Para abordar um assunto que interessa a muitos, a busca da verdade absoluta e incontestável da vida, mostram arquivos históricos da Antiguidade que um estudioso aventurou-se a escrever a “história do mundo”.
Para que pudesse levar adiante o seu objetivo, anunciou que esperava contar com a ajuda de todos os intelectuais que pudessem alcançar este propósito: que lhe enviassem capítulos de acontecimentos locais e mesmo distantes. De posse deles, pudesse juntar fatos e organizar um só volume histórico a respeito da vida no globo terrestre.
Seu trabalho foi levado adiante durante anos a fio até que em certa tarde, ao
observar de sua janela um desentendimento entre vizinhos, no seu prédio, eles
trocavam desaforos e cada um defendia uma espécie de argumento a respeito de várias questões pessoais. Viu, analisou, concluiu no seu pensamento particular a visão de um fato.
Fechou a janela e foi para o banho, em seguida o jantar e,
por último, recebeu a visita de um terceiro vizinho que lhe contou o confronto
como o vira, análise e conclusão completamente diferentes do seu entendimento.
Em seguida, chamou o visitante para ver em seu escritório toneladas de
informações que recebera de vários historiadores espalhados pelo mundo.
Dando prosseguimento ao que lhe passava pela cabeça, pediu a ajuda ao amigo e decidiu transportar, numa carruagem, o papelório para ser depositado num
terreno baldio não tão distante. Juntou todas as anotações que somavam um grande volume, pegou uma caixa de
fósforo e ateou fogo em tudo, mesmo com apelos do amigo vizinho que lhe pedia,
insistentemente, para não cometer a estapafúrdia decisão.
O fogo subiu aos ares, a fumaça encobriu uma extensa área ao redor. O ex-historiador
justifica com seu interlocutor: “Se um fato que ocorreu hoje é visto, analisado e interpretado de forma diferente por duas pessoas, o diria em várias épocas, sob
visões completamente desconhecidas, e por seres humanos normais e confiáveis,
várias informações?”
No fim do fogaréu, concluiu, usando o seu raciocínio considerado por
ele lógico, com a derradeira frase: “Verdade,
eis a homenagem que lhe devoto!”
José Sana
Em 09/06/2022
Nota: se me perguntam sobre os nomes do personagem focalizado, seu país, cidade e época o fato se sucedera, não me lembro,
sinceramente desses detalhes. Apenas li e, infelizmente, não tive o cuidado de anotar. Venho pesquisando muito sobre o fato e continuo
sem encontrar a fonte. Agradeço a quem possa contribuir com seus conhecimentos
para esclarecer um fato que, na verdade, é o óbvio.
Meu amigo Sana, artista nas letras e fértil imaginação que nos enleva e nos leva a visualizar os personagens, tão clara a sua narrativa. Parabéns!
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