sexta-feira, 9 de maio de 2025

AS ASSOMBRAÇÕES DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO PRETO (2)

 



Vamos saber, primeiramente por meio de um ET,  por que os fantasmas sumiram de nosso dia a dia e depois contaremos o caso ocorrido em 1956 na zona rural do distrito


Estamos no ano assombrado de 1956. Inicialmente, vamos saber o porquê naquele tempo havia crença viva em fantasmas, que os casos eram inegáveis, super verdadeiros, a exemplo de um ocorrido naquela sexta-feira, 14 de abril do ano citado.

 

Uma das provas da existência de almas do outro mundo pode ser remetida aos anos passados em que não só a chamada realidade era viva como também os “habitantes do espaço” se apresentavam em período como atrasados. Diria que a realidade e a ficção se confundiam nas almas de dois mundos.  Realmente, fantasmas eram ouvidos, vistos e sentidos.  No decorrer do tempo, esses espectros foram desaparecendo, graças à evolução no dia a dia. O Espiritismo esclarece dúvidas sobre a questão. Consulte quem assim o desejar.

 

MANUEL BISPO NASCENTES

 

Trata-se de um senhor proprietário de terras chamado Manuel Bispo Nascentes. Morava e deixou descendentes no confrontamento dos rios Santo Antônio com Preto, na localidade chamada Barra. Nas proximidades existia uma grande barca de propriedade do senhor José Augusto, conhecido pelo povo como Zé Augusto da Barra. Ele tinha e deixou uma família bonita e grande. Eu mesmo já vez a travessia, indo para Brejaúba, no encontro dos dois rios, então caudalosos e perigosos naquele tempo. Hoje, quando chove muito, transformam-se em um mar doce que já levou muitos para o além, de onde falamos agora.

 

Manuel Bispo nunca acreditou em assombração,  senão naquela sexta-feira assombrada, o dia mais citado até por Machado de Assis, na sua sempre assombrosa meia-noite. “Seu Manuel”, tinha o costume de montar sua mula boa de sela e ir ao distrito de São Sebastião do Rio Preto jogar pôquer (ou poker). O arraial era um verdadeiro cassino (ou casino) nos fundos de vendas. O pôquer sempre considerado o mais popular jogo de baralhos do mundo era praticado por todas as classes, da pobre, passando pela mediana à elite.

 

No arraial Bispo apeava onde tinha um convite mais quente para o jogo de azar. Fazendeiros, sitiantes e comerciantes assentavam-se como no faroeste americano em cadeiras juntadas às mesas. A madrugada chegava, animais batiam os pés, a cerração cobria o ambiente e as jogadas continuavam. Havia quem perdesse “até as cuecas”, como diziam os seguidores das mesas chamados de “sapos”.

 

Lá pela  zero  hora da madrugada, naquela noite, Manuel Bispo resolveu parar de jogar. Não havia perdido nem ganhado, considerava-se parte de um “empate seco”. Puxado por uma força estranha, abandonou o jogo, montou a mula pelo de rato e partiu de volta à sua casa localizada a cerca de 6 km.


ASSOMBRAÇÃO AO VIVO E A CORES

 

Em lá chegando, localizou, à distância, um “ambiente esquisito”, como definira depois ao contar o que se passara ao redor da propriedade rural. As luzes de lampião e lamparina piscavam em parar, inexplicavelmente. Aproximou-se, curioso cada vez mais, começou a ouvir barulhos esquisitos que pareciam estar destruindo a moradia. Chegou com calma,  apeou do animal, amarrou numa estaca e ouviu gatos miando, galinhas saltando do galinheiro, cães latindo, a mulher e filhos gritando, vozes rezando. Mais encucado ficou o fazendeiro naquele lugar em que sempre viveu.

 

Bispo (que tinha bispo apenas no sobrenome e não era um prelado) recordou por segundos uma conversa que tivera, na véspera com o amigo Antônio Simeão, que morava a pouca distância de sua casa, sobre a curiosidade das assombrações, a qual era comum na linguagem popular. E essa cena passou por sua cabeça.

 

Empurrou a porta da cozinha como os pés, pelos fundos, e entrou gritando sem receio de ser algum ladrão ou mesmo assombração, como parecia: “O que está havendo aí?” — fez o questionamento sem resposta. Viu a família toda agarrada um e uma no outro e outra, a esposa puxando uma Ave-Maria devotada e concluiu que as vasilhas da cozinha todas pareciam quebrar-se, os vidros e canecos ou metais tilintavam, ele e outros corriam para ver e encontravam tudo no lugar, nada de quebra-quebra.  Da cozinha sentia que a barulhada voltava para a sala, eram aparentemente arrastadas mesas e cadeiras, as janelas batiam, ventava como nas enxurradas costumeiras em beira de rios.

 

E assim foi a noite toda, até que de manhã, Manuel Bispo resolveu expor  mais a sua coragem e soltou, aos berros, a seguinte proposta entre mundos: “O que vocês querem? Podem dizer se desejam reza, ou oferta em dinheiro, ou missa, o que precisamos fazer? Várias vezes deu o grito e esperava resposta, em vão.

Ao romper da alvorada veio a resposta ao seu pedido. Uma  voz  repetiu no ar a frase que serviu para uma tomada de decisão:

“— Clé... Clé... Clé ...” cantaram as assombrações e voaram como pássaros assustados.

Restou ao patriarca montar de novo sua mula e ir ao arraial. Lá procurou o Padre Raul e lhe encomendou uma missa como solicitada pelo real espectro de sua noite sem dormir, assombrada e que ficou gravada para sempre na história do arraial, futura cidade de São Sebastião do Rio Preto.

 

Zé do Burro

9/5/2042

Imagem: redes sociais


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