domingo, 19 de abril de 2020

AMOR ou DOR: estamos sós neste mundo? (4)

Chegamos ao Capítulo 4 e aí nos estancamos filosófica e historicamente. O leitor deve ter sentido que uma das exigências básicas das afirmativas aqui propostas tem como pilar a origem. Uma lei universalmente consagrada pelas ciências, incontestável, das primeiras que inseri no Dicionário de Leis Naturais (veremos mais à frente) chama-se Lei de Causa e Efeito, que se resume na afirmativa: todo efeito tem causa. O Espiritismo de Alan Kardec (1804-1869)  a sustentou e a sustenta ao longo dos anos. Lei Natural é lei e não se trata das normas artificiais, estas que podem ser revogadas de acordo com o interesse ou convicção de quem a propõe.

Contudo, este trabalho não tem o receio a contestações, vou citar um ateísta que passou também pela história (todos passam, alguns marcam e são sempre citados), Bertrand Arthur William Russell (1872-1970), matemático, filósofo e físico inglês. Consta que Russel foi influenciado, como todos somos (aí entra, também, a Lei de Causa e Efeito) por Ludwig Wittgenstein, Gottlob Frege, David Hume, com os quais, incluindo outros famosos, sem esquecer Albert Einstein, e juntos criaram o “Círculo de Viena”, um grupo de intelectuais que se reunia nos fins de semana para discutir, entre outros temas, a inexistência de Deus.

Bertrand Russel tinha como principal guia de suas convicções, portanto, o ateísmo. Alguém poderia, em sã consciência, questionar: qual o objetivo de provar que Deus não existe? Provavelmente, que O procuram porque, evidentemente, alguém, na busca do negativo, só pensaria em chagar ao tal “buraco negro”, atingir a um fatalismo inegável, provavelmente o suicídio. Ele escreveu em seu livro “Por que não sou  um Cristão”: “Se é verdade que todas as coisas precisam de uma causa, então Deus também precisa de uma causa”. Pergunta e ninguém responde: “Quem fez Deus?”.

Sem  querer  afirmar que nós, viventes do século 21, somos mais evoluídos, ou inteligentes , que as celebridades históricas do passado, citando de novo um dos participantes do “Círculo de Viena”, o físico teórico alemão Albert Einstein (1879-1955), brilhante acima de tudo, há muito o que pensar daqui  para a frente. Se há boas explicações sobre a questão, uma é a seguinte, que adoto sempre:  somos parte do conjunto do globo terrestre e até da composição física do sistema de sua composição nítida e inegável. Agimos de acordo com a evolução deste mesmo planeta. Simples é concluir  que as  gerações seguintes, cada vez mais evoluídas, de acordo com os avanços permissíveis por outras leis, ou até à frente, aparecem e aparecerão  donos de soluções enigmáticas. ou arguições a respeito do mundo, da vida, os porquês, cada vez com mais aprofundados e convincentes.


É preciso destacar, também, que  o homem é quase sempre imediatista, ou seja, quer solução rápida e deseja concluir com presteza os resultados de causas às vezes ainda distantes no tempo e no espaço. A isso chamamos de  imediatismo. Na realidade, pode ser que não saibamos ainda qual é o evento, tenha ele fundamento  imediato ou não, e pode ser que haja também uma motivação ainda desconhecida.

Chamo  a atenção para o que foi abordado superficialmente no Capítulo 3, os cinco sentidos humanos. Acredito que haverá grande espaço para que sejam mencionados, estudados e, provavelmente, até concluídas explicações acerca de novas faculdades inerentes ao ser humano, além da  a visão, do olfato, do paladar, da audição e do tato. As futuras, ou mesmo atuais, descobertas, que mereceram ou têm longos escritos de gênios também, apontam para  leituras diferenciadas para o mundo. Donos de apenas  cinco estruturas é óbvio que estamos tolhidos de algo mais sublime para melhor nos orientar. De minha parte, tenho absoluta certeza de que novos patamares até já chegaram.

