A curiosidade nossa era muito acima do que qualquer um pode imaginar. André havia feito a entrega do carro alugado, mas não ficamos a pé. Entramos numa chalana, ou táxi chalana, dentro do mar e rapidamente estávamos saindo num apartamento vip, de luxo, em Veneza, capital da região de Vêneto, no norte da Itália, formada por mais de 100 pequenas ilhas em uma lagoa no Mar Adriático. Na praça central, Piazza San Marco, ficam a Basílica de São Marcos, coberta de mosaicos bizantinos e o campanário, com vista para os telhados vermelhos da cidade. Naquele arquipélago residem cerca de 250 mil pessoas, que têm nas vizinhanças, entre tantas comunas, Castelo, Cannaregio, Dorsoduro e San Marco,  numa área de 412 km². A altitude não poderia ser mais que 2 metros.


15. Depois da chegada triunfal numa sala VIP (disse eu e a recepcionista riu), fomos alojados e nos preparamos para o almoço, como sempre lá para as 16 horas, principalmente porque as quatro horas de  fuso horário. As perguntas chegavam de todas as pessoas que me acompanhavam, via online, na viagem: “Não vai passear de gôndola?” Eu respondia um “não” bem rachado, o medo da água em mim é mais ou menos septuagenário, já me afoguei seis vezes no rio Preto de São Sebastião do Rio da mesma cor.


16. De Veneza a Milão revivi um velho sonho de criança,  quando viajei de trem de Belo Horizonte a Ouro Preto com meu Vô Seraphim Sanna e tia Alina, exatamente em 1951. De novo, agora num equipamento moderníssimo, viajamos  em cerca de uma hora e meia, uma experiência genial, trem macio e sem barulho. Avisos em italiano e inglês e visuais, espaços largos para acomodação de passageiros.


17. Agora, Milão. Vamos ver o que é  essa metrópole e vamos aproveitar para conhecer os seus mais importantes pontos turísticos. Primeiramente, gostaria de lembrar a história tratando a revolta dos italianos no fim da II Guerra Mundial. O julgamento dos nazifascistas ocorreu rapidamente, as figuras criminosas  foram executadas e os corpos expostos na Piazzale Loreto, Lá e nas ruas transversais, em 2 de maio de 1945, foram vingados. Findava assim a longa ditadura fascista sobre o povo italiano. Benito Mussolini tentou fugir para a Suíça e Áustria, mas foi interceptado pelos partigiani. E fuzilado em 28 de abril de 1945, em Giulino. Seu corpo também foi levado para a praça Loreto e retalhado em mini-el duce, dizem os mais revoltados.


18. Em Milão há muito o que ver, mas tivemos que nos deter também na Catedral (ou Duomo). Uma beleza contagiante, que fechou com chave de ouro a nossa visita à Itália, completando 18 dias no país maravilhoso, terra de meus (ou nossos) avós Giovanni Palmerio Sanna e Mariantonia Saba Sanna. Vamos tentar visitar, espero que em breve e ver se nossos filhos e netos pegam um passaporte definitivo. Obtendo-o na Itália, estamos livres para circular no continente europeu.


19. Abordando um outro detalhe da viagem, o frio na Europa é mais rigoroso do que o brasileiro, com temperaturas mais baixas e dias mais curtos. A temperatura varia de acordo com o país e a região, sendo mais amena no sul e mais rigorosa no norte. As estações do ano na Europa são invertidas em relação ao Brasil. Quando é inverno no Brasil, é verão na Europa (Google). Aproveitando o frio super friento bebemos boas garrafas de vinho. Não foi feito o balanço. São mais de centenas de milhares.


20. Clara, Elis, Clarissa, André. Esses quatro fizeram conosco muito mais que se pode imaginar. Do dia 26 de dezembro de 2024 a 12/01/2025 ficamos por conta deles, sem despesa e ainda recebendo favores. Eles pagavam com amor e carinho também o que éramos obrigados a fazer pelo futuro de todos. Viajamos de carro particular em acesso e chegada a aeroportos, chalana, táxi térreo, uber, metrô, trem continental, veículos particulares alugados; hospedamos em apartamentos alugados com todas as regalias, em hotel e cercados de carinho, cuidados especiais. Vivemos uma vida de rei e rainha como Alice no País das Maravilhas. Assim são os nossos filhos, aqueles que receberam uma educação simples e levada com amor e reciprocidade. Se houve algum deslize, não há que reclamar porque filho-pai-filha-mãe são sentimentos divinos. Ainda vamos ter outras viagens, encontros, parcerias, a paz interior é a nossa maior conquista. 

