Vou começar com um exemplo para que cada um reflita. Vai uma pergunta: alguém já teve uma visão mais ou
menos assim — você chega a uma cidade qualquer e, imediatamente, ou mesmo
depois de algum tempo, já percebeu um fato estranho acontecendo ao seu redor?
Fica numa aflição medonha e, sem querer, diz uma frase condenatória daquele lugar,
e tem a vontade de ir embora? Arrisco que, com absoluta certeza isso ocorre
ou ocorreu com muitos e muitos.
Assim, também, sinto um agudo mal-estar. Vez por outra, praticamente
todos os dias, sou capaz de escrever num caderno e enchê-lo da frase: “Eu não
sou deste mundo!” Começo, então, a encontrar razões incríveis, que ficavam escondidas, para
garantir a certeza do que penso. São milhares de fatos que desfilam com muita
clareza em minha mente. E me vejo incapaz de combater a veracidade dos
exemplos, muitos, por sinal.
Nascemos e morremos. Então
não somos daqui. Daqui sempre, o fantasma da morte iria
para o raio que o parta. Aqui tem
dor demais. Num mundo totalmente nosso não haveria pesar algum nem tristeza,
porque, então, o criador não gostaria de nós. Com absoluta certeza, Deus não
criou este mundo. Se criou, com certeza não foi este em que vivemos, que se transformou por culpa nossa. Mas Deus existe. Existe porque não há efeito sem causa — esta é uma lei
natural incontestável —e se participou da criação deste mundo foi apenas para
resolver problemas que inventamos no decorrer de séculos e milênios.
Agora, a esta altura do tempo, batemo-nos de frente com centenas de milhares de
problemas que aí estão estampados, em amostra grátis, para vermos, analisarmos,
apreciarmos e fazermos uma conclusão esclarecedora e convincente. Neste mundo
não há, definitivamente não há, um só lugar que está imune à corrupção. É uma
praga daninha, praticada não somente pelos políticos, mas pela sociedade de
modo geral. Entra em qualquer lugar e sai sem dar satisfação a maldita
catástrofe. Quem desejar fazer uma pesquisa séria, basta ouvir o rádio, ler
jornais e revistas e ver televisão. Ou acompanhar pela internet. Ou conversar na esquina, em
botecos, velórios, salões de beleza, até mesmo nas filas dos bancos.
Agora, muitos, no entanto, querem, talvez, saber qual seria o
nosso verdadeiro mundo. Sinceramente, não sei. O Céu que muitas religiões
pregam não entra em minha cabeça; o Purgatório seria mais viável, pois acredito
que este mundo aqui se parece com a descrição de religiosos e do povo; já o
Inferno é completamente inconcebível pela sua
condição de eternidade. Nunca, jamais,
existiriam dores para sempre. Até porque
não temos muita culpa dos pecados que cometemos. Se fazemos alguma coisa
errada, em casos claros posso provar que não temos responsabilidade,
principalmente por não ter havido uma
preleção inicial de um criador, que poderia ser desta forma: “Olha, você
vai passar um tempo neste lugar chamado Terra; tudo o que fizer de certo ou
errado saberá de antemão, e terá forças suficientes para não ser tentado por
algum demônio.”
Mas, não! Fomos jogados aqui de forma até insensata. Vejam, por
exemplo, filhos de marginais, de pobretões ao extremo, e que nascem doentes.
Digo isso e já tenho a certeza de que Deus não fez, mas está na expectativa de ver o que vai dar esta bagunça. Ele, Deus,
existe, repito, e vai interferir numa hora qualquer e dizer para cada um de
nós: “Olha, você já quebrou a cabeça demais, errou demais; agora pega o seu
boné e vá para aquele lugar!” — nos mostrará um novo Planeta em que reina a
paz, o amor, a bondade, a compreensão, a justiça, tudo de bom. Nada de
terremoto naquele planeta, nem injustiças e sofrimento.
E é assim vou tocando o meu bonde... até encontrar um mundo
melhor!
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