Já abordamos Regências verbal e nominal.
Fizemos alguns comentários sobre a aberração da confusão obrigado/obrigada.
Agora vamos nos engendrar pelos labirintos escuros e confusos para os distraídos sobre o verbo haver.
Haver é um.verbo, palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-os no tempo. Não vamos estudar aqui a grande extensão que compreende o seu emprego. Apenas as questões corriqueiras. E comecemos por uma colocação que considero um escândalo (quem entende um pouco de português também pensa assim) quando se emprega o artigo a no lugar do vergo haver no passado.
Vejam este exemplo: “A menina não vem aqui a dois meses”. (Errado).
A frase correta é: “A menina não vem aqui há dois meses”.
Não consigo entender como alguém escreve isso carregando na bagagem um diploma de Curso Médio.
Para completar a confusão que muitos fazem não conseguem distinguir um tempo verbal de outro, como neste exemplo: “Daqui a dois meses a menina virá aqui” (Correto).
A frase errada que utilizam é: “Daqui há dois meses a menina virá aqui” (Super errado).
OUTRAS QUESTÕES
O verbo “haver” nos sentidos de “existir”, “acontecer”, “ocorrer” é um verbo impessoal, ou seja, não possui sujeito, e é empregado na terceira pessoa do singular, independente do tempo verbal. Veja:
a) Havia pássaros no céu.
b) Há muitas vagas ainda.
c) Não sei se ainda há, mas havia muitas vagas.
d) Não haverá mais pássaros no céu se continuarmos a destruir seu habitat.
É muito comum o emprego do verbo “haver” no passado de maneira sistematicamente errada: “Houveram vários pedidos de paz no mundo” ou “Nesta escola, houveram muitos alunos que passaram no vestibular”. É bom evitar este “houveram”, uma desgraça horrorosa do verbo haver.
Vale lembrar que nas locuções verbais o verbo “haver” delonga a impessoalidade ao seu auxiliar e, portanto, permanecem ambos no singular. Observe:
1) Deve haver um modo de sairmos daqui.
2) Não sei se chegou a haver notícias sobre essa enchente em Minas.
Outra situação que merece destaque é do verbo “ter” no sentido de “haver”. Não é um uso oficial na norma escrita padrão, mas vale salientar que, neste caso, o verbo “ter” deve seguir a mesma condição do “haver”. Assim, confira:
1) No clube tinha (havia) muitas crianças.
2) Tem (há) pessoas não se preocupam em julgar as pessoas precipitadamente.
3) Na reunião teve (houve) várias questões em pauta.
Devemos sempre lembrar que haver tem a sua pessoalidade restrita somente como verbo auxiliar. Exemplo: Eu hei de amar”; “Nós havemos de vencer”; “Eles haviam de trabalhar”.
Basicamente são essas as questões que envolvem o verbo haver, a não ser outras questões complexas nas quais ele tem relacionamento direto com os verbos ter, existir, fazer, existir.
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