21. De minha parte, em particular, sou feliz pelos filhos e pela escolha que fiz, com a ajuda de Deus, de minha companheira de mais de 55 anos de convivência.

22. Deus seja louvado, nem meio acidente!

PS-1: Meu currículo simplificado: comecei a trabalhar aos 9 anos em loja;  acumulava as funções de prender bezerros, arar terra como guia de bois, engraxar sapatos. Trabalhei ainda em empresas gigantes (ArcelorMittal e Vale). Contabilista, Apropriador, Assessor de Imprensa, Editor de revista. Colaborador de jornais regionais (O Passarela, Folha de Itabira, Hora H, A Notícia). Não parei ainda, graças a Deus. Aceito emprego compatível com minhas profissões. Estou inteiro e viajo. Cabelos brancos não representam decadência.

PS-2: Passar dos 80 é moleza (Eu). “O que amola são os cuidados que outros têm com a gente, pensando que precisamos ser assim... assim... assim...e que vamos cair”(José Vanderley Duarte Morais).

PS-3: Anotações esquecidas) a) — anotei que, mesmo dentro de uma multidão nas cidades italianas, incluindo aeroportos, não constatamos a existência sequer de pelo menos ua mulher grávida. Será que o Velho Mundo virou uma China? b) — o custo de vida na Itália é altíssimo, mas quem trabalha recebe valores compensatórios. c) — ladrõesinhos de pequenos saques parece não existirem na Itália. d) — anotadas uma a uma as pessoas parecidas e multiplicadas: os Claudinhos não existem tão exageradamente como no próprio Brasil. e) — o consumo de vinho foi algo do outro mundo, ninguém conseguiu contabilizar, o frio compensava.

PS-4. Para rir pelo menos no final:

Um amigo meu disse a outro amigo (mui amigo!):

— Você sabia que o Zé Sana é octogenário?

— Que absurdo! Com aquela idade toda ainda é octogenário?!


Até o nonagenário.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Memórias Assombradas Capítulo 2 — A LOIRA DO CAMINHO NOVO

O tempo passou, mas os fatos de outros mundos continuaram atuais. A Loira do Parente, que deu sopa no centro da cidade no início de 1945, em  história contada pelo saudoso Marconi Ferreira, acabou dando a entender que retornava 40 anos depois, agora para outro funcionário da própria Vale, um motorneiro da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), solteiro, 25 anos, frequentador de zona boêmia, nos locais chamados Sozinho, Maria Escurinha, Zezé e outros meretrícios menos frequentados.

José Queiroz, a vítima, ou o contemplado. Nem podia ser outro, Queiquei, ou José Dimas de Queiroz, este o nome dele de cartório e pia batismal, é o personagem de hoje. De vez em quando o chamavam de Queiquei, que usurpava a coragem dos amigos por meio de cachaça, vodka, uísque que bebia do copo alheio. Ultrapassava a linha divisória da razão a ponto de realizar algo que ninguém imaginava: desafiar almas do outro mundo.

Ele, Queiquei, não se aquietava e se dava a aventuras até nas beiras das lagoas da cidade, em número de 15. Encontrava sempre surpresa  em cada barragem construída faz longos anos pela velha Companhia Vale do Rio Doce (na foto acima, uma visão sua na Barragem do Pontal.

Zé Queiquei tinha o dom de fazer muitos amigos, mas com uma ressalva. Seu fraco, ou forte, como ele dizia, era sexo, mulher, até esporte, futebol que não o interessava tanto. Como exemplo, tinha uma camisa do América Mineiro, só, às vezes dizia que era americano porque seu pai tinha uma certa simpatia pelo time verde. Ultimamente algo que tomava o tempo de Queirozinho (era assim que seus pais o tratavam, além de Queiquei) a visão de uma mulher alta, loira, bem-vestida, de saltos altos, de passos elegantes, bonita, bem maquiada, lábios carnudos como requer a moda, no meio das pedras e terras, nas madrugadas (precisamente à meia-noite). Ela o olhava cada vez com mais força nos olhos, detidamente, e desaparecia na mesma curva.

A  curva era da rua Prefeito Virgilino Quintão, caminho do bairro Água Fresca, passando pelo antecedente, Cônego Guilhermino. Queiroz não suportou guardar para si o seu segredo, contou a um amigo , Joaquim Fujico, este o tarado, cujo caso seremos obrigados a focalizar em breve, vamos estudar, a história de uma mulher diferente que vagou pelo bairro Penha.

