Amigos, perdoem-me, mas sou obrigado a rabiscar esta frase: Ronaldo Magalhães perdeu as eleições, vencidas limpamente por Marco Antônio Lage e Marco Antônio Gomes, mas a ficha dele não quer cair. Alguém, por favor, comunique ao eventual prefeito de Itabira o fato ocorrido nas urnas itabiranas de 2020.
A partir da derrota, com a ficha agarrada no labirinto do caminho, Magalhães começou a cometer atos inadmissíveis: nomeou pessoas para cargos comissionados a 30 dias das últimas horas de permanência no seu desgarrado terceiro andar; encomendou bordar xícaras de chá, parece a maior criancice do ano, coisa de gente manhosa e pirracenta; para preencher a quarta-feira 9 de dezembro de absurdos, mandou comprar uma salada de futilidades recheada de enfeites supérfluos.
Ronaldo abriu, na data de 9 de dezembro, duas frentes de licitações, visando à aquisição de materiais e equipamentos escolares para o ano que vem, quando nem se sabe se teremos aulas em fevereiro, esperamos que sim. Na lista do prefeito estão computadores, máquinas similares e o questionamento que nunca aparece: isso tem que ser feito agora? Tem absoluta certeza, senhor Ronaldo Magalhães?
Desculpe-me ele e alguém especial a ignorância, mas gostaria que me convencessem de que estou sendo anti-cidadão ao cobrar lisura e transparência. O valor total das compras ultrapassa a faixa de R$ 650 mil. Há dinheiro no caixa que precisa ser queimado, não pode permanecer na conta? Um ato difícil de ser explicado a um ignorante integral mas que tem o direito de questionar, assim penso.
A esta altura, só me resta um pedido a fazer: por favor, chega, Ronaldo! Deixe que sua consciência funcione pelo menos neste fim de mandato. De fora, qualquer pé-rapado sabe que a casa a que se refere em mensagens nas redes sociais não está nada arrumada. Relembre que você vai deixar Itabira cercada de barragens como uma ilha sem açudes. Que a água itabirana está ausente nas torneiras do povo e, quando o líquido é liberado, vem untado de lamaçal. Que faltam medicamentos de forma escandalosa para a população pobre, a que mais precisa, e clama terrivelmente nas portas de farmácias. Que a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), ao invés de ser um agente purificador da sujeira, voltou a poluir bacias hidrográficas que poderiam estar menos sujas ou até mesmo límpidas.
Fatos indesejáveis e que merecem um estudo bem aprofundado: por que dois de nossos orgulhosos patrimônios, a Itaurb e o Saae, estão vivendo terríveis passagens pré-agônicas? Qual motivo levaria um governo a cometer tão hediondos suicídios administrativos?
Para encerrar, o seríssimo: o ano de 2028 vem aí e para tal data sua excelência o Magalhães não tomou nenhuma providência, a não ser ir à China com um grupo de amigos, esquecendo para trás até o secretário de Desenvolvimento Econômico. O pior, ao contrário do que disse um de seus amigos fieis, a porta de saída já se abriu e aguarda ansiosamente pela despedida não triunfal de um prefeito que esperneou para não perder o poder. Infelizmente, é a dos fundos mesmo, como sempre foram dos fundos as decisões que, com elas, rejeitou a participação popular, comprovadamente.
A administração Ronaldo Magalhães não deixará saudade no coração de quem ama Itabira. Salvo melhor juízo.
José Sana
Em 10/12/2020
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