sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

OU UM CLARIVIDENTE OU UM CAVALO VELHO


Tem hora que me defino como um clarividente. Um premiado. Seria? Será? Sou? Que nada, recuo-me imediatamente ao admitir que a comparação é feita com milhares de seres de inteligência duvidosa, que pensam o contrário. Aí me chamo de cavalo e velho e sem pasto. Sem nenhuma sombra de dúvidas.

Refiro-me às questões ideológicas hoje na moda e em discussões acirradas, tanto nas redes sociais quanto em botecos, retretas, salões de beleza, esquinas e velórios. Não me farto de perguntar de mim para mim: será mesmo eu a mula sem cabeça desta história?

No século XIX, precisamente em 1848, os alemães e teóricos do socialismo científico, Karl Marx e Friedrich Engels, assinaram e lançaram o Manifesto do Partido Comunista que, a princípio, apresentou-se como um conjunto de teorias filosóficas, políticas, históricas e econômicas.




Em outras palavras, o marxismo propõe-se analisar o relacionamento de interdependência entre o homem e a natureza: o homem busca na natureza a satisfação de suas necessidades, e a natureza lhe fornece os meios necessários para isso. Sem que eles façam menção a este teor, cobra pelos erros cometidos em deslises.

Exatamente decorridos 69 anos, estoura a Revolução Russa de 1917, Vladimir Ilyich Ulyanov, mais conhecido pelo pseudônimo Lênin, tenta implantar a “ditadura do proletariado”. Com a morte do pioneiro, assume Joseph Stálin, que já carregava na direção a União das Repúblicas Socialista Soviética (URSS) que durou 74 anos, passou pelas eras Khrushchov e Brejney e terminou em Gorbathchev, em 1991.

Tivemos outros exemplos de tentativas do comunismo no mundo, como na China, onde o saldo foi a morte de 70 milhões de pessoas; na Alemanha Oriental, cujos habitantes sonham em mudar para o lado capitalista, a desenvolvida Alemanha Ocidental; além de Cuba, golpeada em 1959 com Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, cuja ditadura segue o seu curso na Ilha do Caribe, depois de dizimar milhares de vidas tanto no “paredón” quando em outros chamados campos de concentração.

O que quero deixar claro é que o socialismo/comunismo não deu certo em lugar algum e hoje vemos os resultados de tentativas de implantação. O absurdo do século é o caso da Venezuela, um país rico por natureza, que tem seus habitantes vivendo na mais torpe miséria. Mesmo Cuba, que chega aos 70 anos do regime socialista, o que oferece de positivo não faz baixar o mau resultado das ações. Um país em que falta o principal, a liberdade.

Acrescente-se, para estarrecer o mais cego dos seres humanos, de olhos vendados, que sempre foi, é e será impossível prevalecer o sistema socialista/comunista sem ditadura. Só essa questão derrubaria qualquer defensor da desgraça que bate sempre à nossa porta. E com força porque no Brasil chegamos a viver grande expectativa deste momento, muito preparado mas não aplicado o golpe fatal, notadamente porque não havia clima para a audácia.

Concluindo, fiz o que pude para me confessar um cavalo velho sem pasto e da pior raça. Nada de Campolina nem Manga-Larga. Um punga soca-soca e arrasado de tanta falta de visão e inteligência, pesos de cangalhas, esporas, baixeiros, barbicachos e chicotes. Mesmo assim, restando-me as últimas energias para contestar o óbvio, ainda resisto. Há uma febre marxista no Brasil que nos deixa tontos. Proclamar-se marxista é uma maneira de ser inteligente sem ler o próprio Marx e ninguém mais que escreveu sobre ele.

Finalizo assim, prometendo sempre voltar ao assunto: não me retrocedo diante da evidência e do óbvio. Ver um panorama e fazer vistas grossas à clarividência se traduz em deixar a verdade apodrecer dentro de nós. Nem este cavalo trôpego suporta tal indigestão imoral e desumana.

José Sana
Em 11/01/2019

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