Mas voltemos à loira de Queirozinho, atraente, que tirava a paz de nosso personagem, ele conta, primeiramente, para seu amigo Fujico, cujo segredo era mais marcante. E o caso caiu no conhecimento até de medrosos e mais velhos que evitavam falar de fantasmas. O caso da Loira do Caminho Novo já parecia o retorno da Loira do Parente, comentavam antigos frequentadores da Avenida Martins da Costa, em frente a sede da Banda Euterpe Itabirana.

“Não pode ser a Loira do Parente”, protestou a unanimidade da  roda de cerveja em um  bar próximo ao meretrício. Um mais eloquente, Mané Rapadura deu até um murro na mesa que quase caiu e entornou as bebidas. Rapadura, amigo de Sônia Doida, repetiu tanto que até Joãozinho, do João XXIII, que já estava “chapado”, questionou: “Por que não? Pode ser, uai!”!

 A resposta veio com ar de gente que conhece a fama de Itabira, tanto a história quanto a fama, que calou os demais, a partir da boca de Geraldo Majela (com j mesmo, alertava ele): “Porque são passados quase 80 anos que a Loira do Parente dançou e desapareceu e nesse tempo, ela já padeceu no inferno ou no purgatório, ou no céu”.

Silêncio total no ambiente do bar e fora dele , cujas cadeiras se arrastavam pela esquina da Virgilino Quintão, ocupando parte  da rua Turquesa, até que pintou no local o primeiro, ou talvez o único privilegiado que via — de ver com os olhos —  a Loira do Caminho Novo com assiduidade. Ele, cansado de ser procurado pelos curiosos para narrar o caso, naquela noite de fim de século, resolveu abrir o verbo. E que verbo, até uma frase que parece um pleonasmo veio de um participante: “Olha pra você ver!”

O sujeito que talvez tenha espiritualidade profunda deixou a sua opinião sincera: “A mulher que vejo sempre não é do Além neca nenhuma como foi o caso contado pelo “Menino da Mina”, o Marconi. A loiraça que observo todos os dias: ou de  saias compridas, ou de short, dependendo do clima, frequenta salões de beleza por aí, faz sempre  unhas e maquiagens, usa batom  avermelhado, combinando com alguma roupa do corpo, não é manjada como algumas da vida, tem os cabelos pintados de cores variáveis e, o mais interessante é que  sorri sempre com um ar otimista e me cumprimenta com muita simpatia...” — esclareceu o “privilegiado’ rapaz,  gabando-se do seguinte: ambos estariam apaixonados.


“O incrível é que a Loira nunca subia o morro se eu não estivesse indo para casa, jamais a vi  em outro horário senão naquele tempo em que Machado de Assis contava suas assombrações. Isso me deixou um pouco desconfiado” — afirmou Queiroz.  Já levei amigos até o alto da rua, dobrando a esquerda sempre, acima do Premen, desaparecendo no Cemitério da Paz, mas só eu consigo ver. Quando o coveiro está por lá, adeus, Loira, ela some”.

Assunto encerrado naquela noite, José Queiroz resolveu demorar um pouco e subir para casa por volta de 23 horas e tanto, quase meia-noite. Fez hora num outro bar que, de olho no relógio, tomou o rumo de casa. Viu a Loira chegar junto dele depois da passagem do trem acima do túnel. E ela parecia iluminada, risonha, a tudo atraindo na sua perspectiva. 

“A Loira existe”, pensou consigo mesmo. E mais surpreso ficou ao manjar os longos  braços que o  entrelaçaram carinhosamente o pescoço e o puxavam para junto de si, fazendo-o sentir um perfume super agradável, logo ele que detestava muitas fragrâncias comuns. Queiroz suspirou. O casal  caminhava na subida, beira da calçada, até que ele resolveu soltar a sua voz, depois de ouvir e vibrar com a voz fina, de menina nova, a frase que ficou gravada como inesquecível em sua memória: “Querido”.

“Queiquei, sou sua”, continuou a Loira, fazendo estremecer nos seus 25 anos que pareciam de adolescente. Ela mesma adiantou o que ele mais sonhava: “Somos da mesma idade”.

Então, emocionado, José Dimas soltou a voz: “Te vejo muito aqui, subindo esta rua, você vem sempre à meia-noite... Me estranha demais.  Não tem medo de algum louco ou até mesmo qualquer bandido a atacar, pois é nova e bonita?”

