segunda-feira, 21 de agosto de 2017

TERRORISMO NO MUNDO. EM ITABIRA SÓ UMA BRINCADEIRA INOCENTE?

Barcelona, Espanha, 17 de agosto de 2017 — A polícia espanhola confirmou a morte do marroquino Younes Abouyaaqoub, suspeito de ter sido o motorista da Van que atropelou e matou 13 pessoas na última quinta-feira numa das avenidas mais movimentadas da cidade.

Itabira, 18 de agosto de 2017 — Telefonema anônimo levou a polícia ao prédio do antigo Hotel Pousada do Pinheiro e Centro de Ensino Superior de Itabira (Censi), onde foram encontrados seis corpos em uma espécie de banheira cheia de formol. Até 2012, a faculdade mantinha estudos de cadáveres no local.

Marselha, Sul da França, 21 de agosto de 2017 — Uma pessoa morreu e outra ficou gravemente ferida nesta data, depois de terem sido atingidas por um veículo numa garagem de autocarros. Suspeita-se de terrorismo.

Agora, convido o leitor a seguir o rumo do pensamento comum e normal: os casos ocorridos na Espanha e na França têm características de terrorismo e preocupam o mundo. O mundo morre de medo desse nível de violência. A bem da verdade, é bom citar que Bin Laden, logo depois do atentado às Torres Gêmeas em Nova York, em 11 de setembro de 2001, disse que os Estados Unidos (tradução: o mundo) nunca mais teriam paz. Não tiveram e não têm.

O fato ocorrido em Itabira, apesar do zum-zum e algumas notas na imprensa local, não tira o sono de ninguém. A prova é que nem um jornaleco de outra cidade, sequer os canais sensacionalistas de TV, mencionam a descoberta inusitada. Cadê o ponto de exclamação? Cadê as famosas manchetes de oito colunas? Aposto que o Espinhaço vai trazer um monte de versões, entrevistas, e colocará o ocorrido no topo das notícias apreciadas pelo leitor do interior.

Os seis corpos do Pousada — masculino e feminino, meio a meio — são de gente mesmo. Tanto que essa gente era estudada em laboratório. Nasceu pelo mesmo processo. Morreu ou foi matada. E, pelo menos o noticiário até agora não informou que são fulanos de tais, brasileiros, solteiros, casados, mortos em trombadas, assaltados, estuprados,  atacados pela violência etc. e tal. Diria que não seja importante que a meia dúzia que ficou pelo menos cinco anos tomando banho de formol não tem CPF, carteira de identidade, título de eleitor, atestado de vacina e deve ser completamente analfabeta.

E tem mais: não tem parentes, não amou em vida, talvez tenha sido odiada porque foi  morta, abandonada, achincalhada. Faz-me lembrar uma declaração em  entrevista que me foi dada, em certa ocasião, pelo então delegado de polícia de Itabira, Robson Matos Esteves: “Bandido não é cidadão!” Foi um tiro de canhão que estourou na cidade, meios religiosos partiram para um contra-ataque no front. Diante da ocorrência, resta uma pergunta: bandido não tem cidadania, certo? Ou têm?  Mas e as eis pessoas mortas, que bufavam num tambor de formol, não eram cidadãs? Seria outra história? Então conte essa piada para outra pessoa, para mim, tapo o ouvido para não ouvir.

Por essas e outras que concluo: quem entender o ser humano é mais maluco que qualquer um e deveria também ir para o manicômio como a meia dúzia do Pousada boiou no formol.

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