“A morte deixou uma dor que ninguém pode curar... Mas o amor deixou memórias que ninguém pode apagar.”
Amigos, nesta semana (23 de maio de 2020) recebi uma notícia que abalou o turismo brasileiro,
mais precisamente o nosso querido distrito de Ipoema. Vou tentar anular a
emoção para resumir: faleceu, aos 56 anos, o jornalista Alfredo Durães de
Oliveira.
Diria o leitor
que todos morrem. Melhor dizendo, desde quando nascemos somos apontados como infalíveis mortais.
Concordo e até acrescento: que estejamos preparados para tal ocorrência tratada
com visões diferentes, mas que a Natureza diz, pela sua sabedoria singular, sem
palavras, mas estampando sinais claramente reais: nascer, viver, morrer não devem ser verbos dramáticos. Grande parte
da humanidade sabe desta verdade.
Contudo, abro
uma exceção para alguns cidadãos que partem para o outro lado da vida, os que
têm projetos em andamento e caminham nesta jornada em que devemos ter, sim, a
nossa programação pré-estabelecida. E não quero falar somente do jornalista
Alfredo, que tão pouco conheci pessoalmente, mas da obra de que ele participou.
Vou tentar mostrar o porquê da grandeza desta criatura que nos deixou
prematuramente.
Sou um súdito
singelo do reinado da vida ipoemense. Testemunha ocular de uma bela história. Apesar
de muito me deslumbrar com o trabalho de tantos, e tento citá-los — Eleni Cássia Vieira (pré-criadora, criadora e
organizadora do Museu do Tropeiro), seu irmão Reinaldo Luiz Vieira (que se doa de
corpo e alma ao torrão natal), Roneijober Andrade (o reconstrutor de Morro
Redondo), Sérgio Mourão (fotógrafo e jornalista), José Braz Torres Late (saudoso colega
vereador que me apresentou ao distrito), Stael Azevedo (historiadora,
professora e fotógrafa), Tangará (que descobri fazendo programas em
alto-falante em preparação para a vida), Raimundo Afonso (ex-vereador e
administrador), José Ignácio Vieira (ex-vereador e colega de trabalho
legislativo), Onelvino Coelho (saudoso ex-vereador e colega de trabalho
legislativo), Zé do Cachimbo (ex-vereador), Élio Quadrado (ex-vereador),
Torrinha pai e Torrinha filho (ex-político e ex-vereador), Gerardo Lage
(inesquecível amigo), Harcy Lage (saudoso e entusiasta fazendeiro), Marco
Antônio Lage (dono do Hotel Fazenda Boitempo, notável jornalista e
empreendedor), Ney Azevedo (que me acompanhou em visita às belezas da terrinha),
Valério Adélio (amante incondicional do Distrito Sorriso, outros e outros e
outros, desculpem as faltas e esquecimentos.
Disse eu um apesar de tudo no início da ladainha acima e
quase me perdi. O apesar se se
complementa numa anônima figura que
deixou um trabalho valioso e ainda vou falar muito sobre ela. Refiro-me à
escultora internacional Vilma Nöel, que atendeu em apenas um segundo de
balbuciar de palavras que sintetizaram um pedido nosso: a obra monumental que
deixou como ornamento da Capela de Bom Jesus, do alto belíssimo daquela
esculpida serra assim feita pela Natureza em Morro Redondo. Vilma Nöel, repito
seu nome com o orgulho de ser amigo dela, acrescentando que aí está a bondade
misturada com bênçãos divinas. Belíssima figura humana.
Jornalista Alfredo Durães (Foto do Facebook) |
Para finalizar, desejo
apenas ressaltar: Itabira e Ipoema devem uma homenagem à memória de Durães.
Ipoema é mesmo uma riqueza que se sobressaiu e se destaca na Estrada Real. Fato inédito ocorreu em como
o ex-distrito de Aliança conseguiu superar seus obstáculos pela vida afora, tanto na tentativa de
emancipação quanto na implantação de uma usina de álcool, e outras buscas e
procuras de sustentáculo econômico. Mas não perdeu a fé e se ergueu a cada
tropeço. Tornou-se forte. A união fez e faz a força. Importante declarar que o jornalismo honesto e atraente, limpo e
sem bajulação, ajudou na arrancada. Durães como inqualificável emblema, pela
lealdade com que cultivou as riquezas da terra é um representante desta
alavancada real e fantástica.
Enquanto não
preparam um momento especial de reconhecimento ao trabalho empreendedor de Alfredo
Durães, registro palavras que fluiriam de todos os filhos do distrito,
mencionados ou não, omitidos pela fraqueza da memória:
OBRIGADO, ETERNO JORNALISTA DURÃES! Continue, onde está, em sua merecida paz, a nos ensinar ser duros na queda. Primeiro
para suportar tão rude ausência. Depois para que nunca haja queda!
José Sana
Em 24/05/2020
Sana. O Durães foi parceiro em muitas frentes jornalísticas e fotográficas (amante da fotografia). Realizamos algumas parcerias nesse sentido. Era um cara sempre pronto pra uma nova aventura segura. Inteligente e bem mineiro, gostava de uma boa prosa e muito observador. Um cara bacana, diria. Agora, infelizmente tinha um grave problema, que atinge quase 90% de nossas antigas redações (pelo menos as que convivi): adorava um cigarrinho. Será que isso contribuiu para acelerar um processo que culminou levando-o para longe de nós?
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