sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

FESTIVAL DE FOFOCAS INVADE A MÍDIA DO PAÍS

Quando abordei o tema “Aprenda a ler jornais” no meu futuro e muito próximo livro “Caminhos para a vitória”, quis apenas ver se dá para conter essa onda de besteirol que invade jornais, emissoras de TV, rádio e a internet de modo geral. Muita gente considera as fakes news a grande epidemia das redes sociais no momento. Infelizmente, porque futrica é mais danoso que a mentira, vence a fofoca em absolutíssimo primeiro lugar. Intocável.

Se você não quer passar o dia de saco cheio, perlustre os olhos mais rapidamente nos noticiários diários ou horários e não se detenha absolutamente em coisa alguma que diz respeito ao disse-que-disse e a outras falácias comuns em quase tudo que se escreve para se ler. Crava na gente uma profunda tristeza ver que os antigamente respeitáveis veículos da mídia estão dedicando atualmente grande parte de seus espaços em bisbilhotices, parece ser uma ordem vinda de cima, perdão, totalmente de baixo.

As intrigas não são novidade, é claro. Antigamente já existia até uma melodia engraçada, cantada por Roberto Carlos, com o pitoresco nome de “Mexerico da Candinha”, que denunciava uma espécie de colunista social de algum jornal. Numa das estrofes da música que fez sucesso (como tudo do Rei Roberto fazia sucesso na década de 1960). Nela ouve-se um trecho assim: “A Candinha quer fazer da minha vida um inferno/Já está falando do modelo do meu terno”. Mais à frente tagarela: “Ela diz que eu sou maluco/E que o hospício é meu lugar/Mas a Candinha quer falar”.

Não necessitando defender a tal Candinha, outras candinhas surgiram na TV brasileira, a ponto de acabar por atrair milhares de leitores, ouvintes, telespectadores e internautas. Constatou-se, finalmente, que o ser humano, um tanto quanto degenerado na face do planeta Terra, gosta mesmo é de babaquice, sem contar os crimes, de preferência os sanguinários e de enredo malicioso. Tal fato das bobeiras está explícito no tal de BBB, uma espécie de abordagem das mesquinharias da vida, que uma emissora ainda meio líder do mercado expõe escandalosamente com grande besta orgulho. E vai continuar assim enquanto o povo adorar a mexericada que nem a Candinha praticava.
                               


Apesar de todos os pesares, sabendo que os barracos ou babados sempre existiram e têm os seus especialistas de PHD, ainda há uma forma de as pessoas que procuram a cultura, a história, o sério, sobrevivam, caso sejam muito, mas muito mesmo, tarimbados na arte de perceber e selecionar. Mas está difícil se enquadrar no rol desses espertos, entre os quais me incluo, sendo obrigado a declarar que as porteiras das futricas, com difamações a partir de deduções, estão abertas e tomaram conta totalmente do sério e se imiscuem entre os fatos que seriam de uma seriedade indispensável. Mas acabam entrando para o festival de intrigas que irrompem o Brasil de ponta a ponta.

Infelizmente, tudo é infelicidade. Que drama! Que tortura! E não vou citar exemplos mais pontuais para não ter que alongar ainda mais esta página. No entanto, vejam só: basta entrar num portal dito sério da internet ou ligar o aparelho de televisão, ora na TV fechada, ora na aberta, e constatar que o mesquinho está sendo discutido;  fulano disse que o sapato do outro está furado; um dito cujo condenou olhares de uma celebridade para outra eventual celebridade; o politicamente correto se inverteu também; fala-se muito num projeto de tornar fulano de tal famoso para ser político importante, mesmo sendo um zé ninguém; o plano de tal homem público parece um remendo da cueca do seu avô. Deixo o resto por conta do meu inteligente e raríssimo leitor.

Só quero concluir: estou com uma super vergonha total de nosso querido, noutros tempos espirituosos, inteligente e agora completamente babaca cidadão brasileiro, os que não repugnam a piorada rede de notícias estampadas na desmoralizante mídia brasileira. Fora a imoralidade, o atentado ao pudor, a descarada pornografia que se ouve e se vê, tema para outra abordagem.

Por não a condenarem a fofoca, esticam a corda para a pornochanchada. Que falta faz o saudoso Sérgio Porto, de pseudônimo Stanislau Ponte Preta que, nos anos 1960, dedicava-se a focalizar o Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o País)! Seria o editor-mor da atual cultura da grande mídia brasileira para desmoralizá-la de vez e, quem sabe, colocar nela um indispensável ponto final
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José Sana
Em 24/01/2020

3 comentários:

  1. ze escreveu e disse.e muita babaquice nessa midia brasileira.ta dificil saber quem e serio...

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  2. "Deixo o resto por conta do meu inteligente e raríssimo leitor"😗 É amigo,parece que precisamos nos adaptar a toda essa inversão de valores.

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  3. Infelizmemte o "alimento" de muitos é
    o Febeapá.

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