Semana passada
escrevi sobre algumas pragas que assolam Itabira e impedem o seu progresso e
desenvolvimento. Lembrando o que aqui deixei rabiscado: primeiro lugar - falta
de água; segundo lugar - indústrias emperradas por causa da consequência da
seca; terceiro lugar: educação, saúde e segurança. Agora vamos às picuinhas que
agitam a cidade. (A coluna da
semana passada pode ser lida em http://www.defatoonline.com.br/colunas/jose-sana/19-12-2016/quem-topa-governar-itabira-do-mato-dentro).
Vou abordar os
remoques que acabam se agigantando e denunciando a inércia e desorganização da
prefeitura itabirana. Começo por chamar você para entrar na apelidada segunda
casa do povo (a primeira seria a Câmara Municipal) e fazer um pedido qualquer,
por exemplo, de atestado negativo de débito. Um mês depois, volte ao local em
que requereu o documento. Sem padrinho para acompanhar o encaminhamento da sua
solicitação, desista.
Depois, vamos ao
chamado Almoxarifado do Bairro Pará e lá ver se conseguimos uma planta de
qualquer imóvel construído de sua propriedade. Vamos admitir que vai reformar
ou acrescentar algum compartimento em sua residência. Não vejo culpa alguma em
uma pessoa que trabalha no setor “competente” por não conseguir resolver o seu
problema. Dificilmente será encontrada a dita cuja planta. No meu caso, demorou
dois meses e meio. Ou seja, não se tem uma pista da super-pasta onde se
encontra a planta. A fonte de buscas é um caderno velho que parece aquelas
marafundas de donos de botecos da roça em que anotam fiados do mané e da maria.
Meu convidado
quer conhecer o patrimônio histórico e cultural de Itabira. Que luxo! Aqui
pouco se fala nisso. Em 1983, foi feito o primeiro, se não me engano,
Inventário do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) de Itabira. Depois, veio o
tombamento dos bens levantados. Na sequência, o conjunto recebeu o mesmo
tratamento municipal, orientado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico
e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG). O tempo passou, vieram algumas outras
normas e foi criado o ICMS Cultural e o ICMS Ambiental. Itabira caminha a
passos de tartaruga dentro desse sistema. Ou seja, recebe uma merreca de ajuda
do Iepha porque cuida pouco de suas riquezas culturais e históricas.
Os principais
pontos históricos e culturais da nossa cidade estão degradados. Apelos à
Promotoria Pública local não têm resolvido a questão. Mas, não vou muito
adiante sobre a inércia até do Conselho de Cultura (não sei os nomes dos
membros e nem quero saber) que permite tantas aberrações. Basta dizer que
a a Igrejinha do Rosário, tombada pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está prestes a
receber um novo “tombamento”. Agora ao chão. E não me venham dizer que o
conselho nada tem a ver com isso.
Quantas
picuinhas citei? Somente quatro? Infelizmente, o espaço é curto e não dá para
me lembrar de todas. Concluo estas linhas mencionando a picuinha das picuinhas.
Há aproximadamente 20 anos (ou mais) reclamo da escuridão que reina no
perímetro urbano da Avenida João Soares da Silva, Bairro Campestre (em frente o
Senai) até o antigo campo de aviação, ou Oficina Centralizada da Vale. Os
postes foram mudados e arrancadas as lâmpadas. Os visitantes ficam boquiabertos
ao ver aquela negrura que causa sério risco de segurança à população.
Provando que as
autoridades não se importam com o trecho da via pública mencionada, há uns 50
anos existe lá uma placa que consegue
enfezar alguns filhos de uma simpática cidade vizinha: “Santa Maria do
Itabira”. Repito: “... do Itabira” E a seta aponta para a frente. Um
santa-mariense me disse que, em represália à placa retardatária, pretende
instalar uma na saída de Santa Maria em direção a Itabira: “Presidente Vargas a
25 km”. Nós merecemos.
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