segunda-feira, 1 de abril de 2019

Chineses e japoneses inventaram o futebol. Depois os espanhóis o aVARcalharam

Deus criou o mundo perfeito e sem defeito. Assim presumo na minha vã filosofia. Nós, os humanos, a sua criação a seguir, nascemos pecando, errando, comendo a maçã  do bem e do mal. Bagunçamos tudo quando surgiram as invenções. É claro que muitas para o nosso próprio bem. Contudo, a serpente que foi a primeira aliada do demônio a ensinar o mal, distribuiu seu sangue por aí e nos contaminou. Vieram o egoísmo, a guerra, o terrorismo e outros ismos incontáveis. 

Disseram que os ingleses inventaram o futebol. Mas, de acordo com historiadores, eles apenas organizam a primeira associação de clubes, no século 19, e bolaram as regras para um esporte que já era praticado desde a Antiguidade. Na China e no Japão, por exemplo, jogava-se algo parecido havia mais de 2 mil anos.

O futebol tornou-se um dos esportes mais populares do Planeta Terra. O Brasil, ao conquistar o título máximo de campeão do mundo em cinco disputas, aparece como um dos principais países praticante desse jogo que em terras tupiniquins é imbatível. Mas, cargas d’água, como o ser humano não consegue deixar o que é certo fluir, vejam o que acabou fazendo: o espanhol Francisco López criou a arbitragem em vídeo no ano de  1999. López diz que apresentou a ideia ao Ministério da Educação e Cultura com o seguinte título: “O futebol no século XXI (Tecnologia de futuro para as equipas de arbitragem)”. Video  Assistant Referee (VAR) é o nome do sistema.



Então, o ser humano faz mais uma besteira na vida. Sem querer tirar a tentativa de tornar os resultados de jogos mais normais, de coibir o roubo de juízes e bandeirinhas descarados, o que foi feito segue o seguinte rumo: quem manda num jogo de bola agora é o árbitro de vídeo. Segundo se pode afirmar, um fio de cabelo que ultrapassa a linha da defesa pode fazer com que um gol seja anulado por impedimento. Uma bola raspando a unha de um jogador de defesa também tem poder decisivo, já que o dono do jogo, que fica lá dentro da cabine acompanhando a partida, tem o poder de chamar aquele que era o árbitro principal e que, segundo o treinador do Palmeiras, Luís Felipe Scolari, perdeu toda a sua autoridade.

Não vou entrar em mérito algum. O que foi falado está sendo dito nos quatro cantos, nesta semana, quando o VAR entrou em campo no Brasil. Vou apenas mostrar um lado super negativo que pude constatar exatamente no primeiro jogo,  Boa Esporte x Atlético MG.  Para começar, o árbitro de vídeo dessa peleja se chama Heber Roberto Lopes, de que os atleticanos têm dele verdadeira ojeriza, por ter “prejudicado” o Galo em inúmeras oportunidades. E não foi que esse juiz fez o ex-árbitro principal anular dois gols? E ainda avançou mais adiante: mandou expulsar de campo um jogador do time alvinegro.

Agora, vamos e venhamos. Para que existe o futebol? O que é a alegria do futebol? Todos sabem: o gol. Onde fica a emoção? A bola entra dentro daqueles três paus e toca a rede, que é estufada e ninguém mais pode vibrar? Tem de esperar o sinal do ex-juiz principal, que capta o aviso do juiz de todas as decisões? É o fim da alegria no futebol vista por quem pagou o seu ingresso? Acaba aí o melhor do jogo? Quem marca sai correndo para o abraço, acena para a torcida, é abraçado, faz acrobacias, a festa da partida. A torcida explode, levanta-se, grita, em ola-ola, faz suas peripécias, cada uma  mais bem inventada. De repente, o todo-poderoso, escondido na cabine, chama a atenção do soprador de apito e diz que o gol foi irregular. Desfaz-se tudo. Calam-se as arquibancadas, desabraçam-se os jogadores, aproxima-se a depressão, a tristeza do goleador é latente.  A ducha fria é a que sai da cabine mal inventada e molha toda a torcida. A outra vibra ou nem entende. Mas será que um 0x0 merece aplausos? Não é verdade o que dizia Nelson Rodrigues: “Em todo jogo que termina sem gols o dinheiro do ingresso deveria ser devolvido ao torcedor”.

Não dá para amar esse futebol de astros de cabine. Futebol é alegria, comemoração, confraternização de jogadores e torcidas. Não câmara de ar comprimido para inflar o orgulho de um despreparado operador de vídeo. Um árbitro que apita mal é um ladrãozinho mixo, mas um árbitro de vídeo, não, esse é um corrupto, um bandido, que pensou para marcar e que, daqui para a frente, será alvo mais fácil de ser aliciado. Se não aceita uma propina pode ser o que não tem preparo para a função e, dificilmente, saberá dominar o equipamento que opera, que exige muita técnica, além de conhecimento de regras de futebol. 

Só me resta mandar um último recado que ouvi hoje na rua: “Senhor VAR, vai aVARcalhar a casa de sua bondosa e paciente mãe! A nossa vida, não. Urgente!

José Sana

Em 1º/04/2019

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