Já
escrevi e repeti esta frase: como eu gostaria de não entender de futebol! Quem
ler a tal declaração, e não me conhecer de velhos campeonatos, me chamará, com
certeza, de convencido. Quem me conhece, no entanto, me perdoará por não ser eu tão hipócrita caso afirmasse o
contrário.
Entendendo
de futebol mais que Cuca, mais que Vanderlei Luxemburgo, mais que Luís Felipe
Scolari, não sei explicar o motivo. Deus me deu esse dom, que o devolveria de
graça por não me fazer falta alguma. Aprecio muito as crônicas do Dr. Eduardo
Andrade, publicadas em vários jornais. Tostão sempre discorre sobre esquemas
de jogo, táticas, posicionamentos de jogadores, crescimento de times, caídas
etc.
Nesse
meio termo de gostar de futebol e entendê-lo já baixei uma lei sobre o Clube
Atlético Mineiro: há mais de um ano esse nosso time, de torcida gigante e
apaixonada, deveria mudar de nome. Pelo menos mental e inconscientemente, sim.
Antes,
porém, sou contra mudanças de nomes de clubes de futebol. Parece um paradoxo,
mas vou explicar. Tenho, vez por outra, zoado cruzeirenses porque o esquadrão
do Barro Preto já teve quatro nomes e hoje se alicerça no quinto: Cruzeiro
Esporte Clube. Existe um porquê ocorreram as alterações de razão social: o
objetivo inicial da fundação de um clube italiano no Brasil era ajudar na
propaganda de um regime político de exceção e violento na época.
A
mudança que sugiro para o Galo é apenas decorativa, com o intuito de somente
mostrar um lado da questão. Desde a sua primeira partida no Atlético,
Ronaldinho Gaúcho não apenas conseguiu equilibrar o meio-de-campo, mas, também
dar moral ao time. Quando Ronaldinho entra, mesmo jogando mal, o time
normalmente vence. O segredo é psicológico, mas é válido.
Um
jogo se ganha com objetivos definidos e confiança em si, aquilo que os americanos
chamam de “I believe in myself” (acredito em mim mesmo). No final da campanha
do Galo na Libertadores, por causa de ter levado duas vezes de 2 x 0 no campo
inimigo e ter que reverter a situação, a
torcida propagou outra frase que consagrou na América a primeira
campanha de Obama à presidência da República: “Yes, I can”, ou melhor, “Yes, I CAM”.
Ronaldinho
Gaúcho é o autêntico “Believe” ou “I can” atleticano. Reparem como ele aparece
em campo. Certo dia um netinho meu observou e comentou: “Ronaldinho entrou
bufando”. Ou seja, adentrou o campo com foco na
vitória e sacudindo os companheiros. Está provado por que nem sempre ele
precisa fazer alguma coisa importante sobre jogadas, dribles, peripécias, além
de atrair sobre si uma marcação especial.
Nada
mais a dizer sobre a continuidade do time do Galo a perseguir títulos; Caso
queira, realmente, ganhar jogos, campeonatos, torneios ou peladas, o Atlético
terá que ou manter R10 nas suas fileiras, ou buscar um perfil dele no mundo, o
que é extremamente difícil.
Disse
eu que entendo de futebol mais que muita gente.Volto a suplicar perdão,
principalmente aos que me leem com boa vontade e paciência. Desculpem-me também
os que escalei abaixo de mim, nem sendo eu um treinador. Pode ser presunção de minha parte, mas a questão é apenas o
seguinte quanto ao craque ainda do Galo. Ele é a mola-mestra do time que, pode
não mudar de nome, mas, inconscientemente, deve se chamar Ronaldinho Atlético
Clube.
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