Valeriodoce Esporte Clube: sem divisão de base Dragão não consegue subir à principal
Atuação do time quase arranca as cordas vocais da primeira-dama, que vibrou com os gols vermelhos e brancos, mas foi desclassificado e volta à estaca zero. Dizem que vai tentar novamente em 2026, ano eleitoral, e deve trazer mais ex-jogadores em atividade para o mesmo campeonato que perdeu e vai perder de novo
Já começo assim, dando de graça, algumas
sugestões. E topo discutir até com o presidente da Fifa, a situação de nosso
clube, que era nosso orgulho.
PRIMEIRO PASSO
Vários passos
precisam ser dados. O primeiro é formar uma divisão de base. Está provado que
alugar time nas mãos de picaretas do mercado não funcionou e não funcionará. A
torcida apoia, mas ela é uma parte do amor pela cidade, cada jogador é um perna
de pau desconhecido, vem de qualquer lado. O time até agora tem sido um
enxerto. O VEC já teve divisão de base, hoje a sua meta é imediatista, ou seja,
vencer hoje para amanhã ajudar na politicagem de uns picaretas pouco
confiáveis.
SEGUNDO PASSO
O time não é um
cabide de empregos e não seguir a Itaurb assim conhecida. Nem ele deu certo,
nem a Itaurb neca. Essa última está literalmente quebrada. O Valeriodoce
depende de ajuda da prefeitura que, é outra quebrada e que vai esturricar daqui
pra frente porque a Vale, fonte de impostos que sustentam Itabira, está com os
dias contados. Não há exaustão mineral. O que há é custo alto de extração no
Sudeste e no Sistema Sul. Minas Gerais já pode ir mudando de nome. O segundo
passo é mudar os rumos, nada de poder público entrar na jogada valeriana.
TERCEIRO PASSO
Acabar com o
nepotismo, somado ao cabide de “meu pai, meu filho”. O cara não entende de neca
nenhuma, provou isso na prática, alugou time errado e agora está como um rei
nu, pelado com as mãos no bolso. Foram R$ 1,5 milhão da prefeitura, dinheiro
doado pela Câmara Municipal conivente, que diz estar fazendo economias. Como
faz essa poupança com 16 vereadores na lista do beija-mão do prefeito que de
gestão só entende da pronúncia do nome. “Como fala bem, mas fala muito”, diz
uma de suas assessoras especiais. E complementa: “Quase se iguala a Fidel
Castro, que cuspia durante sete horas no microfone. Somando-se todas as lives,
diz um amigo especialista, dá um número exorbitante de horas .
QUARTO PASSO
Criar e vender uma
SAF, mas fazer o jogo transparente. Nos bastidores dizem que está tudo montado
para isto: colocar o VEC sem dívidas e com situação traente – o campo de jogo está
uma beleza, ganhou até iluminação e o resto para outros esportes precisa ser
cuidado. Tudo isso permitirá que o time tenha associados. Nas décadas de
1960/1970/1980 o clube somava mais de cinco mil sócios. Foi perdendo, perdendo,
perdendo e hoje está mesmo nu com as duas mãos enfiadas em bolsos imaginários,
como o diretor.
QUINTO PASSO
Despolitizar o
Valério é medida urgente a se tomar agora. Do jeito que vai, tudo terminará
mal. O atual prefeito já se revelou como exímio misturador de público com
privado – vejam o exemplo da Cisne/Vita, em que ele admite e demite – e no
Valério também ocorre por meio até da
vinculação ao afilhadismo.
SOLUÇÃO
Já deixei, anos
atrás, com Paulo Henrique Figueiredo, por duas vezes presidente do clube, uma
sugestão de reconstruir o VEC. Ele até me convidou, de brincadeira, é claro,
para ser treinador do time principal. Uma grande piada, ele é apenas e muito
meu amigo. Paulinho é, hoje, secretário da Fazenda do atual governo, rapaz em
que muitos confiam, inclusive eu.
Não sei se ele se
lembra do chamado “projeto regional” que lhe apresentei, que era, basicamente,
a expansão do Dragão para a região itabirana. Itabira não conseguiu ainda ser
polo regional a não ser de saúde e educação, uma tarefa pela qual estava a
cidade escalada naturalmente. A liderança política itabirana precisa ser
trocada imediatamente. Deu errado e perdemos tempo.
Clube itabirano, de 83 anos de existência, planeja ser SAF. Alugar elenco não, não é?
FIM DE PAPO
Temos mais
prioridades, é claro. Vimos que os dirigentes valerianos pouco acreditam no
time alugado; vimos que a intimidade do time com a torcida não se concretiza
porque as arquibancadas não conhecem os “craques alugados”; vimos que o Valério
faz mais o papel do projeto romano “pão e circo”.
Agora falta ver a
transformação do clube de Itabira num verdadeiro gigante, que já teve dias de
glória. Até agora, o poder atual, só decepção vendeu, apurou e arrecadou
decepção. E como queimou dinheiro, somente R$ 5 bilhões, uma fábula para fazer
invejoso o Tio Patinhas. Então, a resposta à pergunta do título deste texto é,
inevitavelmente, a seguinte: o Valeriodoce Esporte Clube de Itabira continua
sendo uma utopia.
José Sana
23/06/2025
Fotos: Arquivo
PS:
Fica pendente também a iniciativa do Valeriodoce Esporte Clube de mandar arrancar a grama do estádio Israel Pinheiro e retirar a cabeça de burro que foi enterrada aí. A prova: o time não ganhou uma só partida em seu campo, nem para o lanterna do campeonato.
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