domingo, 7 de abril de 2019

O FUTEBOL ACABOU. AGORA É FUTEVAR


Deus criou o mundo. O ser humano inventou o  VAR. Não deu certo. O nome original do que deu errado: Video Assistant Referee, ou árbitro assistente de vídeo. O recurso, que parecia ser a solução para o futebol, por enquanto, acabou com o futebol.

Vejam o seguinte: estou ouvindo o jogo pela Itatiaia e vendo também pelo Premier. Sai o gol pelo Caixa, que grita “Caixaaa” e eu vibro; vêm as imagens e vibro dobrado. Mas o juiz que está no campo, que nada manda mais, recebe um sinal do outro sujeito que está na sala ao lado comandando uma central de imagens.

Dúvidas pairam no ar. A torcida, que vibrou, cala-se; eu vibrei, calo-me, ou melhor, entalo-me, porque sou escravo do tal VAR; em seguida vem aquele gesto que considero obsceno, dado pelo juiz, que faz uma volta no ar e fecha embaixo. Aguardamos. O juiz vai lá e vê o vídeo. Confere. Volta correndo. Olhamos nos seus passos como seus escravos, seguindo-os. Demonstra a seguir que foi gol legal. Como dizia Kafunga; “Gol barra-limpa”. Aponta para  o centro de campo e o Mário Henrique berra de novo: “Caixaaa”. Os jogadores se abraçam, a torcida vibra. Mas não é a mesma coisa.




Ou pode dar o contrário: não tem mais “Caixaaaa”. Descaixaaaaa. Depois tem a torcida beneficiada comemorando. Não houve gol nenhum. O VAR arrebenta com o gol e o transforma em bola furada. E lamentamos. E xingamos.

Acho que não vou me acostumar com essa rotina: olhar para a cara do juiz e esperar o seu gesto obsceno. Não, este não é o futebol que os chineses e japoneses inventaram, os ingleses aperfeiçoaram e o Brasil nele se tornou penta-campeão mundial.

Volto a dizer que o VAR não é a minha praia. Ele arranca de nós a emoção do gol, retira aquele momento em que nos sentimos entalados pela vontade de vibrar.

Sugiro que procurem um discípulo de Sigmund Freud. Com certeza ele dirá que esta é mais uma condenação contra a felicidade do ser humano. Continuo assim: VAR é fraude. E faz mal. Vai mudar a nossa paixão que vai se chamar  FUTEVAR.

José Sana
07/04/2019


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