O
prefeiteiro de Bodelândia, sem saber o que fazer na véspera do pleito
eleitoreiro de 15 de novembro vindouro, considerando que nada fez desde 2017 — ficou
coçando saco durante três anos e meio — resolveu chamar em seu gabinete o dono
da Asfaltadora Vale do Infinito Perdido.
Na
reunião, deu um murro bem forte na mesa: “Quero que você meta chão preto nessa Bodelândia
toda!” A resposta veio imediata: “Eu vou fazer o que pede, mas num vai dar
tempo de meter assoalho nem um décimo da cidade”. Contudo, a reunião terminou e
ficou assim: o chefinho obedeceu o chefão
e passou na rua para conversar com o senhor GUIndaste, para que ele providencie
o limpa-limpa, porque Bodelândia está mais suja que poleiro de pato. Acabaram
com a Itaubeira e agora é Hipe-Urra.
Aí
começou a pregação de asfalto sobre asfalto, fato inédito pelo menos na Terra
de Santa Cruz. E aconteceu com a rapidez de um relâmpago sem trovão. Afundaram-se
as bocas de lobo às centenas (já teve caso de um menino agarrado nas grades). O
lobo guará das bocas não gostou e gritou: “Me arrebentou”. Os ratos, presos nas
redes estouradas debaixo das camadas de massa preta, também não apreciaram, já
que lhes cortarem o passeio pela madrugada da cidade. Morreram centenas de
roedores.
“Isso
é que dá voto!” — gritou o prefeiteiro Amarga Suas Mães. Mesmo assim, numa
reunião regada a um milhão e meio de
reais, dinheiro que comprou apetrechos comestíveis e bebíveis, houve
quem proferisse a expressão “Isto é faca de dois gumes!” Foi imediatamente
proibido de falar. “Aqui quem manda sou eu!” — gritou o Amarga Suas Mães e Avós
também.
O
dono da Construtora do Infinito ficou de assoalhar até quintais de gente que
vende voto, inclusive um loteamento lá pros Bairro Embalsamado. Será a mais
importante aquisição de votos com pagamento adiantado.
Vamos ver o que vai dar essa loucura toda de eleição
em Bodelândia, que já tem uma placa assim: “Eu mamo em Bodelândia”.
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