Quem não sabe
para onde caminha a humanidade, me desculpe, é digno de dó. Muita pena devemos
dedicar a esse notório desinformado e incapaz de ordenar o raciocínio. Não
estou me dirigindo a um ou outro, ou a um alguém qualquer, mas a ofensa, se
houver, é avulsa. Vai para o lado que quiser e enfia a carapuça em quem gostar
de ser enquadrado.
Na pré-história
o ser humano era ainda imaturo, assim se explica a violência que praticava,
movida pelo egoísmo natural, ou instinto de defesa, ou preservação da espécie
(vide Arthur Schopenhauer/séculos 18 e 19 em “O mundo como vontade e
representação”). Na idade média, a evolução humana se encaminhava em direção ao
conjunto de descobertas, tentativas de aproximação entre os seres, mas a
violência não deixou de ser o guia do habitante do globo terrestre.
Chegaram a
civilização, o progresso, depois descobertas incríveis, a era digital,
tecnológica, avanços jamais imaginados. Assistimos hoje a uma inegável
demonstração de que na história nada se
fez para conter a irascibilidade. Pelo contrário, não obstante ocorressem
acordos de paz, apesar de tudo as armas de destruição em massa cresceram
assustadoramente. O ser humano, de maneira geral, tornou-se um animal selvagem
— e não racional, como dizem — e não só mata e pratica a barbárie, como
surrupia o que está ao seu alcance de forma estratégica. Em outras palavras,
aprendeu tanto a roubar quanto a
desenvolver esquemas de grandes ataques ao patrimônio, via corrupção
desenfreada.
Para complicar
tudo, as medidas que cada país adota para conter o tráfico de drogas,
considerado o fator que mais produz a violência, como a educação, que ensinaria
as pessoas a entender as leis da natureza — “Se você prejudica alguém, você
paga”, esclarece uma dessas normas infalíveis — são ineficazes. Considerando a
sua repetição improdutiva, denuncia os supostos donos do poder no mundo, que
preparam textos e mais textos apenas para enganar e engambelar a pobre raça humana.
Mas agora a luz
da sustentação acendeu. Não a amarela de aviso que o caos vem aí, mas a
vermelha que anuncia, inapelavelmente, que esse mesmo caos já está aí. Para
exemplificar apenas o que ocorre no nosso quarteirão, consulte os sites da
internet. Em cada noite, inadiavelmente, dezenas, centenas de lares e
estabelecimentos comerciais são invadidos em Itabira, João Monlevade e até em
pequenas cidades. Entram os encapuzados, armados, ameaçando, carregando o que
encontram, amedrontando quem usa o espaço como lazer e deixando rastros de
pânico que são anúncios claros de “aguardem que voltaremos!”
O caminho é cada
ser humano sair para o combate, mesmo que seja apenas preventivo e um pouco
arriscado. A chamada parceria das comunidades com as polícias se torna necessária
ou inadiável. Há um caminho aberto para as pessoas, mesmo com o aviso de luz
vermelha estampado aos nossos olhos. Se não houver a participação da sociedade
será inevitável o fim dessa sociedade, em breve. Não é preciso ser menos idiota
para saber. A guerra civil que se trava no meio de nós está aí, escancarada.
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