quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

SALVE-SE QUEM PUDER EM ITABIRA! OU VAMOS REAGIR?

Ter saudade é, de verdade, um mau momento de nossas vidas. Sentimos aquele frio na barriga, característico de uma nostalgia por algo já passado  mas que, às vezes, não era tão  detestável. Engraçado, não é? Por exemplo, quando foi criada em Itabira a 11a. Companhia Independente de Polícia Militar, passo preparatório para a atual Companhia Militar, havia um certo medo  se espalhando pela cidade, e nele o pano de fundo tinha o impulso de um novo ciclo do ouro ocorrendo por  estas bandas.  Muitos  devem lembrar-se de que, na época, o tenente-coronel Jurandir, o delegado de Polícia Civil  Robson Esteves e políticos, atendendo iniciativa de Olímpio Pires Guerra, o prefeito, reuniram-se  durante três dias  no Seminário de Segurança Pública. Mesmo com um crime misterioso ocorrendo, denominado o maior desafio do delegado Robson em sua carreira – um motorista de táxi foi morto misteriosamente – os resultados foram ótimos e imediatos.

E hoje? Neste momento alguém está sendo assaltado em Itabira, tal é o aumento assustador dos ataques de bandidos. E o ouro acabou para o garimpeiro que veio até de Serra Pelada.  Em 1993, os itabiranos ainda não acreditavam na violência, e levavam apenas sustos esporádicos. Incrível como se procedem agora furtos, roubos, invasões de domicílios, assaltos simples e à mão armada  Impressionante porque a maioria do povo já se acostumou, sabe que vai acontecer e até fica na espreita.  Os comerciantes procuram dificultar o máximo para o ladrão levar dinheiro, limpam seus caixas, mas pouco resolve porque os malfeitores carregam o que encontram, completam sua empreitada com arrastões e espalham o pânico em todas as partes. Bem atrevidos, hein?!

Contam que um bandidinho desses menores — ninguém dá importância a uma eventual mudança no mal elaborado Estatuto da Criança e  do Adolescente (ECA) e nem à redução da idade penal — é a figura que está sempre à frente das quadrilhas. A lei os  protege, aí eles atuam até mesmo com o incentivo dos pais. Os traficantes são as suas ameaças: “Ou me traga o seu pagamento, ou volte para morrer!” — seria essa a intimação  que os move para que saiam por aí dando tiros para todos os lados como um Tom Mix ou  John Wayne dos filmes faroeste. 

A insegurança da cidade chegou ao cúmulo do absurdo e vai crescendo sob o impulso das rodovias. Nas BRs, como a 381, que liga a região a Belo Horizonte, o pau está quebrando há mais tempo. Chegou ao ponto de ocorrer um fato inadmissível há dois anos atrás: a Lanchonete Tia Eliana, tradicional empresa nascida em Santa Maria de Itabira, que se expande também em franquias Brasil afora, acaba de tomar a decisão de fechar as  portas na Vila Emboabas, município de Caeté,  motivada pelo crescente número de assaltos sofridos.

A luta  pelo dinheiro é a mais dramática que há na face da Terra. Primeiramente, promoveram o vil metal como se ele fosse o nosso deus todo-poderoso, que compra, de acordo com o escritor Nelson Rodrigues, até o “amor verdadeiro”. E não adianta remunerar ninguém com relativo reconhecimento ao seu trabalho, quase todos querem ultrapassar os limites de vantagens.

Escrevi acima que no início do Governo Li Guerra foi realizado em Itabira um chamado Seminário de Segurança Pública e que os efeitos foram positivos. A simples repercussão das providências tomadas deu um chega pra lá nos arruaceiros. Então, uso  deste espaço para sugerir ao Governo Damon a promoção de outra rodada de discussões e tomadas de medidas salutares.   
 
Lembro-me de que há quase 22 anos, o autor da ideia foi o então secretário de Governo Márcio Passos. Sabendo que Passos retornou ao serviço público aqui em Itabira, como consultor da Prefeitura, tomo a liberdade de passar a ele a sua própria ideia que, repito, deu certo naquele tempo de violência. Estamos neste instante mergulhados na era do salve-se  quem puder ou do vamos reagir antes que levem a nossa cueca e a nossa vergonha de sair pelado por aí depois de um saque indigno e humilhante.


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