quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Acesa a luz vermelha: a guerra civil já começou aqui

Quem não sabe para onde caminha a humanidade, me desculpe, é digno de dó. Muita pena devemos dedicar a esse notório desinformado e incapaz de ordenar o raciocínio. Não estou me dirigindo a um ou outro, ou a um alguém qualquer, mas a ofensa, se houver, é avulsa. Vai para o lado que quiser e enfia a carapuça em quem gostar de ser enquadrado.

Na pré-história o ser humano era ainda imaturo, assim se explica a violência que praticava, movida pelo egoísmo natural, ou instinto de defesa, ou preservação da espécie (vide Arthur Schopenhauer/séculos 18 e 19 em “O mundo como vontade e representação”). Na idade média, a evolução humana se encaminhava em direção ao conjunto de descobertas, tentativas de aproximação entre os seres, mas a violência não deixou de ser o guia do habitante do globo terrestre.

Chegaram a civilização, o progresso, depois descobertas incríveis, a era digital, tecnológica, avanços jamais imaginados. Assistimos hoje a uma inegável demonstração de que na  história nada se fez para conter a irascibilidade. Pelo contrário, não obstante ocorressem acordos de paz, apesar de tudo as armas de destruição em massa cresceram assustadoramente. O ser humano, de maneira geral, tornou-se um animal selvagem — e não racional, como dizem — e não só mata e pratica a barbárie, como surrupia o que está ao seu alcance de forma estratégica. Em outras palavras, aprendeu tanto a roubar quanto a  desenvolver esquemas de grandes ataques ao patrimônio, via corrupção desenfreada.

Para complicar tudo, as medidas que cada país adota para conter o tráfico de drogas, considerado o fator que mais produz a violência, como a educação, que ensinaria as pessoas a entender as leis da natureza — “Se você prejudica alguém, você paga”, esclarece uma dessas normas infalíveis — são ineficazes. Considerando a sua repetição improdutiva, denuncia os supostos donos do poder no mundo, que preparam textos e mais textos apenas para enganar e engambelar a pobre raça humana.

Mas agora a luz da sustentação acendeu. Não a amarela de aviso que o caos vem aí, mas a vermelha que anuncia, inapelavelmente, que esse mesmo caos já está aí. Para exemplificar apenas o que ocorre no nosso quarteirão, consulte os sites da internet. Em cada noite, inadiavelmente, dezenas, centenas de lares e estabelecimentos comerciais são invadidos em Itabira, João Monlevade e até em pequenas cidades. Entram os encapuzados, armados, ameaçando, carregando o que encontram, amedrontando quem usa o espaço como lazer e deixando rastros de pânico que são anúncios claros de “aguardem que voltaremos!”


O caminho é cada ser humano sair para o combate, mesmo que seja apenas preventivo e um pouco arriscado. A chamada parceria das comunidades com as polícias se torna necessária ou inadiável. Há um caminho aberto para as pessoas, mesmo com o aviso de luz vermelha estampado aos nossos olhos. Se não houver a participação da sociedade será inevitável o fim dessa sociedade, em breve. Não é preciso ser menos idiota para saber. A guerra civil que se trava no meio de nós está aí, escancarada.

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