segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Que hora é este treino: fundamentos teatrais de futebol?


Os jogadores de futebol fazem atividade regenerativa. Treinamento físico sem bola. Corrida em volta do campo. Dois toques. Treinam bola parada. Coletivo. Treino recreativo. E tantos outros treinos e atividades que nem sei enumerar agora. Só quero saber o seguinte: que hora treinam

                        — Fundamentos teatrais de futebol,
                        — Mergulho nos pés do adversário,
                        — Atividade de vítima do marcador,
                        — Arte de jogar o juiz contra o público,
                        — Como dar mil capotadas no chão,
                        — A frieza de simular agressão, faltas e
                        — Como cavar penalidades?

Quando um juiz dá cartão para quem entra na área adversária dando saltos e rodando no chão, ele e nós pensamos que a palhaçada dentro das quatro linhas já acabou. Mas, não. De repente, começa tudo de novo, ele se engana redondamente quantas vezes for preciso para ser chamado de trouxa ou conivente. No futebol de hoje, além de dribles, tabelas, lançamentos precisos, jogadas geniais, existe a arte de cavar faltas e fazer expulsar o jogador do outro lado.

Se eu fosse juiz de futebol daria cartão vermelho para todo jogador que grita, roda, rola, faz gestos grotescos, ilusionistas e escandalosos quando choca com o adversário. Pela aparência dessa “vítima”  ela deve ser levada imediatamente para o  hospital, internada em UTI, enquanto o “agressor” tem que ser entregue naquele momento ao Delegado de Polícia da região correspondente ao local da correspondente partida.

Eis o que acontece depois da cena digna: o sujeito levanta mancando, andando com dificuldade, ainda praticando o contorcionismo, depois batendo os pés no chão e, em menos de vinte segundos, dispara no meio da arena como se nada tivesse ocorrido. Seria neste exato momento que o expulsaria de campo. Uma cena tão dramática, que chama a atenção de milhares de pessoas, se convertida em volta cem por cento ao jogo se mostra como uma contundente malandragem que deve ser punida.

Mas, não. O juiz pensa que está certo. O adversário que “agride” se revolta. Mas a torcida “agredida” completa a revolta que exige punição. Depois aparecem os ditos comentaristas de arbitragem e ainda dizem tranquilamente que o juiz estava certo, que aquilo foi uma agressão. Dificilmente não caem no conto da simulação. É o fim, qualquer pessoa normal pensa de si para si.


Fim, sim. Fim do futebol. Nos tempos do judas, ou das bolas de bexiga de boi, como dizem os que querem fazer pouco caso do passado, não era assim. A continuar esse teatro se desenrolando dentro de uma cancha futebolística, essa será em breve transformada em picadeiro e haverá a necessidade de colocação de uma cortina para que os palhaços e artistas se apresentem. Ou que construam, ao invés de estádios, algo com outro nome como, por exemplo, coliseus.

E volto ao treinamento desses grandes artistas do malabarismo: que hora eles treinam atividade enganosa de juízes, narradores, comentaristas e de nós, pobres mortais que sustentamos a palhacice?


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