A loira não teve  o receio de dar-lhe uma resposta e fê-lo com relativa simplicidade, retirando o braço de seu ombro, mostrando que estava de axilas depiladas, que era higienicamente caprichosa como a sua beleza:

“Não, menino, não tenho receio de ser agredida”.

“Não tem?” — retrucou Quim — Me explica de onde vem essa coragem!” 

“ Quando eu era viva, sim, era medrosa, hoje, não”!

Nesse momento houve o desmaio. Do rapaz, sim. Que acordou dentro da ambulância do Samu quando era encaminhado para atendimento no Hospital Nossa Senhora das Dores.


Zé do Burro



Imagens: Arquivo pessoal

P.S.: As loiras que andam por aí  podem desconfiar, que sejam  personagens deste conto, mas que fiquem sossegadas, ainda vou revelar o nome dessa, quando era viva.Eu só aviso: sejam condescendentes e não ataquem o Zé do Burro que isso pode estourar.

(Continua no Capítulo 3)


sábado, 14 de dezembro de 2024

MEMÓRIAS ASSOMBRADAS

 (Capítulo 1 — A Loira do Parente)


Itabira ainda vivia ás sombras da montanha de ferro, os anos eram fim da década de 1960 e início de 1970. Gente de todas as partes do Brasil aqui chegava à procura de dias melhores. Era um momento ímpar na história da cidade, culturas diferentes e novos costumes foram trazidos nas bagagens daquela nova gente. Algumas famílias assustadas com todo aquele movimento, resolveram mudar para Belo Horizonte.


A cidade, antes pacata, experimentava naquele momento uma vida noturna agitada. Os clubes tradicionais como Atlético Itabirano e Valeriodoce, promoviam seus bailes os quais eram frequentados apenas pelos associados. No Clube Atlético Itabirano a elite predominava. O Valeriodoce disponibilizava três salas de baile, Sedinha do Explosivo, do Campestre e a antiga sedinha do bairro Pará.


Doutores, chefes e piões frequentavam os locais. Era explicita a divisão de classe. Afinal o clube era mantido pela mineradora. Os principais bares da época era, Columbia, Lunik, Botafogo e Olintão e Mundico. O famoso bar do Mundico localizado próximo a ponte da Rua de Baixo era o mais frequentado por servir uma saborosa comida. Nos anos 1970, novos bares foram surgindo, "Barricão", "Cequisabe", "Balaião", "Fuji", "Potoca", "Nilo" e "Mirante" .


Havia também parte de uma rua que era denominada baixo meretrício. Local conhecido como "Água Espaiada", "Girola", "Fonte da Pedra", "Senta e Deita", "Largo da Madame" ou "Ponto de Briga". Na Avenida Martins da Costa, próximo ao Castelinho, em um sobrado, funcionava um bar denominado Parente, onde todos os fins de semana eram realizados bailes. A casa ficava sempre lotada. Era opção para os não sócios dos clubes e aqueles que não ousavam frequentar o baixo meretrício.


As pessoas que ali freqüentavam relatam o seguinte episódio. Em certa noite, foi notada a presença de uma bela mulher, trajando um vestido negro com um xale branco com detalhes vermelho, trazendo nas mãos uma bolsa pequena de cor roxa. Os cabelos eram longos e loiros.

Muitos perceberam que ela entrou no salão com a cabeça baixa, sem olhar para ninguém.

Assentou-se em uma cadeira próximo a uma mesa perto da entrada principal. A presença da jovem chamou atenção de vários rapazes ali presente. O encanto foi geral.

Também despertou ciúme nas mulheres assíduas frequentadoras do local. Certo rapaz encantado pela delicadeza e a beleza da jovem, depois de muita insistência ganhou sua atenção.


Fez o convite para dançar. Foi prontamente atendido. Todos os olhares voltaram para aquele belo casal. Assim que o jovem ofereceu as mãos para iniciar a dança, sentiu que a jovem estava totalmente gelada. Aquilo chamou a sua atenção por alguns minutos, mas na empolgação do momento não relevou aquele fato. Dançaram algumas músicas sem trocar olhares e conversa. Assim que o relógio do salão tocou 23h45min, a jovem apressou em retirar daquele local. Fez um sinal com a cabeça, apontou para a entrada principal e desceu a escadaria ligeiramente.


O jovem não entendendo aquela atitude a seguiu a distância pela avenida. No escuro da noite percebeu que ela havia entrado na rua que da acesso ao cemitério do cruzeiro.

