quinta-feira, 19 de março de 2015

SUCESSO PARA A NOSSA AMIGA ELISÂNGELA

Há pouco tempo, cerca de seis meses, escrevia eu sobre o “foragido” gerente Bruno Barcelos Amaral, do Restaurante e Pizzaria Apricci, ponto nobre localizado no porão de meu apartamento. Digo porão porque quase tem uma escada para o chope obrigatório de todas as sextas-feiras. Depois de viciar os clientes com um atendimento diferenciado, eis que ele fugiu, se foi, tirou o time de campo — é o que digo sempre de alguém que deixa saudade.

Informei nas mal traçadas linhas que veio uma senhora de fino trato para ocupar o seu lugar. Elisângela Guimarães, belo-horizontina, vinda de Governador Valadares, casada, mãe de um belo casal. Ela tinha uma meta bastante arrojada: substituir um gentleman que se vivesse há mais de dois mil anos seria o garçom da Santa Ceia. E ela, “Do Lar”, como escrevia o meu tio e escrivão de São Sebastião do Rio Preto, Noé Augusto de Souza, para definir uma mulher que cuida da casa. E executiva, como diz hoje o linguajar popular ou mesmo o especializado.

Aula dos filhos, gripe, tosse, noites maldormidas, corre-corres diários, alimentos na hora certa, faltam pizzaiolo, chope, iguarias, cozinheiro, garçom, caixa — o acúmulo de tarefas para uma só heroína a faz pular como pipoca em panela quente, dia e noite, noite e dia. E ela tem que se virar. Ela se virava de moto, até enfrentava o perigo das noites agitadas ou quietas, sempre um risco, principalmente para elas, as mulheres.

O segredo de comprar e vender numa casa de comidas e bebidas está no equilíbrio do estoque. Não pode faltar, como não pode sobrar. Todo excesso resulta em prejuízo para quem administra ou sustenta a casa comercial. É sério o caso da mão de obra, apesar do choro geral de que vivemos em pleno período de desemprego. A verdade é outra: falta profissional qualificado no mercado, um pouco porque o governo resolveu engessar a preguiça do cidadão com o famigerado Bolsa-Família e outro tanto por culpa da cultura brasileira.

Refiro-me a uma mãe de família e executiva ao mesmo tempo. Que carrega no cérebro cotidianamente as palavras amor, carinho, orientação, compreensão, bondade e, ao mesmo tempo, é obrigada a deixar entrar os ataques de real, dólar, mercadoria, caixa, entrada e saída, fluxo de caixa, viabilidade econômica e outras expressões financistas incompatíveis. Mas o seu cérebro é abençoado e ela consegue o equilíbrio disso tudo, como do estoque e da paz no ambiente de trabalho.

Confesso de sã consciência que toda vez que entrava no Apricci, seja para almoçar ou para uma chopada com a família e/ou amigos, olhava com muita pena essa nossa amiga Elisângela. Vez por outra tinha que sentir o seu olhar meio triste, desculpe-me se estou sendo um mau e falso psicólogo, mas era a pura verdade.

Acostumamo-nos com a sua receptividade. Seu incomum jeito de ser tão notável que ela, por estratégia comercial já conhecida, sempre reclamava de ausências e faltas. “Você sumiu!” — a queixa sempre acompanhada de um forte ponte de exclamação. Mal tinha tempo para olhar para todos os lados e ver as brechas do comércio, a distração do funcionário, o atendimento, tudo enfim, mas não lhe faltou o tempo do carinho aos seus clientes.

Agora, finalmente, Lis vê realizar o seu sonho. Ela própria  um dia me disse: “Casei-me para estar sempre com o meu marido e a minha família”. Agora alcança a meta, trabalhando como ela sempre quis, isto é, sem sair do Grupo Tia Eliana. Só que estando em BH, vai se afastar de nós, itabiranos, como um dia o Bruno o fez, e deixar uma grande lacuna na amizade que construiu.

Mas a vida continua. Chega para junto de nós, no Restaurante e Pizzaria Apricci, Delmo Coelho e esposa, acostumados em nos servir com o atendimento na indelével Farmácia do Dario (saudosa figura) para outro tipo de serviço, igualmente digno de nossa apreciação.

Que todos sejam felizes nos novos rumos que tomam. A amiga Elis, a quem dedico esta página, que leve a sua simpatia para outros lugares onde possamos vez por outra ir usufruir desse seu especial jeito de ser. Abraços.

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