Mais uma vez me
recorro ao imortal Roberto Drummond para exprimir o grande acontecimento de 2021.
Nesta data, o vento ameaçou a camisa preta e branca que estava pendurada num
varal. O vendaval arrastava tudo, até que valeu a torcida do atleticano focada
nos jogadores, esses inspirados em Cuca, realmente um cuca. No fim, o mau tempo
viu a virada, graças a acontecimentos de todos os tempos, entre os quais:
— Ubaldo Miranda, o Miquica, ou o Mágico, ao marcar centenas de gols e vários chamados “espírita”.
Lembro-me numa tarde, no Independência, no América, quando eu tinha cinco anos de
idade, fato que fez o Galo ganhar mais um pentacampeonato mineiro, seu costume
dominante nos áureos tempos.
— Tomaz Aquino Gonçalves, o Tomazinho, que
balançou as redes do Cruzeiro, ex-Palestra, em toque de letra, e mais outros
nomes do junta que tentava ajeitar-se na refrigeração do Barro Preto, logo ali,
pertinho do nosso alçapão de pegar raposa.
—José Reinaldo de Lima, natural de Ponte Nova, que
treinava de manhã, carregando apenas 11 anos nas costas, corria na Vila
Olímpica, Bairro Planalto, Belo Horizonte e naquele momento mágico de seus
dribles magistrais, fiz a minha primeira profecia para o atleta-mirim: “Este
será um dos maiores jogadores do mundo”, Só não alcançou essa predição porque o
destino lhe roubou os meniscos numa época em que a medicina não havia alcançado
o progresso para essa hoje simples cirurgia.
— Dario José dos
Santos, o Dadá Maravilha, quarto maior artilheiro do Brasil em todos os tempos,
com 926 gols. Entre esses tentos, uma fatal cabeceada para o fundo das redes do
Botafogo, no Maracanã, em 15 de dezembro de 1971. Aí o Galo tornou-se o
primeiro campeão brasileiro.
— Victor Leandro
Bagy, ex-goleiro e agora funcionário do Clube Atlético Mineiro, defendia, com o
pé esquerdo, pênalti cobrado por Riascos, do Tijuana, aos 48 minutos do segundo
tempo, no Independência, classificando o Galo a continuar vivo na Copa
Libertadores de 2013. A estas altura, também não podemos nos esquecer de Éder
Aleixo e Luizinho (o quarto-zagueiro
multiplicado por arranques fenomenais), entre outros.
— Leonardo
Fabiano da Silva e Silva, que passou por vários clubes brasileiros, inclusive o
Cruzeiro, teve sua consagração no Clube Atlético Mineiro; como zagueiro, marcou
36 tentos em 390 partidas; 2013 foi o ano da consagração de Léo Silva com a
camisa alvinegra; o título da
Libertadores, o mais importante das Américas, teve, entre tantos outros
momentos emocionantes, o gol do camisa 3 na final contra o Olímpia-PAR, no
Mineirão, cabeçada que levou a decisão para as penalidades; na disputa de
pênaltis, Léo ainda converteu a cobrança que antecedeu o erro de Gimenez e
decretou a conquista atleticana.
— É preciso
lembrar que não foi apenas o título da Libertadores, obra do treinador Cuca, uma
das glórias do Clube Atlético Mineiro. Brilharam vários astros, entre os quais
Ronaldinho, Jô, Réver e tantos mais que conquistaram ainda a
Copa do Brasil e a Recopa Sul-Americana,
em 2014 e 2015.
— Para calar os
adversários que se confortavam em desconhecer o “BI” do Galo, além de outros
“bis” alcançados, neste dia 2 de dezembro de 2021 o grande feito se desponta,
Campeão Brasileiro de 2021, com grandes participações de Hulk (o incrível),
Nacho, Diego Costa, Keno, Éverson, Alonso, Arana, Allan, Jair etc. etc. etc.
— É claro que
esta não é uma façanha isolada, para assustar os adversários, o Galo não é um
cometa, mas, o começo de tudo está ocorrendo agora. É só agarrar, porque o
clube alvinegro encontrou o fio da meada.
Galo sempre,
Galo com força, Galo Forte e Vingador!
José Sana
Em 02/12/2021
Boa noite Sana, um título para ser muito comemorado e foi, ou melhor, está sendo. A emoção foi maior ainda por ter sido de virada.
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