Não sei se
começo este pequeno texto (será pequeno?) abordando fatos da criatura ou do criador.
Não, vou começar da origem: por mais que algum idiota anônimo me conteste, devo
repetir o que já escrevi e preguei na montanha do Cauê novo que quem inventou o
turismo em Itabira tem identidade, endereço, nasceu na cidade, só não mora por
aqui no momento. Seu nome de cartório e pia batismal é Rafael Clever Gomes
Duarte. Virou professor, cresceu assustadoramente por causa de sua inteligência
avantajada e zarpou mundo afora. Encontra-se em São Paulo, se não me engano. Rafa
não apenas inventou, como fez um projeto e divulgou tal panorama para o futuro
itabirano. Modéstia às favas, como editor da revista DeFato, idos da última
década do século passado, divulguei a obra-prima inicial que nunca mais parou
de brotar, crescer e render frutos em nossas bandas.
O maior fruto do
turismo itabirano chamava-se Pouso Alegre, Aliança e agora tem a seguinte
intocável designação: Ipoema . Que me desculpe a zona rural inteira e mesmo
Senhora do Carmo, que tem uma tradição histórica invejável, mas Ipoema foi e é
o esteio de Itabira, carregando no lombo os seus insofismáveis exemplos. Posso
dizer os nomes quase todos, pelo menos alguns dos carregadores de piano que
souberam unir-se em prol dos resultados hoje obtidos e inegáveis. Desisto de
mencionar o dicionário dos grandes heróis da façanha e mudo de ideia: na terra
do meu inesquecível amigo José Braz Torres Lage até os vira-latas da Praça da
Igreja são importantes.
Mencionei o
criador e agora vou me referir à criatura: Sérgio Mourão. O que fez Sérgio
Mourão para o turismo itabirano? — perguntaria alguém meio atônito e talvez
ignorante. Outros, como Roneijober Anadrade, fizeram também, mas o Cabeça
Branca foi hoje. Explicando: ele emendou, encaixou, amontoou tudo o que se diz
da terra de Saez Peña e espremeu num só livreto, ou melhor num guia. “Nenhum
turismo sobrevive sem um guia”, escreveu alguém por aí. Não é preciso citar o
autor porque, afinal, não é uma frase notável, mas é uma frase indispensável.
Hoje, dia 23 de maio de 2017, à tardinha, os vereadores de Itabira, liderados
por Decão da Loteria e presididos por Neidson de Freitas, deram um atestado de
reconhecimento — título de Honra ao
Mérito — ao produtor de uma obra como tantas outras que fabricou, mas que essa
é de hoje.
Quem é Sérgio
Mourão? Conheço a figura graças a Roneijober Andrade, outro puxador de turismo
na terra de Eleni Vieira e Reinaldo também Vieira. De José Braz, Torrinha,
Torrão, Elio Quadrado, Raimundo Afonso, Gerardo Lage, Valério Adélio, Tangará,
Zé Ignácio, Stael Azevedo, Ney Azevedo, Marco Antônio Lage, Aníbal Figueiredo,
Harcy Lage, Dorinato, Onelvino Coelho, Família Geleia, Zé do Cachimbo, pronto,
a memória é de disquete dos antigos. Desviei o assunto, um mal que me acomete
devido á diade, estava me referindo ao Sérgio Mourão. Perdoem-me.
Sérgio tem, se
não me engano nem se engana o Roneijober, 115 anos. Não, pode ser mentira, mas
foi a minha calculadora a responsável pela soma de suas façanhas mundo afora.
Ele é formado em Direito, Jornalismo, Fotografia. Foi assessor de Benedito
Valadares a Ozanan Coelho. Contribuiu para a Proclamação da República, produziu
mais de um milhão de fotos paisagísticas e históricas de Minas Gerais e
foi o primeiro cidadão a xerocar o ato da Abolição da Escravatura assinado pela
Princesa Isabel. Nada disso importa, se estou exagerando ou não. O que interessa
agora é o seguinte e este seguinte sintetizo em dois fatos: primeiro, Sérgio
deixou tudo para lá e se mudou para Ipoema; segundo, elaborou o Guia Turístico
de Ipoema, Serra dos Alves e Senhora do Carmo. É o que basta: deu asas ao
turismo. Um viva hoje para o turismo itabirano! Um viva para Sérgio Mourão,
homenageado pelo povo itabirano! Um viva para o Decão que descobriu o Sérgio
Mourão!
OBS.: Só para esclarecer, a criação da alternativa econômica turística em Itabira foi anterior à arrancada de Ipoema, no advento da Estrada Real. Rafael Clever inventou o turismo de Itabira, baseado num projeto submetido à Vale e só engavetado porque surgiram novas opções com as descobertas de reservas minerais depois da privatização da empresa. Pode voltar a qualquer hora como uma solução fantástica. Vontade política é o que falta. Seu projeto consistia em aproveitar as anunciadas áreas da pós-mineração no Cauê e transformar o local em uma atração diferente, o Turismo Temático. Depois de Rafael, veio Ipoema, distrito que, deu certo. E sou testemunha também do Turismo Histórico que Eleni Cássia Vieira liderou no chamado Distrito Sorriso, assunto para uma nova discussão e texto. Entendidos?
OBS.: Só para esclarecer, a criação da alternativa econômica turística em Itabira foi anterior à arrancada de Ipoema, no advento da Estrada Real. Rafael Clever inventou o turismo de Itabira, baseado num projeto submetido à Vale e só engavetado porque surgiram novas opções com as descobertas de reservas minerais depois da privatização da empresa. Pode voltar a qualquer hora como uma solução fantástica. Vontade política é o que falta. Seu projeto consistia em aproveitar as anunciadas áreas da pós-mineração no Cauê e transformar o local em uma atração diferente, o Turismo Temático. Depois de Rafael, veio Ipoema, distrito que, deu certo. E sou testemunha também do Turismo Histórico que Eleni Cássia Vieira liderou no chamado Distrito Sorriso, assunto para uma nova discussão e texto. Entendidos?
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