sábado, 22 de agosto de 2020

DOEM RÁDIOS PARA CRIANÇAS ITABIRANAS, POR FAVOR!


Amigos, ajudem-me, por favor, estamos no ano 2020, não? Vivemos no Terceiro Milênio da civilização humana na face do Planeta Terra, não?

Mas ontem, 21 de agosto de 2020, sexta-feira, tive uma sensação esquisita, ou até saudosista, de  que estávamos na Idade Média, para não dizer na Pré-História. Anotem a mensagem que recebi e que me deixou meio perdido no tempo, depois deprimido:

“A Rede Municipal de Ensino de Itabira, vai iniciar a partir do dia 24/08, segunda-feira, a transmissão das aulas por meio das ondas da rádio Itabira 770 AM.

De acordo com levantamento feito pela Secretaria Municipal de Educação, 146 famílias ainda não dispõem de rádio, ou qualquer outro meio, para ouvirem em casa essas aulas.

Assim, a Fide e a EFG/Itabira se uniram em prol destes estudantes e solicitam, a quem puder ajudar com a doação de um rádio, frequência AM, novo ou usado em boas condições de uso, que leve a sua doação até dia 28/08 (sexta-feira) à Secretaria Municipal de Educação (gabinete do secretário ou na Superintendência técnico-pedagógico) - Rua Jacutinga, nº 5 - Campestre".




Releiam vocês a mensagem acima descrita: “146 famílias ainda não dispõem de rádio, ou qualquer outro meio, para ouvirem em casa essas aulas”. Depois pude apurar que a maioria absoluta dos “sem rádio” mora na zona urbana.

Volto ao início deste texto: estamos quando mesmo? A invenção do rádio é atribuída ao italiano Guglielmo Marconi no século XIX. No Brasil, a primeira transmissão ocorreu em 1923, por Edgard Roquete Pinto e Henry Morize.

O rádio é a união de três tecnologias: a telegrafia, o telefone sem fio e as ondas de transmissão. São quase cem anos que ele já era popular no nosso país. E voltemos a refletir: centenas de famílias, ou milhares, porque a pesquisa se fez com alunos da Rede Municipal de Ensino, não o têm, ou não o conhecem. E somos da grande Itabira, de Carlos Drummond de Andrade, da velha e poderosa Vale do Rio Doce, e governados por uma Prefeitura que está entre as que mais arrecadam impostos no Brasil. E gasta à revelia com bulhufas.

Depois do rádio, ocorreu uma quarta ou quinta revolução industrial. Veio o telefone sem fio, estabeleceu-se como popular a televisão, apareceu a internet e com ela  redes mais importantes de comunicação no mundo. E 146 famílias de Itabira entre alunos da Rede Municipal de Ensino não conhecem o rádio, ou só o veem em poder de “poderosos”.

Amigos, vamos deixar esse enxovalho de lado, pelo menos por enquanto e atendermos o pedido da Fide e da Escola do Sebrae. Vamos esquecer o nosso atraso. Vamos  somente  pensar no seguinte: um rádio comum custa R$ 80,00 x 146 unidades = R$ 11.680,00. Exemplificando, a Prefeitura de Itabira gastou R$ 14 milhões de verba federal para combater o Coronavírus. Mas não tem essa Prefeitura 12 mil reais, valor do salário de um mero secretário, e a metade da remuneração do prefeito, para adquirir rádios para alunos carentes, obrigados a estudar em casa por conta desse maldito vírus Covid-19?

Abro um parágrafo para dizer que objetivo destas linhas é pedir a você que me lê, que faça o seguinte, por favor: adquira um radinho e entregue-o no local determinado  para as famílias carentes. Elas vão ficar felizes porque você contribui para a educação de muitos meninos e meninas.

Fechando o parágrafo, quanto à realidade que nos atinge em cheio, desisto, acredito estarmos  mesmo numa civilização retardada, acordei na Pré-História. Por isso, vou, ao lado de cidadãos sensíveis, aguardar uma nova invenção. Não do rádio nem de mais nada, de tecnologia nenhuma, mas  apenas da vergonha na cara, que ainda não chegou por aqui.

José Sana

Em 22/08/2020

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