Continuou seguindo. Assim que a jovem aproximou do portão principal do cemitério, desapareceu.Sentiu novamente um frio intenso e entrou em pânico. Voltou rapidamente para o salão do Parente. Ao entrar no salão, todos perceberam que algo de errado havia acontecido com aquele jovem. Assustado relatou o fato com os amigos.


Muitos não acreditaram na história, outros sim. O jovem voltou para casa, tenso e perturbado com o acontecido. Foi uma noite terrível. Não conseguia pregar os olhos.

Para complicar, uma coruja cantou durante toda a noite na laranjeira do quintal de sua residência.Aquilo o deixou ainda mais apavorado.Não teve forças para trabalhar naquela manhã. Estava confuso.Resolveu levantar e procurar algumas pessoas que residem nas imediações do cemitério do cruzeiro para obter algumas informações.


Deu detalhes precisos da característica da tal mulher. As poucas pessoas que residem nas proximidades da necrópole não sabiam quem seria, jamais teriam visto a tal donzela. O jovem resolveu entrar no cemitério entendendo que a paz do local poderia contribuir para um ordenamento em sua mente.

Ajoelhou-se diante da cruz principal clamou a Deus em voz alta o que fez acordar o coveiro que dormia entre os túmulos curando uma ressaca da noite anterior. Em seguida parou diante do jazigo de seus familiares, rezou uma dezena de Ave-Marias.


Aquilo acalentou um pouco a sua alma. Naquele instante algo o chamou a atenção. Ao lado do jazigo de sua família, havia uma sepultura abandonada, e os números estampados na cruz ali colocada, datava um falecimento em 10-01-1945. Era um sepulcro de uma mulher. Aos pés da cruz encontrava-se um oratório corroído pelo tempo. Em seu interior, podia observar uma fotografia amarelada, empoeirada de partículas de minério.


Não conteve a curiosidade, quis observar de perto de quem seria aquele retrato. Soprou a poeira, e um rosto apareceu nitidamente. Para seu desespero e susto, o rosto era da bela mulher que ele dançou na noite anterior no salão do Parente. Desfalecido, caiu por terra.


O coveiro imediatamente chamou o carcereiro que fazia plantão na cadeia pública ao lado e o encaminhou para Hospital Nossa Senhora das Dores. O jovem ficou algum tempo em estado de choque. O acontecido ficou registrado na história de Itabira como o caso da Loira do Parente.


Marconi Serafim Assis Ferreira (in memoriam/ de seu livro "Menino da Mina"/2020)

(Continua no próximo capítulo)

domingo, 1 de dezembro de 2024

“Como vencer um jogo de futebol e ser campeão sem fazer força”

 


Uma receita sem precisar de livro nem de mais de 15 minutos para resolver a seguinte equação: como vencer uma  Libertadores da América, em poucos segundos, com mestre

  

Se aqui estivesse, Dale Carnegie me faria um favor, isso eu o obrigaria: ir ao Estádio Mâs Munumental de Nuñes e dar uma palestra de alguns minutos para os jogadores do Clube Atlético Mineiro que perdiam para o Botafogo por 2 a 0 no primeiro tempo da partida que apontaria o campeão da América de 2024.

 

Ele  não escreveria um livro assim chamado “Como ganhar uma decisão da Libertadores em 45 minutos sem fazer força”. O livro seria uma palestra apenas teria 12 minutos  de duração. O Galo voltaria ao campo e enfiaria um, dois, três e quantos gols quisesse no clube da estrela solitária. Éverson, cujo capeta encarnou em si para cometer um pênalti, não jogaria, a não ser nos minutos finais, para defender uma única bola que foi ao seu gol; Lyanco seria imediatamente sacado do time; entrariam ou Saraiva ou Mariano em seu lugar. O Galo teria apenas dois zagueiros — Júnior Alonso e um outro qualquer, talvez nenhum; meio de campo nem precisaria, seriam escalados Hulk, Paulinho, Deyverson, Vargas, Alisson e Alan Kardec, todos correndo atrás da bola como de um prato de comida no meio de uma terceira guerra mundial.

 

Carnegie, no vestiário do intervalo, nem contaria o número de jogadores porque ele também nunca entendeu de futebol, nem do americano, nem basquete e nem vôlei, nem cuspe à distância. Ele diria: “Complete aí e o resto deixe por minha conta porque não tem como perder nem uma pelada de casados x solteiros.

