Super herói atua de maneira completamente diferente de outros marqueteiros, só fala a verdade e age de acordo com o ataque adversário
Já
foi falado — e muito falado — quem é o senhor Joaquim de Tal, conhecido em
todas as rodas da região de Itabira pelo epíteto estrepitoso de Pé de Pato? Ele
gritava, berrava, urrava quando ousavam mexer com a sua quietude.
Em
via das dúvidas, vamos, de novo, contar parte da vida dele e esclarecer sua
inacreditável façanha: derrotou o chamado “Invencível Jack Som Legal” de um só
tapa, na eleição de 2000, à Prefeitura
de Itabirona da Serra sem Cauê (pedimos licença ao inventor desse nome, o
insuspeito MMP). E vamos aos nossos objetivos.
Pé
de Pato era um personagem nota zero. Ou melhor, mil zeros antes de zero.
Ninguém dava conversa para ele até a data fatal da tal de convenção dos
partidos de Itabirona, embora soubessem todos que era uma moça se cultivado,
mas um capeta se cutucado. Melhor dizendo, Pé de Pato era um fantasma
frequentador de currais eleitorais, ou também chamado de “Piolho de Comitê”,
sempre à espera de dar o “pulo do gato”
COMO ESTAVAM AS PESQUISAS?
Jack
Som Legal (criação MMP) estava tranquilo
da silva até aquele momento da decisão de quem seria o seu adversário nas
escolhas eleitoreiras. Ele já estava decidido: candidatíssimo a re-prefeito de
Itabirona. No comitê correspondente o quadro era este: todo mundo que chegava
deveria trazer uma informação. Hora de fechar a urna da decisão, o momento foi
de uma notabilidade a toda prova.
Jack
Son e seu vice, Zemô, de olhos na porta. Demais fanáticos do partido de boca
aberta como se fosse chegar e abocanhar um prato de comida. E, na verdade, era
mais de meio-dia e barrigas roncavam, principalmente a de nosso herói, ou seja,
de Pé de Pato, que cochilava despreocupado no banco da sala e soltava bafos
esbaforidos que produziam piscar de olhos ininterruptos pela alto volume de
impulsão.
Lá fora, bem no estilo de toda a campanha, brilhava um outdoor, que mostrava resultado de pesquisa: Jack Som Legal 79%; Li Sem Guerra (11%) e Indecisos (10%). Diante desse quadro, a turma adoidada já comemorava uma vitória antecipada. Ainda mais, quando chegou a “notícia bomba”.
A NOTÍCIA QUE PAROU ITABIRONA
Foi assim: Zuzim Empadeirado era o portador da bombada.
Ele engasgou, triplamente emocionado, deram-lhe um copo bem cheio, ou melhor,
uma caneca de água quase quente. Ele bebeu e cuspiu como um Quincas Berro D’Água
do romance de Jorge Amado. Tossiu seis vezes e, finalmente, desabafou: “O
candidato deles é o Rualdo de Esmagalhães, que tem menos de 5% na nossa
pesquisa”.
Soou um foguetório de fechar de fumaça o centro de
Itabirona. Começa o buzinaço de uma prevista carreata. Gritos estridentes
corriam na frente das comemorações. Enquanto os atropelos de cadeiras e mesas
se sucediam, os que restaram olharam bem nos olhos e na boca do candidato que
era o vencedor inquestionável e ele soltou a frase do ano, que valeu quatro
anos de uma derrota implacável: “Se eu soubesse que seria barbada assim,
lançaria o Pé de Pato!”
Aí veio a desgraça do então prefeito até 31 de dezembro de
2000: Pé de Pauto estava “chapado” nada. Num minuto sobressaltou-se do banco em
que fingia dormir e soltou o seu urro previsível por quem o conhece com as
palavras: “Então sou eu mesmo e, se não for eu vou pôr pra quebrá!”
Pé de Pato, na verdade não foi pra lado nenhum, mas,
simplesmente, botou pra quebrar de seu jeito. Desse jeito falamos depois, mas é
preciso ter cuidado com a onda Pé de
Pato que se expande como um surto de dengue ou gripe de carrapato. É por isso
que Pé de Pato avisa: “Não mexam comigo não, sinão eu entro e arrebento!”.
José Sana
Em
24/07/2023 Em 24/07/2023
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