sábado, 5 de outubro de 2019

HORA DE VOLTAR À VIDA ETERNA

Hoje eu podia escrever sobre a confusão em que vive o mundo, que pega fogo em todos os quadrantes. Abordar o caos mundial, encher a página de sangue e de ódio como se vê, mas esse é um tema conhecido até por qualquer vira-lata de esquina. Quer dizer que não vou focalizar nestas linhas as múltiplas guerras que ocorrem em várias partes do globo terrestre, os desentendimentos, as brigas intermináveis, o terrorismo, a violência, as divergências de todas as naturezas que se espalham planeta afora.

Mas vou abordar a questão do materialismo que tomou conta de todos os povos, raças, ideologias e até religiões. E vou apontar, sem medo de errar, que a causa de tudo foi a opção por ele próprio, o materialismo. Assim, o habitante da Terra deu uma guinada e preferiu chutar o balde de uma evidência estarrecedora colocada à sua frente.

Minha vida de criança mostra-me  uma Igreja em busca dos sentimentos interiores. Fiz a opção por participar das atividades da paróquia de meu arraial por essa causa, a da busca do Céu, com medo do Purgatório e do Inferno. O cultivo da fé, da esperança e da caridade ao encalço de uma recompensa chamada vida eterna era o que valia para os que corriam às igrejas, principalmente a Católica, Apostólica e Romana, maior crença do Brasil.

Parece ter sido o medo a pedra no caminho, talvez de encarar o problema que persiste há milênios sobre milênios. As orações e reflexões não se mostraram suficientes para afastar a crença humana do caminho errado. Repito que fomos dopados, cegados, dominados por uma ilusão que até hoje obstrui a inteligência humana.

Sei que vão me condenar daqui a poucos instantes, quando alguns desinformados tentarão ler este texto sob a luz de suas crenças cegas. Sei que vão arrumar uma cruz de madeira, uma dúzia de pregos, martelos, e fazerem comigo o que foi feito com Cristo exatamente há 2.019 anos. Serei o novo cristo, sem pretensão alguma, nada de reconhecimento, e sequer vão perceber que podem estar cometendo o mesmo erro quando liberaram Barrabás e optaram por sacrificar o Nazareno. Vão buscar até o cristo socialista para esfregar na minha cara. Ainda bem que poucos leem as minhas crônicas. Então, o ato será irrelevante perante o mundo, é claro. E os pregos não vão doer em mim.



As religiões só abordam questões pouco interessantes às exigência da alma, ensinam-nos a lutar pelo ter, o poder, o possuir e o ser dominante na  teoria, quando na prática faz uma opção decidida pelo lado oposto. Esquece esse ser que o principal seria gastar toda a genialidade colocada por Deus em nossas mãos para buscar realizações no campo espiritual, progredindo, crescendo, indo ao encontro da ciência para a satisfação de cada anseio, tal como ela própria fez no desenvolvimento do que denomina evolução tecnológica.

 “Só sei que nada sei” -  a conhecida citação de Sócrates, que deveria servir para todas as gerações como incentivo em busca de conhecimentos, tolhe-lhe seu desejo de avanço e lhe serve como desculpa para nada fazer, há milênios, um absurdo. Falta algum esforço intelectual do homem para entender que se Deus lhe confiou o livre arbítrio para ir à frente, constitui-se, obviamente, uma tarefa nossa acertar as engrenagens terrestres e fazê-las entrar no trilho de sequência ao caminho verdadeiro.

Assim como o ser humano se estaciona em Sócrates como se fosse impedido de seguir à frente, também resolveu nada entender das palavras bíblicas de Jesus Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Ele não sugeriu que deitássemos em berço esplêndido como se fosse a frase a proclamação da ociosidade. Pelo contrário, deixou-nos, como já disse acima, a livre vontade de escolher e saber o que é material e faz mal e o que é espiritual e faz bem. Continuem me crucificando se mereço ser o burro da história, já que o mundo deu errado. Neste caso, o certo se chama marasmo. Deem-lhe a coroa de rei.

José Sana
05/10/2019

Nenhum comentário:

Postar um comentário