terça-feira, 3 de junho de 2014

ENTREGAR A RAPADURA E TER SEMPRE RAPADURAS PARA ENTREGAR



Estou mantendo o ritmo na vida e da vida. O ritmo é não parar nunca. O ritmo de ir e vir. Uma nova fase. Aqui gosto de desfilar as minhas façanhas, não para me gabar, mas para dar algum exemplo aos que já “entregaram a rapadura”. Entregar a rapadura, expressão criada pela filosofia natural do ser simples de minha terra natal, São Sebastião do Rio Preto, não é algo desanimador, mas inteligente e indispensável.

Desde tempos imemoriais, vários cargueiros contendo rapaduras desfilavam pelas ruas íngremes da cidadezinha de 1.700 habitantes. O puxador, normalmente, percorre os caminhos já traçados, parando em botecos e armazéns, nos quais o dono estabelece o preço da rapadura. Incrível é que parece com a Bolsa de New York. A cotação da rapadura segue a lei da oferta e da procura.

Quando o puxador do burro e da rapadura acha o preço irrisório oferecido ao produto, permanece o dia todo nas ruas, até o anoitecer. Só aceita o preço oferecido quando chega a noite e não quer retornar com a sua “riqueza". Assim, entrega a rapadura. Ou pode ser que, para honrar o nome, retorne, sim, com ela.

Estou assim: não achei ainda um preço razoável pelos meus serviços de Jornalista, ou Historiador, ou Corretor de Português Instrumental, então sigo a minha sina, aguardando. No seguir a sina, depois de alcançar duas pós na área de História, estudei Francês e estudo Inglês, além de Português. Nos últimos dias, estive em São Paulo e de lá cheguei com um diploma de Palestrante (foto). Era só o que faltava para valorizar a minha rapadura.

E aqui estou, com o meu cargueiro com uma carga completa. Na terrinha, dizem que uma carga são 64 unidades. Tenho mais que isso, porque presto serviços vestindo a camisa, suando essa camisa e honrando essa camisa. Não posso parar, rejeito a função de múmia, espero algo mais. Não quero ganhar dinheiro e não vou trabalhar de graça, só preciso cumprir a minha função e missão.

E a você, que me leu até aqui, me dê uma mão, não deixe a minha rapadura se desvalorizar tanto e nem que fique melando dentro dos caixotes que o Burro do Zé carrega. Prometo que ela é clarinha, doce e que se renova e fica melhor em cada carregamento.

OBRIGADO!!!

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