terça-feira, 5 de março de 2013

A grande pergunta sem resposta do ser humano (III)

"Conhece-te a ti mesmo" (frase do grego antigo e também conhecida pela tradução em latim, nosce te ipsum) é um aforismo grego que teria sido escrito nos pórticos do Oráculo de Delfos, na Antiga Grécia. A citação é atribuída a Femonoe, filha do deus Apolo. Daí passou a ser  pedra-angular da filosofia de Sócrates, citado pelo filósofo nos relatos de Platão. E daí?

Daí que passado todo esse tempo, da Antiguidade à Idade Contemporânea, nada foi resolvido. Diante da proposição de Sócrates, ou Platão, ou Femonoe, por ter sido difícil o homem penetrar-se dentro de si mesmo — estávamos ainda numa fase muito prematura da natureza que move o ser humano — a decisão que se tomou parece ter sido a seguinte: “Olha, dentro de nós está um tanto quanto difícil encontrar a saída; vamos, então, procurar a nossa identidade fora".

E o habitante do Planeta Terra se desenvolveu de forma incrível. Saiu da toca. Tornou-se caçador. Matou o semelhante por ignorância. Inventou o fogo. Seguiu inventandos um monte de coisas. Aprendeu a falar. Espalhou-se em linguajares diferentes. Desandou pelo mundo. Acabou criando uma civilização que ele próprio admira, porque chegou ao rádio, telefone, televisão, automóvel, avião, internet, e aí está atolado de informações até o pescoç sobre milhares de temas. Mas não teve a inteligência ainda de encontrar a paz completa e duradoura, embora tenha  criado centenas de religiões, seitas, doutrinas, filosofias, todas diferentes e divergentes, às vezes um pouco parecidas entre si. Repito para reforçar: o homem se embananou todo.

A confusão mostra uma série de conclusões diante de nós que podemos resumir assim: deu zebra a criação do mundo. Há quem fale que Deus criou o mundo. Ele deve ter dado, sim, uma impulsãozinha, um toque qualquer, como está escrito na Bíblia,  mas é praticamente certo que não fez essa barafunda de pessoas que se dizem sábias brigando entre si, digladiando-se loucamente, homens contra homens, mulheres contra mulheres, homens contra mulheres, crianças e até os animais. A guerra foi e é uma das desgraças mais ilógicas introduzidas na Terra, resultado da força da ignorância que começa em casa e se alastra por todos os lados. Iniciada quando o homem já tentava se tornar poderoso e nunca, nunca, nunca terminada. Ou melhor, parece no auge da plenitude.

Com tanta bagunça, as pessoas se prendem a vomitar loucura ao dizer que o mundo vai acabar. Parece lógico que digam isso, considerando o peso pesado da vida, cheia de  doenças, maus tratos, desestabilizações do sistema, inquietude e, enfim, o caos horroroso. Já há quem conclua, depois de uma análise acurada, que, na verdade, este mundo não é o verdadeiro mundo nosso, porque muito pouca coisa normal aqui acontece. Ou tudo anormal, melhor dizendo, para tentar sinteticar o que se passa em todos os quadrantes de um dos milhões de planetas que existem e cuja insignificância nos permite dizer que não somos o centro de tudo.

Apesar da insignificância acima descrita, o motivo, a razão, a explicação de tudo é fácil de entender: a proposição filosófica feita há milhões de anos ainda não está resolvida. E nos parece longe da meta sonhada. O sabichão homem é um fracassado tão grande que pensa saber demais, ser o tal, considera-se  inventor realizado, mas o que fez foi deixar para trás o “Conhece-te a ti mesmo” como se não fosse importante, ou melhor, essencial. E é não só importante e es sencial, como já provou ser a chave de tudo, a solução de todos os problemas físicos, financeiros e espirituais para se chegar à mina de ouro que, mesmo distante, nos espera de portas escancaradas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário