Se você não quer
passar o dia de saco cheio, perlustre os olhos mais rapidamente nos noticiários
diários ou horários e não se detenha absolutamente em coisa alguma que diz
respeito ao disse-que-disse e a outras falácias comuns em quase tudo que se
escreve para se ler. Crava na gente uma profunda tristeza ver que os
antigamente respeitáveis veículos da mídia estão dedicando atualmente grande
parte de seus espaços em bisbilhotices, parece ser uma ordem vinda de cima,
perdão, totalmente de baixo.
As intrigas não
são novidade, é claro. Antigamente já existia até uma melodia engraçada,
cantada por Roberto Carlos, com o pitoresco nome de “Mexerico da Candinha”, que
denunciava uma espécie de colunista social de algum jornal. Numa das estrofes
da música que fez sucesso (como tudo do Rei Roberto fazia sucesso na década de
1960). Nela ouve-se um trecho assim: “A Candinha quer fazer da minha vida um
inferno/Já está falando do modelo do meu terno”. Mais à frente tagarela: “Ela
diz que eu sou maluco/E que o hospício é meu lugar/Mas a Candinha quer falar”.
Não necessitando
defender a tal Candinha, outras candinhas surgiram na TV brasileira, a ponto de
acabar por atrair milhares de leitores, ouvintes, telespectadores e
internautas. Constatou-se, finalmente, que o ser humano, um tanto quanto degenerado
na face do planeta Terra, gosta mesmo é de babaquice, sem contar os crimes, de
preferência os sanguinários e de enredo malicioso. Tal fato das bobeiras está
explícito no tal de BBB, uma espécie de abordagem das mesquinharias da vida,
que uma emissora ainda meio líder do mercado expõe escandalosamente com grande
besta orgulho. E vai continuar assim enquanto o povo adorar a mexericada que
nem a Candinha praticava.
Apesar de todos
os pesares, sabendo que os barracos ou babados sempre existiram e têm os seus
especialistas de PHD, ainda há uma forma de as pessoas que procuram a cultura,
a história, o sério, sobrevivam, caso sejam muito, mas muito mesmo, tarimbados
na arte de perceber e selecionar. Mas está difícil se enquadrar no rol desses
espertos, entre os quais me incluo, sendo obrigado a declarar que as porteiras
das futricas, com difamações a partir de deduções, estão abertas e tomaram
conta totalmente do sério e se imiscuem entre os fatos que seriam de uma seriedade
indispensável. Mas acabam entrando para o festival de intrigas que irrompem o
Brasil de ponta a ponta.
Infelizmente,
tudo é infelicidade. Que drama! Que tortura! E não vou citar exemplos mais
pontuais para não ter que alongar ainda mais esta página. No entanto, vejam só:
basta entrar num portal dito sério da internet ou ligar o aparelho de
televisão, ora na TV fechada, ora na aberta, e constatar que o mesquinho está
sendo discutido; fulano disse que o
sapato do outro está furado; um dito cujo condenou olhares de uma celebridade para
outra eventual celebridade; o politicamente correto se inverteu também; fala-se
muito num projeto de tornar fulano de tal famoso para ser político importante,
mesmo sendo um zé ninguém; o plano de tal homem público parece um remendo da
cueca do seu avô. Deixo o resto por conta do meu inteligente e raríssimo
leitor.
Só quero
concluir: estou com uma super vergonha total de nosso querido, noutros tempos
espirituosos, inteligente e agora completamente babaca cidadão brasileiro, os
que não repugnam a piorada rede de notícias estampadas na desmoralizante mídia
brasileira. Fora a imoralidade, o atentado ao pudor, a descarada pornografia
que se ouve e se vê, tema para outra abordagem.
Por não a
condenarem a fofoca, esticam a corda para a pornochanchada. Que falta faz o
saudoso Sérgio Porto, de pseudônimo Stanislau Ponte Preta que, nos anos 1960,
dedicava-se a focalizar o Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País)!
Seria o editor-mor da atual cultura da grande mídia brasileira para
desmoralizá-la de vez e, quem sabe, colocar nela um indispensável ponto final
.
José Sana
Em 24/01/2020
ze escreveu e disse.e muita babaquice nessa midia brasileira.ta dificil saber quem e serio...
ResponderExcluir"Deixo o resto por conta do meu inteligente e raríssimo leitor"😗 É amigo,parece que precisamos nos adaptar a toda essa inversão de valores.
ResponderExcluirInfelizmemte o "alimento" de muitos é
ResponderExcluiro Febeapá.