segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Mulheres em discussão: para que a virgindade? (II)


Sabemos todos, inarredavelmente, que tudo no mundo passa, muda, se transforma; que nada é definitivo, a própria  natureza se envolve num processo eterna, embora somente definido no  século XVIII quando Lavoisier lançou a sua máxima transformada em lei: “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.

Sabemos também que cada tempo é um tempo. Não foi apenas uma determinação de historiadores que definiu o seguinte como norma de cuidado: “Ver a Idade Média como Idade Média e não como o hoje”. Em outras palavras, chamamos de atraso os costumes, os modos de viver, as exigências e as normas do passado com o juízo  do momento atual.

Por exemplo, no tempo de meus avós, as casas dos abastados eram construídas abrigando as moças no fundo do aposento dos pais. A explicação resumia-se no seguinte: elas nunca sairiam do seu quarto para um eventual encontro com rapazes na calada da noite. Havia, em tempo anterior a esse, uma época ainda mais  cruel para as mulheres: seus maridos viajavam e lhes impunham cintos de castidade, levando consigo a chave. Maior desconfiança é impossível existir. Mas era costume da época.

Na minha época de adolescente, o beijo era quase proibido. Acontecia, sim, no bastidor de um ambiente escuro, às vezes nos cinemas, mas ficavam guardados como segredos de pena de morte, sob ameaça de fim do romance. As moças quase sempre impunham suas ordens: “Beijo somente depois do noivado”. No tempo dos meus pais, nem isso podia, só mesmo do dia do casamento para a frente.

E hoje? Nem se exige dar resposta à pergunta. Faz-se o que se imagina. Dizem os próprios jovens dessa “época evoluída”:  “Primeiro o motel, depois o namoro e olhe lá se acontece o casamento”. Os  mais velhos acima ainda exclamam hoje em dia: “Nem sei  por que ainda há casamento!”

Voltar ao que era nunca acontecerá porque as próprias leis naturais esclarecem a força da irreversibilidade. Só haveria uma forma: adaptar o que existe de velho à cabeça dos jovens, para que tomem algumas providências a favor da própria vida. Por exemplo, moça alguma deveria perder a virgindade enquanto não tiver pleno domínio de seu corpo, total conhecimento dos prejuízos que advirão. Quanto ao menino-rapaz, a regra seria a mesma, com um pouco mais de liberdade devido à natureza mais forte de seu sexo.

Dizem alguns povos que habitam o mundo que o hímen foi criado para proteger o desejo feminino. Para que ele viesse a se manifestar na época certa, não apressando a feminilidade da mulher, tem época certa para ser rompido. Porque, evidentemente, o sexo foi  inventado para procriação, enquanto que a menina-moça ainda não tem corpo pronto para esse divino objetivo.

É esta a mensagem de hoje: impossível deter, como antigamente se fazia à força, o forte desejo sexual das mulheres, cujo desejo já perdeu o rumo e as rédeas. É por  causa disso que até hoje nada que se encontrou foi  mais lógico que a  bênção da própria natureza. A natureza é que manda, governa, muda, transforma-se e é a perfeita dona de tudo. Por que, então, não segui-la e, nessa condição de discípulo fiel, cobrar dela a felicidade que almejamos para a nossa vida?

Um comentário:

  1. Os tempos mudaram. Pra melhor, neste sentido? Não sei. Sei que mudaram e hoje este "mundo virtual" está cada vez melhor, e ao mesmo tempo, perigoso!

    ResponderExcluir