terça-feira, 23 de maio de 2017

Hoje, de novo, o turismo renasce em Itabira

Não sei se começo este pequeno texto (será pequeno?)  abordando fatos da criatura ou do criador. Não, vou começar da origem: por mais que algum idiota anônimo me conteste, devo repetir o que já escrevi e preguei na montanha do Cauê novo que quem inventou o turismo em Itabira tem identidade, endereço, nasceu na cidade, só não mora por aqui no momento. Seu nome de cartório e pia batismal é Rafael Clever Gomes Duarte. Virou professor, cresceu assustadoramente por causa de sua inteligência avantajada e zarpou mundo afora. Encontra-se em São Paulo, se não me engano. Rafa não apenas inventou, como fez um projeto e divulgou tal panorama para o futuro itabirano. Modéstia às favas, como editor da revista DeFato, idos da última década do século passado, divulguei a obra-prima inicial que nunca mais parou de brotar, crescer e render frutos em nossas bandas.

O maior fruto do turismo itabirano chamava-se Pouso Alegre, Aliança e agora tem a seguinte intocável designação: Ipoema . Que me desculpe a zona rural inteira e mesmo Senhora do Carmo, que tem uma tradição histórica invejável, mas Ipoema foi e é o esteio de Itabira, carregando no lombo os seus insofismáveis exemplos. Posso dizer os nomes quase todos, pelo menos alguns dos carregadores de piano que souberam unir-se em prol dos resultados hoje obtidos e inegáveis. Desisto de mencionar o dicionário dos grandes heróis da façanha e mudo de ideia: na terra do meu inesquecível amigo José Braz Torres Lage até os vira-latas da Praça da Igreja são importantes.

Mencionei o criador e agora vou me referir à criatura: Sérgio Mourão. O que fez Sérgio Mourão para o turismo itabirano? — perguntaria alguém meio atônito e talvez ignorante. Outros, como Roneijober Anadrade, fizeram também, mas o Cabeça Branca foi hoje. Explicando: ele emendou, encaixou, amontoou tudo o que se diz da terra de Saez Peña e espremeu num só livreto, ou melhor num guia. “Nenhum turismo sobrevive sem um guia”, escreveu alguém por aí. Não é preciso citar o autor porque, afinal, não é uma frase notável, mas é uma frase indispensável. Hoje, dia 23 de maio de 2017, à tardinha, os vereadores de Itabira, liderados por Decão da Loteria e presididos por Neidson de Freitas, deram um atestado de reconhecimento  — título de Honra ao Mérito — ao produtor de uma obra como tantas outras que fabricou, mas que essa é de hoje.

Quem é Sérgio Mourão? Conheço a figura graças a Roneijober Andrade, outro puxador de turismo na terra de Eleni Vieira e Reinaldo também Vieira. De José Braz, Torrinha, Torrão, Elio Quadrado, Raimundo Afonso, Gerardo Lage, Valério Adélio, Tangará, Zé Ignácio, Stael Azevedo, Ney Azevedo, Marco Antônio Lage, Aníbal Figueiredo, Harcy Lage, Dorinato, Onelvino Coelho, Família Geleia, Zé do Cachimbo, pronto, a memória é de disquete dos antigos. Desviei o assunto, um mal que me acomete devido á diade, estava me referindo ao Sérgio Mourão. Perdoem-me.


Sérgio tem, se não me engano nem se engana o Roneijober, 115 anos. Não, pode ser mentira, mas foi a minha calculadora a responsável pela soma de suas façanhas mundo afora. Ele é formado em Direito, Jornalismo, Fotografia. Foi assessor de Benedito Valadares a Ozanan Coelho. Contribuiu para a Proclamação da República, produziu mais de um milhão de fotos paisagísticas e históricas de Minas Gerais e foi o primeiro cidadão a xerocar o ato da Abolição da Escravatura assinado pela Princesa Isabel. Nada disso importa, se estou exagerando ou não. O que interessa agora é o seguinte e este seguinte sintetizo em dois fatos: primeiro, Sérgio deixou tudo para lá e se mudou para Ipoema; segundo, elaborou o Guia Turístico de Ipoema, Serra dos Alves e Senhora do Carmo. É o que basta: deu asas ao turismo. Um viva hoje para o turismo itabirano! Um viva para Sérgio Mourão, homenageado pelo povo itabirano! Um viva para o Decão que descobriu o Sérgio Mourão! 

OBS.: Só para esclarecer, a criação da alternativa econômica turística em Itabira foi anterior à arrancada de Ipoema, no advento da Estrada Real. Rafael Clever inventou o turismo de Itabira, baseado num projeto submetido à Vale e só engavetado porque surgiram novas opções com as descobertas de reservas minerais depois da privatização da empresa. Pode voltar a qualquer hora como uma solução fantástica. Vontade política é o que falta. Seu projeto consistia em aproveitar as anunciadas áreas da pós-mineração no Cauê e transformar o local em uma atração diferente, o Turismo Temático. Depois de Rafael, veio Ipoema, distrito que, deu certo. E sou testemunha também do Turismo Histórico que Eleni Cássia Vieira liderou no chamado Distrito Sorriso, assunto para uma nova discussão e texto. Entendidos?

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