Agora, porém, caminhando do lado de quem vai aderindo a novas ideias — esclareço que são poucos porque tenho mais de cinco mil textos publicados ou não em jornais, revistas, sites, blogs, Face book, Instagram, WhatsApp — e estou listando quem me lê, me sugere, me orienta e me dá a mão. Nunca deixarei de repetir as perguntas: posso estar escrevendo para o futuro? Ou quem sabe somene babaquices divertidas? Para venturas ou aventuras, continuarei fazendo o meu papel.

Precisamos sair desta estaca zero que se resume na pergunta ainda sem resposta, pelo menos não do meu conhecimento: qual a origem do Universo? De onde ele veio, para aonde ele caminha, tem mesmo um destino? E nós, vivemos apenas casualmente, por brincadeira, faz de conta, somos eminentemente curiosos, aventureiros, brincalhões, ou turistas de uma viagem mais longa? 

Quem ler meus escritos até o fim, se não tiver respostas firmes e concretas, asseguro que será  constantemente chamado pelo inconsciente, ou consciente, para continuar pesquisando. Está escrito na Bíblia e aprecio repetir sempre, porque se trata, a meu ver, de um desafio sagrado e intocável: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate,  abrir-se-lhe-á” (Mateus 7:7,8; Lucas 11:9,10).

A superior necessidade de saber agora como o Universo começou vai arrochando aguçadas mentes e lhes apresento, como está escrito na crônica anterior, delimitar este trabalho, como me ensinaram doutores e mestres de História. É necessário separar aqui Universo de Globo Terrestre, ou o conjunto até agora imaginado como infinito que seja separado do Planeta Terra. Na crônica número 3, afirmei que a Terra seria um grão de milho, ou arroz, ou feijão, diante do conjunto universal. Estamos, incontestavelmente, morando em um desses grãos (escolha o seu) que são invisíveis se observados  do vasto espaço sideral. É a nossa realidade, precisamos recolher à nossa simplicidade e pequenez.

Pronto. Se não existe efeito sem causa, ou não há filho sem pai, qual seria a causa do Planeta Terra? Nem é preciso dar resposta: o Universo que, também tem o seu causador. Seria Deus? — Alguém pode arguir. Vou deixar a definição exata de Deus para o fim de toda a sequência destas crônicas, ou no decorrer delas, nem sei se as concluirei, como imagino. De acordo com cálculos normais, posso chegar ao fim, sim. Nada a acrescentar, porque me eximo em avaliar o que imagino, penso, raciocino no turbilhão confuso de ideias que perambulam por este mundo.

Chego à conclusão destas linhas e concluo como reiniciar já toda a história proposta. Ela deve partir, como já disse, do Planeta Terra. Teria ele sido originado por uma criação divina rápida como, simbolicamente, descreve a Bíblia? Adão e Eva foram os precursores, pioneiros, assessorados pela famosa serpente? Teria sido melhor descrita pelo Judaísmo? Ou na Teleologia (isto mesmo, e não Teologia, outro sentido) de Aristóteles? Teria um fundo nas Três Leis de Isaac Newton ou na Lei de Conservação de Massas de Lavoisier? Ou todo o enigma teria sido resolvido definitivamente pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882)? Resta ainda, entre outras, uma arguição originada do “Big Bang”, ou Grande Expansão, teoria cosmológica muito aceita por grandes gênios da humanidade?

É preciso que existam reflexões profundas: respeitamos os gênios, mas eles ainda não nos deram repostas concretas e finais com clareza absoluta. Se deram, pelo menos eu não entendi. O mergulho na mente nos leva a ter esperança de  que novos sentidos humanos nos aguardam para estruturar a nossa busca, o que chamo de Nova Inteligência Humana. Pense nisto você aí. 

Enquanto isso, vamos nos ancorando naquilo que apreendemos na vida, na nossa religião ou falta dela, nos ensinamentos que recebemos como notáveis e estruturados, no conceito de razão e lógica, à procura de um Ser Superior. Fato inegável é que fato concreto precisa nos guiar e ele acaba se encaixando dentro de nós como instinto indomável, pressentimento, sinal da perspicácia, faro, ou quase tato: não estamos sós neste planeta, ínfimo para o Universo e imenso para nós.

José Sana

19/04/2020

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