segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Que mundo é esse?

A pergunta é feita cotidianamente por pelo menos 2/3 dos habitantes do Planeta Terra. Esses 75% de aproximadamente 8,7 bilhões de pessoas, perguntam a si mesmos, ao vizinho, ao colega de trabalho, aos chamados mestres religiosos, aos cientistas, mas ninguém responde, ninguém sabe nada sobre o assunto “que mundo é esse?” Quando eu era  criança, cansei-me de formular a questão aos meus pais, parentes, catequistas e padres, mas as respostas vinham e ainda vêm em forma de repreensão.

Nunca consegui entender por que sempre houve e sempre há um grande número de seres humanos que nunca se interessou pelo tema. Tanto faz saber se existiu algum lugar como é indiferente ver passar na rua uma cachorra manca ou um cavalo bom de sela. Esses aparentemente seres humanos vivem como animais selvagens ou domésticos. Preocupam-se com dinheiro, riqueza, bens materiais e só.

O amor que dizem sentir é unicamente brutal, amor instintivo, voltado apenas para a preservação da espécie, como escreveu Arthur Shopenhauer, instantâneo  como um piscar de olhos. Seria como se alguém entrasse numa fila de qualquer entidade, associação, serviço público e, ao chegar ao guichê desse uma resposta bisonha e ridícula ao atendente que quer saber “o que deseja?” E  a resposta é um seco e curto “não sei”.

Na verdade, “que mundo é esse?” é o ponto crucial da vida, arguição que precisa gerar uma resposta definitiva e lógica. A partir dela se monta um programa para que sejam desvendados milhares de outros mistérios chamados dogmas, para mim inadmissíveis. Somente assim vamos encontrar o que muito se fala, o sentido da vida. Uma vida sem sentido mais parece alguém banguela entrar numa churrascaria e conseguir se alimentar de somente carne. 

Lá ele peleja com a sua miséria dentária e ainda precisa arcar com os custos da comanda. Enquanto não temos uma resposta, com certeza somos uma nau sem rumo perdida num oceano em que não se vê sequer uma expectativa de terra, uma pequena ilha, um escasso sinal de vida humana ou um outro ponto de direção senão algumas outras embarcações igualmente perdidas.

Já estou ouvindo algum curioso – e com certeza os há, mesmo sendo poucos os curiosos – fazer um outro questionamento: onde encontrar resposta para uma dúvida tão atroz? Detenho-me sempre quando há névoas no meio dessa estrada. E sempre aparece algum sabido mais velho para dizer que não podemos jamais sondar os mistérios de Deus. Ah, cada vez mais me convenço de que Deus nunca foi  e nem será um ser orgulhoso e cheio de babaquices e vaidades, metido a dono da verdade.


Como nunca acreditei em tudo que a catequese me impôs, continuei e continuo as buscas. Quando alguém quer  saber de verdade se encontrei o ponto das respostas, deixo por conta de cada um ler a minha mente audaciosa, embora ainda insatisfeita. Mas muito calma e feliz.

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