José
Celso de Assis (o primeiro da direita para a esquerda): memória para sonhos e certezas itabiranas
Fui
surpreendido, sim. Alguém me falara que ele andava um pouco adoentado. Adoecer
na atual conjuntura é um costume quase normal, algo que se repete em várias
famílias, não pelas imposições do tempo, mas, principalmente, pelo andar acelerado da medicina.
Tão logo se
deflagou a pandemia da Covid-19, passamos a encarar a morte com mais coragem e
até mesmo naturalidade. Zé Celso tinha um poder de encarar com calma e passividade
os seus dias de vida.
Conheci José
Celso na campanha eleitoral de 1976. Disputávamos ele o primeiro mandato, eu o
segundo, de vereador. Fomos eleitos sem nenhuma pretensão financeira ou mesmo o
desejo de algum dia abocanharmos algum quadro importante na vida pública. O
vereador não tinha sequer planejamento de ser quem sabe secretário, prefeito ou
vice-prefeito. Havia um desprendimento e uma fixação saudáveis.
Naquele
período havia, sim, uma preocupação com o futuro. Em 1973, em meu primeiro
discurso, ataquei de frente a necessidade de criarmos fontes de receita para o
município já prevendo a exaustão das Minas. O prefeito de 1973 a 1976, Virgílio
José Gazire, havia instalado a Fermag, que continua na cidade; de 1976 a 1982
Dr. Jairo Magalhães Alves tratava de implantar o Distrito Industrial que, nas
épocas seguintes foi fortalecido por Luiz Menezes, Li Guerra, José Maurício
Silva e Ronaldo Magalhães, muitos desses entrosados com o maior projeto de
todos os tempos, hoje abandonado, do I.tec, Porto Seco e Aeroporto Industrial.
Numa data
especial estávamos na Capital Federal. Exatamente em 31 de janeiro de 2005, foram a
Brasília a comitiva chefiada por José Santana de Vasconcelos (deputado federal), João Izael Querino Coelho (prefeito de Itabira), Renato Aquino Faria Nunes (reitor) e composta também por
Carlos Henrique Silveira (secretário de Obras), Gilberto Magalhães (secretário
de Governo) e vereador José Celso de Assis (presidente da Câmara Municipal).
Eu estava lá.
Fui, sim, a convite do deputado federal José Santana de Vasconcelos, que
iniciaria seu décimo mandato de parlamentar federal e havia agendado uma
audiência especial e decisiva com o então vice-presidente da República, José
Alencar Gomes da Silva. Naquela data (31/01/2005) foi definitivamente
sacramentada a arrancada da Unifei, considerada a principal iniciativa
educativa e econômica para o futuro itabirano. Está paralisado o empreendimento,
mas dele se espera uma nova postura do prefeito atual em seu segundo mandato.
Já disse,
no início, que a biografia de José Celso
merece longas páginas, extensas linhas, um livro de dedicação. Por isso,
cabe-me agora somente descartar a participação dele e de outros membros da
comitiva naquele dia importante da história itabirana.
José Celso
de Assis sobe mais um importante degrau na vida. Sua memória religiosa e
exemplar, haverá de interceder a Deus, pelo nosso futuro. E esse era, é e será o
seu tom de trabalho para além da vida e para além da morte. Que fique a esperança nos sonhos dele, o
apaziguador, o semeador de esperança e o que ele pôde transmitir para seu neto,
vereador que segue os seus passos, o querido Rodrigo Diguerê.
José Sana
Em
20/11/2024
Foto: José
Sana (com muita honra