quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

UMA BAGUNÇA IDEOLÓGICA REINA NO MUNDO. POR QUÊ?

A fogueira está acesa. Pega fogo nas beiradas, no meio e por baixo. Não há mais água nem outro extintor de incêndio que debelem tantas chamas. Refiro-me ao mundo. O fogo não é aquele conhecido nosso, a labareda que arde na lenha ou no fogão. A palavra é agitação, desassossego, incêndio. Tudo provoca polêmica e, em seguida, debates, brigas, desentendimentos. O ser humano, nós, no meio de tudo isso, uns participam do teatro e outros tentam entender o que se passa. A maioria pira.

O que estaria acontecendo? Como definir a situação? Precisamos fazer um pequeno retorno à origem. Diz a Bíblia que Deus criou o mundo em seis dias (ou seriam sete? Não, foram seis mesmo, porque descansou ou descansa no sétimo). A maioria das religiões já aceita que nada foi de repente, ou seja, que o casal do princípio constituiu apenas símbolo. Adão e Eva nunca tiveram infância? Estranho, não? Então, os seis dias representam milhões de anos — essa é a única lógica possível. Cientista e naturalista que hoje goza de muita credibilidade é Charles Darwin (1809-1882 - Inglaterra), autor da teoria evolucionista, que se encaixa perfeitamente neste contexto.

Resta saber quando, como e por que  tudo começou. Detemo-nos agora no conjunto. O conjunto é o globo terrestre, a ele anexado tudo o que Deus criou em milhões de anos, incluindo todo o ecossistema, com destaque para a terra e a água. Para entender como funciona este conjunto e saber que tudo caminha paralelamente, ou em todo o processo, vamos a um dado: a terra tem 2/3 de água; nós seres humanos, parte ligada a esse todo, temos a mesma proporção do líquido no corpo. Seria isso apenas coincidência? Duvido.

Pulando detalhes, nos deparamos com a lei das transformações, outro processamento de medidas que ocorreram e  ocorrem no decorrer de  milhões de anos. O autor, Antoine Lavoisier (1743-1794 - França), que lançou a hipótese mais tarde transformada em tese, depois lei: “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Com esse triunfo assustador na humanidade, a maioria não entendeu que um cientista abre portas para a religião. Como? Se tudo se transforma sempre, quer dizer que o nada inexiste e daí a certeza absoluta de que alguém fez ou coordenou alguma coisa, até porque surgiu outra lei inalienável chamada causa e efeito. Enquanto não o entendemos completamente, a lógica nos obriga a chamá-lo por um nome: Deus.

Mas por que a confusão generalizada nos dias de hoje? Ora, evoluindo sempre o homem precisou chegar ao máximo, ou quase máximo, para embaralhar tudo o que inventou corretamente ou não no decorrer da vida e das gerações. Criamos valores. Valores são entendidos diferentemente porque a sua criação foi sem critérios. Hoje em dia, o certo se mistura com o errado por causa dessa atrapalhação, embrulhada, mistifório. Tomados como verdade, com o tempo o certo se tornou errado e vice-versa. Um dos exemplos saltam da palavra sexo.

Cada dia mais aberta, livre, desimpedida, a questão sexual vai perdendo todo aquele clima de segredo, reserva, que tinha no passado. Vamos citar o exemplo da gravidez e do parto. Antigamente tentavam encobrir muitos fatos que eram proibidos até quando pudessem. O estouro da situação virava escândalo. Hoje? Nem pense nisso, somente em casos extremos, mas o medo de focalizar o tema acabou de vez.

Da mesma forma que fatos isolados se sucederam — que provam que agimos de acordo com a  evolução do conjunto — assim também as discussões sobre cultura, política, futebol, religião etc. se travam. Há os que preferem ficar sempre calados para não entrarem em conflito. Contudo, no bojo da questão, os interesses de cada um ficam envolvidos sem que os seus contendores o percebam.

Apenas para concluir por hoje, nunca se deve afastar o comportamento do egoísmo dentro de nosso conjunto. O instinto humano, como escreveu Schopenhauer (1788 - 1860 - Alemanha), trabalha, em primeiro lugar para preservar a espécie. Sem tal instinto, certamente haveria no mundo constantes suicídios coletivos. O cientista e filósofo alemão nomeou o instinto como sendo de conservação da espécie, que se defende automaticamente do fim, do nascimento à morte. Egoístas, poucos seres iluminados lutam contra tal manifestação, que transpira e transparece no ser humano.

Nos tempos atuais  pensamos que sabemos mais que todo mundo. Mentira?  Já ouviram falar do sábio Platão (428/427 - 348/347 a.C.- Grécia)?  É claro, não é?  Apostaria eu  que, se estiver reencarnado por aí, como um NeoPlatão, teria outra frase para marcar a sua “sabedoria: “Só sei que tudo sei.”

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