sábado, 19 de janeiro de 2019

A VOLTA DO ET

Não teve jeito. Lutei contra o vento e a tempestade, mas tive que chamar o Extraterrestre de volta. Lembram-se dele? Se não, vamos fazer apenas uma simples reapresentação. ET é o mesmo que andou e anda aparecendo por aí. A mídia deu destaque para o de Varginha. Falou-se muito nele. De minha parte, destaco que sempre tive o privilégio de falar com esse habitante do espaço quando bem quis e quero, embora sem abusar, porque, vamos e venhamos, nos outros planetas — e em todos há vida — o nosso, o Planeta Terra, é o mais atrasado de todos. Está  feita a apresentação: ET é aquele que sabe de tudo. São originários de outros planetas, embora tenham a liberdade de entrar no mundo que lhes interessa, vagando pelo espaço sideral.

Com prazer, depois de  longa ausência, o meu amigo ET me atendeu. Chegou zombando, é claro, isto era e é previsível. Para falar a verdade, há instantes nos quais lhes faço perguntas e sou obrigado a ver e ouvir zoadas inacreditáveis. Eles são deveras piedosos e caridosos, solidários acima de tudo, porque, na verdade, o que se passa aqui pouco lhes diz respeito, ou nada. Estamos a milhões de anos-luz da sabedoria deles. E temos de chamar virtudes para nos salvar: humildade e reconhecimento de burrice.



A necessidade da orientação extraterrestre se faz pelo volume acerbado de problemas que no momento ocorrem em todas as partes do mundo. No Brasil, parece  para nós, ser o fim do mundo. Cada um pensa de um jeito e ninguém abre mão de seu ponto de vista; em decorrência de pensamentos diferentes e conflitantes, travam-se brigas violentas, desentendimentos preocupantes, guerras cruéis; para tornar tudo ainda mais complicado, até mesmo o terrorismo é acionado; o incrível mundo em que vivemos chegou ao cúmulo de inventar o homem-bomba.

Meu amigo ET insiste claramente que o ser humano deve imediatamente parar de fazer conjeturas sobre qualquer assunto, seja a respeito de política, religião, cultura, ideologias e até mesmo o lazer. Ele sugere que coloquemos um ponto de pausa em todas as flutuações de pensamentos que pululam em nossas mentes arredias. Receita, claramente, que façamos meditações transcendentais. E explica o que é este processo: a entrega total ao silêncio, ao recolhimento como primeiro ato: “Você procura chegar ao chamado ‘ponto zero’; para facilitar, usa um termo chamado mantra, que repete com o intuito de afastar ideias que vêm de fora, nem se sabe de onde. Faça tal concentração no nada pelo menos duas vezes ao dia durante vinte minutos em cada espaço de tempo”.

“Esvazie sua mente. O pensamento não é seu, ele vem de fora e se intromete em sua vida para perturbar o seu merecido sossego. Desconfie disso e se torne senhor do que entra e sai nesta e desta mente. Em seguida, o ET explica que você precisa, depois de ter a mente despoluída, adotar uma nova forma de viver, de captar os pensamentos, de saber encaminhá-los a um lugar próprio como se fosse um arquivo.

“Uma busca inicial se resume nisto: a causa de tudo”; porque, vocês, humanos, precisam entender que não há efeito sem causa”. Eis aí o segredo inicial de todo o processo. E pergunto ao ET: é possível viver sem saber a razão da vida? Ele responde secamente: “Impossível!” (e me faz usar o ponto de exclamação) Esta a palavra: a vida se torna uma aventura quando não sabemos o seu sentido, o seu porquê, não temos a sua  real explicação”. Mas, como? — questiono. Ele responde: “Já lhe dei a ideia da meditação. Seria um começo. Mas, evidentemente, há outros caminhos a serem percorridos como, por exemplo, a oração, qualquer tipo de recolhimento na busca, inicialmente, do nada, do ‘ponto zero’”, conclui o ET.

Aqui se encerra o  primeiro reencontro com o ET. Ele se dispôs e falar mais vezes, demonstrando autêntica solidariedade ao nosso interesse de melhorar. Volta a explicar: “Se você sente uma dor qualquer que lhe incomoda, normalmente vai ao médico; esse começa a agir em busca da causa; ele pode aliviar a dor receitando-lhe paliativos, mas só acaba com ela quando souber o porquê de sua existência, quando é iniciado o combate à origem do mal. Guarde isso para que você entenda que todo e qualquer problema que existe aqui neste planeta tem um motivo e o motivo principal é aquele que reside na razão da existência. Depois falamos mais. Siga com calma porque o santo é de barro.

Até mais!”
José Sana
19/01/2019

Nenhum comentário:

Postar um comentário