 

E olhem que Dale Carnegie, transportado de helicóptero pelo dono da SAF atleticana,   estava em Maryville, Missouri, Estados Unidos, onde nascera e vivia ainda, ele adiou a morte de 1955 até mostrar que resolvia casos de futebol também porque seria moleza, só o tal de Milito não via, não enxergava, não sacou.

 

E se lhe perguntam de quanto seria o jogo, o famoso escritor abriria para palpites de cada jogador, seria chamado Hulk que daria o número de sua camisa, 7 para simbolizar os 7 a 2. O terceiro chute seria defendido por Éverson, que acordaria do pesadelo provocado na massa de 100 milhões de atleticanos, segundo as pesquisas fajutas ou não.

 

E tome vergonha na cara quem participou deste jogo e entregou o ouro ao bandido!

 

José Sana

01/12/2024

Foto: Redes Sociais


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

MAIS UM ITABIRANO SE FOI MAS DEIXA ESPERANÇA

 

José Celso de Assis (o primeiro da direita para a esquerda): memória para sonhos e certezas itabiranas


 Faleceu hoje em Itabira meu ex-colega vereador José Celso de Assis. Uma grande perda, homem do povo dedicado principalmente aos mais necessitados. Não vou discorrer sobre a sua vida, seu trabalho, sua família, seus projetos e realizações. Outros o fizeram e muito bem.

Fui surpreendido, sim. Alguém me falara que ele andava um pouco adoentado. Adoecer na atual conjuntura é um costume quase normal, algo que se repete em várias famílias, não pelas imposições do tempo, mas, principalmente, pelo andar acelerado da medicina.

Tão logo se deflagou a pandemia da Covid-19, passamos a encarar a morte com mais coragem e até mesmo naturalidade. Zé Celso tinha um poder de encarar com calma e passividade os seus dias de vida.

Conheci José Celso na campanha eleitoral de 1976. Disputávamos ele o primeiro mandato, eu o segundo, de vereador. Fomos eleitos sem nenhuma pretensão financeira ou mesmo o desejo de algum dia abocanharmos algum quadro importante na vida pública. O vereador não tinha sequer planejamento de ser quem sabe secretário, prefeito ou vice-prefeito. Havia um desprendimento e uma fixação saudáveis.

Naquele período havia, sim, uma preocupação com o futuro. Em 1973, em meu primeiro discurso, ataquei de frente a necessidade de criarmos fontes de receita para o município já prevendo a exaustão das Minas. O prefeito de 1973 a 1976, Virgílio José Gazire, havia instalado a Fermag, que continua na cidade; de 1976 a 1982 Dr. Jairo Magalhães Alves tratava de implantar o Distrito Industrial que, nas épocas seguintes foi fortalecido por Luiz Menezes, Li Guerra, José Maurício Silva e Ronaldo Magalhães, muitos desses entrosados com o maior projeto de todos os tempos, hoje abandonado, do I.tec, Porto Seco e Aeroporto Industrial.

Numa data especial estávamos na Capital Federal. Exatamente em 31 de janeiro de 2005, foram a Brasília a comitiva chefiada por José Santana de Vasconcelos (deputado federal), João Izael Querino Coelho (prefeito de Itabira), Renato Aquino Faria Nunes (reitor) e composta também por Carlos Henrique Silveira (secretário de Obras), Gilberto Magalhães (secretário de Governo) e vereador José Celso de Assis (presidente da Câmara Municipal).

Eu estava lá. Fui, sim, a convite do deputado federal José Santana de Vasconcelos, que iniciaria seu décimo mandato de parlamentar federal e havia agendado uma audiência especial e decisiva com o então vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva. Naquela data (31/01/2005) foi definitivamente sacramentada a arrancada da Unifei, considerada a principal iniciativa educativa e econômica para o futuro itabirano. Está paralisado o empreendimento, mas dele se espera uma nova postura do prefeito atual em seu segundo mandato.

Já disse, no  início, que a biografia de José Celso merece longas páginas, extensas linhas, um livro de dedicação. Por isso, cabe-me agora somente descartar a participação dele e de outros membros da comitiva naquele dia importante da história itabirana.

José Celso de Assis sobe mais um importante degrau na vida. Sua memória religiosa e exemplar, haverá de interceder a Deus, pelo nosso futuro. E esse era, é e será o seu tom de trabalho para além da vida e para além da morte.  Que fique a esperança nos sonhos dele, o apaziguador, o semeador de esperança e o que ele pôde transmitir para seu neto, vereador que segue os seus passos, o querido Rodrigo Diguerê.

José Sana

Em 20/11/2024

Foto: José Sana (com muita honra