Tem hora que me
defino como um clarividente. Um premiado. Seria? Será? Sou? Que nada, recuo-me
imediatamente ao admitir que a comparação é feita com milhares de seres de
inteligência duvidosa, que pensam o contrário. Aí me chamo de cavalo e velho e
sem pasto. Sem nenhuma sombra de dúvidas.
Refiro-me às
questões ideológicas hoje na moda e em discussões acirradas, tanto nas redes
sociais quanto em botecos, retretas, salões de beleza, esquinas e velórios. Não
me farto de perguntar de mim para mim: será mesmo eu a mula sem cabeça desta
história?
No século XIX,
precisamente em 1848, os alemães e teóricos do socialismo científico, Karl Marx
e Friedrich Engels, assinaram e lançaram o Manifesto do Partido Comunista que, a
princípio, apresentou-se como um conjunto de teorias filosóficas, políticas,
históricas e econômicas.
Em outras
palavras, o marxismo propõe-se analisar o relacionamento de interdependência
entre o homem e a natureza: o homem busca na natureza a satisfação de suas
necessidades, e a natureza lhe fornece os meios necessários para isso. Sem que
eles façam menção a este teor, cobra pelos erros cometidos em deslises.
Exatamente
decorridos 69 anos, estoura a Revolução Russa de 1917, Vladimir Ilyich Ulyanov,
mais conhecido pelo pseudônimo Lênin, tenta implantar a “ditadura do
proletariado”. Com a morte do pioneiro, assume Joseph Stálin, que já carregava
na direção a União das Repúblicas Socialista Soviética (URSS) que durou 74
anos, passou pelas eras Khrushchov e Brejney e terminou em Gorbathchev, em
1991.
Tivemos outros
exemplos de tentativas do comunismo no mundo, como na China, onde o saldo foi a
morte de 70 milhões de pessoas; na Alemanha Oriental, cujos habitantes sonham
em mudar para o lado capitalista, a desenvolvida Alemanha Ocidental; além de
Cuba, golpeada em 1959 com Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, cuja ditadura
segue o seu curso na Ilha do Caribe, depois de dizimar milhares de vidas tanto
no “paredón” quando em outros chamados campos de concentração.
O que quero
deixar claro é que o socialismo/comunismo não deu certo em lugar algum e hoje
vemos os resultados de tentativas de implantação. O absurdo do século é o caso
da Venezuela, um país rico por natureza, que tem seus habitantes vivendo na
mais torpe miséria. Mesmo Cuba, que chega aos 70 anos do regime socialista, o
que oferece de positivo não faz baixar o mau resultado das ações. Um país em
que falta o principal, a liberdade.
Acrescente-se,
para estarrecer o mais cego dos seres humanos, de olhos vendados, que sempre
foi, é e será impossível prevalecer o sistema socialista/comunista sem
ditadura. Só essa questão derrubaria qualquer defensor da desgraça que bate
sempre à nossa porta. E com força porque no Brasil chegamos a viver grande
expectativa deste momento, muito preparado mas não aplicado o golpe fatal, notadamente
porque não havia clima para a audácia.
Concluindo, fiz
o que pude para me confessar um cavalo velho sem pasto e da pior raça. Nada de
Campolina nem Manga-Larga. Um punga soca-soca e arrasado de tanta falta de
visão e inteligência, pesos de cangalhas, esporas, baixeiros, barbicachos e
chicotes. Mesmo assim, restando-me as últimas energias para contestar o óbvio,
ainda resisto. Há uma febre marxista no Brasil que nos deixa tontos.
Proclamar-se marxista é uma maneira de ser inteligente sem ler o próprio Marx e
ninguém mais que escreveu sobre ele.
Finalizo assim,
prometendo sempre voltar ao assunto: não me retrocedo diante da evidência e do
óbvio. Ver um panorama e fazer vistas grossas à clarividência se traduz em
deixar a verdade apodrecer dentro de nós. Nem este cavalo trôpego suporta tal
indigestão imoral e desumana.
José Sana
Em 11/01/2019
Parabéns amigo,quanta facilidade em expressar,belo texto.
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